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terça-feira, 30 de junho de 2015

A QUEDA DE UM MÚSICO

A atuação do músico na igreja é um assunto bem delicado e em muitos casos não tratado com a devida atenção. Por estarem em uma posição de destaque, onde as atenções estarão voltadas para ele, o músico - quer seja ele instrumentista ou cantor - precisa estar em constante vigilância para não sucumbir aos ataques do ego. Lendo a Bíblia e verificando a história do cristianismo, há o registro de acontecimentos e, até alguns recentes, fazem menção do fracasso e da queda, em alguns casos, irrecuperável de músicos que caminhavam bem, tinham experiências reais com Deus, apresentavam acentuado progresso em seu ministério, músicos reconhecidos que, contudo, caíram. 

Tocar bem não é tudo. Ter reconhecimento artístico e/ou profissional não significa que os músicos estejam livres de uma queda, muitos músicos tocam ou cantam muito bem, esquecendo-se da necessidade de ser ter conteúdo espiritual: unção! Por isso caem. Vou listar abaixo algumas causas que podem causar a queda de um músico, se ele não estiver vigilante e com sua vida totalmente sob a dependência do Espirito Santo.

1 - O orgulho espiritual


Esse pecado toma de assalto o coração do músico geralmente nas ocasiões de vitória, em que tudo vai bem, e que há êxito no ministério. Exemplos a serem observados: o rei Uzias (2 Cr 26:16), os apóstolos (Lc 10:20). Há formas bem gritantes de manifestações de orgulho na vida de um músico, outras, porém, são sutis, mas que vão crescendo até derrubarem totalmente o ministério de música. É necessário, portanto, enquanto há sensibilidade e reconhecimento, pedir perdão ao Senhor, e clamar por restauração, para que a glória do Senhor volte a resplandecer.

Quando há eminência de queda, os argumentos são os seguintes:
a) Muitos músicos se esquecem de tocar para a glória de Deus e passam a projetar seu próprio nome querendo tomar a glória para si. "Glória a mim, louvado seja eu!"

b) Julgar-se auto-suficiente. "Não preciso aprender com os outro irmãos. Estou num 'nível' espiritual superior à eles."

c) "Não leio nenhum livro, só leio a Bíblia, o Senhor é quem me ensina."

d) "Não recebo ordens de homens, só de Deus."

e) "Não admito, em hipótese alguma, receber correção."

f) "Não aceito andar em submissão a outro músico."

g) "Recebo revelação direta do trono de Deus, não preciso nem da Bíblia."

Deus resiste ao soberbo, porém dá graça ao humilde, veja a oração do rei Davi em Salmos 19:13 e o que está registrado em 1 Pe 5:5.

2 - Envolvimento com pecado sexual


É possível até que haja outra origem, porém, quase sempre este pecado resulta de imprudência, principalmente no aconselhamento a pessoas do sexo oposto. Muitos músicos, lamentavelmente se descuidam nesta área. Esquecendo-se que devem vigiar e orar para não cair em tentação. Há também o problema com envolvimento sentimental com pessoas que não professam a mesma fé. É um grande risco. Mas, na verdade, o namoro em um modo geral pode prejudicar a comunhão do músico com Deus.

3 - Falta de fidelidade em questões financeiras


Essa questão envolve desde a cobiça ao dinheiro, a atitudes desonestas, e ainda envolvimento com dívidas, às quais não tem condições de saldar. Existem músicos que encerram seu ministério em determinadas cidades devido a esses problemas que mancharam suas vidas e houve necessidade de fuga para outros lugares, ou outra igreja para tentar recomeçar. Embora tentassem recomeçar atém mesmo em outras cidades, a má fama chega primeiro, impedindo qualquer tentativa de sucesso - Nm 22:1-21; 1 Pe 2:15; 2 Pe 2:3.

4- Deixar de cuidar bem de sua própria família


Muitos músicos tem negligenciado o cuidado com sua própria família e os resultados tem sido desastrosos, quase sempre a médio e longo prazo. Percebemos também que o diabo tem atacado bastante nessa área. Será bom lembrarmos a advertência do apóstolo Paulo em 1 Timóteo 5, verso 8, e a experiência que lemos em 1 Samuel 3, verso 13. Entendemos que este descuido é um fator desqualificante para o exercício do sacerdócio diante do Senhor.

5 - Isolamento, exercer sozinho o ministério, sem a cooperação de outros músicos


Esse é outro risco que o músico pode correr, quando não dispõe de amigos, sendo que por esta razão fica sem condições de compartilhar seu ministério. Existe o caso também dos músicos que ainda não perceberam a necessidade de ajudar e receber ajuda. Exemplos: Moisés - Êx 18:14-18 e Elias - 1 Rs 19:5-18. Outros músicos pela influência que exercem, embora tenham vários companheiros, funcionam como legislador e os seus colaboradores são apenas os executivos - Ec 4:9-21.

6 - Abuso de autoridade


Decisões que são tomadas isoladamente em prejuízo do grupo e dos companheiros do ministério, ferindo a unidade e abrindo brechas, possibilitando desta forma o ataque do inimigo. Outras situações que revelam o abuso de autoridade é quando o líder ou o mais maduro, exige que os cooperadores estejam sempre servindo, arrumando e cuidando dos equipamentos quando ele mesmo é incapaz de cooperar nesta área.

7 - Seis passos para se obter autoridade espiritual e unção profética no ministério de música


  1. Trate seriamente com o pecado;
  2. Não seja dono de coisa alguma, seja mordomo;
  3. Nunca se defenda, não tampe o sol com a peneira... admita suas limitações e assuma os seus erros.
  4. Não passe adiante algo que você sabe que vai prejudicar seu irmão;
  5. Não aceite pessoalmente qualquer glória, transfira-a para Deus, aprenda a equilibrar os elogios;
  6. Ter como objetivo orar diariamente. Muitos têm dificuldade, então divida esse tempo conforme sua disponibilidade e tenha tempo a sós com Deus. O devocional diário que inclui também oração em línguas, adoração e leitura da Palavra, é fundamental, vital, indispensável para a saúde espiritual.

Conclusão


O artigo está direcionado aos músicos, entretanto é sabido que os erros aqui listados são fatais a qualquer cristão. Todos precisamos estar vigilantes quanto às astutas ciladas do diabo, que está ao derredor, bramando feito um leão, procurando a quem possa tragar. Também precisamos manter morta a carne, vivificando constantemente o espírito.

"Por isso digo: vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne. Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam." - Gálatas 5:16, 17

FILMES QUE EU VI #8 - HITCHCOCK

Quem gosta de filmes de suspense, com certeza já ouviu falar em Alfred Hitchcock. Hitchcock está para o cinema como Agatha Christie está para a literatura de suspense. Ou seja, é uma referência. O “Mestre do Suspense” (como era apelidado) dirigiu alguns dos melhores filmes de mistério e assassinato da história do cinema. Filmes que viraram clássicos e até hoje servem de referência para estudiosos e admiradores.

Por tudo isto, Alfred Hitchcock ficou conhecido no mundo inteiro, que se encantou pela sua genialidade em dirigir e criar suspense e mesmo quando em 29 de abril de 1980 se noticiou que o "Mestre do Suspense" falecera em Los Angeles, ninguém negou que sua obra continuaria cada vez mais viva com o passar dos anos. Este grande diretor, talvez o melhor de todos os tempos ou um dos melhores, morreu de complicações renais. Seu último filme chama-se Trama Macabra. Hoje, 35 anos depois Hitchcock continua surpreendendo os fãs e seus filmes ainda impressionam, seja pela bela direção ou pela história bem escrita.

Curiosidades sobre a vida de Hitchcock:


  • Foi criado com uma rígida formação católica
  • Costuma aparecer em seus filmes
  • Foi indicado ao Oscar cinco vezes por melhor diretor, mas não levou o prêmio
  • Em 1967, levou da Academia o prêmio Irving G. Thalberg pelo conjunto da obra
  • No clássico Psicose mostrou pela primeira vez nas telonas um vaso sanitário, que era proibido na época.
  • Costumava chamar os atores de “gado”, mas mesmo assim era respeitado por todos.
  • Era caseiro e amava sua família.

