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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

CADA UM NO SEU QUADRADO: EU NÃO QUERO SER UM "DESIGREJADO"



"O salmo do desigrejado
'Alegrei-me quando me disseram, vamos ficar em casa porque reunir-se em outro local que não seja uma casa é uma grande bobagem. 

Lembre-se que onde estiverem dois ou três reunidos (numa casa é claro), sem pastores, sem ministração dos sacramentos, sem qualquer tipo de contribuição financeira, ali Deus estará presente. 

Por acaso não sabes que você é o templo do Espirito Santo, e que em virtude disso você não precisa reunir-se num espaço com os salvos em Jesus? 

Resistam a instituição e as denominações que elas fugirão de vocês. Lembrem-se que os templos estão ao redor de vocês rugindo como leões tentando afastá-los das reuniões nas casas onde não existe obrigações, liderança e nem presbíteros e diáconos que comumente atazanam a vida dos que foram libertos das reuniões nos templos.'  
Pois é, pois é...  
Seria cômico, se não fosse trágico." 
Pr. Renato Vargens⁠⁠ 
No ano de 2010 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou os dados censitários de uma ampla análise desenvolvida pelo POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), onde, entre outros temas, avaliou a performance da religiosidade do brasileiro. Na pesquisa foi apontada que, em termos de identidade religiosa, o grupo que mais cresceu foi dos que se declararam "sem religião". Algo surpreendente no Brasil, que sempre se orgulhou de ser "o maior país católico do mundo".

Além disso, outro dado divulgado e que muito chamou a atenção, foi a identificação de um ator social até bem pouco tempo inexistente no extrato religioso em nosso território: o evangélico nominal, isto é, sem vínculo eclesiástico, ou, como ficou conhecido, "desigrejado". De acordo com o IBGE, já são mais de quatro milhões de evangélicos em tal situação. Se declaram cristãos protestantes, identificados com as doutrinas fundamentais de fé cristã (creem, portanto, no nascimento virginal de Cristo, na sua morte expiatória, na ressurreição, na Segunda Vinda e na vida eterna aos fiéis; celebram a Ceia e passam pelas águas do batismo), mas que se recusam a congregar, pois não acreditam mais na necessidade e relevância da igreja institucional. 

A amostragem dos dados que comprovam o fenômeno chamou a atenção da mídia cristã especializada e também da secular, pois, historicamente era conhecido no que tange ao comportamento dos evangélicos no Brasil, que duas características sobressaíam: o hábito da leitura da Bíblia e a pertença eclesiástica. Contudo, com a revelação do contingente impressionante de "desigrejados" , a noção e o valor da pertença entre os evangélicos já vem sendo questionada, aproximando-se, portanto, dos católicos nominais, despertando a curiosidade de pesquisadores das Ciências da Religião e dos próprios órgãos de imprensa. 

A repercussão 


Assim que os dados foram divulgados, uma série de reportagens, livros e sites começou a circular, tentando entender o fenômeno. A Revista Cristianismo Hoje, prestigiada publicação cristã e braço brasileiro da Christianity Today, publicou duas matérias sobre o assunto . Até aí, nada surpreendente, visto ser natural que um periódico cristão de linha protestante repercutisse um assunto que atinge em cheio a realidade eclesiástica no Brasil. 

Entretanto, as Revistas IstoÉ e Época (esta última de responsabilidade das Organizações Globo) e também o importante jornal Folha de São Paulo, publicaram matérias sobre o assunto, evidenciando a importância do movimento para a compreensão do fenômeno religioso brasileiro. Editoras cristãs também entraram em cena, propondo reflexões sobre a tendência e, como não poderia ser diferente em tempos virtuais, sites e blogs também resolveram contribuir e/ ou tumultuar o debate. 

O histórico da repercussão no Brasil 


  • Augustus Nicodemus Lopes publica no blog Tempora-Mores, em abril de 2010, um artigo intitulado "Os Desigrejados" e populariza tanto o conceito quanto o uso do termo no Brasil. 
  • Maurício Zágari publica em 2010, na Revista Cristianismo Hoje, artigo intitulado: "Decepcionados com a Igreja". 
  • Em 2010 a Revista Época publica matéria de capa (A Nova Reforma Protestante) com evangélicos insatisfeitos com os modelos tradicionais de igreja. 
  • Jornal Folha de São Paulo publica, em 2011, matéria intitulada "Cresce o número de evangélicos sem ligação com igrejas". 
  • Revista Isto É publica, em 2011, matéria de capa "O Novo Retrato da Fé no Brasil" – nomadismo religioso. 
  • Sites como Genizah e Púlpito Cristão multiplicam o assunto nas redes sociais. 
  • O ex(?) reverendo Caio Fábio d'Araújo Filho se transformou no "profeta dos 'desigrejados'". 
  • O pastor, teólogo e escritor Ed René Kivitz posta um vídeo sensacional e esclarecedor sobre o assunto. 

A identidade do "desigrejado" 


Como vimos, cada vez cresce mais o número de crentes sem igrejas, são simpatizantes de Jesus, o Cristo, mas não suportam a ideia de participar de uma igreja. Como tenho muitos amigos "desigrejados" conheço vários argumentos e até mesmo me identifico com alguns deles. 

Todos eles perceberam em algum momento de suas vidas a singularidade da mensagem de Jesus, ou lendo a Bíblia, ou através de uma experiência marcante na juventude. Todos são unânimes em declarar que Jesus é único caminho e que sua proposta de vida é incomparável com qualquer outra proposta entre outras religiões. 

Mas também todos sentem tremenda dificuldade de se envolver em uma igreja local, uns por terem vivenciado a terrível experiência de serem julgados ou descriminados por alguns religiosos na igreja; outros por se indignarem ao verem tantos líderes, principalmente na TV, com esse horrendo, pernicioso e manipulador discurso da prosperidade, com uma santidade que não passa de marketing para enganar o povo; e ainda tem alguns que simplesmente não sentem a necessidade de "ir na" igreja toda a semana, sentem que é apenas uma rotina religiosa que faz pouca diferença no dia a dia, alegam que conseguem se "recarregar" sozinhos em casa lendo a Bíblia e conversando - se reunindo(?) com alguns pares. 

Eu entendo os desigrejados, até porque todos esses sentimentos rondam a minha alma, e já cheguei a pensar seriamente em deixar de "ir na" igreja por esses três motivos. Mas acredito que viver "desigrejado" não seja bom para ninguém. 

Porque eu NÃO QUERO SER um "desigrejado"? 


Apesar da Bíblia não conter um mandamento explícito para uma pessoa pertencer formalmente a uma igreja, ela está permeada de passagens que indicam a necessidade de pertencer a uma igreja. A base bíblica pode ser vista claramente no exemplo da igreja primitiva, na existência de liderança na igreja e no exercício da disciplina bíblica. 

Poderia também usar o simples argumento de que não é projeto de Deus para ninguém viver a vida sozinho, nem o próprio Cristo fez isso, nem nenhum dos seus primeiros discípulos.

Mas não é apenas uma ideia bíblica, na prática vejo que a fuga dos religiosos julgadores não gera uma vida sem julgamentos, pois fora da igreja temos muitas cobranças e muitos dedos apontados. Com um agravante, com menos pessoas ao lado para compartilhar as fraquezas e decepções. Sem contar com a nossa consciência que é a acusadora principal por não cumprirmos o que é certo. 

