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segunda-feira, 29 de junho de 2020

"O HOMEM-PATETA", MAIS UMA "ARMADILHA DIABÓLICA" NA INTERNET?

Com o isolamento social imposto pela ocorrência da pandemia do novo coronavírus, uma das grandes preocupações para os pais é o tempo que os filhos menores passam na internet. A tecnologia, sem qualquer sombra de dúvida, tem sido uma importante aliada para as mais diversas atividades didáticas, acadêmicas, profissionais, culturais, sociais e até mesmo religiosas.

Através da rede mundial de computadores, muitos setores sociais tem podido continuar no exercício de suas atividades. Mas, ao mesmo tempo em que a internet se tornou uma aliada, na mesma proporção, ela se tornou um grande problema.

Pesquisas recentes apontam, por exemplo, que com o início da quarentena e do isolamento social, aumentou em quase 100% o acesso em sites com conteúdo adulto, ou seja, aumentou o consumo de pornografia. E todos sabemos os males que o vício em pornografia pode causar tanto na vida individual, quanto na conjugal de homens e mulheres — eu mesmo já escrevi sobre isso no blog (aqui, aqui, aqui e aqui).

Mas, além disso, há outras armadilhas na internet, que têm como principais alvos, crianças, adolescentes e jovens (escrevi sobre este assunto aqui), como, por exemplo, o aliciamento cometido por pedófilos e predadores sexuais (escrevi sobre este assunto aqui, aqui, aqui e aqui). Quem não se lembra do jogo da Baleia Azul, que fazia apologia à prática de suicídios (escrevi sobre esse assunto aqui)? Pois, agora, de acordo com a Polícia Federal, um novo perigo está atraindo crianças, adolescentes e jovens na internet: o "Homem-Pateta".

Jhonatan Galindo, o "Homem-Pateta"


Um personagem chamado "Homem-Pateta" vem preocupando os pais de crianças e virou caso de polícia nos últimos dias. No mesmo estilo do desafio da Baleia Azul e da Boneca Momo, esse seria mais um golpe que incita crianças à realização de desafios perigosos. Fale-se de automutilação e até incentivo ao suicídio. 

Desde a última semana, autoridades e jornais vêm veiculando alertas sobre o "Homem-Pateta", um perfil numa rede social cujo nome é Jonathan Galindo e que viria assustando crianças na internet e promovendo desafios que envolvem o suicídio como objetivo final. O aviso, feito inicialmente pela Polícia Civil de Santa Catarina, é para que os pais monitorem o uso da internet pelos filhos e, principalmente, com quem eles se comunicam, buscando as autoridades e auxílio psicológico caso necessário.

Entenda o caso


Funciona da seguinte maneira: perfis utilizando o nome Jonathan Galindo (aqui no Brasil, é assim que está grafado o perfil: Jonathan, ao invés do original, que é Jhonatan) e a imagem do "Homem-Pateta" (um cosplay bem bizarro do personagem da Disney) estariam adicionando perfis de crianças nas redes sociais e trocando mensagens com as mesmas. Segundo relatos, é dessa maneira que a criança passa a ser ameaçada e incentivada aos desafios. 

O alerta publicado no dia 17 de junho foi dado pelo Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional (NIS) do Tribunal de Justiça do estado (TJSC) e teria sido publicado após avisos de pais e professores. A ideia é que os perfis que se identificam como Jonathan Galindo e utilizam imagens uma versão antropomórfica do Pateta, da Disney, surgiram em 2017 em países de língua espanhola e estão chegando apenas agora ao Brasil, buscando contato com crianças por meio de mensagens diretas ou ligações de vídeo e áudio, por onde também exibem seu conteúdo perigoso, voltado para 
"causar desconforto, medo e, em alguns casos, tentar provocar o suicídio".
O surgimento da ação criminosa atrelada à figura do "Homem-Pateta" teria surgido no México e não se sabe ao certo quando chegou ao Brasil. A pauta vem gerando burburinho no Tik Tok app viral para produção de vídeos — e no Twitter há alguns dias e agora chama a atenção da polícia e da grande mídia.

Encontro com Fátima Bernades


Nessa segunda-feira (29), o assunto foi debatido no "Encontro com Fátima Bernardes". A apresentadora conversou com Patrícia Zimmermann, delegada da Polícia Civil de Santa Catarina que está investigando o caso. Ela explicou que diversos perfis estão surgindo nas redes sociais com a identidade de Jonathan Galindo e imagens do "Homem-Pateta", o que dificulta a investigação. 

Fátima também entrevistou uma mulher que diz ser mãe de uma vítima de 10 anos. Ela teve sua identidade preservada pelo programa. 
"Há uns 10 dias, meu filho perguntou se podia dormir no meu quarto. Estava trêmulo e com muito medo. Eu comecei a perguntar e veio uma crise de pânico que foi muito feio de ver. Aí, ele disse que, pela manhã, viu um vídeo em que um perfil de Jonathan Galindo mandava o meu filho se jogar de um prédio"
disse a mulher. 

Verdade ou boato?