Filmografia


1976 - Trama Macabra
1972 - Frenesi
1969 - Topázio
1966 - Cortina Rasgada
1964 - Marnie, Confissões de uma Ladra
1963 - Os Pássaros
1960 - Psicose
1959 - Intriga Internacional
1958 - Um Corpo Que Cai
1957- O Homem Errado
1956 - O Homem Que Sabia Demais
1955 - Ladrão de Casaca
1955 - O Terceiro Tiro 
1954 - Disque M Para Matar
1954 - Janela Indiscreta
1951 - Pacto Sinistro 
1950 - Pavor nos Bastidores
1949 - Sob o Signo de Capricórnio
1948 - Festim Diabólico
1946 - Interlúdio 
1945 - Quando Fala o Coração
1943 - A Sombra de uma Dúvida
1943 - Um Barco e Nove Destinos
1942 - Sabotador 
1941 - Sr. e Sra. Smith - Um Casal do Barulho 
1941 - Suspeita
1940 - Correspondente Estrangeiro
1940 - Rebecca, A Mulher Inesquecível 
1939 -A Estalagem Maldita
1938 - A Dama Oculta 
1936 - Sabotagem
1935 - Os 39 Degraus
1934 - O Homem Que Sabia Demais 
1932 - Ricos e Estranhos
1929 - Chantagem e Confissão 
1929 - Pobre Pete
1928 - A Mulher do Fazendeiro 
1928 - Champagne
1928 - Vida Fácil
1927 - Downhill
1927 - O Inquilino 
1927 - O Ringue 
1925 - The Pleasure Garden 

Grandes clássicos


E claro que (infelizmente) não assisti a filmografia completa de Hitchcok, mas mesmo assim foi difícil destacar três dos que eu assisti, por isso citarei apenas quatro (todos estão disponíveis na internet):

Janela Indiscreta (1954): contou com a presença do grande ator James Stewart que interpretou um jornalista com a perna fraturada preso a uma cadeira de rodas que sem ter o que fazer, começa a espionar os vizinhos. De tanto espionar, passa a desconfiar que um deles cometeu um crime.


Um corpo que cai (1958): considerado um de seus melhores filmes. Mais uma vez James Stewart é o protagonista. Ele interpreta um detetive contratado para investigar a esposa de um amigo e acaba se apaixonando por ela. Mas a moça “morre” e ele acha que está sendo perseguido pelo espírito da mulher. Embora o filme seja considerado um marco na sua carreira, só recebeu um Oscar.

Psicose (1960): Marion Crane é uma secretária (Janet Leigh) que rouba 40 mil dólares da imobiliária onde trabalha para se casar e começar uma nova vida. Durante a fuga à carro, ela enfrenta uma forte tempestade, erra o caminho e chega em um velho hotel. O estabelecimento é administrado por um sujeito atencioso chamado Norman Bates (Anthony Perkins), que nutre um forte respeito e temor por sua mãe. Marion decide passar a noite no local, sem saber o perigo que a cerca.
A clássica cena do assassinato de Marion (Janet Leigh) pelo vilão Norman Bates (Antony Perkins).

Os Pássaros (1963): Melanie Daniels (Tippi Hedren) é uma bela e rica socialite que sempre vai atrás do que quer. Um dia ela conhece o advogado Mitch Brenner (Rod Taylor) em um pet shop e fica interessada nele. Após o encontro ela decide procurá-lo em sua cidade. Ela dirige por uma hora até a pacata cidade de Bodega Bay, na Califórnia, onde Mitch costuma passar os finais de semana. Entretanto, Melaine só não sabia que iria vivenciar algo assustador: milhares de pássaros se instalaram na localidade e começam a atacar as pessoas.

Fonte: Cinema & Arte


DEUS E AS ENFERMIDADES

Sempre nos deparamos com peguntas sobre o por que "Deus permite" que as pessoas nasçam doentes, qual o objetivo de Deus "em permitir" que as pessoas sofram esse tipo de problema, se tal fato pode ser considerado com uma punição, se as pessoas que sofrem tais problemas foram predestinadas a essa vida, se tais fatos são para que as pessoas valorizem o lado bom e são da vida, se tais doenças são "para a glória de Deus", se são consequência de pecados, se são "maldições hereditárias" e como ficam aqueles que sofrem de doenças mentais diante da salvação proposta por Deus.
São indagações comuns e próprias de pessoas que desconhecem o verdadeiro Deus ou não desfrutam de uma intimidade com Ele. Pois Deus é amor, é bom, é perfeito e jamais faria qualquer coisa que fosse diferente disso!

O homem foi criado por Deus como o ápice de sua obra, tanto que Ele mesmo disse que era MUITO BOM o que havia criado e só disse isso referente à criação do homem, deixando claro que o restante da criação ficou em segundo lugar ao avaliar Sua obra criativa. Deus sendo perfeito, atributo que lhe é destinado tanto pela Bíblia, a Sua Palavra, quanto pelos dicionários elaborados pelos homens, não poderia cria algo diferente de sua perfeição e foi dessa forma que criou o homem que, no entanto, resolveu, por manifestação de sua vontade, ter uma vida à parte de Deus, abdicando da comunhão com a perfeição.

No jardim do Éden, Deus, o Criador, conversava com o homem todos os dias. O homem recebia instrução direta de Deus e consolo para atravessar a noite onde permeia a sombra e o desconhecido, até que dando ouvidos à tentação deixa obstinadamente de lado as determinações de Deus para viver uma vida em busca do conhecimento, à parte do Criador. Por esse ato entra a morte no mundo, na vida do homem.

Essa é a razão das doenças. O homem, dando ouvidos aos seus sentidos, viu que o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal era agradável aos olhos e boa para dar entendimento. Assim lançou mão dela, na certeza de que Deus lhe escondia algo precioso por trás daquela proibição, talvez até a possibilidade de ser igual a Ele, conforme lhe assoprara o seu corruptor. Como consequência, viu a morte e a decadência entrar em sua vida. E o homem tem feito uma caminhada rumo a destruição total, ao aniquilamento da raça.

Glória a Deus por Jesus Cristo que veio fazer a paz entre Deus e os homens, construindo um caminho sobremodo elevado que conduz direto ao trono excelso de Deus. Todos aqueles que por ele entrarem, passarão a eternidade aos pés do maravilhoso Deus, que é amor, bondade, justiça e juízo. Ele ainda é gracioso, fiel, misericordioso, soberano, benigno, longânime, perfeito, soberano, poderoso, abençoador e, sobretudo, um Pai doente de amor por seus filhos [Por favor, entenda, "doente" aqui esta como linguagem figurada, concessão linguística totalmente em sintonia com o contexto do artigo!].

Doenças: consequências da rebeldia


As doenças, de forma alguma, são uma proposição de Deus. São uma escolha do homem, feita lá nos primórdios da raça e que se arrasta até os dias presentes. O homem inciou com a sua rebeldia uma caminhada triste e degradante e atribui a Deus o encargo das doenças. Esse aspecto revela que o homem continua a suspeitar e duvidar do amor e dos propósitos de Deus.

Deus, apesar da desobediência dos homens, propôs em seu coração resgatá-lo do caminho de perdição. Ele mando o seu próprio e único filho para que pagasse com a sua morte inocente (pois nunca o desobedeceu) a pena reservada aos que se rebelaram e se rebelam contra suas ordenanças. Como então pode um Deus que se preocupa com a solução definitiva do destino eterno daqueles que buscaram a sua inimizade, estar punindo-os no meio do caminho com doenças? É um contra-senso. 

Definitivamente, as doenças não são o propósito de Deus. As doenças são, por outro lado, consequências da vida pecaminosa do homem e ações do inimigo de Deus, aquele que desejou em seu coração estabelecer o seu trono acima do Todo-Poderoso e obter para si a adoração que ao Criador dever ser tributada. E para conseguir seu objetivo, ele age vil, obstinada e maleficamente.

Se Deus é soberano, poderoso e as doenças não são seu propósito, porque, ou melhor, qual seu objetivo em permitir que as pessoas sofram esse tipo de problema?

Considerando que Deus tem sua vontade partilhada em ativa e permissiva (agindo e permitindo), espera-se que Ele tenha objetivos em permitir que tal quadro se abata sobre a vida humana. É verdade. Deus quer sempre nos ensinar ou disciplinar, como um Pai amoroso que é. Se estamos sofrendo é por causa de nossos próprios pecados e se não buscarmos e encontrarmos em Deus resposta do por que, estamos destinados a ter a repetição do sofrimento, como qualquer método pedagógico de ensino. Porém, quando descobrimos as razões de Deus, saímos daquele sofrimento aperfeiçoados, mais íntimos de Deus e conhecendo a sua grandeza de forma mais plena.

