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sábado, 30 de maio de 2015

FILMES QUE EU VI - #2 - A PRIMEIRA NOITE DE UM HOMEM


A Primeira Noite de um Homem


  • Título Original: The Graduete
  • Lançamento: EUA, 1967
  • Gênero: Drama / Comédia Romântica
  • Direção: Mike Nichols (1931-2014)
  • Roteiro: Buck Henry, Calder Willingham
  • Elenco: Alice Ghostley, Anne Bancroft, Brian Avery, Buck Henry, Dustin Hoffman, Eddra Gale, Elizabeth Wilson, Katharine Ross, Marion Lorne, Murray Hamilton, Norman Fell, Walter Brooke, William Daniels
  • Produção: Lawrence Turman
  • Fotografia: Robert Surtees
  • Trilha Sonora: Dave Grusin, Paul Simon
  • Duração: 106 min.


E lá se vão quase 50 anos do lançamento desse clássico da sétima arte. O lançamento do longa nos cinemas se deu exatamente no ano e no mês do meu nascimento: julho de 1967. Entretanto, eu só vim a conhecer essa maravilha na década de 1980, quando, por acaso, em uma madrugada de insônia, o assisti sem muitas pretensões no "Corujão" da Globo. Amei!!! Ganhei a fita VHS de presente de uma amiga no meu aniversário de 18 anos (foto abaixo, tenho até hoje) e voltei a assistir várias vezes. Sempre que revejo, quero rever novamente.


Sinopse e resenha

 
 

Frente e verso da capa da fita VHS (para vídeo-cassete), presente de uma amiga (só não tenho mais onde rodar a fita...).

Para entender corretamente o papel histórico de “A primeira Noite de um Homem” é preciso contextualizar seu lançamento. O cinema vivia em 1967 o fim da era dos grandes estúdios. O público ansiava por filmes mais baratos, que retratassem a realidade e focassem em personagens de carne e osso, ao invés dos politicamente corretos seres humanos da era anterior de Hollywood. Ou seja, personagens que tivessem dúvidas, dilemas e que enfrentassem dificuldades, o que causaria a empatia e a identificação com o espectador.

E o longa de Mike Nichols atendia perfeitamente este anseio geral. O roteiro inventivo de Calder Willingham e Buck Henry (baseado em livro de Charles Webb) explora muito bem os inúmeros problemas criados pelo envolvimento entre o jovem Benjamin e a Sra. Robinson, provocando diversas situações inusitadas, que identificava os personagens com pessoas reais.

Elenco brilhante


Entre o elenco, vale destacar a maravilhosa atuação de Dustin Hoffman. Na época com trinta anos, mas vivendo um personagem com vinte e um, Hoffman demonstra muito bem o nervosismo e a tensão de Benjamin através da respiração ofegante e do olhar nunca fixo. Anne Bancroft também tem uma excelente atuação como a madura e decidida Sra. Robinson. Ciente da inexperiência do rapaz, ela não economiza nos artifícios para seduzi-lo e consegue o que deseja. 

Vale observar a perfeita composição da personagem, através da sexy voz rouca, dos olhares nada tímidos e dos sensuais movimentos femininos, como as passadas de mão no cabelo. Fechando os destaques principais, Katharine Ross vive Elaine com bastante charme, além de transmitir com competência o dilema vivido pela garota, que ama Benjamin, mas não sabe como lidar com a estranha situação que o relacionamento envolve. 

Vale citar ainda Murray Hamilton como o inocente Sr. Robinson, que leva muito tempo até perceber o caso existente entre sua esposa e o jovem rapaz, comprometendo (como era de se esperar) a intenção das duas famílias de casar Benjamin e Elaine.

Prêmios


"A Primeira Noite de um Homem" é ainda um filme bastante premiado. Além do Oscar de direção, foi indicado ainda a outras seis categorias: melhor filme, melhor ator para Dustin Hoffman, melhor atriz para Anne Bancroft, melhor atriz coadjuvante para Katharine Ross, melhor fotografia e melhor roteiro adaptado. Uma pena que não tenha levado mais estatuetas.

Mas ao contrário do Oscar, no Globo de Ouro o filme saiu como um dos grandes vencedores da noite, faturando nada mais nada menos do que cinco prêmios: melhor filme em comédia/musical, melhor diretor, melhor atriz em comédia/musical para Anne Bancroft, melhor revelação masculina para Dustin Hoffman e melhor revelação feminina para Katharine Ross.

Vale a pena assistir


A sensação de bem estar predomina no espectador, que acompanha o drama do jovem garoto e sofre junto com ele até o alegre desfecho da narrativa. Mérito da excelente direção de Nichols, das ótimas atuações do elenco e do belo roteiro. Por tudo isso, adicionado ainda ao contexto histórico e a importância que teve em seu lançamento, “A primeira Noite de um Homem” se confirma como uma deliciosa comédia, extremamente inteligente e agradavelmente próxima da realidade. Sem precisar apelar para as já cansativas, batidas e, em muitos casos, completamente dispensáveis, cenas de sexo, o filme prende seu espectador pelo romantismo e pela trilha sonora impecável ao som da dupla Simon & Garfunkel.

Achei que ia falar pouco, mas  acabei me estendendo demais ao escrever sobre esta obra-prima. "A Primeira Noite de um Homem" se tornou um clássico por conseguir combinar perfeitamente o romantismo com a arte de fazer cinema.

"IDE, PORTANTO, FAZEI DISCÍPULOS...!"

Que importância tem o discipulado na vida do crente atualmente? O que exatamente significa ser discípulo de Cristo? Todo cristão deveria questionar-se sobre isso. Afinal o próprio Senhor Jesus faz um chamado direto e específico para os seus discípulos: "Ide, portanto, FAZEI DISCÍPULOS de todas as nações, ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado."


Este texto e seu contexto, conhecido como a "Grande Comissão", é mencionado em Mateus 28:19-20 e é também extensivo à Igreja hoje. Todavia, a tarefa de fazer discípulos conforme a vontade de Cristo não é de responsabilidade exclusiva de líderes cristãos, pastores ou pessoas com formação teológica e/ou acadêmica. É um chamado que alcança a todo e qualquer crente, não importa quantos anos de vida cristã tenha ou quanto conhecimento bíblico tenha adquirido, ou ainda se tem ou não qualificações necessárias para desempenhar a tarefa.

???


Bom, então talvez você possa estar se perguntando: Como posso começar neste encargo? O que realmente implica ser discípulo do Senhor? Seria necessário observar o exemplo de Cristo e seus discípulos? Mas, afinal, o que fez com que aqueles doze homens largassem tudo o que tinham para seguir a Cristo? Qual o atrativo em ser discípulo do Mestre? Quais habilidades um discípulo deve desenvolver? São perguntas relevantes, porque afinal como podemos saber "fazer" discípulos se não soubermos exatamente como eles devem ser ou que conceitos precisamos lhes transmitir na prática?

A questão toda se resume a questionamentos do tipo "O que é realmente ser cristão?". Ou "O que Deus realmente quer de nós?". Há quem possa dizer que o que se espera de um cristão é que leia a Bíblia todos os dias, ore, não falte aos cultos do domingo, participe das atividades da igreja, testemunhe da sua fé, convide outros para assistir reuniões, tenha um relacionamento familiar exemplar e, por fim, que dê um bom testemunho de vida. Coisas como ser honesto e justo, não fumar, não beber, não ter vícios. 

Se você tem a ideia de que fazer discípulos é desenvolver este tipo de atitudes em outros irmãos, saiba que este não é o foco central do que significa viver com/em Cristo. Quem agir assim terá dificuldades em discipular. Afinal, é perfeitamente possível alguém observar todas essas práticas e, mesmo assim, viver longe de Deus. Ser um verdadeiro cristão não é seguir uma lista de atividades.