O aviso logo foi reproduzido em sites de notícias, principalmente naqueles focados em educação infantil, enquanto alertas semelhantes também eram dados por forças policiais de outros estados. Contudo, um site especializado em desmentir boatos na internet, indo contra as orientações da Polícia, afirma que o caso do "Homem-Pateta" não passa de mais uma lenda da internet.

De acordo com eles, há algo em comum no alerta: não existem boletins de ocorrência registrados sobre o tal "Homem-Pateta" nem casos confirmados, enquanto as autoridades dizem estar realizando um trabalho de prevenção baseado em informações de pais e professores.

Viralizou


Toda essa divulgação, claro, fez com que o caso ganhasse corpo. Uma pesquisa rápida no Facebook revela dezenas de perfis com o nome de Jonathan Galindo e imagens do Homem-Pateta, além de páginas que compartilham publicações sobre essa figura misteriosa e de aparência incômoda. O mesmo também vale para outras redes sociais, enquanto no YouTube, começam a surgir diversos relatos sobre encontros com essa figura e histórias de terror que, no intuito de assustar, acabam também demonstrando que a história se trata de um grande rumor.

Origens

Onde tudo começou?


Vídeo de YouTuber mexicano explorando as publicações de Jonathan Galindo é um dos primeiros registros sobre a história macabra que circula até hoje (Imagem: Reprodução/Felipe Demartini)

Os primeiros relatos sobre a existência de um perfil desse tipo datam de 2017. Uma publicação de 9 de janeiro daquele ano, do YouTuber mexicano Rey Del Random, fala sobre um perfil que não deixará as pessoas dormirem e faz um passeio pelas imagens perturbadoras do perfil, à época, com uma grafia diferente: Jhonatan Galindo. No momento em que essa reportagem é escrita, o vídeo acumula quase 230 mil visualizações e acabou dando origem a vários outros, com números semelhantes ou até maiores.

A história, também, foi aumentando a cada postagem nova. Alguns criadores afirmam ter entrado em contato direto com Galindo, que seria uma pessoa deformada por um acidente químico — daí o uso da maquiagem inspirada no Pateta. Em outros, vinha a ideia de que ele seria um sequestrador de crianças, algo potencializado por algumas das publicações vistas por estes YouTubers, com fotos de crianças e adolescentes segurando um papel com o nome deste "homem misterioso" escrito. Em todos os casos, porém, algo em comum: nenhuma confirmação oficial.

Nada mais que ficção


O Homem-Pateta é um personagem do cineasta e artista de efeitos visuais James Fazzaro, com uma personalidade e traços que foram se tornando mais sombrios com o tempo (Imagens: Divulgação/James Fazzaro)

Uma pesquisa rápida, porém, ajuda a revelar a verdade, pelo menos, quanto às imagens utilizadas. O personagem é obra de um cineasta e artista de efeitos visuais chamado James Fazzaro e começaram a surgir na internet no final de 2011 como uma forma de demonstrar o uso de prótese e maquiagens para a criação de personagens e divulgar sua empresa, a JMF Filmworks. 

A criatura que ficou conhecida como "Homem-Pateta", na realidade, começou sua carreira na internet como Tony the Toon em um fórum voltado à cultura furry, que reúne entusiastas da personificação de animais de forma antropomórfica, com expressões e atitudes humanas, andando em duas patas e outras características do tipo.

Fazzaro seguiu com personagens desse tipo, mas optou por um rumo mais realista e um tanto sombrio com seu personagem seguinte, Garry the Goof. Aqui, saem as roupas coloridas e a maquiagem pesada para entrada de uma aparência um pouco mais decrépita, que também conversava com a história criada para ele, que tem duas personalidades: à noite, ele é um gentleman, que passeia por aí cumprimentando a vizinhança e usando ternos vistosos. Durante o dia, porém, o personagem é funcionário de uma empresa de controle de pragas e, apesar do sorriso sempre presente, é citado como alguém que odeia sua vida e todas as pessoas que conhece.

Essa aparência perturbadora e sombria deu origem a um segundo personagem, Larry LeGeuff, que o artista dá indícios de ser o verdadeiro Garry. Entre 2012 e 2014, foram publicadas a maioria das fotos que são usadas, hoje, nos perfis de Jonathan Galindo, retratando um personagem com a barba por fazer e roupas velhas, que fuma sem parar e é viciado em bebida. O ambiente doméstico, também, foi substituído por galpões e porões, enquanto ele aparecia portando ferramentas de forma ameaçadora.

Fazzaro não publica em seu site oficial desde janeiro de 2014, onde fazia críticas de filmes a que assistia. Seu currículo no site IMDb, entretanto, o mostra ativo na indústria do cinema até o ano passado, quando atuou como operador de câmera em duas produções independentes, uma minissérie de sete episódios chamada "Disconnected" e o filme de terror religioso "Schism", ambos inéditos no Brasil. No Facebook, ele permanece ativo e, em uma publicação recente, criticou a recente viralização de Larry LeGeuff, que levou terceiros a tentarem tomar crédito por seu trabalho.