Conhecendo o verdadeiro Deus


No caso de Jó, a quem atribui uma paciência enorme, o que na realidade não é tão verdade assim, toda a tribulação, morte, perda e doenças vindas sobre ele tinham o caráter de permitir que ele conhecesse a Deus de uma forma mais profunda e íntima. Em seu antigo estado de vida, cheio de justiça própria, cercado de bens, quase que tomando o destino em suas mãos, ele conhecia Deus superficialmente, só de ouvir falar. Através de todo um processo de desmanche de estrutura - não especificamente a enfermidade -, conceitos e bases erradas, Deus pôde ser percebido por ele como realmente é: amor e paz, justiça e juízo! E, entendamos, foi um caso específico entre Jó e Deus e não significa que alguém mais tenha que passar por isso. Estar em Jesus é o único meio de estar em Deus.

Não podemos aquilatar os propósitos de Deus quando ao seu propósito para nossa vida, mas que Ele tem um propósito soberano é evidente e não acredito que adoecer alguém seja um meio condizente com seu caráter para aproximar alguém dEle. Acredito sim que em meio a uma circunstância de enfermidade na vida de alguém, Deus se manifeste com cura e, pela cura, não pela enfermidade, revele seu poder e seu amor pela vida de alguém.

Deus não é punitivo ou vingador! Deus é abençoador e de paz. O chamado "Dia da Vingança do nosso Deus" é o dia da vitória triunfal da igreja em sua união eterna com Ele. Ou seja, a vingança contra satanás pelo tempo em que ousou investir contra nós. Oh glória! Eita dia glorioso! Os dicionaristas conceituam a doença como "um conjunto de sinais e sintomas específicos que afetam um ser vivo, alterando o seu estado normal de saúde", ou seja, uma desordem orgânica, um caos biológico. Deus é quem traz a ordem a todo o caos. Que realiza tanto o querer quanto o efetuar. Que controla todas as coisas soberanamente como fim último de trazer salvação a todos que crerem no seu Filho primogênito amado, para que não perecem mas tenham vida eterna em abundância de graça. Não me consta que enfermidades sejam graciosas.

Deus não precisa aplicar o mal, aqui representado pelas doenças, na vida das pessoas para que o bem possa realçar. Deus é bom e a comunhão consigo traz uma superação para a vida das pessoas, traz um transbordar de graça, traz uma superabundância de alegria, de fé e de confiança naquele que é poderoso para nos livra de todo o mal.

E a salvação é dom gratuito de Deus e o modo de sua operação independe de nossos conceitos de graça e justiça. Em Deus não há qualquer contradição entre a graça e a justiça, ambas andam em sintonia e são satisfeitas. Por isso Deus salva até os loucos (estes, segundo a Bíblia, "não errarão o caminho da salvação"), os metal e fisicamente incapazes, haja visto que o mesmo é excelente, sobremodo elevado e nos conduz, gratuitamente, ao trono de Sua graça, para uma vida eterna com Ele, quando então toda lágrima será enxugada de nossos rostos, quando não haverá mais dor, mais sofrimento... mais morte!

Conheçamos e prossigamos em conhecer a Deus como forma de superação de todos os percalços que possam se apresentar em nossas vidas. Confiemos no Deus criador de todo o universo, criador de mim e de você, Pai amoroso que não coloca em nossas mãos escorpiões quando lhe pedimos pão. Além do mais, raciocine, se Deus fosse o autor das doenças, por que então viria dEle a cura? Descansemos em Suas mãos amorosas, entreguemos as indagações e o nosso viver ao seu controle absoluto, procurando uma comunhão com Ele em primeiro lugar e, consequentemente, todas as outras coisas serão acrescentadas em nossas vidas.

Jesus veio para nos dar vida e vida em abundância! Corra para os braços do Senhor agora, sabendo que Ele não está nos punindo com as doenças, que são os frutos de nossa própria independência dEle. Confiemos no Senhor Deus! Conheçamos-nO, busquemos-nO e Ele sempre se revelará. E, para fechar, não se esqueça, não apenas estamos sob a justiça de Deus, SOMOS sua justiça!

"Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, ele levou as nossas doenças." Mateus 8:17



segunda-feira, 29 de junho de 2015

LEVAI A ELE OS PEQUENINOS

A família é uma entidade espiritual e social, não apenas um ajuntamento de pessoas morando debaixo de um mesmo teto. É a principal unidade pela qual Deus se comprometeu a realizar a sua obra. Através de Jesus Cristo, o Pai deseja abençoar todas as famílias da Terra. A bênção é o mecanismo principal que Deus usa para transferir a sua mensagem de identidade e destino em nossas vidas. Sendo assim, podemos entender que se desejamos se bem sucedidos como pais e/ou educadores, devemos ministrar Cristo aos nossos filhos, cumprindo esse ministério com devoção e crendo que estaremos em consonância com a instrução do Senhor quando nos diz: "Ensina a criança o caminho que deve andar e mesmo estando velho, não se desviará dele" - Provérbios 22:6. Jesus então é o caminho e temos essa responsabilidade. O Senhor nos constituiu como famílias e como desejamos ter a sua bênção, devemos conduzir nossa posteridade à dimensão gloriosa do reino de Deus.

Ensinando através do testemunho


A introdução do Evangelho na educação da criança se dá através de várias metodologias, que se transformam em estratégias para alcançar o objetivo de ensinar o Evangelho do Senhor Jesus aos pequeninos. A linguagem deve ser adaptável, flexível e de fácil entendimento para prender a atenção da garotada. Na criação de filhos, os pais devem colocar isso em prática usando recursos de áudio e vídeo, livros e internet. Com a popularização da tecnologia, o acesso à informação ampliou e muito seus horizontes. São muitos os meios para alcançar o interesse da criança com relação ao Evangelho. O mundo está mudando num abrir e piscar de olhos e essa mudança acelerada é confirmada por estatísticas e pesquisas nos variados setores e segmentos, e isso inclui o teológico-eclesiástico. Sendo assim, os pais precisam adaptar as formas de ensino. Não podemos obrigar uma criança a participar de um culto, uma célula, uma reunião de ensino ou de oração, principalmente se houver adultos em sua maioria. Quando existem mais crianças, o contexto se torna totalmente adequado para os métodos informais, como brincadeiras, historinhas, fantoches e jogos cristãos com temática infanto-juvenis. Hoje, todo esse material é acessível aos pais para que eles lancem mão para trabalhar as crianças e ensiná-las de uma forma mais pragmática [Pragmático = aquilo que habitualmente se pratica. É um adjetivo que se refere àquilo que se realiza conforme a pragmática, que é o conjunto de regras, formalidades ou etiquetas da boa sociedade].

A melhor maneira de incentivarmos as crianças a aprenderem sobre o Evangelho é a forma natural. Os pais devem criar seus filhos sob os preceitos de Deus, dando testemunho da presença de Jesus em suas vidas. Por exemplo, uma criança habituada a ver os pais orando, estudando a Palavra, adorando e tendo atitudes condizentes com a confissão cristã, naturalmente irá absorver tais práticas, pois elas a aprenderão por associação: se meus pais fazem, eu posso e devo fazer também. Da mesma forma, se as atitudes dos pais forem contrárias essas. Vivenciar o caráter cristão juntamente com os filhos fará com que eles se sintam motivados a buscar o Senhor e reconheçam a importância do Pai no dia-a-dia.

Ensinando através da motivação


Nunca devemos obrigar uma criança a participar dos cultos sem que ela queira. A insatisfação, a inquietude e a rebeldia são sinais de que o pequenino não está sendo cativado. Devemos procurar entender a situação e promover a correção desse desvio de interesse. O ideal é promover evento que envolvam estratégias inteligentes e mecanismos aplicativos à motivação da garotada, transformando todo o processo em algo agradável e prazeroso. Com sabedoria, amor e compreensão conseguiremos levar a Palavra de Deus às crianças, demonstrando que desde pequenininhos podemos nos apoiar e confiar no Senhor. "E estas palavras, que hoje te ordeno, estejam em teu coração; e as ensina a teus filhos, e fala delas sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares" - Deuteronômio 6:6, 7.

Assim sendo, a melhor maneira de introduzir Deus na vida de uma criança é criar um cerco de proteção espiritual, onde o lar cristão se unifica com a igreja do Senhor. Devemos quebrar qualquer laço ou influência hereditária contrária a nossa fé e, quanto aos que são pais, consagrar a vida de seus filhos a Deus, prosseguindo na formação do seu caráter cristão conforme a maneira de Deus.

As estratégias evangelísticas devem mudar de acordo com as etapas de crescimento de uma criança. Muitos erros já foram cometidos nessa área, não considerando o desenvolvimento infantil e as dimensões de absorções de aprendizado em cada fase. Felizmente hoje temos recursos avançados para atendermos adequadamente a criança com abordagens pedagógicas concernentes à sua capacidade em acompanhar e registrar ensinamentos aplicáveis à sua vida e ao seu coração.