Discipulado é relacionamento


O que Deus deseja de nós é que tenhamos um íntimo relacionamento com ele. A base para a vida cristã é a dependência. E todas as outras práticas e virtudes passam a ser uma consequência direta desta relação com o Senhor.

O discipulado cristão está relacionado exatamente com isso: viver um relacionamento com Deus e mostrar aos outros o caminho desta vida fascinante. É dessa maneira que nós vamos poder desempenhar a função de sermos como sal da terra e luz do mundo, mostrando aos outros o caminho da verdade e da salvação que há em Cristo. Este é o chamado de todo o que crê.

[É]VENTO

Hoje, enquanto fazia minha caminhada eu pensava. Muitos irmãos comentam que suas igrejas são movidas por eventos e que dizem aos seus pastores que evento é como vento, vem e some. Isso me acende uma forte preocupação e acaba dando como resultado esse artigo.


Ao longo destas mais de duas décadas de vida cristã tenho percebido que muitas igrejas acabam mesmo sendo movidas por eventos. Aliás, até que não é difícil gerenciar (não seria pastorear) uma igreja assim, dou a dica para você: basta fazer uma reunião antes de findar o ano com todos os líderes da igreja, elaborar um calendário repleto de atividades semana após semana. A você caberá cobrar antecipadamente ao responsável que tome providências para que a atividade programada seja cumprida. Seja rigoroso, exigente. Tire fotos e divulgue nas redes sociais, faça relatórios, coloque tudo no site da igreja e mostre que o "circo" está em movimento. A caravana circense passa, os cães ladram e nada acontece. Só há o bramidos dos cães. Se alguém ficar doente no meio do caminho é só falar que a pessoa tem de dar um jeito e se sacrificar para o "reino" pois o show não pode parar. O pior é os pastores que não se deixam levar pela onda dos eventos, acabam sendo chamados de retrógrados, "religiosos" e sem visão!

Um dado curioso é que, em geral, as denominações históricas no Brasil foram organizadas por missionários norte-americanos. Vamos lembrar que uma das ideologias impulsoras da cultura norte-americana é o pragmatismo, que focaliza a ação, a utilidade. Creio que temos aqui as raízes históricas que podem ter nos induzido a reduzir o Cristianismo a atividades eclesiásticas, de modo que ser cristão significa simples e meramente trabalhar na igreja. Isso pode ter passado para as outras denominações que surgiram ao longo da história da igreja no Brasil.

Nesse sentido o pastor da igreja passa a ser gerente de calendário em vez de pastorear, cuidar do rebanho. O afeto, tão caro ao espírito do pastoreio, é substituído pelo poder, pelo comando, de modo que quando o pastor está chegando perto de alguém logo se pode pensar "Lá vem o sermão (sinônimo de bronca, de cobrança)!"

Será preciso recuperar o lado relacional, convivencial, terapêutico, piedoso e amigo do pastoreio. Infelizmente ao longo do tempo confundiu-se o dom pastoral com a função da gestão eclesiástica e muitos pastores acabam tendo de investir tempo nisso, pouco sobrando para o cuidado das vidas e não apenas da utilidade de cada ovelha para o trabalho eclesiástico.

Igreja é muito mais do que evento, é uma comunidade terapêutica, provedora de acolhimento, de comunhão, compartilhamento, de socorro, de serviço, de testemunho, de aprendizagem, de disciplina também. É um ambiente fértil para o desenvolvimento da vida em adoração e glorificação a Deus, o resto é vento.

OS CRENTES E AS DOENÇAS DO SÉCULO

Para algumas pessoas depressão não é doença, é problema espiritual. Estresse já foi visto como pura frescura, "doença de rico". A síndrome do pânico já foi associada ao ataque de espíritos malignos. Os nomes são modernos, mas os problemas são antigos. A Bíblia relata inúmeros distúrbios descritos de diferentes formas: semblante descaído, espírito abatido, desespero, alma cansada, coração turbado, fardos pesados de iniquidade, peso que faz encurvar, tristeza a ponto de verter lágrimas ou desfalecimento. Nos tempos bíblicos, homens e mulheres também sentiram terríveis sensações, que tentaram descrever com suas próprias palavras. Podemos então dizer que Elias estava numa crise de depressão quando estava no deserto e pediu a morte para Deus? Neemias também ficou "deprimido" quando ficou sabendo de toda a situação de Jerusalém e do povo? A Bíblia diz que ele assentou-se, chorou e lamentou-se por alguns dias. Assim como eles, Jó, Saul, Noemi, Ana, Davi, Jeremias, Jonas (no final de sua vida), Pedro, e tantas outras pessoas descritas nas Escrituras Sagradas, passaram por situações típicas de uma depressão. O que dizem os especialistas?

Doenças do século


Segundo os psicólogos, em entendimento unânime, pelo fato do ser humano ser singular, ficaria muito generalizado responder a pergunta apenas com um conceito. A depressão, entendem, pode ser resultado de uma disfunção orgânica, emocional, social ou espiritual, dependendo do caso, porque nossa vida, além de ser formada pelo corpo - células, tecidos, órgãos e sistemas, também é formada pelo nosso social, o meio em que vivemos e os nossos relacionamentos, além do psicológico e do espiritual. A harmonia de todos esses fatores resulta em alguém saudável e qualquer desajuste reflete no todo. Então, ainda conforme entendimento dos especialistas, quando não há sensibilidade e desvalorizamos os alarmes produzidos pelo nosso organismo, ele busca escapes como o estresse, o pânico e a depressão.

O estresse


Das doenças do século, o estresse é o mais comum e ele é causado pelo desrespeito do próprio ser humano por ele mesmo. Conforme explicação dos especialistas, o estresse vem da falta de auto-conhecimento, que contribui para a falta de respeito da estrutura física, emocional e espiritual. Por exemplo, respeitamos as luzes de advertência do painel do nosso carro, então paramos e vamos atrás de um especialista para realizar a manutenção necessária e assim nos sentimos mais seguros ao dirigir. Mas nós raramente paramos quando nosso corpo dá o sinal de alerta, normalmente seguimos em frente, e as consequência vem depois.

A depressão


Depois do estresse, vem a depressão que está em segundo lugar entre as doenças do século. Muitas pessoas, antes de conhecer a causa da depressão, buscam tratamento com antidepressivos, às vezes, mesmo sem orientação médica. No site oficial de Dráuzio Varella - médico oncologista, cientista e escritor brasileiro, formado pela Universidade de São Paulo, na qual foi aprovado em 2° lugar, conhecido por popularizar a medicina em seu país, através de programas de rádio e TV -, ele explica em um artigo intitulado "Estilo de Vida" que as pessoas não se cuidam e ainda se justificam por isso, como se a culpa não fosse delas. "Nas grandes cidades, não faltam justificativas para nossa irresponsabilidade na prevenção dos problemas de saúde que afligem o homem moderno. 'Saio cedo, perco horas no trânsito caótico, tenho uma jornada massante de trabalho e volto tarde, morto de fome, como vou levar uma vida saudável?' - é a desculpa que damos a nós mesmos para justificar o descaso com um bem que a natureza nos ofertou sem termos feito qualquer esforço pessoal para merecê-lo: o corpo humano", alerta o dr. Dráuzio. 