Histórias de terror


                                      
Variações da história de Jonathan Galindo, no melhor estilo "aconteceu comigo" começaram a surgir entre YouTubers de língua espanhola antes de chegarem ao Brasil (Imagem: Reprodução/Felipe Demartini)
As imagens de teor perturbador circularam por anos na internet, sempre destacadas de seu contexto original. Para chegarem às redes sociais, foi um pulo, com o perfil original usado por Rey Del Random sendo apenas o primeiro de muitos. Essa conta, inclusive, é atualizada até hoje, atualmente fazendo piadas com a viralização do conteúdo e o envolvimento de forças policiais, além de convidar os seguidores para chamadas de vídeo e áudio via Instagram ou Messenger.

Vários "fakes dos fake", claro, também surgiram, com a história, finalmente, ganhando corpo entre YouTubers de língua espanhola como o criador colombiano chamado Pipelon. Seu canal é especializado em pegadinhas e desafios, mas o relato de um suposto contato direto com Jonathan Galindo pelo Facebook Messenger angariou mais de um milhão de visualizações muito rapidamente. Nas cenas, ele afirma não apenas ter recebido ameaças do personagem, como também ter tido seu dispositivo hackeado só de falar com ele, com direito a fotos não autorizadas sendo enviadas como prova.

O conteúdo angariou público rapidamente e, até o momento em que eu fiz a consulta, já tinha mais de 1,3 milhão de visualizações. O assunto se tornou uma série no canal de Pipelon, onde ele relata estar sendo perseguido pelo "Homem-Pateta", com direito a avistamentos em sua própria casa.

Tudo por like$ e view$


                                     
Um dos grandes responsáveis pela viralização da história de Jonathan Galindo foi um influenciador chamado Carlos Name, que conta histórias de terror no Instagram e chegou a se maquiar como o personagem misterioso (Imagem: Reprodução/Felipe Demartini) 

A história finalmente explodiu pelas mãos do influenciador mexicano Carlos Name, que tem mais de 1,7 milhão de seguidores devido a seus trabalhos com maquiagem e marcas, além de contar histórias de terror pelos stories. Foi por lá que ele contou a história de Jonathan Galindo, agora, com novas facetas: ele seria um homem de cerca de 40 anos com problemas psicológicos que perseguia mulheres e crianças.

Antigas nuances também ressurgiram aqui no Brasil, com Name afirmando que um contato pelo Facebook seria suficiente para que o Homem-Pateta surgisse na casa das pessoas e que ele usaria a maquiagem devido às deformações de seu rosto. Em uma série de stories, ele chegou a demonstrar um encontro com Galindo do lado de fora de sua residência.

Versão tupiniquim


No Brasil, o mistério de Jonathan Galindo também virou série nos canais de vários criadores de conteúdo, que repercutiam histórias internacionais e adicionavam novas ideias a elas (Imagem: Reprodução/Felipe Demartini)

A exposição lá fora, claro, chamou a atenção de YouTubers brasileiros, que rapidamente começaram a publicar conteúdos sobre a história e também alertas quanto ao suposto contato do perfil de Galindo com crianças por meio do Facebook. Foi na chegada ao Brasil, também, que a pronúncia original, como "Jhonatan", saiu para dar espaço ao mais reconhecível "Jonathan".

A busca pelo termo nas pesquisas do YouTube brasileiro traz diversos resultados, com um dos canais mais ativos na disseminação da história sendo o de Diogo Gomez. Em uma série, ele conta a história do encontro entre Carlos Name e Galindo, além de relatar conversas diretas com o próprio personagem. Seis conteúdos sobre a história haviam sido postados até a publicação de uma reportagem veiculada pelo site Techtudo, e juntos, eles acumulam quase um milhão de visualizações.

Não existem indícios dessa relação, mas se tivéssemos de apostar, diríamos que a conexão entre o alerta feito pela Polícia Civil caminha lado a lado com a disseminação dos vídeos sobre Galindo no Brasil. Diante de tais postagens, crianças e adolescentes, logicamente, ficariam interessados em contatar o personagem, seja para criar conteúdos próprios, gerar assunto entre os amigos ou simplesmente ver se a história é real.

Conclusão

Melhor prevenir, do que remediar


Jonathan Galindo não existe, assim como suas imagens perturbadoras, que são obras de um artista americano de efeitos visuais. A popularidade do caso, entretanto, não torna irreais os indícios de que jovens estariam sendo contatados diretamente em nome dele, com criminosos podendo muito bem utilizar essa trama intrincada e assustadoramente instigante para aplicar golpes ou, pior ainda, gerar atos de violência contra terceiros ou os próprios interlocutores.

Sendo assim, por mais que o alerta das autoridades não seja necessariamente baseado em evidências, é importante dar atenção a ele e observar o comportamento dos filhos, bem como o que eles andam fazendo internet afora. 
  • Se você está sendo assediado por um destes perfis, procure ajuda e orientação de pessoas em quem confie e interrompa o contato de forma imediata, bloqueando perfis e impedindo o acesso destes indivíduos às suas contas ou informações pessoais.
  • Caso precise de ajuda ou necessite de apoio emocional, você pode entrar em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo telefone 188 ou no chat disponível no site da instituição, que disponibiliza aconselhamento gratuito e anônimo por meio de voluntários treinados.
Enfim, na dúvida, o melhor a se fazer é se manter longe desse tipo de conteúdo, que, além de essencialmente imbecil, não agrega absolutamente nada de bom a ninguém. O problema da internet está localizado exatamente entre os dedos e os teclados de quem opera o dispositivo de acesso.