Existem algumas crianças que têm resistência ao devocional e indiferentes ao espiritual. Isso não é muito comum quando ela está inserida no meio cristão desde pequena. Porém, quando tal situação acontece devemos ouvi-las, permitindo que ela se expresse revelando seus motivos de resistência ou dificuldade. Se sua produção verbal não for clara, devemos observá-la mais em seus comportamentos e atitudes. O ideal é também investigarmos os fatores externos que podem estar gerando a resistência e agirmos conforme for a questão, com compreensão e amor. Somando a toda essa postura, devemos estar juntos da criança nesses momentos, acompanhando-a ao devocional e fazendo dessa ocasião uma oportunidade de crescimento, de comunhão e de proximidade íntima com o Pai celestial. O resultado não pode ser outro a não ser o intenso prazer na prática cristã e não uma enfadonha obrigação.

É extremamente importante fortalecermos a identidade cristã nas crianças. A firmeza dos pais e a convicção daquilo que é repassado para os filhos é a base de tudo. Essa conduta permite que a garotada tenha uma postura mais consciente, determinada e natural diante das críticas que possam surgir advindas dos colegas, em virtude das práticas evangélicas. Assim sendo, estaremos evitando o constrangimento, a influência ou o desequilíbrio, fazendo com que nenhuma marca traumática de discriminação ou qualquer outro entendimento nesse sentido possa ferir a integridade do ser cristão. A partir daí devemos falar da relação da garotada com os que criticam ou discriminam. As crianças devem o amor de Cristo, amando, respeitando e perdoando aqueles que têm atitudes que desagradam a elas e a Deus. Seu testemunho deve ser firme e verdadeiro, não guardando mágoas, nem tendo rancores, simplesmente amando e perdoando.

Educação cristã: responsabilidade dos pais



A responsabilidade da educação dos filhos é inteiramente e intransferivelmente atribuída aos pais. As entidades de ensino servem apenas de apoio pedagógico e intelectual a essa árdua tarefa, principalmente no nosso contexto cultural, que demanda todo tipo de recursos para o avanço no aprender. Este é o principal motivo pelo qual me posiciono contra o Ensino Religioso na grade curricular das escolas públicas (ver artigo http://circuitogeral2015.blogspot.com.br/2015/06/educacao-religiosa-proselitismo-ou.html?spref=fb). Transferir a responsabilidade de uma identidade espiritual para escolas ou para qualquer outra pessoa - e até mesmo para a igreja -, é omissão e negligência a um importantíssimo princípio divino. Existem escolas ricamente montadas e habilitadas para ministrarem ensinos pedagógicos. Os colégios católicos têm esse perfil e estão modernamente equipados para conduzirem as crianças na vida estudantil. Sob essa perspectiva fica clara a vontade de os pais confiarem seus filhos a tais escolas, porém, quando se consideram as influências doutrinárias, devemos levar em conta o que já mencionamos em questões anteriores: o firme posicionamento dos pais nas suas escolhas. Os católicos são cristãos e aí? Partindo desse princípio, alguns pais se sentem encorajados a matricular seus filhos em escolas católicas sem se contrapor aos procedimentos estabelecidos pela entidade de ensino. Aqui em Belo Horizonte, o Colégio Salesiano (Rede Salesiana de Escolas, fundada pelo sacerdote Dom Bosco em 1859), um dos melhores colégios, que, sendo tradicional, já recebeu várias premiações de qualificação pedagógica, cuja qualidade no ensino é inquestionável e de reconhecimento internacional. O que deve ser feito nesses casos é preservar a integridade da fé da família e não se envolver nos eventos doutrinários diferenciados dos nossos. O ideal é ensinar aos filhos a existência e as diferenciações doutrinárias, fundamentando sempre a verdade de Deus. Os preceitos bíblicos devem ser respeitados e devemos priorizar Jesus independentemente da religião. Nenhuma religião pode ser maior e mais forte do que a fé genuína no Cristo ressurreto. É importante frisarmos: a responsabilidade da educação cristã dos nossos filhos é nossa e nós é que devemos cumprir o papel de conduzi-los ao Senhor e não os colégios, sejam eles quais forem.

Enfim, devemos nos conscientizar de que o amor, o carinho, a compreensão e a firmeza são aspectos determinantes para a correta introdução do Evangelho no mundo infantil. Quanto mais cedo iniciarmos a caminhada com Cristo, mais fácil se torna a aceitação de críticas e a superação de problemas. Jesus é amor, paz, carinho, e muito mais. E Ele tem um amor único pelas crianças, e deixou isso bem claro nos registros dos evangelistas: Mateus 19: 13-15; Lucas 18:15-17. Devemos ter em mente o fato de que não importa a igreja em sim ou a religião em si, pois o importante é reconhecer o Senhor como soberano e o único capaz de nos conceder a salvação. 


sábado, 27 de junho de 2015

EDUCAÇÃO RELIGIOSA: PROSELITISMO OU LIBERDADE DE CRENÇA?

Recentemente houve uma discussão polêmica sobre o ensino religioso em escolas públicas. Aliás, tal polêmica não é nova. Eu, inclusive, sou contra. Mas, antes que algum irmãozinho me "demonize", eu vou explicar porque.

O que diz a Constituição


Apesar de estar escrito no Preâmbulo da Constituição de 1988 que ela foi promulgada "sob a proteção de Deus", o inciso I do artigo 19 é claro:

Artigo 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
§ I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.

Somos, portanto, um Estado laico. Na sua origem latina a palavra significa leigo, secular, neutro, por oposição a eclesiástico, religioso. Exatamente por isso a alínea b, do inciso VI do artigo 150, proíbe a tributação sobre "templos de qualquer culto" para não "embaraçar-lhes o funcionamento" do ponto de vista financeiro.

É de conhecimento público, todavia, o grande número de programas religiosos que é transmitido por emissoras de TV abertas e também as várias redes, tanto de rádio como de televisão, cujas entidades concessionárias são igrejas. Ademais, existe um grande número de retransmissoras (RTVs) que são controladas diretamente por igrejas.

Uma concessão pública que, por definição, deve estar "a serviço" de toda a população pode continuar a atender interesses particulares de qualquer natureza – inclusive ou, sobretudo, religiosos? Ou, de forma mais direta: se a radiodifusão é um serviço público cuja exploração é concedida pelo Estado (laico), pode esse serviço ser utilizado para proselitismo religioso?

Lembre-se que o § 1º do artigo 4º da Lei 9.612/1998 proíbe o proselitismo de qualquer natureza nas rádios comunitárias. Uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 2566 de 14 de novembro de 2001 contra esta proibição aguarda julgamento há quase quinze anos no Supremo Tribunal Federal).

A norma que vale para as outorgas de rádios comunitárias não deveria valer também para as emissoras de rádio e de televisão pagas e/ou abertas?

Ensino religioso


O sistema escolar público atual tem cedido espaço para a violência, namoros sem limites sexuais, distribuição de camisinhas, alienação em relação a valores essenciais ao desenvolvimento humano e a inúmeros outros problemas. Não apresenta um programa eficaz de formação, que possibilite ao alunado um crescimento integral, não respondendo, consequentemente, às suas perspectivas pessoais, profissionais, sociais etc.

Um item que prevê o ensino de gênero, sexualidade e orientação sexual para alunos da rede pública é a mais recente polêmica. Representantes religiosos, são contra . Já defensores dos direitos dos homossexuais acreditam que esses itens devam constar no currículo escolar.

Ou seja, o negócio tá fervendo. Tal constatação põe em destaque as necessidades morais, espirituais e éticas de muitos estudantes e até mesmo de professores. A própria realidade escolar vem preocupando os pais dos alunos, sobretudo os mais pobres, os quais não têm condições de escolher um outro sistema de ensino que garanta o progresso de seus filhos em relação aos valores e convicções que lhes foram transmitidos de geração em geração. Optando pelo ensino público e confiando na parceria séria do Estado – que é laico, entretanto, não ateu, democrático e não ditatorial – os responsáveis esperam encontrar um ensino de qualidade, que abarque todas as áreas da pessoa e que esteja em consonância com os sagrados princípios tradicionais traçados pela família, os quais incluem os princípios religiosos.

Não há dúvida de que essas lacunas do Ensino Público, que vem gerando grande evasão escolar, segundo as últimas pesquisas, precisam ser preenchidas. Esta realidade não pode ser sufocada pelo debate atual, que visa camuflar tais dados, fazendo do Ensino Religioso plural um vilão que desvia o foco do debate acerca da qualidade do Ensino público.