A síndrome do pânico


Essa doença, que em dias atuais vem se tornando cada vez mais comum, principalmente pelo aumento descontrolado nos índices de violência nos grandes centros metropolitanos (que também vem se alastrando pelas antes pacatas e tranquilas cidadezinhas do interior), é originada em experiências traumáticas do passado que não bem interpretadas. Com o tempo, quando a racionalização perde seus recursos, vem a sensação de ameaças. Pode-se dizer que o pânico é a consequência do estresse e da depressão mal resolvidos. Há um desequilíbrio químico, físico e emocional que se manifesta com o excesso de temores. Funciona como um mecanismo de defesa, levando a pessoa a uma perda de controle, com sentimento de desespero e incompreensão da situação. Quando há uma disfunção do cérebro impedindo a captação normal da seratonina - neurotransmissor que atua no cérebro regulando o humor, sono, apetite, ritmo cardíaco, temperatura corporal, sensibilidade a dor, movimentos e as funções intelectuais - surge um disparo de alerta sem motivo aparente do sistema nervoso, produzindo noradrenalina - é uma das monoaminas que mais influencia o humor, ansiedade, sono e alimentação junto com a Serotonina, Dopamina e Adrenalina - . em grandes quantidades, provocando assim sintomas físicos reais, como a taquicardia, tremores, sudorese, náuseas, tensão muscular, formigamentos entre outros sintomas, explica a psicologia. 

Enfim, problema psíquico ou espiritual?


O transtorno psíquico existe e é provado cientificamente, é um distúrbio mental muito frequente nos dias de hoje, mas em alguns casos, pode haver influências espirituais, conforme alguns especialistas. A princípio o distúrbio é sempre físico e psicológico, mas dependendo da realidade em que a pessoa está inserida, isso pode contribuir para que haja influências malignas sim. Quando o quadro chega num ponto em que a pessoa começa a ouvir vozes, por exemplo, é necessário averiguar as origens.

Atualmente não são apenas as ovelhas que sofrem com depressão e que precisam de ajuda. Pastores também estão depressivos, vivendo à base de medicamentos. O assunto é sério e merece atenção. Cada um com seus próprios motivos, muitos estão com os nervos em frangalhos, massacrados pelo sistema que se instalou nas igrejas, obrigados a cumprir metas e a contabilizar tudo, como se o templo fosse uma verdadeira organização administrativa. O fato é que, seja por fatores internos ou externos, a disfunção psíquica acontece com qualquer um e satanás aproveita-se da fragilidade físico que, consequentemente, coloca a pessoa espiritualmente vulnerável, não perde a oportunidade e lança seus tentáculos malignos. 

Cura em Deus


O cristão precisa se conscientizar que não é um "super humano". Somos templos do Espírito, habitar de Deus. E somos os responsáveis de zelar pelo bem estar desse templo. Ainda que seja fato que essas doenças do séculos, às quais, contextualizando, chamamos de doenças da alma, possam ser atuação maligna, a que se saber o motivo pelo qual elas se instalam no indivíduo. Dentro do contexto espiritual, devemos ter o seguinte procedimento no enfrentamento dessas doenças:

1. Não culpar ou questionar a Deus. Muitos crentes ao enfrentar uma enfermidade culpam ao Senhor e, martirizando-se, questionam: “Por que Deus?”. E, pior, afirmando que tal mal veio de Deus como uma provação. Assim agiu o rei Ezequias, mas Deus acrescentou-lhe mais quinze anos (Is 38:5). Contudo, durante esse período de sobrevida, ele cometeu um de seus maiores erros (Is 39:1-8 - Não teria sido melhor que tivesse morrido antes?). Não podemos nos esquecer de que somos pó e que um dia ao pó haveremos de retornar (Gn 3:19). Diante das situações de confronto, portemo-nos humildes diante do Senhor e não como autossuficientes.

2. Confiar em meio à dor. A dor e o sofrimento não devem afastar-nos da presença do Pai Celeste; ambos devem servir para que aprendamos a confiar ainda mais no Senhor. Até mesmo diante da morte, o crente verdadeiro pode temer, todavia, não se assombra e continua a confiar: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo [...] (Sl 23:4)”. Deus - através de Jesus Cristo, homem - já nos provou ser mais forte do que a morte.

3. Na expectativa de um milagre. Deus é imutável! Ele continua a operar milagres e maravilhas. Todavia, não podemos nos esquecer da sua soberania. Ele opera quando quer e a sua maneira de agir é única. Não desista, continue a confiar no poder do Altíssimo, pois sua esperança não será frustrada (Pv 23:18). O homem sem Deus desconhece o seu futuro, mas o crente tem a certeza da vida eterna e sabe que o Todo-Poderoso jamais nos deixará: “O Senhor conhece os dias dos retos, e a sua herança permanecerá para sempre” (Sl 37:18).

Conclusão


O crente não está imune às enfermidades. Mas a nossa vitória sobre as doenças está na confiança em Deus. Ele nos ama e jamais nos abandona em meio à dor e ao sofrimento. Se você tem sido assolado pelas enfermidades, não se desespere! Confie no Senhor e ouça a sua voz: “Não temas, pois, porque estou contigo” (Is 43.5). E creia que ele não irá nos curar, ele JÁ nos curou (atente-se para a conjugação verbal: presente do indicativo): 

"Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados."
Isaías 53:4,5

[Fontes: CPAD, Tua Saúde] 

sexta-feira, 29 de maio de 2015

NÃO VIVO EM CRISE. VIVO EM CRISTO!

Às vezes, me vem uma vontade enorme de chutar o balde! Penso em desistir, parar de lutar por um país melhor (todo trabalhador honesto, pagador de seus impostos e cumpridor de seus deveres, seja de que profissão for, participa ativamente dessa luta), sonhar com políticos altruístas, abnegados, que ajam como verdadeiros sacerdotes da nação. Minha vontade é de anular meus votos nas próximas eleições em 2016, pois ninguém os merece. Parece que o melhor, o mais sensato, é viver alienado, como muitos; não dar a mínima para a política, ignorar o país e cuidar da minha vida.


Confesso que diante de situações como as que estamos vivendo, tudo isso me passa pela mente. Manter a esperança quando a gente se sente traído é como querer permanecer de pé com as pernas quebradas. Por mais que nos esforcemos, não dá - não há mais nada em que se apoiar. Então, sem a utopia que nos motiva, jogamos a toalha e nos entregamos ao cinismo, aquela descrença que toma conta da alma e nos rouba os sonhos mais nobres.

Tais sentimentos passam por mim e chegam a me fazer considerar que este é, provavelmente, o melhor caminho. Mas, em algum momento, parece que enfrentam uma espécie de resistência interna. Eles não chegam a corromper totalmente meu coração e minha mente; lentamente, volto a me recompor e a reconsiderar a fonte dos meus sonhos e esperanças. Vejo então que elas não podem se sustentar num alicerce tão frágil e efêmero como o das ambições insanas pelo poder.

Entre a fé e a razão, vencerá a que estiver mais bem alimentada


O apóstolo Paulo, ao referir-se à fé de Abraão, disse que o patriarca "esperava contra a esperança". Abraão cria numa promessa que, embora teoricamente impossível, lhe fora feita por Deus. As chances de acontecer aquilo que o Senhor lhe havia prometido eram mínimas, quase impossíveis mesmo - para dizer a verdade, nenhuma; mas ele creu e sua fé lhe encheu de esperança. 

E o que dizer de Habacuque, um profeta de Deus preocupado com seu país e o futuro de sua gente? Aflito, ele perguntou a Deus: "Até quando, Senhor, terei que conviver com a injustiça e opressão?" A princípio, qualquer um esperaria uma intervenção divina eliminando a iniquidade e trazendo de volta a retidão. No entanto, a resposta de Deus surpreende o profeta: os conflitos, ao invés de diminuírem, iriam aumentar. Ele, sem entender, prefere calar-se e permanecer atento ao que Deus iria fazer.

Habacuque nos dá uma das lições mais preciosas sobre esperança e fé. Diante da devastação, da corrupção, da injustiça e do sofrimento, ele não as perdeu. Nas sua célebre oração, o profeta diz: "Ainda a figueira não florescendo a figueira, e não havendo uvas nas videiras; mesmo falhando a safra das azeitonas, não havendo produção de alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral, nem bois nos estábulos; ainda assim, eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação. O Senhor, o soberano, é a minha força; ele faz os meus pés como os do cervo; faz-me andar em lugares altos."