A Deus toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade. 
E nem 1% religioso. 
O uso correto da máscara não é opcional, é obrigatório!
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e fuja de aglomerações.

quinta-feira, 25 de junho de 2020

O QUE É MAIS ATRATIVO ÀS PESSOAS NAS IGREJAS, A PRESENÇA DE DEUS OU OS EVENTOS?

O texto deste artigo surgiu de uma rápida, porém muito edificante conversa que tive hoje (25) pela manhã num breve encontro com um grande e velho amigo de jornada, o pastor Alexandre. Sempre que nos encontramos e/ou que conversamos mesmo virtualmente, pelas redes sociais, nossos papos são, para a glória de Deus, muito inspiradores, edificadores.

Começamos a compartilhar nossas experiências com o Jesus vivo e quando vemos, já estamos envolvidos em uma deliciosa atmosfera celestial, no voo às alturas através da unção, que não precisa de asas, com os pés bem firmes na dureza fria do chão.
"De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus. Aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós; para que, nEle, fôssemos feitos justiça de Deus. 
E nós, na qualidade de cooperadores com Ele, também vos exortamos a que não recebais em vão a graça de Deus (porque Ele diz: 'Eu te ouvi no tempo da oportunidade e te socorri no dia da salvação; eis, agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação'); como desconhecidos e, entretanto, bem conhecidos; como se estivéssemos morrendo e, contudo, eis que vivemos; como castigados, porém não mortos; entristecidos, mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo. 
Para vós outros, ó coríntios, abrem-se os nossos lábios, e alarga-se o nosso coração. Não tendes limites em nós; mas estais limitados em vossos próprios afetos. Ora, como justa retribuição (falo-vos como a filhos), dilatai-vos também vós" (2 Coríntios 5:20,21-6:1-13, grifos meus).

O que é mais atrativo, Jesus — não apenas com Sua glória, mas também com suas marcas — ou a criatividade dos eventos?


Você já ouviu alguém falar que a igreja precisa ter eventos ou atividades de entretenimentos para "atrair as pessoas" (esse papo é muito comum aos jovens, mas não é uma peculiaridade só entre eles)?

Eu tentei nesses já quase trinta anos de caminhada cristã entender de onde foi que tiraram isso, mas ainda não descobri. Qual foi o atrativo da Igreja Primitiva de Atos? A Bíblia diz que o que ofereciam era a pregação da Palavra, o que permitia a permanência da presença do Espírito Santo e que a graça do Senhor constante sobre eles, era o que atraia as pessoas (Atos 2 e 4).

Bom, mas aí você contra argumentar que era outro contexto, outra época e tal. Sim, ok, mas a essência e os princípios de Deus são imutáveis, atemporais, e é disso que estou falando. Não me refiro à forma mas sim ao conteúdo.

O paradoxo sobrenatural da Fé


Você já viveu a experiência de estar entristecido, mas sempre alegre? Eu já! E sempre retorno com consternação dos cultos da igreja que são tratados como talk shows, como espetáculo de stand up comedy onde tudo soa como uma tagarelice, algo brincalhão e animado, projetado para fazer as pessoas se sentirem alegres, brincalhonas e animadas. Aliás, algumas congregações mais parecem casas de espetáculos, onde a pintura, a iluminação, a decoração e o palco (isso mesmo, o palco) são minuciosamente preparados para atrair e entreter o público, a plateia, a multidão.

Eu olho para esses "cultos" e digo para mim mesmo: 
"Você não sabe que existem pessoas lá fora que estão morrendo de câncer, cujo casamento é um inferno, cujos filhos lhes decepcionaram profundamente, que dificilmente conseguem alguma renda, que acabaram de perder o emprego, que estão solitários, temerosos, incompreendidos e deprimidos? E você vai tentar criar uma atmosfera de adoração brincalhona, irreverente, descontraída, leve e divertida?"
E, claro, haverá aqueles que logo irão pensar: 
"Ah, então você acha que o que essas pessoas precisam é de uma atmosfera melancólica, sombria, tensa, pesada e carregada de solenidade e liturgia?"
Não, absolutamente! O que eles precisam é ver e sentir alegria indomável em Jesus em meio ao sofrimento e à tristeza. 

"Entristecidos, mas sempre alegres". 


Eles precisam provar que essas pessoas que fazem parte da igreja não estão brincando, que a igreja não é um local de lazer, onde as pessoas vão para se divertir em busca da fuga de seus problemas.  É indigno usar a religião como uma plataforma para promover a autoajuda sensacionalista que o mundo oferece todos os dias. 

O que as pessoas aflitas precisam é da grandeza e da majestade de Deus sobre suas cabeças como galáxias de esperança. Eles precisam do insondável Cristo crucificado e ressurreto, abraçando-os em amor, tendo seu rosto e mãos cobertos de sangue. E eles precisam da rocha de mil milhas de profundidade da palavra de Deus sob seus pés. Eles precisam nos ouvir pregar e cantar com todo nosso espírito, corpo e alma, ou seja, com intensidade, em espírito e verdade.