Consideramos que o melhor meio para começar a tratar dessas questões é o resgate e a revalorização do ensino religioso plural, garantindo nesses estabelecimentos de ensino os princípios norteadores colocados por aqueles que têm a última palavra acerca da educação, isto é, os pais e não os legisladores. O Ensino religioso oferece chances preciosas de se criar em cada criança e adolescente o interesse crescente pelo amadurecimento em relação à educação recebida, inicialmente, na família, desenvolvendo sua capacidade crítica e a consequente abertura às realidades do mundo lógico, físico, social e transcendente. 

Trocando em miúdos


Aulas de religião na escola pública. Pode? Sim, de acordo com a Constituição brasileira e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), desde que não sejam obrigatórias para os alunos e a instituição assegure o respeito à diversidade de credos e coíba o proselitismo, ou seja, a tentativa de impor um dogma ou converter alguém. Mas faz sentido oferecer a disciplina na rede pública? Desta vez, a resposta é não, e os motivos são três. 

O primeiro tem a ver com a dificuldade de cumprir o que é determinado legalmente. A começar pelo caráter facultativo. O que fazer com os estudantes que, por algum motivo, não queiram participar das atividades? Organizar a grade para que eles tenham como opção atividades alternativas é o que se espera da escola. Porém, não é o que acontece em muitas redes. Nelas, nenhum aluno é obrigado a frequentar as aulas da disciplina, mas, se não o fizerem, têm de descobrir sozinhos como preencher o tempo ocioso. A lei não obriga a rede a oferecer uma aula alternativa, mas é contraditório permitir que as crianças fiquem na escola sem uma atividade com objetivos pedagógicos. 

A questão da diversidade, outro item previsto na lei, também não é uma coisa simples de ser resolvida. Como garantir que todos os grupos religiosos - incluindo divisões internas e dissidências - sejam respeitados durante o programa em um país plural como o nosso? Dados do Censo Demográfico 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que 64,6% da população se declara católica, 22,2% evangélica, 2% espírita, 3% praticante de outras religiões e 8% sem religião. 

O segundo motivo é de foro íntimo e tem a ver com as escolhas de cada um e com o respeito às opções dos outros. De que forma assegurar que o professor responsável por lecionar Ensino Religioso não incorra no erro de impor seu credo aos estudantes? Ou que aja de maneira preconceituosa caso alguém não concorde com suas opiniões? É fato que todos, educadores e alunos, têm o direito de escolher e exercer sua fé. Está na Constituição também. Não há mal algum em rezar, celebrar dias santos, frequentar igrejas (ou outros templos), ter imagens de devoção e portar objetos, como crucifixos e véus. Porém, em hipótese alguma, a escola pode ser usada como palco para militância religiosa e manifestações de intolerância. É bom lembrar que a mesma carta magna determina que o Estado brasileiro é laico e, por meio de suas instituições, deve se manter neutro em relação a temas religiosos. 

Quando isso não acontece, aumentam os riscos de constrangimentos e eventos de bullying. Por exemplo, pesquisas realizadas por mais de duas décadas comprovam que muitas crianças e adolescentes praticantes de candomblé, por causa de sua fé, foram humilhados pelos colegas e até por seus professores. Para evitar tais situações, a maioria omitia a crença na tentativa de se proteger.

O terceiro motivo para deixar o Ensino Religioso fora do currículo é a essência da escola. Cabe a ela usar os dias letivos para ensinar aos estudantes os conteúdos sobre os diversos campos do conhecimento. Há tempos, sabe-se que estamos longe de cumprir essa obrigação básica. Os resultados de avaliações como a Prova Brasil e o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, sigla em inglês) comprovam com clareza essa falta grave. Boa parte dos estudantes conclui o Ensino Fundamental sem alcançar proficiência em leitura, escrita e Matemática.

Conclusão


O Ensino Religioso possibilita aos alunos encarar e superar as duras realidades que vêm de fora e que acabam por dificultar sua capacidade de projetar-se num conceito mais amplo e digno de vida e de futuro.

Isso eu não questiono, entretanto, o problema começa na grande diversidade nas crenças brasileiras. Afinal, qual a religião deve ser a oficialmente ensinada nas escolas? A Católica - que ainda a maior em números? A Evangélica? A Espírita? As Afrodescendentes? (E ainda a questão dos filhos de pais ateus, que podem não querer esse tipo de ensino aos seus filhos.) Pois é. Obviamente que os representantes ou seguidores de cada um desses segmentos religiosos irão "puxar a sardinha para sua brasa". Está formado o cenário prosélito. Este e o motivo pelo qual eu sou contra o Ensino Religioso em escolas públicas. Ou se ensina todas as religiões vigentes no país - o que é tecnicamente impossível - ou não se ensina nenhuma e cada família que se responsabilize pela formação religiosa (e espiritual) de suas crianças.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

GILGAL, UMA JORNADA RUMO À UNÇÃO DOBRADA

Neste artigo, vamos entender o significado do nome GILGAL, um local muito importante descrito na Bíblia - e também o nome do ministério onde eu congrego -, mas que não é conhecido por muito cristãos. Primeiro veremos quais os significados segundo o Dicionário Bíblico:

Gilgal (heb. Haggilgal) = Um círculo de pedras:


  • (1) Foi o sítio onde, pela primeira vez, acamparam os israelitas, depois de terem atravessado o rio Jordão. Aqui foram levantadas as doze pedras que tinham sido tiradas do rio, e foram circuncidados aqueles que tinham nascido no deserto – e pela primeira vez se celebrou a Páscoa na terra de Canaã. E no mesmo lugar permaneceu um acampamento durante o primitivo período da conquista (Js 4:19,205:9,109:610:6 -43; 14:6). Foi visitado por Samuel, quando era juiz (1 Sm 7:16). Ali foram oferecidos sacrifícios ao Senhor (10:811:14,1513:4-15; 15:12,21) – Saul foi proclamado rei (11:15) – e foi morto Agague, o amalequita (15:33). Àquele lugar se dirigiram os homens de Judá para apresentarem as suas saudações ao rei Davi, pela sua volta a Jerusalém depois da morte de Absalão (2 Sm 19:15-40). Foi ocupado depois da volta do cativeiro (Ne 12:29). No sítio de Gilgal acha-se agora a povoação de Tell Jiljul, distante sete quilômetros do rio Jordão, e 2.400 metros de Er-Riha (Jericó). 
  • (2) Uma cidade, distante dez quilômetros ao norte de Betel, donde partiram Elias e Eliseu antes da trasladação do primeiro, e para onde voltou Eliseu (2 Rs 2:14:38). Hoje o seu nome é Jiljilia. 
  • (3) O ‘rei de Gilgal’ foi derrotado por Josué (Js 12:23). Chama-se agora Jiljulia ao norte de Jope, e distante dez quilômetros de Antipatris. 4. Limite da parte setentrional de Judá, também com o nome de Gelilote, sendo, provavelmente, o mesmo que Gilgal de 1 (Js 15:7 – 18:7).

Elias, Eliseu - Gilgal e a jornada rumo à unção dobrada 


2 Reis 2:1 - 
"Sucedeu que, quando o SENHOR estava para elevar a Elias num redemoinho ao céu, Elias partiu de Gilgal com Eliseu" [grifo meu]. 
Na época em que Elias iria ser elevado ao céu, e Eliseu estava para receber uma porção dobrada do Espírito Santo, esses dois homens de Deus viajavam por um caminho que os ligava a quatro locais que serão citados abaixo. 

A partir dos aspectos físico e geográfico, podemos extrair uma lição espiritual muito importante: se quisermos ser elevados ao céu como Elias, ou receber o Espírito Santo como Eliseu, teremos de percorrer estes quatro estágios da vida, conforme nos são tipificados pelos quatro locais visitados durante a viagem. 

Devemos, também, dar início a uma jornada em Gilgal e percorrer toda a trajetória até atravessar o rio Jordão se almejamos ser arrebatados ou esperamos receber o poder do Espírito Santo. Vejamos o que estes quatro lugares podem representar em nossas vidas. 


Gilgal, Betel, Jericó e Jordão - lugares de experiências especiais com Deus 

Gilgal, tratando com a carne 


A palavra Gilgal, em sua etimologia hebraica, significa "removido". A partir de Josué 5:2-9 vemos que a geração dos filhos de Israel que inicialmente saíram do Egito foi toda circuncidada eles estavam entrando em Canaã e logo herdariam sua herança. 

Mas antes a velha carne deveria ser removida para que os filhos de Israel pudessem ter uma chance de desfrutar de uma nova vida. O significado da circuncisão, conforme nos é revelado no novo testamento, indica "despojamento do corpo da carne" (Gl 2:11). Vemos nessas duas passagens que Deus aqui retirou do povo de Israel o opróbrio do Egito. 