De onde Abraão e Habacuque tiraram sua confiança? Os fatos que presenciaram conspiravam contra qualquer esperança. Abraão não tinha motivos para acreditar que, em sua velhice, pudesse ainda ter filhos. Parecia coisa de lunático, projeção da sua carência. Da mesma forma foi com Habacuque. Esperar o que? O exército dos caldeus estava marchando sobre sua terra. Anunciava-se uma devastação total, uma crise sem precedentes. No entanto, ambos creram na ação misteriosa e soberana de Deus.

A esperança que nunca morre


O apóstolo Paulo afirma que permanecia sempre disposto, cheio de esperança e trabalhando arduamente porque, mesmo que seu homem exterior - presenciando as circunstâncias políticas e sociais, a falência dos projetos humanos ou as limitações da ciência - sofresse os golpes fatais da desilusão, seu homem interior, aquele lugar onde a fé nutre a esperança, ia se renovando dia após dia.

A crise moral, política e ética que vivemos hoje serve de alerta para nos fazer ver de onde temos alimentado a esperança. Hoje, o medo e desilusão rondam de novo a esperança. 

Olhamos para o futuro e não enxergamos nada; as possibilidades de mudança evaporam. Na melhor das hipóteses, quem sabe, poderemos sonhar com um governo que seja mais esperto, que esconda melhor as tramas do poder, os caixas dois e os favores políticos. Talvez poderemos também sonhar com uma reforma política, destas para inglês ver, que servirá apenas para, mais uma vez, iludir eleitores sonhadores... como eu!

Mas a esperança é nutrida pela fé não será a última à morrer. Ela não nunca morre. Não é a fé num político, em um partido com discurso moralista, religioso ou ideológico. Nossa esperança, hoje e sempre, é sustentada pela Palavra de Deus, pela certeza de que o Senhor reina e que conduz todas as coisas para o fim que Ele mesmo determinou. É por causa d'Ele e do seu Reino que continuamos a lutar incansavelmente até que haja justiça.

É por causa da fé que podemos dizer como Habacuque - ainda que o poder continue corrompendo os mais nobres ideais; ainda que a maioria dos políticos não mereçam nossa confiança; ainda que malas de mensalões continuem circulando nos corredores do poder; ainda que a mentira permaneça na boca daqueles que juraram dizer só a verdade; mesmo assim, eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação.

Não chutarei o balde!


Não pretendo chutar o balde, muito menos me juntar aos alienados. Mesmo que as notícias piorem cada dia e o mercado dê sinais de agitação, crises e intranquilidade, ou ainda que aqueles em quem um dia eu confiei me decepcionarem e os sonhos que um dia acalentei se frustrem, eu ainda continuarei a sonhar e ter a esperança de um dia ver este país ser governado por gente decente. 

Líderes que sejam servos do povo, que aspirem ao sacerdócio e não ao poder, que lavam os pés uns dos outros e não se curvam diante daqueles que oprimem e amam a iniquidade e não a justiça. Continuo tendo essa esperança porque sei em Quem tenho crido, e sei que somente n'Ele minha esperança repousa sustentada pela fé no sobrenatural. Não vou desistir de viver tudo o que Deus tem pra mim. Vou perseverar na minha escalada rumo à eternidade. Não vivo em crise, vivo em Cristo.
"Avisa que eu voltei" - Filipi Rodrigues

JESUS, O CUMPRIMENTO PROFÉTICO DA ANTIGA ALIANÇA

“E disse-lhes [Jesus]: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos.”
Lucas 24:44

Falar sobre Jesus é algo delicioso. Mais delicioso ainda é experimentar d’Ele, andar com Ele, tê-lO. O Senhor Jesus é o centro das Escrituras Sagradas, e está presente em seu conteúdo, história e instituições, de maneira direta e indireta.

O conteúdo do Antigo Testamento acerca da obra redentora de Deus, em Cristo, é muito rico em detalhes e não se restringe às profecias. Os escritores do Novo Testamento reconhecem a presença de Cristo na história da redenção, nas instituições e nas festas sagradas do Antigo Testamento. 

Vamos ver onde Jesus está presente de maneira indireta (profética) na Antiga Aliança. Jesus já estava nos planos de Deus desde a queda do homem. Entretanto, como sempre dentro dos princípios divinos, a revelação sobre Ele foi dada gradativamente, no decorrer dos acontecimentos registrados de Gênesis ao Apocalipse.


Figuras Proféticas



1. As prefigurações


A denominada “paixão de Cristo” foi prefigurada na instituição da páscoa, no Egito (Êx 12:3-13). O cordeiro sacrificado diariamente apontava para Cristo que padeceu durante a comemoração dessa grande festa judaica (Lc 22:15), pois “Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1 Co 5:7). Os sofrimentos de Davi, descritos no Salmo 22, prefiguram os vitupérios e flagelos de Jesus: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Sl 22:1; Mt 27:46; Mc 15:34).

2. A linguagem profética

Ao retornar do Egito, a sagrada família foi habitar em Nazaré: “E chegou e habitou numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno.” (Mt 2:23). O profeta Jeremias, por exemplo, predisse que Jesus seria traído conforme lemos em Mateus 27:9. Examine as Escrituras e veja o que escreveu Zacarias no capítulo 11, versos 12 e 13. 

Os profetas, segundo podemos observar, eram harmônicos entre si, pois todos eram inspirados por um único Espírito – o Espírito Santo de Deus.


Instituições Proféticas




1. Israel

Quando José, Maria e o menino Jesus retornaram do Egito, depois da morte de Herodes, o Grande, Mateus registrou esse fato como o cumprimento de uma profecia: “Do Egito chamei meu Filho” (Mt 2:15). Essa passagem está em Oséias 11:1: “Quando Israel era menino, eu o amei; do Egito chamei o meu filho”. Qualquer hebreu do mundo pré-cristão, ao ler essa passagem, logo concluiria tratar-se da saída dos filhos de Israel do Egito, e não estaria errado, pois o profeta está, de fato, referindo-se ao evento da libertação do Egito. No entanto, vemos aqui também uma profecia messiânica. É tudo uma questão de texto e contexto.

2. O tabernáculo




Representava a presença de Deus no meio do povo. Deus mandou Moisés construir o tabernáculo, porque almejava habitar no meio dos filhos de Israel: “E me farão um santuário, e habitarei NO MEIO DELES” (Êx 25:8). No tabernáculo (Êxodo caps. 25 – 40) está a figura de Cristo: “E o Verbo se fez carne e HABITOU ENTRE (NO MEIO DE) nós” (Jo 1:14). Não somente isso, mas cada peça e utensílio do tabernáculo apontam igualmente para Cristo e sua obra salvífica (Hb 9:8-10).


3. O sacerdócio


A ordem de Arão, também conhecida como sacerdócio levítico, foi instituída por Moisés como o sistema sacerdotal dos hebreus. Era o exercício do santo ministério no Antigo Testamento. A consagração de Arão e o seu ministério prefiguram a obra de Cristo; isso está muito claro na epístola aos Hebreus (5: 4,5). 

Já no Antigo Testamento, a palavra profética anunciava a mudança no sistema sacerdotal (Jr 31:31-34); Hb 8:8-12) e a substituição do sacerdócio arônico pela ordem sacerdotal de Melquisedeque (Sl 110:4; Hb 7:11, 17).

Por enquanto é só. Até um próximo artigo onde falarei um pouco mais sobre essa Pessoa maravilhosa, o Autor e Consumador da minha fé, meu Senhor e Salvador Jesus Cristo, o Nazareno. “Porque em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” Atos 4:12

quinta-feira, 28 de maio de 2015

HÁ SALVAÇÃO FORA DA IGREJA?