Quais as necessidades do mundo e o que temos a ele oferecido?


Vamos nos concentrar em 2 Coríntios 6:3-10. Por que eu coloquei ênfase no que o mundo precisa? Por que eu formulei o ponto principal deste artigo como: 
"O que o mundo necessita da igreja é nossa alegria indomável em Jesus em meio ao sofrimento e à tristeza"? 
A resposta está nos versículos 3 e 4. Paulo diz: 
"...Não dando nós nenhum motivo de escândalo em coisa alguma, para que o ministério não seja censurado. Pelo contrário, em tudo recomendando-nos a nós mesmos como ministros de Deus..."
Em outras palavras, Paulo está dizendo: 
"O que estou prestes a fazer neste capítulo é remover obstáculos e recomendar o nosso ministério — nossa vida e mensagem". 
Ele deseja que a igreja em Corinto — que, pelo que nos sugerem os registros bíblicos, era um igreja de perfil bem, digamos, "atrativo" — e no mundo não o rejeitem, não se afastem, não entendam mal quem ele é, o que ele ensina e quem ele representa. Ele quer conquistá-los. Se você quiser usar a linguagem que busca a amizade do observador, veja como Paulo faz isso. E, detalhe, ele não usou os holofotes midiáticos da fama.

É incrível o que ele faz neste texto bíblico. Muitos comunicadores experientes em crescimento de igrejas hoje não teriam categorias para essa maneira de remover obstáculos e recomendar o cristianismo sem apelar para a pirotecnia tecnológica, para o modismo do momento. De fato, alguns podem dizer: 
"Paulo, você não está removendo obstáculos, está criando obstáculos."
Então, vemos Paulo removendo os obstáculos e recomendando o seu ministério. Isso, ele diz, é o que o mundo precisa. Ele faz isso em três etapas: 
  • 1) descreve os sofrimentos que padece (6:3-5) — Então você pode estar se perguntando: "Como isso está removendo obstáculos? Como isso está recomendando o seu ministério? Por que isso não está afastando as pessoas em vez de atraí-las?" 
  • 2) descreve o caráter que ele tenta mostrar (6:6-7) — Portanto, em vez de ficar amargurado, frustrado, irritado e ressentido por todas as aflições, dificuldades, calamidades, trabalhos e noites sem dormir, pela graça de Deus, Paulo mostrava paciência, bondade e amor. Seu espírito não foi quebrantado pela dor de seu ministério. No Espírito Santo, ele encontrou recursos para dar e não para resmungar. Sendo paciente no tempo de Deus, em vez de ter pena de si mesmo. Sendo bondoso com as pessoas, ao invés de culpar os outros; e 
  • 3) descreve os paradoxos da vida cristã (6:8-10) — Quando você anda na luz, ministra no poder do Espírito Santo e fala a verdade em "pureza, no saber, na longanimidade, na bondade e amor", algumas pessoas vão honrá-lo e algumas irão desonrá-lo (v. 8a); alguns o caluniarão e alguns o elogiarão (v. 8b). E essa desonra e calúnia podem vir na forma de chamar você de impostor (v. 8c). "Você não é verdadeiro. Você é apenas um hipócrita religioso". Lembre-se do que Jesus disse: "Ai de vós, quando todos vos louvarem! Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas" (Lucas 6:26, grifo meu). O que significa que na mente de Paulo, uma recepção mista (alguns honrando e elogiando, alguns desonrando e difamando) fazia parte de sua recomendação.
Em seguida, vêm os seis paradoxos. Se você não for atencioso, pode entender que Paulo está corrigindo falsas percepções dos cristãos, mas não é bem assim. O que é intencionado no texto apostólico são as percepções dos que estão de fora. Mas Paulo diz: 
"O que você vê é verdade, mas não é toda a verdade ou a verdade principal".
Vejamos:
  • Versículo 6:9a — Ou seja, o apóstolo dizia em outras palavras: "Sim, não somos ninguém no Império Romano, um pequeno movimento que segue um rei crucificado e ressurreto. Mas, oh!, somos conhecidos por Deus, e isso é o que importa" (1 Co 8:3; Gálatas 4:9).
  • V. 6:9b — Aqui ele está dizendo: "Sim, nós morremos todos os dias. Nós estamos crucificados com Cristo. Alguns de nós são presos e mortos. Mas, oh!, nós vivemos porque Cristo é a nossa vida agora, e ele nos ressuscitará dentre os mortos."
  • V. 6:9c — Em seguida ele faz referência às marcas de Cristo que devem estar latentes, palpáveis, impressas em nós ao dizer "vocês nos vêem 'como castigados, porém [ainda] não mortos'. Sim, nós suportamos muitos castigos humanos e muitos castigos divinos, mas repetidamente Deus nos tem poupado da morte. E Ele nos poupará até que a nossa obra esteja terminada."
  • V. 6:10a — Na sequência ele fala sobre a alegria do cristão, que não tem absolutamente nada a ver com satisfação da carne, mas de um estado de espírito. Ele diz, "Vocês nos vêem 'entristecidos, mas [mesmo assim] sempre alegres'. Sim, estamos tristes. Existem inúmeras razões para nossos corações estarem amargurados. Mas em todos esses, não deixamos de nos alegrar; eis um dos maiores paradoxos da vida cristã!"
  • V. 6:10b — Agora Paulo vai destruir com os pilares que sustentam a famigerada teologia prosperidade, que enfatiza o ter em detrimento do ser e ensina que a felicidade da pessoa está na aquisição de tesouros materiais. Ele diz: "vocês nos vêem 'pobres, mas [estamos] enriquecendo a muitos'. Sim, somos pobres quanto à riqueza deste mundo. Mas não vivemos para ficar rico em coisas, nós vivemos para tornar as pessoas ricas em Jesus."
  • V. 6:10c — E, para concluir seu raciocínio, o apóstolo dos gentios enfatiza o cerne da mensagem do evangelho ao dizer: "vocês nos vêem com nada tendo, mas [nós] possuímos tudo. Em certo sentido, consideramos tudo como perda em relação à sublimidade de conhecer a Cristo Jesus (Filipenses 3:8). Mas, na verdade, somos filhos de Deus e, se filhos, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (Romanos 8:17)". Para cada cristão, Paulo diz: "tudo é vosso; seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, seja o presente, seja o futuro; tudo é vosso, e vós de Cristo, e Cristo de Deus" (1 Co 3:21,23).