Caímos também no terrível erro de generalizar todos os líderes religiosos como oportunistas e falsos, esquecendo que o líder (pastor, apóstolo, bispo, reverendo, padre ou seja lá o que for) que é correto e vive a proposta do evangelho não fica fazendo auto marketing do tanto que é santo, pois aprendeu direto com Jesus que quando se faz uma boa coisa, que seja em secreto. 

Esse tipo de líder, seguidor de Jesus, está em toda parte, menos na mídia, por isso você só o encontra indo passar um tempo ao seu lado, nas igrejas onde eles estão servindo. Os "desigrejados" acabam cometendo o erro que sempre condenaram nos outros, o de julgar e colocar injustamente todos no mesmo "saco", e pior, vivem com essa culpa sozinhos. Além do mais, são um tanto arrogantes em sua opulência de "donos dos próprios narizes", que faz com que se sintam melhores, superiores aos que optam por fazerem parte de uma congregação. 

E aos que além disso tudo vivem bem sem a rotina de participar toda semana de uma igreja local, acabam sendo enganados por eles mesmos, por não perceberem que não conseguem ter sozinhos a disciplina de procurar o Jesus que eles admiram, e vão se afastando lentamente de uma comunhão saudável e proveitosa com Deus. 

Amam a proposta de Cristo, mas não suportam o seu corpo. Enxergam a incapacidade da igreja em ser boa, mas não enxergam a sua própria incapacidade de fazer o bem. Condenam a igreja por uma parte que é intolerante, mas não se condenam por não perceberem a intolerância do seus próprios corações. 

Viver em comunidade não é uma proposta apenas para nos sentirmos melhor, mas para enxergarmos no outro que não somos quem gostaríamos de ser. Nessa experiência semanal de frustração o Espírito de Cristo nos transforma em pessoas melhores, mais parecidas com Ele. 

O exemplo da igreja primitiva 


Na igreja primitiva, se tornar cristão significava pertencer à igreja. Os cristãos eram batizados, adicionados à igreja (Atos 2:41-47; 5:14; 16:5). Mais que simplesmente viver uma vida privada compromissada com Cristo, ser cristão significa juntar-se formalmente com outros cristãos em uma assembleia local e devotar-se ao ensinamento dos líderes, a comunhão, ao partir do pão e as orações (Atos 2.42). 

Há evidências no Novo Testamento que assim como havia uma lista de viúvas elegíveis para o suporte financeiro (1 Timóteo 5:9), assim também havia uma lista de membros que aumentava conforme pessoas eram salvas. De fato, quando um cristão se mudava para outra cidade, a sua igreja frequentemente escrevia uma carta de recomendação para a sua nova igreja (Atos 18:27; Romanos 16:1; Colossenses 4:10). 

A liderança da igreja 


A igreja possui uma pluralidade de líderes que supervisionam um grupo de crentes. As tarefas que os líderes possuem pressupõe um grupo definidos de pessoas as quais estão sob os seus cuidados. As Escrituras ensinam que os pastores irão prestar contas a Deus por cada individuo sob o seu cuidado (Hebreus 13:17). 

Os pastores somente podem prestar contas a Deus por pessoas que eles sabem que estão no seu rebanho - ou seja, sob seu cuidado. Por outro lado, as Escrituras ensinam que os cristãos devem se submeter aos seus líderes. Se uma pessoa é "desigrejada", surge a pergunta: "Quem são os seus líderes?".  Eles não os tem. Seguem o lema de "cada um por si e Deus por todos."

Disciplina na igreja 


Mateus 18:15-17 estabelece a disciplina na igreja. O exercício da disciplina pressupõe que os líderes da igreja saibam quem são os membros da igreja. E eu ainda perguntaria aos que se orgulham de ser "desigrejados". 

1) O que Jesus quis dizer com a seguinte afirmação:
"Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (...)." Mateus 16:18 (grifo meu) 
De que igreja, afinal Ele estava falando e da qual se declarando o Dono?

2) E quanto aos dons ministeriais relacionados em Efésios 4:11,12?
"E Ele mesmo [Deus] deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo (...)." 
E qual, afinal é o corpo de Cristo?

Com a palavra, os "desigrejados".

Conclusão 

Um Fenômeno Mundial (pós-modernidade) 


Há no mundo contemporâneo uma crise de pertença, sobretudo, religiosa. Nos Estados Unidos da América (a maior nação protestante do mundo) e na Europa (berço das mais conhecidas denominações cristãs, como as Igrejas Anglicana, Luterana, Presbiteriana, Batista, Congregacional e Metodista, Wesleyana entre outras) a marcha dos "desigrejados" é um fenômeno conhecido e discutido. 

Obras importantes e outras polêmicas já vieram a lume, visando esclarecer e ou polemizar a questão. Portanto, longe de ser um movimento isolado manifesto apenas em nosso país, o que vem ocorrendo é uma expressão nacional de uma onda de deserção institucional de grandes proporções que alcança o mundo inteiro, consequência, sem dúvida, da pós-modernidade que questiona e relativiza afirmações e conteúdos antes considerados absolutos e inegociáveis, gerando, assim, desencaixe em todas as esferas da sociedade, atingindo todas as expressões institucionais: partidos políticos, sistemas de governo, utopias, convenções familiares, casamento, religião, igrejas e etc., pois, conforme denunciou Zygmunt Bauman [1925-2017, sociólogo polonês, professor emérito de sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia]:
"As estruturas estão se decompondo em face dos Tempos Líquidos". 
Não é possível biblicamente ser um cristão "desigrejado". Infelizmente, entretanto, a tendência é de o número de "desigrejados" aumentar (sim, pois eles fazem proselitismo e não medem esforços para arrastar outros em seus descaminhos). Entendo os motivos dos "desigrejados", mas , bíblica e definitivamente, não acredito que seja a melhor opção. Deus os abençoe. Deus nos abençoe e sigamos, "ado, ado, ado, cada um no seu quadrado".

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

A SÃ DOUTRINA - O NOVO OU VELHO, QUAL A SUA ESCOLHA? - 3

...Continuação...↷ 

Dando sequência ao nosso estudo, vamos ver outros temas que ainda são motivos de dúvidas e ensinamentos equivocados no meio cristão quanto às práticas doutrinárias bíblicas cristãs. 

Comida


Há aqueles eu vão verificar na Bíblia o que se deve comer e o que não se deve comer. No Velho Testamento há algumas restrições determinando tipos de animais que não deveria ser comido, só que no Novo Testamento a Palavra só recomenda não comer carne sufocada (Atos 15:6–29).

Existem determinados tipos de comidas, carnes que não fazem bem para a saúde, agora comer ou não comer é pessoal (Rm 14:1–3) ninguém perderá a salvação por que come determinado tipo de comida ou porque não come (Mt 15:11; 1 Co 6:12–14). A única coisa que o alimento pode fazer é trazer doenças que vão fazer o seu corpo voltar ao pó mais cedo (Ec 12:7; Lc 12:4,5) e isto absolutamente nada tem de espiritual.

Usos e costumes


Detalhes sobre esse assunto ➽ aqui.

Contribuição financeira


Detalhes sobre assunto:


Conclusão


Quem usa as leis, mandamentos como doutrinas e ordenanças do Velho Testamento como base doutrinária para a sua igreja ou para a sua vida ainda não viu a glória de Deus (2 Co 3:1–18).

Lugar, dias, festas, comidas, usos e costumes, cooperação financeira tudo isto não pode salvar ninguém, o que salva é Cristo através de uma conversão verdadeira, genuína e essencial (João 3:1-17; 4:23,24; Atos 16:31; Gl 6:14,15; Cl 2:4–23).