"Fora da igreja não há salvação!" Esta frase foi dita por Cipriano de Cartago [Táscio Cecílio Cipriano nasceu no norte da África, provavelmente em Cartago, entre os anos 200 e 210 dC. Filho de família abastada, recebeu formação superior, dedicando-se à oratória e advocacia. Converteu-se ao Cristianismo, já adulto, por volta de 245. Três anos depois foi eleito bispo de Cartago. Foi degolado nas imediações da cidade, na presença de grande multidão de cristãos e pagãos, aos 14 de setembro de 258, durante a perseguição de Valeriano.] no terceiro século de nossa era e acabou se tornando dogma na Igreja Católica Romana, mas creio que tem sido adotada por muitas igrejas e denominações evangélicas. Neste caso, o sentido da frase até pode ser ampliado para "Fora da igreja não há Cristianismo!" implicando, entre outras coisas em que Cristianismo e igreja sejam a mesma coisa.

Em primeiro lugar é preciso deixar claro que a existência da igreja não pode ser colocada em dúvida, mas isso não significa que ela deva ser um fim em si mesma e, creio, que é isso que tem acontecido em alguns casos. Pois quando entendemos que textos como "buscai em primeiro lugar as atividades e ocupações na igreja" estamos reduzindo o reino de Deus e o Cristianismo às atividades eclesiásticas em vez de considerarmos a igreja como um meio que Deus instituiu para ser um ambiente fértil para o desenvolvimento da vida cristã, da piedade, da capacitação do crente para ser cristão no mundo e desenvolver os seus dons de serviço. Também um meio para ser uma comunidade terapêutica, de capacitação na compreensão da vida, das doutrinas, da Bíblia, uma comunidade - a família de Deus, etc.

Transformarmos a igreja num fim em si mesma quando entendemos que a vida cristã se resume em atividades e mais atividades freneticamente desenvolvidas no domingo, que deveria ser um dia de celebração, descanso e passa a ser "dia do cansaço" e da agitação, como se o Cristianismo de sete dias pudesse ser vivido apenas um dia. Mesmo porque igreja passou a ser um lugar, um estatuto, um organograma em vez de pessoas pelas quais Cristo morreu na cruz. Sem dúvida o estatuto, o organograma são necessários, mas também são meios e não fins.

A igreja de Jesus Cristo é um meio, um instrumento para levar o evangelho ao mundo, para capacitar os salvos à vida em comunhão e lealdade ao Senhor. A igreja não pode ser confundida com o reino de Deus, mas deve ser considerada um instrumento de Deus para seu reino, dando ao crente condições para viver o reino no mundo, no seu dia-a-dia, como cristão. E ser cristão não é só pregar que Cristo salva, mas viver a salvação que Cristo nos dá.

Quando a Igreja se considera um fim em si mesma acaba nutrindo uma entropia, fechando-se em torno de sua própria existência. Não sendo sinérgica, deixa de cumprir a sua missão integral que tem como ponto de partida levar cada pessoa a viver para a glória de Deus.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

CONHECENDO O ISLAM

Muito ouvimos falar sobre o islamismo, mas nem tudo o que ouvimos reflete a verdade sobre esse movimento religioso. Qual sua origem? Em que se fundamentam suas crenças?Resolvi fazer uma pesquisa para compor esse artigo e descobrir alguns detalhes sobre o Islamismo.


Origem - Contexto histórico



Divisão geográfica do Islã

No século VII, a península arábica era habitada por povos que levavam uma vida nômade, divididos em tribos, incapazes de constituir uma federação mais ampla e estável. Ao sul da península, no Iêmen, havia formas de sociedades mais desenvolvidas. Importante porto, por ali passava todo o comércio vindo do Oriente, que ganhava o interior da península através de caravanas de cameleiros que iam até à Síria. Persas e etíopes disputavam a posse de pontos essenciais. Os sassânidas (persas) tinham o monopólio comercial do oceano Índico e queriam impedir a concorrência de Bizâncio que, pelo Egito, tentava infiltrar-se na região.

Em decorrência, Meca tornara-se um centro comercial importantíssimo, rota de passagem entre o Iêmen e a Síria e o atual Iraque. Portanto, os árabes não viviam confinados, como podemos imaginar, mas nas fronteiras das duas grandes civilizações existentes então. Eram politeístas e a religião absorvia essa realidade, posto que sua fé refletia um pouco de todas as crenças populares do Oriente.


O Islam - Contexto religioso



Maomé

O Islamismo é uma religião monoteísta, ou seja, acredita na existência de um único Deus. É fundamentada nos ensinamentos de Mohammed ou Muhammad, chamado pelos Orientais de Maomé. Atualmente é a religião que mais se expande no mundo, está presente em mais de 80 países.

Em Medina, já não é só a pregação de uma fé. Mohammad organiza uma comunidade dentro dos princípios islâmicos, cuja lei não está dissociada da fé, posto que sua origem é divina. Ao morrer, em 632, ele tinha deixado uma religião consciente de sua especificidade, esboçara um regime social externo e superior à organização social e unificara a Arábia, coisa até então inconcebível. Toda a Arábia havia se tornado muçulmana e os árabes já não mais estavam divididos entre a lealdade ao Islam ou às tribos, porque todos eram muçulmanos e o Islam havia absorvido a todos por igual.

O Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos

Em linhas gerais, o Islam é uma religião simples, isenta de dogmas e fundamenta-se em 5 pilares básicos: crença em Deus, nos Seus anjos, nos livros e nos mensageiros, no dia do juízo final, e na predestinação. São pilares da fé: o testemunho, a oração 5 vezes ao dia, o pagamento do zakat, o jejum no mês do Ramadã e a peregrinação, pelo uma vez na vida. São fontes do Islam: o Alcorão, a sunnah (ditos e atos) do Profeta e as biografias escritas.

Após a morte do Profeta, as antigas inimizades que tinham sido administradas por ele em vida, tornaram-se mais evidentes. A comunidade muçulmana de Medina estava constituída por quatro grupos principais: os muhajirin, muçulmanos de Meca, que tinham acompanhado o Profeta por ocasião da Hégira; os ansar, cidadãos de Medina, que tinham recebido os muçulmanos de Meca e lutado com eles; os partidários de ‘Ali, que defendiam que o sucessor do Profeta deveria ser alguém da família dele (hashemita), no caso ‘Áli ibn Abu Talib, genro e primo do Profeta; e os omíadas, pertencentes à aristocracia de Meca, cujo líder do clã era Abu Sufyan.

Oração dos muçulmanos

Esses grupos, de uma forma ou de outra, achavam-se os legítimos sucessores do Profeta. O Profeta não havia determinado a forma de sucessão. Seguindo as tradições, em que a escolha do líder do clã era em função da experiência, sabedoria e prestígio, escolheram Abu Bakr para ser o primeiro califa. Não obstante umas poucas reações, não houve uma oposição declarada à indicação.

Com a morte de Abu Bakr, assumiu o califado Omar ibn al-Khattab. Durante seu período, o império expandiu-se com as conquistas do Iraque, Palestina, Pérsia, Síria e Egito. Omar foi assassinado por um desafeto seu. O terceiro califa foi Osman ibn Affan, que era um membro da casa omíada. Osman governou por doze anos. Os primeiros seis anos foram marcados por uma paz e tranquilidade internas, mas, na segunda metade de seu califado as rivalidades ressurgiram e os descontentes, aproveitando-se da insatisfação entre as pessoas, começaram a conspirar contra Osman. Os rebeldes pediram a sua renúncia, e alguns dos companheiros até pediram que renunciasse. Certo dia, após um longo cerco, os revoltosos entraram em sua casa e o assassinaram.


As dissidências



Quando 'Ali, primo e marido da filha de Mohammad, portanto um hashemita, foi escolhido como o quarto califa, encontrou forte oposição por parte de Muawiya, filho de Abu Sufyan, descendente do clã dos omíadas. Foram cinco anos de guerra civil entre hashemitas e omíadas, que culminaram com o assassínio de 'Ali. Muawiya tornou-se califa e estabeleceu a dinastia omíada, que governou o mundo muçulmano por 90 anos, de 661 a 750. 