Em Gilgal, Deus retirou a vergonha, tudo aquilo que desqualificava o povo de Israel. Gilgal é lugar de deixar para trás tudo que nos causou vergonha, tristeza, tudo que desmereceu a nossa pessoa. Em Gilgal, amadurecemos, crescemos, tomamos consciência de que passaremos por lutas, mas venceremos à medida que assumimos uma postura madura de não sermos mais meninos. 

Tratando o caráter - o princípio para remover a carne 


Muitos irmãos supõem que a vitória sobre o pecado é a marca da perfeição. Mas não sabem que é a carne quem peca! Segundo as Escrituras, a carne é condenada por Deus. A carne é tudo que temos ao nascer: 
"O que é nascido da carne é carne..." (Jo 3:6). 
Ao nascermos tudo que temos provem da carne e isso não inclui apenas pecado, malícia, maldade. Mas também as coisas boas, bondade, sabedoria, habilidade. Uma lição difícil de ser aprendida pelo crente, é que ele reconheça a própria carne. 

As vezes passamos por fracassos, privações e provações. Antes de saber o que é a nossa própria carne. O que atrapalha nosso progresso tanto na vida quanto na obra é a carne, poucos irmãos têm consciência de que Deus o convoca a negar a sua própria carne. 

No tempo de Josué, Gilgal era exatamente o lugar onde a carne foi despojada e julgada. Em Gilgal Deus nos concede entendimento de que a carne deve ser julgada (tratamento de caráter). Deus declara que a carne deve ser lançada fora,que a carne precisa ser circuncidada. 

Contexto atual


Gilgal hoje é a igreja, e onde realizamos a circuncisão da carne? No coração, esse deve ser o nosso ponto de partida a expressão mais elevada de vida espiritual, não se encontra apenas na regeneração, santificação ou vitória sobre o pecado. Mas principalmente em negar a própria carne. Aqueles que não estiveram em Gilgal, ainda não deram inicio de fato, á sua jornada espiritual. 

Se não aprendermos de fato a negar a carne, não podemos dizer que sabemos o que é uma vida espiritual. Podemos ser zelosos nas boas obras e é possível que até nos sintamos felizes em realizá-las, mas ainda não há revelação clara da vontade de Deus 

Romanos 8:8 - 
"Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus." 

Josué o altar em Gilgal - a nova geração, o novo pacto 


A fim de interpretar corretamente o signi­ficado de Gilgal, devemos, primeiramente, compreender o princípio da primeira menção contido nas Escrituras Sagradas. A partir de Josué 5:9, descobrimos que Gil­gal é um lugar que significa "removido". Ao ler os versículos 2 a 9, compreendemos que a gera­ção dos filhos de Israel que inicialmente saíram do Egito foi toda circuncidada, ao passo que a geração de israelitas que nasceram depois, no deserto, não o foi. 

Naquela época, esta geração estava entrando em Canaã e, logo, herdaria sua herança. Por­tanto, a velha carne deveria ser "removida"; o opróbrio do Egito precisava ser lançado fora ou removido para que os filhos de Israel pudessem ter a chance de desfrutar uma nova. vida, por­quanto o significado da circuncisão, conforme nos é revelado no Novo Testamento, indica "despojamento do corpo da carne" (Cl 2:11). 

Quem verdadeiramente reconhece o que é a carne? Quem entende o que quer dizer tratar com a carne? Quem compreende o que quer dizer o julgamento da carne? Conforme dito no tópico anterior, muitas pessoas supõem que a vitória sobre o pecado é a mar­ca da perfeição, mas não sabem que é a carne quem peca! Isto deve ficar bem claro para nós. 

No tempo de Josué, Gilgal era exatamente o lugar onde a carne foi despojada e julgada. Para o crente hodierno (Atual; que diz respeito ao dia de hoje e/ou ao tempo recente. Moderno; que reflete o momento contemporâneo), Gilgal simboliza o lu­gar onde a carne deve ser julgada por meio do entendimento que Deus nos concede. Deus declara que a carne deve ser lançada fora. 

As­sim, concordemos com Ele. Deus afirma que a carne precisa ser circuncidada. Portanto, se­jamos circuncidados no coração. Em nossa jornada espiritual pela vida, deve­mos, também, "partir de Gilgal" - ou seja, ter o caráter tratado - e negar a carne. Porém, observe, por favor, que isso não especifica o grau de despojamento de alguém, mas simples­mente declara que a carne precisa ser julgada. Um erro frequente cometido pelas pessoas é procurar zelo e boas obras, mas deixar de negar a carne. No entanto, o mais essencial é julgarmos a carne da mesma forma como Deus a julgou.

Amós e a sentença de Deus ao povo pelos pecados cometidos em Betel e Gilgal 


Aqueles que não partiram de Gilgal nun­ca deram início, de fato, à jornada espiritual. Aqueles que não aprenderam a negar a carne não sabem o que é a vida espiritual. Esses indivíduos podem ser zelosos nas boas obras, e é possível que até se sintam felizes ao realizá-las, mas não compreendem a verdadeira vida espiritual. 

Cerca de 40 anos antes da destruição de Samaria, Deus enviou Amós para profetizar sobre o fim iminente daquele povo rebelde. Neste livro, Deus mostra seu desgosto com o povo escolhido, o qual recusava a oportunidade de andar com o Senhor. 

Amós 4:4 mostra como os israelitas tinham esquecido até mesmo os fundamentos básicos de sua comunhão com Deus: 
"Vinde a Betel e transgredi, a Gilgal, e multiplicai as transgressões." 
Deus escolheu suas palavras sabiamente quando mencionou estas duas cidades, porque Betel e Gilgal representavam a própria essência do relacionamento de Israel com Deus. 

Betel significa "Casa de Deus" e era o lugar onde Jacó tinha feito um pacto importante com Deus (Gênesis 28:20-22). Ele ergueu um memorial para marcar aquele lugar, e mais tarde voltou para adorar o Senhor (35:1-15). Ali, Deus prometeu dar a terra de Canaã aos descendentes de Jacó. Betel representava a presença de Deus em Israel. 

Gilgal também está intimamente associado com a ideia da relação especial de Israel com o Senhor. Quando Josué conduziu o povo para a terra prometida, eles construíram um memorial em Gilgal (Josué 4:19, 20). No mesmo lugar, os filhos de Israel foram circuncidados para mostrar que estavam deixando para trás toda a influência corrupta do Egito (5:1-9). O povo ficou em Gilgal para celebrar a primeira Páscoa na nova terra (Josué 5:10), e mais tarde vieram juntos a esse lugar para dividir a terra que Deus lhes havia dado (14:6). Gilgal, como Betel, representava a presença de Deus entre os israelitas. 

No tempo de Amós, porém, estas cidades estavam associadas com o pecaminoso desrespeito a Deus. O que Israel estava fazendo era igual a uma mulher cometendo adultério no dia do aniversário do seu casamento, no mesmo leito que ela compartilha com seu esposo! Israel tinha esquecido tudo o que era especial sobre ser povo de Deus. 

Mas, o que precisamos entender é que os erros foram cometidos pelos israelitas E NÃO pelas cidades. Ou seja, Betel e Gilgal - que, posteriormente, foram transformadas em redutos de idolatria - absolutamente nada têm a ver com erros cometidos pelo povo. Não foram as cidades quem contaminaram o povo e sim o povo quem as contaminou com suas essência pecaminosa. Deus os levou a Betel e a Gilgal para tratá-los, foram eles quem resistiram ao tratamento. 

Aprendendo em Gilgal 

1. Gilgal começou a significar: "O fim da vergonha". 


Sim! Em Gilgal a primeira coisa que Deus faz é 
"Remover a vergonha da vida deles..." (Js 5:9). 
Que tipo de vergonha era essa? Vergonha de cerca de 430 anos de escravidão. Ainda a vergonha do pecado e a vergonha da desobediência. Durante a caminhada pelo deserto o povo deixou claro que por várias vezes estavam acostumados a vida pecaminosa e desobedientes dos Egípcios. 

2. Gilgal Veio a significar: "O Renovo Espiritual". 


A Espiritualidade estava debilitada pela longa jornada de 40 anos. Em Gilgal tinham a oportunidade de reaverem seus votos e renova-los diante de Deus. (Josué 2). 

Note: O Pacto Abraãmico da Circuncisão, fora esquecido por eles desde quando saíram do Egito , isto por cerca de 40 anos. Veja a decisão parte de Josué. Era a forma de purificar o povo e conservar a aliança com Jeová. 

O que a circuncisão tem haver conosco hoje? Veja bem! Hoje essa circuncisão é praticada em um ato simbólico, direto no coração, (a fonte das emoções e dos desejos). Assim como Josué - um prefigura do Cristo - propôs a circuncisão ao povo como forma de purificação e renovação da aliança. Jesus faz o mesmo com o seu povo. 