A SÃ DOUTRINA - O NOVO OU VELHO, QUAL A SUA ESCOLHA? - 2

...Continuação...↷ 

Mandamentos, Doutrinas e Ordenanças 


Os mandamentos são formados por doutrinas e ordenanças e tem como objetivo trazer um novo estilo de vida, maneira de se viver e se comportar diante da sociedade, também trazendo uma forma de vida saudável, auxiliando, trazendo ajuda e beneficio para o homem desfrutar de uma vida melhor (Dt 15:5–11; 28:1–14).

Lugar 


Deus escolheu Israel, Deus escolheu este povo para ser o seu povo, a Palavra que temos - a Bíblia – veio deste povo, Patriarcas, Reis e Profetas, Apóstolos e discípulos todos judeus, Jesus judeu de nascimento, se fossemos escolher um lugar para adorar, lógico que seria Jerusalém em Israel, muitos questionam o lugar de adorar. 

No Velho Testamento Jerusalém era o lugar da adoração e hoje para muitos evangélicos Jerusalém é o lugar de adoração, para outros os montes é o lugar da adoração. 

No Novo Testamento não importa o lugar, o que importa é ser verdadeiro adorador, o verdadeiro adorador adora na igreja, nos montes, em Jerusalém, no ônibus, no trabalho na rua em casa em qualquer lugar, porque a adoração está dentro dele, no seu espírito (João 4:19–24; Pv 20:7).

Dia 


Hoje alguns fazem questão de dias, segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo afinal qual é o melhor dia para adorar, para santificar o mais comentado é o sábado, mas entendemos pois o sábado é um dos dez mandamento, mas isto é Velho Testamento exclusivo para o povo judeu, no Novo Testamento não tem nenhum mandamento, doutrina ou ordenança a respeito do sábado para a igreja de Jesus na Terra, sábado no Novo Testamento é um dia comum para o povo gentio (Rm 14:5). 

Para a igreja do Senhor Jesus todos os dias é dia de adorar e santificar (Isaías 66:23; Neemias 9:6). O sábado foi um beneficio que Deus deu ao povo judeu, foi criado por causa do homem e não o homem por causa do sábado (Mc 2:23–27). No Velho Testamento o dia é santo ao Senhor, o dia tem que ser santificado. No Novo Testamento o homem é que tem que se santificar, o homem é que é santo ao Senhor (Hb 12:14, 1 Ts 4:3; 5:23; 1 Pd 1:16). 

Se alguém quer guardar o sábado que guarde, mas o sábado não poderá salvá-lo (Mt 12:1–8) se ele quer viver da lei que viva, se ele despreza a Graça, o Novo Testamento para viver do Velho Testamento isto é problema, e ele terá sérios problemas (Tg 2:10,11). Quem guarda o sábado não julgue quem não guarda, e quem não guarda o sábado não julgue o que guarda (Cl 2:16,17).

  • Festas não bíblicas 


Algumas festas que temos foram introduzidas no calendário pela igreja católica, mas nem por isto são necessariamente pecado ou heresia (Naum 1:15; Dt 16:10; João 7:37,38; 1 Co 5:8). Vejamos algumas que são motivo de polêmicas no meio cristão quanto à licitude ou não de suas comemorações:

Natal – Detalhes sobre esse assunto ➽ aqui.

Semana [chamada] Santa – Não vejo nenhum mal em comemorar a semana [chamada] santa, só vejo mal em comemorar com tristeza, a semana [chamada] santa tem que ser comemorada com alegria, pois é a semana em que se comemora o dia em que Jesus Cristo nos comprou com o seu sangue (1 Co 6:20; Cl 2:13–16) e também é o dia em que se comemora a vitória de Jesus na cruz sobre satanás (1 Co 1:18). 

Para nós os crentes em Jesus Cristo a semana [chamada] santa deveria ser uma semana em que todos os dias comemorássemos na igreja com cultos de adoração e muita alegria no Espírito Santo (Rm 14:17) festejando não com procissão à luz de velas ou carregando um Jesus morto na cruz, mas sim com evangelismo carregando um Jesus vivo, bem vivo ressuscitado dentro dos nossos corações, em nossas vidas (Lc 24:16; Mt 28:18–20; João 14:15–23).

Sobre as festas, concluímos que...


Temos tantas festas que não têm nada haver com a Bíblia, festas dos pais, festas das mães, festas de aniversário do pastor, festa de aniversário da igreja, porque então ficar se perguntando se é certo comemorar natal ou semana santa?(Isaías 29:11–16). 

Se não quiser comemorar, não comemore, contudo, deixe a liberdade de quem queira comemorar e não perca tempo com discussões tolas que absolutamente nada irá acrescentar ou ajudar na edificação do Reino de Deus (Cl 2:8).

  • Festas bíblicas 

Nós os cristãos evangélicos deveríamos, então ter mais atitude do que os de outros segmentos religiosos celebrando outras festas bíblicas. Por exemplo a festa de Pentecostes, que mal há em comemorar a festa de Pentecostes, que para os judeus é a festa da colheita (Dt 16:9–12)? Para os crentes esta festa começou no dia de Pentecoste João 4: 35; Atos 2.

Que mal a em comemorar o dia de Pentecoste, a colheita já começou, quantas pessoas aceitam Jesus todos os dias (Lc 15:7; Atos 2:3741)? Que mal há em comemorar o dia do Derramar do Espírito Santo, o dia em que Ele veio fazer morada no coração de cada crente (João 14:1523; 16:5–15; Atos 2:1–4; Ef 2:19–22)?

Esta festa é a festa que Deus fez exclusivamente para o povo crente, se tem um povo que merece fazer festa uma vez por ano comemorando a colheita, ou seja, o derramar do e a nova morada do Espírito Santo no coração de cada um, este povo é o povo cristão (Oseias 4:6a).

Páscoa – Comemorar a páscoa também não é heresia, pois a páscoa simboliza para os judeus o dia em que Deus os resgatou do Egito e das mãos do Faraó (Dt 16:1–3). Nós os cristãos temos muito mais motivo para comemorar a páscoa do que qualquer outra pessoa, pois Deus através do seu Filho Jesus nos resgatou do Egito (prefigura do mundo, no contexto de práticas contrárias à vontade de Deus) e das mãos de Faraó (prefigura de satanás – 1 Pd 2:9,10; João 3:14–16) comemorar como? Comendo pães asmos e ervas amargas? Claro que não, estes símbolos têm a ver com o contexto cultural e contextual da espiritualidade judaica. Comemoramos conforme as nossas tradições e o contexto de nossa realidade espiritual em Cristo.

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A SÃ DOUTRINA - O NOVO OU VELHO, QUAL A SUA ESCOLHA? - 1

A Bíblia é um conjunto de livros escritos por profetas e apóstolos discípulos do Senhor Jesus, que escreveram inspirados pelo Espírito Santo de Deus (2 Pedro 1:20,21). A Bíblia é dividida em dois tempos Antes e Depois de Cristo, Antes de Cristo Velho Testamento, Depois de Cristo Novo Testamento. O Velho Testamento tem como base Lei, Mandamento e Ordenanças, Novo Testamento tem como base Graça, perdão e misericórdia (João 1:11–17). O Velho Testamento de Gênesis a Malaquias profetiza a vinda do Messias (1 Pd 1; Atos 7:37–52).