As divergências entre omíadas e hashemitas dividiram o mundo islâmico e perduram até os dias atuais. Aqueles que defendem o direito dos descendentes de 'Ali ao califado, ficaram conhecidos como xiítas (Shia ‘Ali - Partido de 'Ali) e, do ponto de vista espiritual, constituem um grupo separado dos sunitas, isto é, aqueles que seguem as sunas (ditos e atos) do Profeta.


Conceito social



Cidade de Meca

A expansão árabe, partindo de um emaranhado de tribos nômades, de um deserto remoto, para transformar-se no maior império do mundo, é um dos eventos mais impressionantes e dramáticos da história mundial. De início, essas conquistas não apresentaram efeitos perturbadores sobre as populações conquistadas. Não havia perseguição religiosa por parte dos muçulmanos, que apenas exigiam que os não-muçulmanos admitissem a supremacia política do Islam, materializada no pagamento de um imposto especial, na proibição de qualquer proselitismo junto a muçulmanos e no caráter puramente árabe do exército. Na verdade, essas restrições pouco afetavam o cotidiano dos povos vencidos. O que é fato é que a vida intelectual floresceu, tanto em Córdoba e Granada como em Damasco e Bagdá.

Após 200 anos de iniciada a expansão islâmica, o domínio do Islam começa a se fragmentar em uma série de governos independentes, cada um deles com uma feição própria, e a supremacia titular do califado passa a ser questionada e, em alguns casos, recusada.

Contexto político


Nos cinco séculos seguintes, as regiões centrais da Ásia começam a sofrer as invasões nômades e o mundo islâmico vai perdendo a unidade política e o brilho militar que haviam caracterizado os primeiros séculos do Islam. A Ásia Ocidental é ocupada pelos turcos seljúcidas, que passam a controlar o califado, partilhando com os fatimidas do Egito, o poder dominante da comunidade muçulmana. Tão importante quanto a chegada dos turcos, foi o surgimento dos mongóis na última grande invasão nômade.

Em 1492, o califado de Granada rendeu-se ao exército de Fernando e Isabela, da Espanha, marcando o fim do domínio islâmico na Europa ocidental. Em 1500, já não mais havia esperança de unidade política no mundo islâmico. Eram dois os principais centros islâmicos: o Egito e o império otomano. Duas grandes culturas dividiam os muçulmanos: a cultura árabe, com o predomínio do Egito, e a cultura persa, que se tinha difundido entre os grandes impérios continentais criados pelos povos turcos. Apesar disso, o Alcorão, as tradições e a lei, foram os instrumentos aglutinadores para transformar as divergências em uma força social, o que, em última análise, significava o domínio do árabe.

Quando falamos em estado islâmico, estamos nos referindo ao período da história islâmica em que os princípios e as instruções do Islam foram totalmente aplicados em seu verdadeiro sentido. Esse período começa em 622 DC, quando o Profeta Mohammad estabeleceu o primeiro estado islâmico na cidade de Medina. Depois de sua morte, os quatro primeiros califas que se seguiram (Abu Bakr, Omar, Osman e Ali), aplicaram em sua totalidade todos aqueles princípios islâmicos. 

O período que se seguiu e que se estende até os dias atuais, podemos dizer que o sistema islâmico autêntico se modificou, transformando-se em monarquias, sem a participação popular na escolha de seus governantes. São sistemas hereditários, semelhantes aos tempos pré-islâmicos, baseados no sistema tribal. O Islam não reconhece esses governos e sequer pode ser responsabilizado por eles.

No Brasil, o Islamismo chegou, primeiramente, através dos escravos africanos trazidos ao país. Posteriormente, ocorreu um grande fluxo migratório de árabes para o território brasileiro, contribuindo para a expansão da religião. A primeira mesquita islâmica no Brasil foi fundada em 1929, em São Paulo. Atualmente existem aproximadamente 27,3 mil muçulmanos no Brasil.

[Fonte: Brasil Escola]

terça-feira, 26 de maio de 2015

DEUS OUVE MÚSICA?

Deus não ouve música; mas, sim, adoração. Ao ouvir essa frase, senti muito desconforto e até mesmo um pouco de tristeza... Não sei o que mais incomodou: se foi o mal-estar em pensar que Deus (fonte de toda inspiração humana) não se interessaria pela construção de melodias, harmonias e ritmos de uma composição, ou se a tristeza veio com o pensamento de que meu Senhor, não ouvindo música, me permitiria ignorar a forma de executar sons e louvores em Sua presença. O Senhor, alvo de minha canção, estaria ouvindo "somente" meu coração? Imagine a sensação de um escultor ao perceber que não precisaria preocupar-me em como ou que ferramentas usar para construir uma obra de arte, pois seu mestre não estaria interessado em sua criação, mas somente na intenção de construí-la!!! 

Pensar que Deus não ouve música chocou meus sentimentos e "visão musical" para entoar ou conduzir um grupo vocal na execução de uma canção. Segundo a Palavra de Deus, esta deve ser cantada "com júbilo e com arte" (Sl 33:3b). Não vou me deter no fato de que Deus se interessa pelo nosso interior, pois o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor para o coração (1 Sm 16:7)".

Entendo que a frase "Deus não ouve música; mas, sim, adoração" pode estar buscando revelar o cuidado que devemos ter para mantermos "mãos limpas e coração puro" em nossa adoração. Preocupa-me somente ouvir, a partir dessa declaração, em um ensaio de grupo de louvor nossos ministros concluírem que Deus quer "somente" ouvir nossa intenção.

Seria isso verdade? Por que, então, tantos personagens bíblicos lançam mãos de instrumentos musicais e "cantam" sua alma ao Senhor? Por que o Espírito de Deus permitiria conhecimento a mestres de música erudita, cujas composições têm, nas letras, descrições da Palavra de Deus? Alguns deles não ficariam esquecidos com o tempo, mas seriam conhecidos também por glorificar a Deus em suas obras. Podemos citar [Franz Joseph] Haydn (Compositor austríaco nascido em 1732, em Rohrau, Áustria, e falecido em 1809, em Viena. Foi uma das figuras mais importantes no desenvolvimento do estilo clássico na música, durante o século XVIII. O seu maior contributo foi ajudar a estabelecer as formas para os quartetos de cordas e para a sinfonia. Começou a interessar-se por música, depois de ter cantado no coro de uma igreja, onde aprendeu a tocar vários instrumentos.), [George Friederich] Händel (1685-1759, foi um compositor alemão, inglês de adoção. É considerado um dos maiores músicos barrocos. foi um exímio compositor de óperas, cantatas e oratórios, obras-primas da polifonia vocal. Escrevia para grandes orquestras e grandes corais. Sua característica era o drama especial que podemos ouvir em alguns coros de seus oratórios. A sua obra sacra é riquíssima.), entre outros...

Quando debilitado e no fim da vida, ao ouvir sua composição sobre "A criação", Haydn ergue sua voz e diz - "Toda a glória de minha música eu devolvo a Deus".  Dentre as músicas de Haendel, sua obra mais famosa - o Messias (Messiah, 1741) foi composta em apenas 24 dias, um tempo irreal para seu tamanho (obra na qual encontramos o conhecidíssimo Aleluia). Händel teria registrado sua sensação ao escrevê-la: "Acredito verdadeiramente ter visto o céu aberto e o próprio Deus diante de mim". Sobre o Messias, o jornal da cidade de Dublin menciona: "A mais perfeita obra de música (...). O sublime, o grandioso e comovente deram-se as mãos para arrebatar o coração e o ouvido...". Poderíamos ignorar a força da Palavra de Deus: o Salmo 45 (único cântico de amor do saltério) é dedicado a quem?