Prosperidade material deve — se for — causa, nunca o objetivo (2 Co 6:4)


Agora, lembre-se do que Paulo disse no versículo 3: 
"...não dando nós nenhum motivo de escândalo em coisa alguma, para que o ministério não seja censurado. Pelo contrário, em tudo recomendando-nos a nós mesmos como ministros de Deus..." 
Ele removeu obstáculos à fé, recomendou a verdade e o valor de seu ministério — sua vida, sua mensagem e seu Senhor. E ele fez exatamente da maneira oposta que "o evangelho da prosperidade" o faz.

Qual obstáculo ele removeu? Ele removeu o obstáculo que alguém poderia pensar que Paulo está no ministério por dinheiro, ou por conforto e facilidade terrena. Ele deu todas as evidências que foi capaz para mostrar que ele não é cristão — e ele não está no ministério — pelos benefícios mundanos que isso pode trazer. 

Mas há muitos pastores hoje que pensam exatamente o contrário. Eles acham que ter uma casa luxuosa, um carro luxuoso e roupas luxuosas recomenda o seu ministério. Esse simplesmente não é o modo de Paulo pensar. Ele pensava que essas coisas eram obstáculos.

Por quê? Porque se elas atraíssem alguém para Cristo, seria pelo motivo errado. Seria porque acham que Jesus torna as pessoas ricas e torna a vida confortável e fácil. Ninguém deveria vir a Cristo por esse motivo. Atrair pessoas a Cristo com estilos de vida prósperos e brincadeiras sagazes, animadas, alegres, brincalhonas e superficiais, como se isso fosse alegria em Cristo, atrairá algumas pessoas, mas não porque Cristo seja visto em sua glória e a vida cristã seja apresentada como o caminho para o calvário. Muitas conversões falsas acontecem dessa maneira. Então, como Paulo está recomendando seu ministério, sua vida, sua mensagem e seu Senhor? Certamente a "programação" proposta por Paulo, seria rejeitada por muitos pastores e líderes de jovens da atualidade.

A alegria do Senhor — não a produzida pelos eventos, a efêmera, a circunstancial — é a nossa força (2 Co 6:10)


O que significa (v. 10) que parte da recomendação de Paulo para o mundo é que ele estava triste, mas sempre alegre? O que o mundo precisa da igreja é de nossa alegria indomável em Jesus em meio ao sofrimento e à tristeza.

Permita-me aproximar-me de dois exemplos desses "tristes, mas sempre alegres". Um de Jesus e um de Paulo.

Quando Jesus disse em Mateus 5:11,12, 
"Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus" (ênfase acrescentada), 
você acha que é aleatório que a próxima coisa que Ele disse foi:
"Vós sois o sal da terra… Vós sois a luz do mundo".
Não acho que foi aleatório. Eu acho que o sabor do sal que o mundo precisa provar e o brilho da luz que o mundo precisa ver é exatamente essa alegria indomável em meio à tristeza.

Alegria em meio à saúde? Alegria em meio à riqueza e confortos? E quando todos falam bem de você? Por que isso significaria alguma coisa para o mundo? O mundo já tem isso. Mas a alegria indomável em meio à tristeza — isso o mundo não tem. Isso é o que Jesus veio a dar a este mundo caído, cheio de dor e arruinado pelo pecado.

Ou considere a experiência de agonia de Paulo em relação à perdição de seus parentes judeus em Romanos 9:2,3. Lembre-se de que Paulo é aquele que disse em Filipenses 4:4: 
"Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos". 
Mas em Romanos 9.2,3, ele escreve: 
"Que tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração. Porque eu mesmo poderia desejar ser anátema de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne". 
Não ignore o fardo terrível da palavra "contínua" (ou seja, frequente, constante) no versículo 2. Ele estava dizendo 
"que tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração"
porque meus parentes estão perecendo na incredulidade e separados do Messias. Paulo está desobedecendo a sua própria ordem de se regozijar sempre? Não. Porque ele disse em 2 Coríntios 6:10: 
"Tristes, mas sempre alegres".