No meu entendimento o que interessa para a Igreja de Deus formada por gentios (Mateus 12:9–21) são as profecias que anunciavam a vinda de Cristo, e também a história e os testemunhos dos homens de Deus. As bases doutrinárias formada pela Lei pelos mandamentos e pelas ordenanças são exclusivas para o povo Judeu. 

Velho Testamento


O nome já diz: Velho algo que já perdeu valor (Hebreus 8:13; Gálatas 4:21–31; 2 Coríntios 3:11–14), para todos os judeus e gentios depois da vinda de Cristo só o Evangelho de Jesus Cristo tem base doutrinaria, mandamentos e ordenanças que podem levar o homem a verdadeira conversão dando a este homem a salvação e a vida eterna (João 7:15–17; 14:15–24). 

A vinda de Cristo, sua morte e a sua ressurreição fez com o homem judeu e gentio uma Nova [e eterna, irrevogável] Aliança (Lucas 22:19,20). O Novo Testamento faz tudo novo para os judeus e para os gentios, para todos os que aceitarem a Jesus como seu único Salvador (Romanos 10:1–13; 2 Coríntios 5:17; Apocalipse 21:5,6). 

Do Velho Testamento devemos tirar os bons exemplos, os bons testemunhos e os bons ensinos tudo isto serve para o nosso crescimento espiritual e vai nos ensinar a ter uma vida correta diante de Deus. Mas tudo que trata da lei, dos mandamentos e ordenanças temos que entender que serviu com base doutrinária para judeus da época, não serve para os crentes cristãos de hoje (João 3:14–16). 

O Apóstolo Paulo e os outros Apóstolos e Discípulos que escreveram Atos e as cartas foram usados pelo Espírito Santo de Deus para decodificar, interpretar, trazer luz aos evangelhos, para que o diabo através de sua astúcia não venha a confundir a mente do homem, levando o homem a perder a salvação por falta de conhecimento (Oseias 4:6a; Rm 1:16; 2 Co 4:1–4; 11:1–15; Gl 1:6–12). 

Nas pregações, nas doutrinas, nos discipulados misturar ensinamento do Velho com o Novo Testamento pode ser muito perigoso, pode trazer confusão e heresias em vez de trazer vida, pode trazer morte espiritual (Mt 9:14–17; 1 Co 5:7).

Entendendo a Lei


A Lei (Estatutos ou Mandamentos) foram criadas por – Deus dois tipos de Lei para o povo de Deus no Velho Testamento: A Lei Moral e a Lei Sacrificial. Vamos ver as duas, pois existem distinções essenciais entre elas e suas aplicações.

  • A Lei Sacrificial – Imprescindível ler Levíticos. 

A Lei Sacrificial quando alguém pecava um animal deveria ser sacrificado para que o sangue deste animal fosse o preço pago pelo pecado do pecador (Hb 9:19–22). A Lei Sacrificial foi criada para absorver o pecador (Lv 6:1–7) este tipo de sacrifício não era perfeito, pois como o sangue de um animal que não tinha vontade própria, pensamentos, poder de decisão – livre arbítrio – poderia purificar o pecado de um homem que sempre teve o poder de decisão (Hb 10:4) este tipo de sacrifício serviu apenas como um paliativo (Gl 3:24). Pois o sangue do animal não purificava o homem dos seus pecados todos os anos em cada sacrifício o pecado era lembrado e outro animal tinha que ser sacrificado (Hb 10:4–11).

Somente um homem por vontade própria, com o poder de decisão – livre arbítrio – desejasse ser sacrificado, derramar o seu sangue para purificar a humanidade, e não bastaria ser simplesmente um homem, teria que ser um homem justo, um homem puro, um homem forte suficiente para vencer o pecado, um homem sem pecado (Hb 4:14–16). E este homem é Jesus Cristo homem (Hb 10:5-10; Rm 5:14,15).

O sangue de Jesus Cristo é o preço pago para o perdão de toda a humanidade (Colossenses 2:4–15; Hb 10:9–14, portanto não é com o meu sacrifício (1 Samuel 15:22; Rm 12:1; 1 Pd 2:1–5), com as minhas obras (Rm 5:1–11; 11: 6). , É graça simplesmente, a Graça de Deus, o favor não merecido de Deus para com a minha vida (Rm 5:12–19; 2 Timóteo 1:6–9; 2 Co 12:1–9).

Na visão dos Evangelhos e do Novo Testamento sacrifícios, obras não salva ninguém, não perdoa pecado de ninguém, na visão dos evangelhos e do Novo Testamento nem evangélicos, católicos, espíritas ou qualquer outra religião não justifica ninguém e não há ninguém, nenhum justo sequer (Rm 3:10; 7:18–24). Aquele que aceita a Jesus Cristo é justificado (Rm 5:1; 8:1;10:9–13; João 3:14–17).

No Velho Testamento animal era sacrificado no lugar do homem, no Novo Testamento um homem foi sacrificado por toda a humanidade, no Velho Testamento o sangue do animal era derramado para purificar o homem de seus pecados, no Novo Testamento o sangue de Jesus Cristo foi derramado para perdão de toda a humanidade – de todos os que o aceitam com o seu Salvador (João 3:14–17). 

No Velho Testamento o homem era justificado por sacrifício de animais, obras, embora o sacrifício de animais e obras justificassem o homem por um período de tempo, no Novo Testamento os sacrifícios e as obras dos homens não podem justificar, mas o sacrifício de Jesus feito apenas uma vez justifica o homem para sempre da sua obra má (Hb 10:1–22; Rm 4:6–8). Cada animal morto, cada sangue derramado tipificava a morte de Cristo e o seu sangue derramado para o perdão de todos os que o aceitam (Lv 6:1-6).


As leis foram criadas por causa do homem e para o homem, o homem não foi criado por causa da lei, pois se fosse assim a lei viria primeiro que o homem, mas o homem foi criado sem lei (Gn 1:1–31). Por causa do pecado houve necessidade da lei (Gn 3:17,18; Rm 3:20; 7:7–9). Sem lei o homem peca, sem lei o homem transgride, sem lei o homem fica sem punição (Rm 7:7).

A Lei Moral é o contrário da lei Sacrificial, a Lei Sacrificial pedia sacrifício da carne, algum corpo teria que ser sacrificado, sangue teria que ser derramado (Hb 9:18–22). A Lei Moral foi feita para o homem interior, ou seja, para o homem espiritual (Rm 7:14), somente o homem espiritual poderia cumprir a Lei Moral, mas ninguém poderia cumprir esta lei sem ter dentro de si o Espírito Santo (Ezequiel 36:26–31; Hb 10:15–17; 2 Co 3:3–8). 

Por isto os judeus da época não poderiam cumprir a lei, pois eles não tinham o Espírito Santo. Por isto o derramar do Espírito atinge todos aqueles que aceitam a Jesus, ou seja, a ação do Espírito Santo em todos os salvos em Cristo Jesus muda primeiro o homem interior (2 Co 5:17; Ez 36:31; Rm 2:14,15). 

Com a chegada do Espírito Santo ficou fácil para o homem cumprir a lei, basta o homem aprender a ouvir a voz do Espírito Santo (João 14:26; Isaías 54:13; Jr 31:34). Obedecer aos mandamentos do Senhor Jesus (João 13:31–35; 14:21–24; Gl 5:14; Mt 19:16–25; 22:34–40; 1 João 4:7–19).