Ao Ungido de Deus e sua noiva "Ao Rei consagro o que compus...". No versículo 8, ele canta: "Todas as tuas vestes recendem a mirra, aloés e cássia; de palácios de marfim ressoam instrumentos de cordas que te alegram". Em Mateus 26:30, após cearem juntos, o próprio Jesus e os discípulos, "(...) tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras", por fim, em Apocalipse 15:3, os vencedores "(...) tendo harpas de Deus, entoarão cânticos de Moisés (...) e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações!" Que prazer constatar que o Mestre dos músicos "ouve música". Sim, Ele ouve sons musicais que O alegram. Aleluia!!!

A DANÇA E A ADORAÇÃO


Dança. De todas as artes, é provavelmente a que mais gera controvérsias dentro da igreja hoje. Ministros de louvor e musicistas têm as opiniões mais diversas e extremas sobre dança – e dançarinos – do que sobre qualquer outra expressão de adoração. Por que é que a essência da dança faz com que as pessoas reajam tão negativamente, e o que as Escrituras têm a dizer sobre isto?

Eu tenho aprendido, através de muito estudo da Palavra de Deus e da história da Igreja, que a obra do Espírito Santo é progressiva na igreja e através das gerações do Cristianismo. Também acredito na multiforme graça de Deus, que não se submete à rótulos, conceitos e fórmulas humanos.

Deus, em Sua soberania, permite que certas facetas do revelar de Si mesmo através de Sua igreja aqui na terra, sejam reservadas para certos períodos da história. Houve um tempo em certas culturas da igreja onde instrumentos musicais foram banidos. Houve um tempo quando o uso de roupas de cores fortes era considerado por algumas pessoas como sendo mundano ou pecaminoso. Houve um tempo em que cantar qualquer outra parte vocal além da melodia era considerado sensual, e não era permitido. 

A igreja passou por muitas fases cheias de controvérsias, e tudo contribuiu para seu crescimento, expressão e maturidade. Jesus não veio e morreu numa cruz eliminando assim sacrifícios animais enquanto não tinha chegado o tempo designado na história para isso. A pessoa do Espírito Santo não foi revelada a todos fiéis até depois do Calvário. Será que isso significa que estes princípios espirituais não estavam por perto, sem agir antes disso? Claro que não! Isto só significa que Deus tem um tempo na história para todas as coisas, e que a Sua revelação de Si mesmo, mesmo que NUNCA vai contra as Escrituras, sempre é progressiva para cada geração de cristãos na terra. 

Eu creio que o conceito da dança física na igreja é algo que Deus está trazendo à evidência nesta geração, e usando sua importância para trazer a expansão de Seu Reino na terra e a Sua glória. É interessante eu acreditar, aceitar que meu corpo é templo, santuário de Deus e que eu não possa usá-lo para com ele expressar minha adoração. Não que a adoração “nasça” no corpo. Ela é em espírito e em verdade. Entendo que ela nasce dentro e se manifesta fora, fazendo com que o meu ser em sua completude seja envolvido, revestido pela unção da adoração.

Quer estejamos confortáveis com ela ou não, a dança é definitivamente mencionada ou aprovada pelas Escrituras. E se enganou quem pensou que eu me reportaria às danças de Miriam – que dançou após os filhos de Israel terem atravessado o Mar Vermelho e o exército de Faraó ter sido derrotado (Êxodo 15:20) – e de Davi – que tendo uma revelação tremenda da adoração pós-calvário, dançou diante do Senhor quando a Arca da Aliança foi retirada da isolação ara Jerusalém (2 Samuel 6:14). Não os cito como base, pois, ambos os casos estão inseridos dentro de contextos específicos. Entretanto, existem muitos exemplos de pessoas dançando na presença do Senhor – seja como uma expressão de alegria ou intimidade, ou uma expressão profética da guerra espiritual. 

Nós somos ordenados a dançar no Senhor no livro de Salmos, muitas vezes (Salmos 150 é somente um exemplo disto). Nós precisamos nos lembrar que Satanás foi o primeiro ministro de música em existência, e que antes de haver se exaltado em orgulho, seu engano e queda, ele ministrava ao pé do trono do próprio Deus (Estudar Ezequiel 28.). Ele sabe muito bem que a adoração acontece com o fim de honrar a presença de Deus e libera Seu poder, e ele não quer que entendamos ou usemos as armas poderosas e preciosas que Deus nos tem dado.

Todo componente da música e movimento como conhecemos hoje foi incorporada na criação de seu ser e ele entende as forças espirituais que operam quando nós cantamos, tocamos instrumentos ou dançamos diante do Senhor. Até hoje, uma de suas maiores estratégias aqui na terra é envolver a raça humana em expressões musicais, rítmicas e visuais em adoração a si mesmo. Ele distorce a pureza da adoração, quer ela seja aural ou visual, e a degenera em algo sensual, pecaminoso e pervertido. É verdade que a humanidade foi criada para aprender com exemplos visuais mais do que com quaisquer outros, e quando as pessoas veem a dança, algo é liberado dentro delas, quer seja sensual ou espiritual.

Eu creio que por esta razão, muitas pessoas têm dificuldades em algumas áreas, quando se trata de veículos musicais, e expressões de dança – especialmente se estas atividades produziram pecado em suas vidas antes de se tornarem cristãos. Eu também creio que as artes não precisam ser redimidas – nós, como seres humanos, e nossas expressões da mesma, é que precisamos. Em sua criação original, elas são a perfeita expressão da adoração do Deus Todo-Poderoso. Nós somos aqueles que precisamos ser redimidos, e nossas expressões verbais, físicas e visuais de adoração, uma vez direcionados para o diabo e nossa carne sensual, devem agora ser usados de forma que possam trazer glória honra para o Deus Altíssimo. 

A Bíblia claramente diz que Satanás é o príncipe dos poderes do ar (Efésios 2:2) e quando nós falamos palavras, cantamos músicas ou realizamos ações físicas na adoração, nós literalmente estamos enviando ondas de som para sua área de domínio, interrompendo-a, e causando impacto em toda eternidade.

Primeiro e mais importante, as nossas próprias vidas devem ser uma dança – e uma canção de adoração – ao Senhor. Nós devemos viver de uma forma que possamos refletir Sua glória, não a nossa sensualidade e nossa carne. Nosso, vestir, nossa conduta e nosso falar, devem refletir a pureza e alegria da nossa vida-dança ao nosso companheiro celestial, o glorioso Rei dos reis e Senhor dos senhores. O Senhor nos chama para sermos irrepreensíveis, e de todas as maneiras, reverenciarmos o Espírito Santo e refletir Sua glória – não trazendo a atenção para nós mesmos ou nossos corpos, mas ao invés disso, usar nossos corpos para dar glória ao nosso maravilhoso Salvador, e declararmos nosso amor por Ele pelo sacrifício eterno que Ele pagou por nossas almas e corações.

Tem sido uma tendência da igreja eliminar os elementos do Cristianismo que criam “controvérsias”, ou ficar longe deles e ignorar as áreas “perigosas”, mas eu firmemente creio que o Espírito Santo não está procurando um ambiente seguro para Se mover, mas sim, um ambiente cheio de fé. 

Nós, como redimidos do Senhor, como Sua Noiva amada, devemos ser apaixonados, e sim, muito puros, em nossas expressões de adoração e amor ao nosso Deus. Nós não devemos correr das questões que geram controvérsias, mas sim, usando de sabedoria e instrução, tomar de volta o que o inimigo de nossas almas tem usado como SUA arma e começarmos a usar como NOSSA arma, pois a nós pertence este direito. A adoração é nossa; a música é nossa, e a dança é nossa! Vamos cumprir este momento na história o qual Deus chama a Igreja a cumprir, e viver vidas cheias de Sua presença, Seu poder, Sua pureza, e Suas expressões de adoração e gratidão em nossas almas e ações por tudo o que Ele tem feito, e por Sua graça eterna, pela qual nós somos eternamente gratos!

