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segunda-feira, 20 de março de 2017

OS APÓSTOLOS DE CRISTO - JOÃO

O apóstolo do amor era filho de Zebedeu (Mateus 4:21), um prospero pescador da cidade de Cafarnaum. Salomé sua mãe, começara a servir o Salvador na Galileia. Ela estava presente no momento da crucificação do Filho de Deus (Marcos 15:40,41). João fora um dos primeiros discípulos chamado pelo Senhor Jesus. Ele era pescador, profissão bem comum e importante na Palestina do primeiro século. Deveria ter nascido entre 1 a 5 anos d.C.

O discípulo amoroso era seguidor de João Batista (João 1:36,37). Logo depois foi selecionado para ser um apóstolo - E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a Deus. E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos: Simão, ao qual também chamou Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelote; E Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que foi o traidor (Lucas 6:12-16). Ele tinha um conhecimento profundo da geografia da Palestina e dos costumes judaicos.


Sua história


Acredita-se que a família de João tinha dinheiro e posses, pois o seu pai tinha vários empregados (Marcos 1:20). Ele era extremamente zeloso ou ciumento (antes da conversão). Estava incomodado com alguém que não pertencia ao grupo de Jesus e expulsava demônios (9:38). Hospedava o ódio cultural para com os samaritanos (Lucas 9:54).

João e o irmão Tiago eram bem sanguíneos (explosivos) antes da conversão. Certa ocasião João foi chamado de "filho do trovão" (Boanerges - Marcos 3:17). Após a conversão com a descida do Espirito Santo no cenáculo (Atos 2:1 ), tornou-se o apóstolo do amor. Os filhos do trovão eram extremamente audaciosos e ambiciosos. Fizeram ao Senhor Jesus um pedido inadequado (Mc 10:35-37).


Sua amizade com Jesus


O apóstolo esteve sempre perto do Nazareno nos momentos importantes e decisivos. Ele estava presente durante o julgamento do Messias  (João 18:16). No ato da crucificação lá estava ele angustiado  (Jo 19:26). Ocasião em que Jesus Cristo entregou aos seus cuidados Maria mãe do Salvador (19:27).

Percebe-se a grande intimidade e amor que João manifestava ao Mestre da Galileia em comparação com os demais, principalmente Pedro, que jurou que amava e iria proteger o Salvador. No entanto negou a Cristo. Já o discípulo amado fora o primeiro a chegar ao sepulcro após a ressurreição (20:4)


Seu apostolado


Segundo escritores do século I, João se mudou para Éfeso, para fugir da Guerra Judaica (66-70 d.C.) e suas consequências. No continente asiático prosseguiu com seu oficio ministerial. De acordo com a tradição (que é confiável), João escreveu seu evangelho nessa cidade por volta de 85 d.C. (também as epístolas I, II e III todas em 90 d.C.), lugar onde desempenhou seu ministério e gerou discípulos importantes à igreja do Senhor Jesus. Policarpo, Papias e Inácio foram discípulos diretos de João. Os três continuaram a proteger a Noiva de Cristo das heresias na Ásia Menor. Policarpo se tornou posteriormente o bispo da igreja de Esmirna.

Conforme testemunhos, os presbíteros da Ásia Menor em especial os de Éfeso, sugeriram para que João escrevesse um evangelho a partir de suas observações e sentimentos vividos na companhia do Mestre. Esses relatos também seriam uma ferramenta forte para combater os gnósticos.

João foi um grande apologista, combatendo os gnósticos, tanto no seu evangelho como nas epistólas universais. Ele defendeu que o Pai e o filho, eram um só Deus, contradizendo os gnósticos, que diziam que Jesus e o Pai eram dois deuses diferentes.

Quando João usa as expressões "e o verbo se fez carne e habitou entre nós" (1:14), e "a todo espirito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus" (1 João 4:3), ele estava defendendo a igreja da seita gnóstica que alegava que Jesus era uma espécie de sombra do Pai, negando a encarnação do Verbo (Cristo).

No terceiro século depois de Cristo, o evangelho narrado pelo discípulo amado, era considerado pelos Pais da igreja como o mais espiritual do que os sinóticos (Mateus, Marcos, Lucas), devido a sua singularidade e observações distintas.

O primeiro relato que identificava o autor do Evangelho de João, como sendo João filho de Zebedeu, foi realizado por Irineu (180 d.C.) – Depois João, o discípulo do Senhor, o mesmo que repousou sobre o seu peito, publicou também o evangelho, durante sua estada em Éfeso.


Sua prisão e morte


A morte natural (velhice) do apóstolo do amor estava vinculada a uma promessa pronunciada pelo próprio Senhor Jesus (Jo 21:23). O Salvador havia prometido que ele não morreria de forma cruel como os demais. Por isso quando o jogaram num tacho de azeite fervendo, nada aconteceu. Foi como cair em água fria, porque já havia uma profecia decretada que o mesmo não morreria como os outros apóstolos. Após esse episódio do azeite, ele foi conduzido como prisioneiro à ilha de Patmos (Uma ilha de rocha vulcânica. Os romanos enviavam para lá os criminosos e transgressores políticos.).

Patmos era uma ilha rochosa, ausente de vegetação e pequena. Foi nessa localidade que João, fora dirigido como prisioneiro do Império Romano. A ilha distanciava uns 90 km de Éfeso a capital do ministério do apóstolo. Sentenciado a trabalho penoso nas pedreiras (pedras que eram usadas na construção das estradas romanas). Trabalhava arduamente o dia todo e a noite seu espirito era arrebatado para receber e escrever as revelações  ( Apocalipse 1:10,11).