3. Gilgal também veio significar: "Lugar de Adoração". 


Note: Conforme Josué, capítulo 5:10-12, em Gilgal a adoração ganha um novo sentido, o povo estava parado, e não mais perambulando pelo deserto por conta da rebeldia de seus corações. Veja por que. Em Gilgal celebraram, a Páscoa antes de irem a conquista. Páscoa era simbolo da saída do Egito (ou seja, libertação), em Gilgal ela ganha um novo sentido: conservar o pacto. 

Isto era feito de três formas: 
  1. Celebrando com Festas. 
  2. Júbilos expressões de vozes "cânticos". 
  3. Com Muita "Adoração", Eis a razão por que Gilgal passou a significar "Lugar de Adoração". Gilgal veio a significar: "Lugar de Provisão". Durante 40 anos o povo foi provido do Maná (Êxodo 16:8-16). Quando se localizaram na terra, comeram do fruto dela, então o Maná parou de cair. Por esta razão Gilgal simboliza lugar de provisão. Entenda: O Maná era uma concessão, o fruto era obrigação. Logo vale dizer que Jesus é uma concessão a quem O aceitar. Ele mesmo disse: "Pelo pão havereis de trabalhar [isto é provisão]". A Igreja oferece ao crente a disponibilidade de viver honestamente, de seus próprios proventos! 

4. Gilgal significa: "Lugar de encontro com Deus"


Este ato trata-se do ultimo provento de Deus, antes de partirem para conquista de Jericó. Estamos nos momentos da estadia do povo em Gilgal. Neste momento Josué é agraciado com a presença do anjo do senhor. Uma representação teofânica de Deus. (conforme Josué 5:14,15). Observe que todas essas coisas aconteceram enquanto o povo residia em Gilgal aguardando a ordem de Deus, para saírem a conquistar as possessões que Ele lhes dera. Então, Gilgal também é um lugar de buscar a Deus. 

Conclusão 


A Gilgal de época marcou Israel, A Gilgal de hoje cujo pareamento a coloca em posição de Igreja, nos leva as mesmas. Condições de Fim da vergonha do pecado. Significa "O Perdão" alcançado! 

A renovação do entendimento mediante a graça. (1 Co 5:17). O foco da exclusividade na adoração. (Jo 4:24,25). Por ter sido criada por Deus, e fundado pelo Cristo, a Igreja é hoje a porta aberta onde o homem realmente pode encontrar Deus. 

Enfim, o mesmo ocorre nos dias atuais. As pessoas fazem uma mudança geográfica tentando resolver um problema que é de sua própria essência. Os problemas não estão em Betel, em Gilgal ou em qualquer outro lugar.

A Deus, o Pai, toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade. 
E nem 1% religioso.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

CORRUPÇÃO, CÂNCER MORAL QUE HÁ TEMPOS DESTRÓI O BRASIL

A corrupção é milenar. A história da humanidade registra casos de corrupção no Egito dos faraós; no Império Romano e na Grécia antiga; todos antes da era cristã. Sociólogos afirmam que a corrupção é motivada por uma complexidade de fatores. Pode ser o somatório de vários produtos como o social, político, econômico, moral ou até mesmo o cultural. Mas, está sempre ligada ao poder, à busca de alguma coisa e ao benefício próprio.

Em cada caso é necessária uma análise própria, pois as circunstâncias não são as mesmas e as pessoas são diferentes. No Brasil, especificamente, temos um componente cultural muito forte. Isso é fácil de ser percebido até em pequenas situações. O motorista que avança um sinal e tenta corromper (subornar) o guarda de trânsito, é um exemplo bem claro. Temos também o caso daquele cidadão que chega numa repartição pública, não encontra o serviço funcionando como deveria estar, e tenta conseguir seu objetivo com alguma caixinha. E poderíamos enumerar outros exemplos que usa como estratégia o famoso e famigerado "jeitinho brasileiro", a tal "Lei de Gérson", tem origem em uma propaganda que Gérson, um dos melhores meio-campistas da história do futebol brasileiro e ex-jogador de grandes times como o São Paulo Futebol Clube, fez para os cigarros Vila Rica no ano de 1976. 

Na peça publicitária, o boleiro fala sobre as vantagens do cigarro e pronuncia a seguinte frase: "É gostoso, suave e não irrita a garganta". Na sequência diz: "Por que pagar mais caro se o Vila me dá tudo aquilo que eu quero de um bom cigarro?". Depois de propagandear o cigarro e falar sobre o quanto o produto era bom, Gérson dá um sorrisinho malandro e solta a última e infeliz frase da propaganda: "Gosto de levar vantagem em tudo, certo?". Desta forma, sintetizou de uma vez só o jeitinho brasileiro de fazer o errado parecer certo.

Apesar de já ser um jogador consagrado na época, ficou marcado pela propaganda. Depois de algum tempo, o "Canhotinha de Ouro" declarou que ficou arrependido de ter sua imagem associada ao anúncio. Mas já era tarde, seu nome acabou batizando a Lei mais salafrária do país e ficou no imaginário popular. Segundo o diretor do comercial, o publicitário José Monserrat Filho, "houve um erro de interpretação, o pessoal começou a entender como ser malandro. No segundo anúncio dizíamos: ‘levar vantagem não é passar ninguém para trás, é chegar na frente’”.

Com os escândalos políticos que ocorrem frequentemente na política brasileira, tais como fraude, corrupção, lavagem de dinheiro, superfaturamento, entre outros, a expressão Lei de Gérson acaba surgindo na boca do povão todos os anos. Enraizada na cultura popular, virou sinônimo de levar vantagem acima de tudo, sem respeitar códigos éticos ou morais.

A falta de controle social e público também deve ser considerada. Atos corruptos precisam de punições severas. No Brasil não existem mecanismos de fiscalização adequados, uma característica das sociedades desiguais, que apresentam verdadeiros abismos entre as classes sociais. Poucos com muito e muitos com quase nada. A manutenção desse quadro leva a casos de corrupção e impunidade. A justiça também é pautada por esses valores. Teoricamente, as instituições que cuidam da ordem jurídica devem estar além do interesse privado. Quando isso não acontece, surgem as distorções e os casos de impunidade. 

Um dado interessante e que diz respeito à nós, cristãos. De acordo com o ranking da ONG Transparência Internacional, nos países de maioria evangélica os índices de corrupção são considerados baixos.

A história da corrupção no Brasil


A corrupção chegou ao Brasil em 1500, com a frota de caravelas de Pedro Álvares Cabral. O primeiro documento oficial do país, a carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal, D. Manuel, dando conta da terra descoberta, se aproveitava da situação, era oportunista e usava do tráfico de influência em troca de um favor. Pero Vaz pedia que seu genro, Jorge Osório, que cumpria pena de exílio em São Tomé, fosse libertado. O jovem entrou para a história como o primeiro beneficiário da corrupção no Brasil.

Em 1516, o capitão Pero Capico, designado pelo rei D. Manuel para evitar o desvio e seus direitos sobre o comércio do açúcar, do pau-brasil e dos escravos, chegou pobre nas terras recém descobertas e voltou rico para Portugal dez anos depois. Historicamente apontam que neste período foram instituídas as primeiras comissões no território nacional.

"Santinho do pau oco"


Com a descoberta de ouro em Minas Gerais, Cuiabá e Goiás, ocorreu uma corrida de aventureiros para o Brasil. Com medo de que Portugal ficasse despovoado, desguarnecido para uma invasão, o rei proibiu a saída dos "bons". De acordo com vários historiadores, "só conseguiam visto para viver no Brasil os vagabundos, ladrões, inimigos do trabalho e clérigos de má fama". Estes últimos protagonizariam os casos do "santinho do pau oco". Eles despachavam várias estátuas confeccionadas com gesso. As imagens eram ocas e o seu interior era preenchido com ouro em pó. O Brasil exportava "santinhos" para o mundo. Historiadores afirmam que os fiscais da alfândega na época ficavam com algumas "peças" para não examinarem detalhadamente os carregamentos. Quando o contrabando foi descoberto, em 1711, muitos padres foram expulsos do país.

Um quinto do ouro brasileiro pertencia ao rei (os famosos quintos reais). Para garanti-los, o monarca enviou para Cuiabá, em 1727, o capitão governador de São Paulo, Rodrigo César de Menezes. Ele despachou para Lisboa 50 kg de ouro. Quando Dom João V abriu os caixotes fechados, com selos reais intactos, encontrou apeans um carregamento de chumbo de caça. Foi aberto um inquérito e o processo se arrastou por anos. Entre os suspeitos estavam as mais altas autoridades coloniais. Ninguém foi punido, o que leva a crer que todos os investigadores foram corrompidos. E, aqui, estamos nos idos do século XVII!