Imitar Jesus (Ef 5:1,2), porque quem imita Jesus já cumpriu a lei (Rm 10:4). Jesus por ser Judeu, criado e doutrinado pelas leis Judaicas tinha que cumprir a lei (Mt 3:13–15; 15:17). Aquele que não vive mais (Cl 3:1–3), mas Cristo vive nele (Gl 2:16–20; João 14: 21–23) já cumpriram a Lei (Rm 5:1; Hb 10:7–22). 

Na Lei Sacrificial alguém tem que morrer, sangue tem que ser derramado, na Lei Moral alguém morreu por toda a humanidade, alguém derramou o seu sangue por toda a humanidade (João 3:14–18; Rm 8:3,4). Por isso para nós crentes em Jesus Cristo a Lei Moral se chama a Lei da Graça (Rm 8:1,2; 1416). 

Na Lei Moral você faz na graça e eu faço por você (Rm 10:5; João 3:14–16; Rm 8:1–4). Você pode estar pensando e os Dez Mandamentos (Ex 20:1– 21). Quem não vive mais, mas Cristo vive nele obedece a Palavra de Deus (Rm 13:8–10; 1 Co 13).

No Novo Testamento a lei é Cristo a lei é ser salvo por Jesus Cristo (Rm 10:1–13; Atos 16:31). A lei é ser servo de Jesus Cristo, a lei é seguir a Jesus Cristo – ser cristão –, a lei é imitar Jesus Cristo, a lei é ser discípulo de Cristo, a lei é ter Cristo dentro de si, a lei é não viver mais, mas deixar Cristo viver em você, a lei é andar como Cristo andou. (Ef 5:1,2; Rm 13:10; 1 João 4:7–17). Cumprir a lei é nascer de novo (João 3:1–3; 2 Co 5:17; Rm 7:4–6).

No Novo Testamento os mandamentos, doutrinas e ordenanças também são outras, o que conta não é o que está no Velho Testamento, mas sim o que está no Novo Testamento (1 Co 3:6; Hb 8:13). As doutrinas e mandamentos no Novo Testamento são as que devem ser seguidas e ensinadas nas igrejas (Gálatas 1:6– 12; 1 Tm 1:3,4), na duvida entre as doutrinas e ordenanças do Velho Testamento e os ensinamentos do Novo Testamento você tem que optar pelo Novo (1 Co 11:24,25; Gl 3:1,2). 

Continua ➫ aqui...

sábado, 25 de fevereiro de 2017

"ORAÇÃO FORTE", NOME GENÉRICO PARA "REZA BRAVA"

"Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais" [1 Timóteo 6:3-5, grifo meu]. 
Algumas pessoas não se cansam de ficar colocando penduricalhos, remendos no Evangelho. É tanta invencionice, tanta baboseira, tanta patacoada que quase não se pode listar, dada a extensão que seria a relação. 

E a cada dia que passa aparece uma novidade. O Evangelho, simples e puro, já não é mais suficiente para a libertação, para a transformação. Ele "in natura" é muito fraquinho, então vêm essas pessoas com seus fermentos, suas receitas miraculosas, suas pitadinhas de heresias para "apimentarem" um pouco mais o Evangelho e assim, quem sabe, torná-lo mais atrativo às multidões.

"Oração forte!" "Oração forte"??????????


É o caso da tal de "oração forte". Segundo os inventores dessa baboseira, cujos nomes não citarei, pois não estou aqui para promovê-los ainda mais, a tal da "oração forte" – seja lá que diabos for isso – tem poderes que tornam a potência da bomba atômica insignificante.

Inclusive, recentemente andaram alardeando que certo líder de uma grande denominação, dessas que andam lotadas de grandes multidões, teria feito uma oração forte para acabar com a crackolândia – nome dado aos locais onde se aglomeram os usuários de crack nas grandes cidades – em São Paulo e o resultado foi imediato. Então tá!

Ou a oração desse sujeito não foi forte o bastante, ou alguma coisa não deu certo nessa mandinga, pois a crackolândia continua sendo um desafio às autoridades e ao Governo de São Paulo (veja ➫ aqui).

Esses ilusionistas também vociferam que há demônios que só saem com "oração forte", enfermidades que só são curadas com "oração forte" e que a ação de Deus está condicionada a uma "oração forte". Ensinam isso na maior cara de pau, na maior desfaçatez. Sinceramente, esses caras deveriam ser presos por propaganda enganosa, por charlatanismo e por usar e abusar da fé (ou seria da ingenuidade) dos seus seguidores.

Eu, cá com meus botões, leigo e limitado que sou, externo minha ignorância através de questionamentos: 
  1. O que é uma oração forte (seria o equivalente a uma "reza brava")? 
  2. Sua força se caracteriza pela entonação da voz, pelo volume da voz (quanto mais alto mais forte), pelas palavras usadas ou seria um conjunto de tudo isso? 
  3. Se existe a tal oração forte, também existe a fraca. E como seria uma "oração fraca"? 
  4. E, por fim, onde na Bíblia está a "doutrina (o ensinamento) da oração forte"? 

Se tem quem acredite em duendes e papai noel...


O maior problema de tudo isso, é que há quem acredite nessa mentirada toda (e não é pouca gente não, haja vista as "campanhas de oração forte" promovidas por essas denominações viverem lotadas de gente atrás de: curas, milagre e maravilhas [dinheiro, poder ou homem/mulher, também, obviamente]).  

E sabe por que acreditam? Porque não conhecem a Verdade. Por não conhecerem a Verdade, são aprisionados nessa teia nefasta de mentiras e engodos. Será que essas pessoas não sabem que o conceito de "oração forte" é oriundo da feitiçaria em seu contexto mais baixo? Isso mesmo! Médiuns, pais/mães-de-santo e todos os congêneres prometem fazer "orações fortes" para amarrar/desamarrar pessoas, trazer/levar pessoas amadas... 

São Cipriano, o "inventor" da "oração forte"


Há inclusive vários modelos de "orações fortes" no livro de São Cipriano, feiticeiro e bruxo cultuado pelos seguidores das religiões ocultistas, cujo "Livro da Capa Preta", um compêndio de feitiços, simpatias, rezas e ritos, é considerada a bíblia dos adeptos da feitiçaria. É Cipriano o autor do conceito da tal oração forte. Tem muito crente devendo – e muito – os royalties dos direitos autorais ao diabo.

A poderosa oração fraca de Ana  –  1 Samuel 1


Dentre as principais características da oração de Ana é que ela orava com o coração, com o espírito, com o homem interior, com o homem interior do coração, todas estas palavras são sinônimas e são a parte imaterial que todos os seres humanos têm, a parte invisível que temos que ninguém sabe exatamente onde fica, somente Deus sabe onde nosso espírito está dentro de nosso corpo.

Existem momentos em nossa vida, que o sofrimento é tão grande, tão intenso, que nem forças para "orar falando" temos, eu já passei inúmeras vezes por momentos assim e entendo o momento de Ana.

O texto diz: "Só no coração falava, seus lábios se moviam, porem não lhe ouvia voz nenhuma..." (v. 13) . Aqui Deus tem mais uma lição para nos ensinar, a de que não podemos avaliar a vida espiritual de uma pessoa pela entonação de sua voz, pelos gritos que dão quando oram, pelas palavras difíceis e sofisticadas, nem sempre as  "poderosas orações", são aquelas que ouvimos, mas aquelas do aparente silêncio para nós e para os outros, mas em som bem audível para Deus.