Conclusão

Sal e luz: é o que o mundo precisa, é o que temos de oferecer


Não é isso que o mundo precisa de nós? Imagine-se sentado à mesa, em seu restaurante favorito, com pessoas que você gosta muito e que não são convertidas. Você compartilhou o evangelho antes e eles não responderam. Deus dá a graça e desta vez você anuncia o evangelho a eles. E Deus dá a graça das lágrimas. E você diz:
"Eu quero muito que vocês creiam e sejam seguidores de Jesus comigo. Eu quero que vocês tenham a vida eterna. Desejo que estejamos com Cristo para sempre juntos. Eu quero que vocês compartilhem a alegria de saber que seus pecados estão perdoados e que Jesus é seu amigo. E mal posso suportar a ideia de perder vocês. Parece um peso enorme no meu peito."
Não é isso que o mundo precisa de nós? Não apenas um convite à alegria, não apenas uma expressão dolorosa de preocupação, mas a dor e a alegria se unindo de tal maneira que eles nunca viram algo parecido. Eles nunca foram amados assim. Eles nunca viram uma alegria indomável em Jesus em meio à tristeza. E pela graça de Deus, isso pode ter gosto de sal da terra e parecer a luz do mundo em contraste com o falso sabor do fast food mundano e do pisca-pisca produzidos pelos canhões de luzes artificiais. Então, eu digo uma última vez:
O que o mundo precisa da igreja — de nós — é a nossa alegria indomável em Jesus em meio ao sofrimento e à tristeza.
Essa foi a recomendação de Paulo de seu ministério. Que seja a nossa recomendação de Cristo. Não é por acaso que Paulo concluiu o maior capítulo da Bíblia — Romanos 8 — com palavras destinadas a sustentar a sua alegria e a alegria dele diante do sofrimento e da perda (Rm 8:31-39). 

Isto posto, repito a pergunta que dá título a este texto e deixo para que você faça uma autoanálise e responda para si próprio: 
O que é mais atrativo às pessoas nas igrejas, a presença de Deus ou os eventos?
[Fonte: Ministério Fiel, texto baseado na pregação ministrada por Jhon Piper — um dos ministros e autores cristãos mais proeminentes e atuantes dos dias atuais, atingindo com suas publicações e mensagens milhões de pessoas em todo o mundo. Ele exerce seu ministério pastoral na Bethlehem Baptist Church, em Minneapolis, MN, nos EUA desde 1980.]

A Deus toda glória.

Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso bloghttps://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade. 
E nem 1% religioso. 
O uso correto da máscara não é opcional, é obrigatório!
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e fuja de aglomerações.

terça-feira, 23 de junho de 2020

ESPECIAL — DEPOIS DA PANDEMIA, NUVEM DE GAFANHOTOS PODE CHEGAR AO BRASIL: CASTIGO DIVINO?


Uma nuvem gigante de gafanhotos invadiu a Argentina e ameaça chegar ao Brasil em breve. A infestação começou no Paraguai, destruindo as plantações de milho, foi a sul pelo Chaco, infestando as regiões de Córdoba, Santa Fé, Entre Rios e Corrientes, essa mais próximas do estado do Rio Grande do Sul.

Essa notícia que bombou hoje (23) na imprensa certamente já está mexendo com o imaginário daqueles que acreditam que o Brasil (e o mundo?) está sofrendo a ação de corretiva de Deus em resposta ao aumento desenfreado da iniquidade. Muitos são também os que certamente verão nesse fenômeno inédito, ao menos em terras brasileiras, como um iminente sinal da volta de Jesus. 

Mas, antes de falarmos mais sobre esse assunto, é importante que façamos um resumo do que foram as Dez Pragas do Egito, seu contexto e seu significado bíblico.

As Dez Pragas do Egito


Sem dúvida, uma das histórias mais espetaculares de toda a Bíblia e que chama a atenção de cristãos e não cristãos é a narrativa das 10 pragas derramadas pelo Senhor sobre o Egito, e a maneira incrível que o Êxodo aconteceu. Na história do êxodo de Israel da escravidão no Egito, Deus enviou pragas devastadoras aos egípcios. E há muito mais coisas nessas pragas do que você provavelmente imagina!

Provavelmente, muitos de nós estamos familiarizados com os fundamentos da história do êxodo de Israel da escravidão no Egito. Para resumir brevemente, os israelitas migraram para o Egito no tempo de José, dezessete anos antes da morte do patriarca Jacó, a quem Deus havia mudado o nome para Israel. A princípio, eles desfrutaram do favor dos egípcios por causa de tudo o que José fez como vizir [alto funcionário] ou primeiro-ministro do faraó. Mas com o passar dos anos, esse relacionamento mudou. Os egípcios começaram a ver os israelitas como uma ameaça.

Com o tempo, um novo faraó chegou ao poder e escravizou os israelitas. A situação ficou tão ruim que os egípcios começaram a matar bebês hebreus do sexo masculino para impedir que os israelitas excedessem em número os egípcios.