"Para inglês ver"


No século XIX, o Brasil independente foi signatário de tratados patrocinados pela Inglaterra, que proibiam o tráfico de escravos. Mas o respeito a essas normas só aconteciam nos portos oficiais ou na presença de autoridades britânicas. Isso gerou a expressão "para inglês ver". Em ancoradouros clandestinos foram desembarcados meio milhão de africanos escravos. Autoridades portuárias ficaram milionárias com as comissões que recebiam para não coibir a prática. Os dois maiores traficantes negreiros foram Bernadino de Sá, que se tornou o barão de Vila Nova do Minho, em Portugal, título reconhecido oficialmente no Brasil por D. Pedro II; e Manuel Pinto da Fonseca, que frequentava a casa do chefe de polícia, jogava cartas com a família imperial e era cavaleiro da Ordem das Rosas.

Com o fim do tráfico de escravos, o império, para se manter no poder, liberou milhares de contos de réis em financiamentos. Pesquisadores apontam muitas dúvidas nas negociações para as concessões das estradas de ferro, para as autorizações de navegação entre portos do país, para a instalação de cabos telegráficos e para iluminação a gás nas grandes cidades brasileiras. 

No fim do império e início da república, circulavam nos corredores dos ministérios, da Câmara, e do Senado, exércitos de aventureiros nacionais e internacionais, intermediários e empresários na busca das cobiçadas concessões, na garantia de serem os principais fornecedores dos novos empreendimentos e também na certeza de vantajosos empréstimos junto a banqueiros nacionais e internacionais. Essas operações, em sua maioria, foram benéficas para os requisitantes e prejudiciais para a nação. A "troca de favores" sempre foi marcante na vida pública nacional.

No século XX surgiu a expressão "caixinha", para justificar comissões pagas a políticos e autoridades municipais, estaduais e federais. O hábito ficou tão enraizado na sociedade brasileira que o comércio, de uma forma geral, adotou o termo para significar um presente ou um prêmio pelo bom atendimento. Atualmente, o noticiário emm todas as mídias apresenta novidades semânticas para velhas práticas: "caixa dois" e "mensalão".

Em tempos mais recentes


O período militar, iniciado com o golpe em 1964, teve no caso Capemi e Coroa- Brastel uma amostra do que ocultamente ocorria nas empresas estatais. Durante a década de 80 havia um grupo privado chamado Capemi (Caixa de Pecúlios, Pensões e Montepios), fundado e dirigido por militares, que era responsável pela previdência privada. O grupo era sem fins lucrativos e tinha como missão, gerar recursos para manutenção do Programa de Ação Social, que englobava a previdência e a assistência entre os participantes de seus planos de benefícios e a filantropia no amparo à infância e à velhice desvalida. Este grupo, presidido pelo general Ademar Aragão, resolveu diversificar as operações para ampliar o suporte financeiro da empresa. Uma das inovações foi a participação em um consórcio de empresas na concorrência para o desmatamento da área submersa da usina hidroelétrica de Tucuruí (empresa estatal). 

Vencida a licitação pública em 1980 deveria-se, ao longo de 3 anos, concluir a obra de retirada e de comercialização da madeira. O contrato não foi cumprido e o dinheiro dos pensionistas da Capemi dizia-se que fora desviado para a caixinha do ministro-chefe do Sistema Nacional de Informações (SNI), órgão responsável pela segurança nacional, general Otávio Medeiros que desejava candidatar-se à presidência do país. A resultante foi a falência do grupo Capemi, que necessitava de 100 milhões de dólares para saldar suas dívidas, e o prejuízo aos pensionistas que mensalmente eram descontados na folha de pagamento para a sua, futura e longínqua, aposentadoria. Além do comprometimento de altos escalões do governo militar o caso revelou: a estreita parceria entre os grupos privados interessados em desfrutar da administração pública, o tráfico de influência, e a ausência de ordenamento jurídico.

Em 1980 o proprietário da Coroa-Brastel, Assis Paim, foi induzido pelos ministros da economia Delfim Netto, da fazenda Ernane Galvêas e pelo presidente do Banco Central, Carlos Langoni, a conceder à Corretora de Valores Laureano um empréstimo de 180 milhões de cruzeiros. Cabe ressaltar que a Coroa-Brastel era um dos maiores conglomerados privados do país, com atuações na área financeira e comercial, e que o proprietário da Corretora de Valores Laureano era amigo pessoal do filho do chefe do SNI Golbery do Couto e Silva.

Interessado em agradar o governo militar, Paim concedeu o empréstimo, mas após um ano o pagamento não havia sido realizado. Estando a dívida acumulada em 300 milhões de cruzeiros e com o envolvimento de ministros e do presidente do Banco Central, a solução encontrada foi a compra, por Paim, da Corretora de Valores Laureano com o apoio do governo. Obviamente a corretora não conseguiu saldar suas dívidas, apesar da ajuda de um banco estatal, e muito menos resguardar o prestígio dos envolvidos.

A redemocratização brasileira na década de 80 teve seu espaço garantido com o fim do governo militar (1964-1985). Em 1985 o retorno dos civis à presidência foi possível com a campanha pelas Diretas-Já, que em 1984 mobilizou milhares de cidadãos em todas as capitais brasileiras pelo direito ao voto para presidente. Neste novo ciclo político o Impeachment do presidente Collor constitui um marco divisor nos escândalos de corrupção.

Durante as eleições para presidente em 1989 foi elaborado um esquema para captação de recursos à eleição de Fernando Collor. Posteriormente, foi revelado que os gastos foram financiados pelos usineiros de Alagoas em troca de decretos governamentais que os beneficiariam. Em abril de 1989, após aparecer seguidamente em três programas eleitorais, Collor já era um nome nacional. Depois que Collor começou a subir nas pesquisas, foi estruturado um grande esquema de captação de dinheiro com base em chantagens e compromissos que lotearam previamente a administração federal e seus recursos. Esse esquema ficou conhecido como “Esquema PC”, sigla baseada no nome do tesoureiro da campanha, Paulo César Farias, e resultou no impeachment do presidente eleito. Segundo cálculos da Polícia Federal estima-se que este esquema movimentou de 600 milhões a 1 bilhão de dólares, no período de 1989 (campanha presidencial) a 1992 (impeachment).

Os apelidos da corrupção


No Brasil, dependendo dos aspectos regionais, encontramos muitas palavras para designar atos de corrupção: caixinha, caixa dois, mensalão (e sua variante no diminutivo, mensalinho), molhar a mão, lubrificar, lambidela, mata-bicho, jabaculê, jabá (muito usado no meio musical), capilé, conto-do-paco, mamata, maracutaia, negociata, por fora, PF, taxa de urgência, trem da alegria, propina etc. 

Conclusão


Nossa breve história da corrupção pode induzir à compreensão que as práticas ilícitas reaparecem como em um ciclo, dando-nos a impressão que o problema é cultural quando na verdade é a falta de controle, de prestação de contas, de punição e de cumprimento das leis. É isso que nos têm reconduzido a erros semelhantes. A tolerância a pequenas violações que vão desde a taxa de urgência paga a funcionários públicos para conseguir agilidade na tramitação dos processos dentro de órgão público, até aquele motorista que paga a um funcionário de uma companhia de trânsito para não ser multado, não podem e não devem mais ser toleradas. Precisamos decidir se desejamos um país que compartilhe de uma regra comum a todos os cidadãos ou se essa se aplicará apenas a alguns. Nosso dilema em relação ao que desejamos no controle da corrupção é esquizofrênico e espero que não demoremos muito no divã do analista para decidirmos.

Por mais que eu tenha tentado resumir, a história da corrupção no Brasil é extensa e cheia de preâmbulos e complexidades. Ou seja, tem muita "treta" por debaixo do tapete. Não citarei aqui os casos recentes de corrupção, como o mensalão e o mais recente - que ainda dói em nossa carne-, caso Petrobrás, cujo desfecho está longe de ser alcançado. 

"Não pervertam a justiça nem mostrem parcialidade. Não aceitem suborno, pois o suborno cega até os sábios e prejudica a causa dos justos [...] Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem." 

Deuteronômio 16:19; Romanos 12:21

[Pesquisa: InfoEscola; "A História Secreta da Rede Globo", de Daniel Heiz, Editora Tchê e, posteriormente, Editora Dom Quixote (livro está disponibilizado na internet); revistas IstoÉ, Exame, Veja e Época e em outras diversas fontes disponíveis na internet.]