Na oração em que Ana falava com Deus, o sacerdote, ou seja o representante de Deus em Siló, não ouvia nada, era um momento especial de Ana com o seu Deus, Eli não poderia ouvir, mas Deus tudo ouvia.  Imagine Ana numa reunião de "oração forte"? Certamente seria hostilizada pelos "sacerdotes Elis", obesos de arrogância e altivez que desfilam fantasiados de homens de Deus nas passarelas de seus reinos aos quais chamam de "igreja".

Com Ana aprendemos que: Se estiver alegre ORE, se estiver triste ORE também, se estiver saudável ORE, mas se estiver doente, ORE também, se sua voz sair ORE, se não sair, ORE em espírito. DEUS vai entender tudo. Vai ouvir quer tenha palavras em sua boca ou não. Não importa o idioma em que você ORA, Deus vai entender todos, se 100 pessoas estiverem orando ao mesmo tempo em diferentes idiomas Deus vai entender todos. Basta que nos lembremos que estamos orando ao Todo-Poderoso, Senhor do Universo, o nosso Deus e PAI.

Conclusão


Mas qual é a verdade? A verdade é que nenhum destes delírios criados por esses larápios da fé, no afã de enganar os incautos existe. O que existe de fato é um Deus Forte que ouve as orações sinceras, que vêm de um coração arrependido, contrito e quebrantado e as responde conforme a sua boa, perfeita e agradável vontade. 

Mas quantas não são as igrejas, catedrais e mega templos que estampam em suas portas faixas em suas portas anunciando a "reza brava" com o nome fantasia, genérico de "oração forte". Confundindo tantos sedentos pela fé, ao invés de guiá-los na oração ao qual o próprio Jesus nos ensinou: "Pai nosso que estas nos céus...". 

É lastimável quando muitos fazem dessa própria oração uma reza, quando simplesmente é um modelo a ser seguido. A estrutura na qual devemos fazer nossas orações. Que seja forte a nossa vontade de orar sem cessar (1 Tessalonicenses 5:17; ), sabendo de fato que um Deus forte esta com os ouvidos atentos a nossa voz. 

Definitivamente, "oração forte" não faz parte do evangelho de Cristo e, portanto, nem da sã doutrina dos apóstolos. Isso é doutrina de demônios, disseminada pelos próprios, vestidos de branco e disfarçados de anjos de luz. Contra estes, faço uma "oração forte" e usando termos peculiares: 
VOU NA FÉ E TÁ DETERMINADO QUE TODA ESTA CORJA TÁ AMARRADA, EM NOME DE JESUS!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

FILMES QUE EU VI - 27: "JOVENS DEMAIS PARA MORRER II (YOUNG GUNS II)"

Eu digo sem medo de errar que "Jovens Demais Para Morrer II (Young Guns II)" foi o último grande filme sobre a saga do lendário e conhecido personagem das histórias de western Billy the Kid. Este filme, aliás, apesar de seu fortíssimo apelo comercial - o longa contava com jovens astros do cinema -, uma indicação ao Oscar de melhor canção e tendo sido um considerável sucesso de público, não teve o mesmo retorno da crítica especializada (e, cá pra nós, eu não estou pouco me lixando com a crítica especializada). 


Emilio Estevez: um Billy marcante


O filme, assinado por Geoff Murphy, é uma das muitas abordagens cinematográficas da saga de Billy the Kid e trata-se da sequência de "Os Jovens Pistoleiros" ("Young Guns", 1988, de Christopher Cain), trazendo novamente Emilio Estevez como Billy, Kieffer ["24 Horas"] Sutherland como 'Doc' Scurlock e Lou Diamond ["La Bamba"] Phillips como Chavez y Chavez. 

A troca de diretor ajudou: é um filme bem mais rico e estiloso do que o anterior. O primeiro reconstituiu, sem grandes novidades, a chamada guerra do condado de Lincoln. 

O segundo não se limitou ao foco principal (a perseguição movida contra Billy por seu velho amigo Pat Garrett, interpretado por William Petersen), acrescentando elementos interessantes como a participação do jornalista contratado pelo xerife para ser seu ghost writer e a introdução do nonagenário Brushy Bill Roberts (falarei mais sobre os dois assuntos abaixo). 

Young Guns


Os Young Guns, como se constata no próprio título original, exploraram e enfatizaram o fator juventude. É seu diferencial, dos mais convenientes para uma época em que o juvenilismo andava muito em alta nas artes.

A escolha do roqueiro Jon Bon Jovi para criar a trilha musical do "jovem demais para morrer", no entanto, revelou-se mais do que uma tacada comercial perspicaz; ele compôs temas realmente bons, principalmente "Blaze Of Glory", que acabaria se tornando um dos seus maiores sucessos (merece mais detalhes na sequência).

Na categoria único grande filme de um diretor sem maiores pretensões artísticas, não chega a ser um "Keoma" (1976), a obra-prima da qual poucos julgavam Enzo G. Castellari capaz. Mas, sem dúvida nenhuma, é muito superior a tudo que Geoff Murphy fez, antes e depois.

O homem e a lenda


Morto aos 21 anos, Henry McCarty, também conhecido como William Henry Bonney (1859-1881) o Billy the Kid, começou a se tornar uma das maiores lendas do Velho Oeste estadunidense por obra e graça daquele que o matou. Patrick Floyd J. Garret (1850-1908) o Pat Garrett pagou a um escriba para relatar, em seu nome, a caçada ao velho parceiro de cavalgadas.

Billy não era parecido com
Kris Kristofferson ou 
Emilio Estevez...


A versão de Pat Garrett - Billy the Kid: a história de um bandido (L&PM, 258 p.) - é apresentada como uma tentativa de restabelecer a verdade dos fatos, pois já se começava a mitificar o personagem.

Foi como apagar uma fogueira com gasolina: fez o mito crescer cada vez mais.

O que se sabe


Billy perdeu cedo o pai e, aos 14 anos, tornou-se órfão também de mãe; preso por roubar roupas de uma lavanderia, foge da prisão e vagueia pela fronteira entre EUA e México, furtando cavalos; mata um ferreiro no Arizona, aos 17 anos; escapa para o Novo México e, no condado de Lincoln consegue um emprego honesto na fazenda de John Tunstall, a quem passa a admirar muito; quando Tunstall é assassinado a mando de outro fazendeiro da região, ele e outros vingadores, intitulando-se vigilantes, travam uma guerra sangrenta contra a facção contrária.

O que permanece nebuloso


O número de suas vítimas fatais, pois, das 20 ou 21 mortes que lhe atribuíram, apenas em quatro sua autoria é hoje dada como líquida e certa, havendo dúvidas quanto a outras cinco e a certeza de que as demais foram mero exagero; se realmente foi morto por Pat Garrett ou sobreviveu, só vindo a expirar em 1950, quando um ancião que usava o nome de Brushy Bill Roberts disse ser, na verdade, Billy the Kid, em busca do perdão governamental (mas, faleceu antes que sua história fosse apurada e o assunto se arrastou até 2010, quando o governador do Novo México negou definitivamente o que seria um indulto simbólico do pistoleiro).
...nem Pat com James Coburn...

O motivo para o pedido tão insistentemente reapresentado é o seguinte: o governador Lew Wallace (✭1827-♰1905), empenhado em acabar com a corrupção e arbitrariedades dos poderosos de Lincoln, prometeu (mas não cumpriu) perdoar Billy caso ele depusesse incriminando os assassinos do seu ex-patrão.

"O fora-da-lei foi mais honrado", diz o criminalista Joel Jacobsen, autor de "Such Men as Billy the Kid" (livro não traduzido para o português), garantindo existirem evidências "fortes, irrefutáveis mesmo" da veracidade de tal barganha.