ORAÇÃO É RELACIONAMENTO


Baseado em Lucas 11: 5-13


Deus “inventou” a oração e a “instalou” em nós. William James disse que "a razão pela qual oramos é que simplesmente não podemos evitar a oração". De verdade, todos temos a intuição de buscar a Deus através da oração. Prova disso é que, como uma criança chora quando está com fome, nos momentos de maior angústia e adversidade nossas entranhas clamarão pelo Senhor. 

Ao invés de enxergar a oração como uma disciplina, um sacrifício, ou um esforço para se obter um prêmio, devemos compreender que a oração é o desenvolvimento de um relacionamento natural com Deus. Esse ponto de partida é libertador, pois deixa de lado as muitas regras, modelos, legalismos que impomos a nós mesmos, nascendo a perspectiva de um relacionamento natural, prazeroso, verdadeiro, às vezes de lutas e entraves. A oração que Jesus ensinou, segundo esse texto, apresenta algumas dimensões desse relacionamento: 

1. O relacionamento de amigos (v. 5-8 NVI "... suponham que um de vocês tenha um amigo...")


Jesus está ensinando como orar. Depois de expor a oração do Pai Nosso, ele traz uma figura bastante conhecida de todos os seus ouvintes como que dizendo: O que um amigo faz ao outro? Ele sabe que a oração é o ambiente onde transcorre a melhor amizade, pois podemos abrir nosso coração, necessidades, ou simplesmente estarmos juntos pelo prazer da convivência. 

Amigo que é amigo será sensível, atenderá nos momentos de lutas, muitas vezes oferecendo seu ombro e capacidade de ouvir. Assim como temos amigos na terra, podemos ter um amigo nos céus. Assim como Abraão viveu essa dimensão de relacionamento (Tiago 2.23), somos convidados a desenvolvermos essa amizade através da oração, afinal Jesus nos chamou de amigos (João 15.15).

2. O relacionamento pai/filho (v 11-13 - NVI "... qual pai, entre vocês, se o filho pedir um peixe, em lugar disso lhe dará uma cobra?...")


A segunda analogia de Cristo é ainda mais chocante. Como pai você consegue imaginar-se dando uma pedra (Mateus 7:9) para seu filho comer? Ou, pior ainda, dando-lhe um escorpião? O Senhor nos vê como filhos. Por essa razão ele abre-se para um relacionamento nessa dimensão. Como pai ele é provedor, responsável, cuidador, orientador e tantas virtudes mais que possam ser elencadas. Nós recebemos espírito de filhos, por isso podemos chamá-lo de papai (Romanos 8.15; Gálatas 4.6-7). 

Só os filhos têm acesso ao quarto dos pais, desfrutam das refeições juntos, levam "palmadas", são herdeiros e levam em seu DNA a semelhança hereditária. Como é bom ser filho e poder desfrutar dessa dimensão do relacionamento através da oração.

3. O relacionamento noivo/noiva.


Esse trecho não apresenta expressamente Jesus como noivo e seus discípulos como noiva, mas o narrador já havia revelado anteriormente essa analogia (Lucas 5.34-35). Aqui temos uma nova e amplificada dimensão de nosso relacionamento em oração. Essa analogia expressa o prazer de estar juntos, a alegria de sonhar juntos, o amor latente, as confidências, a proteção, o comprometimento. A oração é um grande momento de prazer, mas poucos se entregam nesta dimensão. Ela contém um potencial de alegria e júbilo, pois é o próprio Deus se movendo em nós através do seu Espírito Santo. Por causa dessa dimensão, temos todas as nossas necessidades supridas, nossa sede saciada, nossa alegria restabelecida (Apocalipse 22.17).


Como disse Tim Stafford: "Não oramos para contar a Deus o que ele não sabe, nem para lembrá-lo do que esqueceu. Ele já cuida de tudo aquilo pelo que oramos. Quando oramos, ficamos perto de Deus". Isso basta! Comece a praticar suas orações nessa perspectiva de relacionar-se verdadeira e profundamente com o Pai. Sua vida certamente nunca mais será a mesma!

* Reprodução na íntegra com autorização do autor

Fonte: Instituto Jetro - Autor: Rodolfo Garcia Montosa

segunda-feira, 25 de maio de 2015

SEDE SANTOS!

"Santidade" em hebraico

A santidade é uma das principais - e, posso afirmar, a mais importante, fundamental - características do/no autêntico cristão. Ela é uma prerrogativa no relacionamento com Deus (Hb 12:14, Ef 5:27, Pe 1:16...). Santidade é a essência de Deus e, portanto, para que seja estabelecido comunhão, intimidade com o Altíssimo, é imprescindível, fundamental, essencial a santificação. E, o melhor de tudo, é o que o próprio Senhor quem nos santifica (Jo 17:17; Hb 2:10, 11). 

A palavra hebraica Qadowsh ou Kadosh aparece 116 vezes na Bíblia, em 106 versículos do Antigo Testamento. Seu significado é “Santo” ou algo que é “outro” (diferente) – o oposto daquilo que é comum. Quando Moisés pensou na palavra para descrever o local mais importante do Tabernáculo, onde residia o Deus de Israel, ele o chamou de “o Santo dos Santos”.

É, portanto, uma das expressões utilizadas para designar o nome de Deus. Kadosh significa também algo sagrado ou um indivíduo que foi consagrado perante outras pessoas. Kadosh também aparece no Novo Testamento.

Existem ainda muitas variações dessa palavra. Kadesh significa sagrado, em hebraico. Kidush significa santificação ou consagração. Yom Kadosh significa dia Santo. 

Kadish significa santificação, ocasião em que os judeus oram, durante 11 meses, para exaltar o nome de Deus. Logo, Kadish é uma oração litúrgica de origem aramaica que louva a Deus e roga pela vinda do reino messiânico. Esta oração é característica dos filhos no funeral dos pais e durante o ano de luto.

É uma palavra que deriva de um verbo que significa, antes de tudo, “separar”, entendendo a necessidade de estabelecer uma fronteira, por exemplo, entre o Templo e o palácio real, que exprime a vida mundana. Mas significa também “santificar”.

É um vocábulo que descreve a separação entre o sagrado e o profano. Na concepção hebraica, o sagrado é uma área “pura”, onde Deus pode morar, pois é “sacro-santo”. O sagrado, por natureza, divide, opondo-se àquilo que é limitado, imperfeito, humano.

Por isso só quem é “sagrado”, sobretudo pensando no aspecto sacerdotal e do culto, poderia ultrapassar a barreira do “qadosh”, do “sagrado” bíblico.

Consagrar 


Significa dedicar uma pessoa ou algo a Deus. Tudo aquilo que é consagrado é dedicado para o serviço exclusivo ao Senhor, para honrar Deus, para a santificação de Seu nome. Não é pouca coisa, é algo extremamente sério e profundo. 

A consagração de alguém ou algo não é um impulso automático, é realizada através de algum ato, como por exemplo, uma oração ou algum ritual. A oração é sempre usada quando se consagra algo ou alguém, pois é através dela que colocamos diante de Deus tal desejo.

Na Bíblia encontramos o povo de Deus consagrando de tudo: pessoas (Ex 22:31); vestes sacerdotais (Ex 29:29); campos (Lv 27:21); ofertas (Dt 12. 26); dinheiro e utensílios (Js 6:19); animais (2 Cr 29:33); o dia (Ne 8:9); lugares (Jr 31:40).Portanto, quando alguém se declara, se identifica como santo, significa uma vida (em todas as áreas) consagrada - ao Senhor (Rm 11:36). E o tempo é hoje, a hora é agora de vivermos em santidade, consagrados a Deus, manifestando e enchendo a terra com Sua glória.

“E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”. Isaías 6:3