O amado discípulo foi para Patmos, por causa de uma política do imperador Domiciano (81-96 d.C.), que confiscou os bens dos Cristãos e logo em seguida os prendiam. João fazia parte daquela realidade de perseguição. Por ordem do imperador, acabou indo para a inóspita ilha.

Domiciano outorgou o culto ao imperador (ou seja, a ele mesmo). Como fidelidade ao imperador todos deveriam participar da adoração ao supremo romano, inclusive os cristãos. João e os demais seguidores de Cristo recusaram tal prática que era uma loucura perante o Todo Poderoso. Devido a não observação deste culto e a lealdade à Palavra de Deus foram para Patmos  (Ap 1:9). Patmos era usada como prisão para todos criminosos considerados perigosos à sociedade da época. A ilha se localiza no Mar Egeu.

O Senhor Jesus fizera outra promessa ao discípulo amado na ilhota. Que ele não profetizaria somente às sete igrejas da Ásia, mas também para várias nações e reis (10:11).

Domiciano fora assassinado, Nerva (96-98 d.C.) se tornou o novo imperador de Roma. Uma das suas primeiras medidas foi libertar todos os cristãos que estavam presos e devolver seus bens. Desta forma João se tornou livre para testemunhar e profetizar pessoalmente em Éfeso sobre as revelações recebidas. Ele fora escolhido para escrever o Apocalipse, com intuito de encorajar (exortar significa encorajar) aos cristãos, que estavam, sob ardente perseguição, praticada por Domiciano.

Ele recebeu as profecias do Apocalipse por meio de inúmeras visões fortes, carregadas de simbolismo e numerologia hebraica. As visões para muitos estão em ordem cronológica. E continua a profetizar e testificar a todas as línguas, povos, tribos, por meio do Apocalipse. Cumprindo literalmente o que Jesus disse (10:11).

Quando João já estava bem idoso, sem força para pregar, exortava a igreja de Éfeso com a voz baixa e fraca e não cessava de ensinar: 
"Filhinhos amai uns aos outros."
O apóstolo amado, segundo relatos, permaneceu em Éfeso até o governo do imperador Trajano (98-117 d.C.). Por volta dos 95 anos de idade, ainda estava bem atuante, ou seja, produzindo livros importantes para fé dos cristãos e para humanidade. E foi nessa cidade que passou os últimos instantes de sua vida. Versão confirmada pelas palavras de Policrates, bispo de Éfeso no final do segundo século, numa carta endereçada ao bispo de Roma:
"João que reclinou no peito do senhor, e que era sacerdote, usava a mitra, um mártir e mestre. Ele dorme em Éfeso."

História extrabíblica


Há uma história sobre o apóstolo João que faz parte da tradição oral da igreja primitiva e que foi preservada nos escritos de Clemente de Alexandria.  Ela conta que João, quando velho e morando em Éfeso, costumava visitar as igrejas das regiões circunvizinhas. Em uma dessas localidades, ele viu um menino bonito e forte, e encomendou-o ao bispo local. 

Este levou o garoto para casa, o criou, o amou e, finalmente, o batizou. Depois disso, relaxou no cuidado, e o jovem foi corrompido por alguns moços de sua idade, que o levaram a participar de atividades cada vez piores. Com o tempo, o rapaz se acostumou com os crimes que a gangue cometia e, perdendo toda esperança de salvação, decidiu se enveredar pelo caminho da criminalidade, tornando-se chefe dos bandidos e adquirindo a fama de o mais violento deles. 

Os anos se passaram e João voltou à igreja onde havia deixado o garoto. Quando cobrou do bispo o "depósito", este chorou e disse: 
"O menino está morto". "Morto como?" – 
perguntou João assustado. 
"Morto para Deus"  – 
falou o bispo. 
"Ele se tornou mau, devasso e, finalmente, um ladrão. Agora, ele domina a montanha perto da igreja." 

Depois de ouvi-lo, João tomou um cavalo e saiu sozinho em direção à montanha. Quando abordado pelos vigias da gangue, gritou: 
"Levem-me ao seu chefe". 
Quando João se aproximou dele, o jovem o reconheceu e, envergonhado, fugiu. João o seguiu como pôde, apesar da idade, clamando: 
"Meu filho, por que está fugindo de mim? Tenha misericórdia. Não tenha medo; ainda há esperança de vida! Eu prestarei contas a Cristo por você. Se necessário, sofrerei a sua morte, assim como o Senhor morreu por nós. Não fuja, mas creia. Cristo me enviou!". 
O jovem começou a chorar amarga e copiosamente e abraçou João. Este o confortava dando-lhe garantias de que encontraria o perdão do Salvador. Caindo de joelhos, João o beijou e o levou de volta à igreja. Nela, suplicou com muitas orações e – lutando junto dele em constantes jejuns, ao mesmo tempo em que acalmava a mente do rapaz com sábias palavras – não deixou a cidade até restaurar plenamente o jovem à igreja, como um prenúncio da ressurreição pela qual todos ansiamos.


Conclusão


Acredita-se que o apóstolo do amor viveu mais de cem anos. Num período em que a expectativa de vida era de 35 a 40 anos. Onde não existiam antibióticos (remédios industrializados) para combater as doenças, hoje consideradas simples. João viveu mais de cem anos, simplesmente porque Jesus contrariou toda lógica humana com uma promessa:
"Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti?" (Jo 21:23). 
Foi devido a esta profecia que o apóstolo alcançou uma velhice abençoada. 

A João, Jesus, reservou algo maior: a revelação de tudo!
"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus" (1:1).
Ele teve o privilegio que Moisés não teve! João 1:1 é considerado o primeiro verso (ordem cronológica) da Bíblia! 

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