Mais que um filme


Em "Jovem Demais Para Morrer", Wallace é mostrado como sincero, mas impotente para cumprir o prometido. Foi no último dia do mandato que o governador Bill Richardson, que foi o 30º Governador do Novo México (2003 a 2011), anunciou sua decisão: alegou "incertezas" quanto a seu antecessor haver ou não prometido o perdão e "uma ambiguidade histórica sobre o motivo pelo qual o governador Wallace teria desistido da graça".

De qualquer forma, Billy já havia sido reabilitado pela arte, com sua lenda inspirando verdadeiras obras-primas, às quais vejamos:
  • o estranhíssimo western freudiano "Um de Nós Morrerá" (1958, de Arthur Penn [1922-2010]), em que seu drama é equiparado ao de um filho que perdeu o pai (não o biológico, mas o fazendeiro Tunstall);
...talvez com William Petersen
  • o belíssimo western outonal "Pat Garrett & Billy the Kid" (1973, de Sam Peckinpah [1925-1984]), centrado na má consciência do primeiro, que aceita uma estrela e uma missão infame como preço a pagar por uma velhice sem sobressaltos nem preocupações financeiras; e
  • a antológica trilha musical composta por Bob Dylan para o filme de Peckinpah, incluindo "Knockin' at Heaven's Door". 
  • Isto em meio aos mais de 20 filmes e a uma série cinematográfica de 42 episódios que o tiveram como personagem, a partir do silencioso Billy the Kid, de 1911, dirigido por Laurence Trimble (1885-1954).
  • O mais bizarro, certamente, foi "Billy the Kid vs. Dracula" (1966, de William Beaudine [1892-1970]), em que o vampiro, interpretado por John Carradine (1906-1988), dá uma chegadinha no Velho Oeste.
Poucos sabem, mas o western clássico "A face oculta" (1961), dirigido e estrelado por Marlon Brando (1924-2004), se baseou numa novelização da vida de Billy. Rod ["Além da Imaginação", 1959] Serling e Sam Peckinpah teriam colaborado no roteiro, sem que isto lhes fosse creditado.

"Blaze of Glory", a história da canção


Kiefer Sutherland, o eterno Jack Bauer da série "24 Horas" (2001-2010), recentemente enveredou para a carreira musical e lançou o seu primeiro álbum com músicas country chamado "Down in a Hole".

Em entrevista para o site Spin, ele falou sobre suas influências musicais durante a sua vida e contou uma história bem interessante sobre Jon Bon Jovi e a composição da música "Blaze of Glory", tema principal da trilha sonora composta por Bon Jovi para o filme "Jovem Demais Para Morrer II", de 1990, com participação do ator.

Confira abaixo a resposta de Sutherland quando perguntado se ele tinha alguma música favorita dos filmes que fez nos anos 80/90.
"'Blaze of Glory' é uma das minhas histórias favoritas. Muitas pessoas não sabem disso, mas em 'Young Guns'  ['Jovem Demais para Morrer'], de 1988], Emilio [Estevez], era amigo de Jon Bon Jovi e Tom Cruise, que fizeram participações especiais na cena de tiroteio. Atiramos em Tom Cruise em cima de um telhado. E eu acho que atiramos em Jon Bon Jovi  em uma rua, mas eles usavam barbas e perucas e você nunca iria reconhecê-los.  
Então fomos todos jantar fora e Jon disse a Emilio: 'Eu realmente quero fazer a música para a sequência [do filme]', e Emilio respondeu: 'Nós nem sequer sabemos se vai ter uma sequência'. E Jon olhou para ele e disse: 'Confie em mim, vai haver uma sequência'. 
O resto de nós estávamos bebendo um monte de bebidas, e Jon estava ferozmente escrevendo em guardanapos. Ele então empurrou os guardanapos em direção ao Emilio depois de cerca de 20 minutos, e disse: 'Essa é a primeira música'. Ele tinha escrito 'Blaze of Glory' no bar. E eu me lembro em Montana, depois que o [segundo] filme já estava feito... Eu nem estava ciente de que Jon estava fazendo um álbum para o filme.  
Eu entro numa loja para comprar algo para o meu aparelho de som e todas as TVs estão passando o vídeo-clipe de 'Blaze of Glory' e eu fiquei lá tipo, 'Oh meu Deus! Isso é incrível'. E esses três guardanapos estão emoldurados até hoje na casa de Emilio".

Compor um dos maiores clássicos do hard rock (alcançou o primeiro lugar na Billboard Hot 100 em 1990), bêbado em um bar e em 20 minutos realmente é algo para poucos (só para quem tem talento, meu filho). Confira abaixo o clássico vídeo de "Blaze of Glory" que surpreendeu Sutherland (a belíssima música inclusive foi indicada ao Oscar de melhor canção - infelizmente não ganhou):



Conclusão 


"Jovens Demais Para Morrer II" é, sem dúvida alguma um dos clássicos na cinematografia dos anos 1990. Depois do sucesso do filme, seus atores principais - exceto Kiefer Sutherland ainda emplacaram outros filmes de menor projeção - também excetuando-se Lou Diamond Philips, que protagonizou outro clássico da década, "La Bamba - e hoje estão apenas na memória dos quadragenários e quinquagenários como eu.

Para os que viram o filme, sempre valerá a pena ver de novo (eu vi no cinema, no vídeo cassete, no DVD e na televisão), para os que não viram, fica a dica para uma boa e despretensiosa sessão de cinema com muita pipoca e suco natural (o filme está disponível em sites na internet e também no NetFlix).

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

A SÃ DOUTRINA - O CRISTÃO E A REALIDADE DA MORTE

"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou. "Melhor é a boa fama do que o melhor unguento, e o dia da morte, do que o dia do nascimento de alguém"(3:1,2; 7:1, - grifos meus).
O dia da morte do cristão é melhor do que o dia do seu nascimento. Contudo, seu nascimento foi essencial para o dia da sua morte ser melhor. Quando alguém diz que uma segunda coisa é melhor do que a primeira, deve-se entender que a primeira coisa tem valor intrínseco. 

Todos os dias em Cristo do cristão sobre a terra são bons, mas estar com Cristo na glória eterna será melhor. Paulo foi abençoado em Cristo sobre a terra, mas o apogeu da bênção para Paulo seria estar com Cristo na glória: 
"Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei, então, o que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne" (Filipenses 1:21-24 - grifos meus).
Quando as coisas estão certas, uma conclusão é melhor do que um princípio. Portanto, o fruto é melhor do que a flor, a colheita é melhor do que a semeadura, a vitória é melhor do que a guerra, a recompensa é melhor do que o dificultoso percurso do trabalho, e o bom vinho é guardado para a conclusão da jornada (João 2:1-11).

Entendendo o milagre nas bodas de Canaã


A transformação da água em vinho foi o primeiro milagre realizado por Cristo para mostrar ser Ele mesmo o cumprimento das cerimônias do Antigo Testamento. Quando o homem tiver feito tudo o que ele pode, uma grande deficiência ainda permanecerá: 
"Porquanto, o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne, para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito" (Romanos 8:3,4 - grifos meus). 
O milagre foi operado em silêncio profundo. Nada é declarado com respeito ao método de operação. Nenhum meio foi empregado. O mesmo é verdadeiro na regeneração. Nada é declarado sobre como Cristo mudou a água em vinho. Ninguém pode traçar os princípios, pois um véu está posto sobre os atos criativos de Deus.

As realidades sobre o nascimento


O nascimento introduz a depravação no mundo. Davi disse:
"Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe" (Salmo 51:5).  
"Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, proferindo mentiras" (Salmo 58:3). 
A morte remove essa depravação. A morte que no final Paulo morreu foi apenas o estágio final de uma morte que tinha sido contínua por toda a sua peregrinação cristã (2 Coríntios 4:10; 5:10).

Jó disse: 
"O homem, nascido da mulher, é de bem poucos dias e cheio de inquietação. Sai como a flor e se seca; foge também como a sombra e não permanece" (14:1,2). 
Nunca passa um dia na vida de um cristão quando ele não é apresentado com objetos que deveriam lhe fazer refletir sobre a sua partida final. Nenhum estágio da vida, da infância à sepultura, é isento de inquietações. Até os melhores dos santos quase não têm tempo para vestir suas almas antes de deixaram os seus corpos. 

A vida humana é lisonjeira em seu princípio, pois ela vem como uma flor, mas ela breve vai embora e parte sem retorno. A morte leva o cristão ao descanso eterno: 
"E ouvi uma voz do céu, que me dizia: 'Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam'" (Apocalipse 14:13 - grifo meu). 
Essa é uma das sete bem-aventuranças registradas em Apocalipse (1:3; 14:13; 16:15; 19:9; 20:6; 22:7; 22:14). A bem-aventurança prometida em Apocalipse 14:13 será um conforto especial durante a tribulação aos santos que não tiverem sido assassinados.


As realidades sobre a morte


O nascimento traz todos a um estágio de morte: 
"E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo" (Hebreus 9:27). 
Ninguém deveria zombar do julgamento até que ele pudesse zombar da morte. Ninguém, senão uma pessoa insensível, ridiculariza a morte física. O que aconteceu a Adão é verdade para todos os homens: 
"E foram todos os dias que Adão viveu novecentos e trinta anos; e morreu" (Gênesis 5:5). 
Ler a história dos descendentes de Adão pode não ser interessante, mas certamente estabelece um fato importante — todo ser vivente é apontado para morrer. O outro lado dessa moeda revela que a morte é a entrada tanto para a perfeição ou glória eterna como para a punição eterna.

Deus é onipresente. Assim como Deus não pode ser medito pelo tempo, Ele não pode ser limitado pelo espaço. Além do mais, assim como nenhum lugar pode estar sem Deus, nenhum lugar pode cercá-Lo ou contê-Lo. Portanto, Deus está presente com todos pela presença de Sua Deidade, mas Ele está presente com Seus santos pela presença de Sua eficácia graciosa no tempo e de Sua eficácia graciosa na eternidade.

O rico e Lázaro


Lucas 16:19-31 registra um contraste entre a vida e a morte na história de um certo homem rico e um certo homem pobre chamado Lázaro. O nome "Lázaro" significa "Deus socorre". O homem rico não era importante o suficiente para ter o seu nome mencionado. Seu nome não estava registrado no Livro da Vida. 

Houve uma grande diferença em suas mortes. O homem pobre morreu (nenhum funeral mencionado), e ele foi carregado pelos anjos para o seio de Abraão. O homem rico morreu e foi enterrado (Estude Jeremias 9:17,18.). Há um contraste na eternidade entre o homem rico sem nome e o homem pobre com nome, que tinha sido socorrido pelo Deus soberano.

O relato de Cristo do homem rico e de Lázaro não deve ser deixado de lado sem considerar os versículos 26-31. O homem rico era mais aguçadamente consciente da vida futura do que uma pessoa nessa vida. Ele sabia o que estava acontecendo nos três reinos: 
(1) seu próprio reino no Inferno (v. 24),
(2) o reino que ele viu, no qual Abraão e Lázaro estavam (vv. 25, 26), e
(3) o reino no qual seus cinco irmãos viviam (vv. 27-31). 
Hades é tabu no pensamento moderno. A punição é um mito? Remova a punição e um novo ímpeto ao crime aparecerá (mais detalhes sobre esta passagem ⇰ aqui).

A visão que o cristão tem da morte é a seguinte


1. A morte é a liberação final da salvação. Há mais na salvação do que meramente escapar do inferno ou ir para o céu quando alguém morre. A salvação completa não é experimentada toda de uma só vez. Cristo morreu pelas ovelhas — tempo passado. Ele vive pelas ovelhas — tempo presente. O Senhor Jesus está vindo para as ovelhas — tempo futuro. 

Quando o homem caiu, a queda foi completa. Seu espírito morreu imediatamente. Sua alma se degenerou progressivamente. Seu corpo morreu no final. A redenção segue a mesma ordem. Os eleitos são justificados imediatamente, santificados progressivamente e glorificados no final.

2. Morte não é cessação, mas separação da existência. O crente passa do tempo para a eternidade. Paulo usou o substantivo grego kerdos significando ganho, o adjetivo kreitton significando maior, melhor ou superior, e o advérbio mallon significando mais ou muito mais em Filipenses 1:21-23. A combinação das palavras prova que o cristão falecido não se torna inferior a uma pessoa quando ele morre:
"Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada... E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo" (Romanos 8:18,23). 
O corpo redimido será a finalização ou perfeição do que Deus o Espírito Santo começou na regeneração. O Espírito aplicou o que o Filho de Deus providenciou em Sua morte. O que o Filho providenciou foi em favor do eleito que o Pai lhe deu antes da fundação do mundo.

3. A morte é o tratamento perfeito para todas as doenças espirituais e físicas. Não é a morte da pessoa, mas é a morte dos pecados da pessoa. O pecado é a parteira que trouxe morte ao mundo, e a morte será a sepultura para o pecado enterrado. A morte entrou pelo pecado, e o pecado sairá pela morte. Enquanto os cristãos estão na carne eles experimentam renovação interna e declínio externo (2 Coríntios 4:8-18). Quando os sofrimentos são comparados com a glória eterna, eles consideram os mesmos como nada (2 Timóteo 2:12; Romanos 8:17).

4. A morte deveria ser vista como descanso do pecado, tristeza, aflições, tentações, deserções, irritações, oposições e perseguições (Apocalipse 14:13; Romanos 5:3-5; 2 Coríntios 4:7-12). Os redimidos não são vasos de mérito, mas vasos de misericórdia. O barro não é colocado na roda da providência e deixado sem mudança. O vaso de Deus deve remir o tempo, pois os dias são maus (Efésios 5:16). Isso faz o descanso celestial do cristão ainda mais maravilhoso.

5. Morte é conquistar plena liberdade de todos os inimigos internos e externos. Os cristão serão livres do pecado interior (Romanos 7:14-25). Eles também serão livres de todas as forças das trevas e das artimanhas do Diabo (Efésios 6:10-17).

6. A morte deveria ser vista com a certeza de se ter uma escolta ilustre para escoltar o cristão (Lucas 16:22), seguindo seu caminho através do vale da SOMBRA da morte: 

"Ainda que eu ande pela sombra da morte (trevas profundas), não temerei mal algum". A escuridão pode ser intensa, mas ela é apenas uma sombra. O cristão não teme mal algum, "pois Tu (seu Pastor) estás comigo" (Veja o Salmo 23).

Conclusão


7. O cristão olha para a morte como uma partida da imperfeição para imperfeição (2 Timóteo 4:6). Paulo viveu uma vida espiritual progressiva. Ela não foi ausente de dificuldade, perseguição e sofrimento. Contudo, essa vida estava em preparação para a morte, pois ele aguardava a experiência com confiança alegre e expectativa esperançosa.