Durante esse tempo, Deus levantou um libertador chamado Moisés. Ele foi salvo no nascimento e cresceu como membro da família real egípcia. Mas depois de matar um egípcio, ele fugiu do Egito para a terra de Midiã, onde, quarenta anos depois, Deus falou com ele na sarça ardente e o enviou de volta ao Egito para libertar os israelitas da escravidão.

Em Êxodo 7:1-5 Deus disse a Moisés que faria três coisas:
  1. Tiraria os israelitas do Egito,
  2. Faria isso "com grandes manifestações de julgamento" e
  3. Mostraria aos egípcios que Ele é SENHOR — o verdadeiro Deus.
Em Êxodo 12:12, Deus acrescenta que estava fazendo outra coisa muito importante: 
"Sobre todos os deuses do Egito farei juízos". 
Assim, os juízos de Deus, em certo grau, seriam contra os deuses egípcios. Ao fazer isso, Ele ensinaria uma lição tanto para os egípcios quanto para os israelitas, que estavam no Egito há várias gerações e tinham se distanciado da fé de seus antepassados Abraão, Isaque e Jacó. Eles haviam imergido completamente na cultura e religião egípcia corrompida.

A cultura egípcia era muito idólatra e tinha uma multidão de deuses e deusas. Muitos destes assumiam a forma de animais, então os egípcios consideravam sagrados touros, vacas, carneiros, gatos, crocodilos, cobras, sapos e vários insetos e pássaros. 

Vejamos quais foram as Dez Pragas:
  • A primeira praga — As águas se transformam em sangue (Êxodo 7:14-24); 
  • A segunda praga — Rãs (8:2-14); 
  • A terceira praga — Piolhos (8:16-19); 
  • A quarta praga — Enxames de moscas (8:20-32);
  • A quinta praga — A peste dos animais (9:1-7); 
  • A sexta praga — Úlceras (9:8-12); 
  • A sétima praga — Chuva de granizo (9:13-35);
  • A oitava praga — Gafanhotos (10:1-20); 
  • A nona praga — Trevas (10:21-23); 
  • A décima praga — A morte dos primogênitos (11).
Cada uma das pragas que Deus enviou foi um desafio direto a um ou mais deuses e deusas do Egito. Embora os egípcios já tivessem visto essas coisas antes, como gafanhotos e insetos hematófagos, o que tornou essas pragas únicas é que Deus as intensificou milagrosamente e as trouxe aos egípcios quando quis. Por isso, as pragas foram muito piores do que normalmente seriam, e elas vieram exatamente quando Deus, através de Moisés, disse que aconteceriam para mostrar que Deus era quem estava causando isso.

Voltando aos gafanhotos atuais


Sobre o fenômeno atual da nuvem de gafanhotos, a situação é complicada e pode afetar drasticamente as condições econômicas de ambos os países. Tanto o Brasil quanto Argentina tem uma boa parte de seu sistema econômico atrelado à agropecuária. O principal alvo dos gafanhotos são as plantações; uma nuvem pode ser capaz de destruir em um dia a quantidade de pasto equivalente a 2 mil vacas ou 350 mil pessoas, segundo os especialistas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Vídeo postado numa rede social mostra como se dão os ataques dos insetos. As imagens são perturbadoras veja:
A infestação foi começo na semana passada e ainda não se sabe se os gafanhotos virão para o Brasil. Os produtores de agricultura do Rio Grande do Sul estão em estado de atenção e medidas podem ser tomadas a qualquer momento.

Impactos econômicos da infestação por gafanhotos


A agropecuária é responsável por 9% da economia gaúcha (dados de 2014) e 6% do PIB de Santa Catarina (dados de 2016). As regiões com maior produção agrícola nos estados são as mais próximas à fronteira com a Argentina.

No começo do ano, uma situação similar aconteceu no Chifre da África, região leste do continente, em países como Quênia, Somália e Etiópia. A Somália declarou Estado de Emergência por causa da infestação de gafanhotos na região, que destruíram plantações de milho e feijão no país.

Foi a maior aparição da praga em mais de 70 anos. Na região de Ahmara, fazendeiros perderam 100% de suas plantações. Um vôo da Ethiopia Airlines teve de fazer um pouso forçado pois a nuvem de gafanhotos impedia a visão dos pilotos.

Em meio às tantas tragédias que acometem o continente africano, entre o sem-fim de notícias sobre o coronavírus e outros males, a África também enfrenta atualmente mais uma consequências da crise climática que possui literalmente proporções bíblicas: trata-se da pior invasão de gafanhotos dos últimos 25 anos na região. Com mais de 200 milhões de insetos, a dimensão da nuvem é duas vezes maior que toda a cidade de Roma, e está se movendo do Quênia para o sul do Sudão e Uganda.

A infestação que aconteceu no Quênia entre 2003 e 2005, bem menor do que a desse ano, foi capaz de causar um prejuízo de 2,5 bilhões de dólares para a economia local. Os impactos econômicos de uma crise dessa dimensão alinhada com o desaceleramento causado pela pandemia de coronavírus pode resultar em uma tragédia econômica e social de proporções raramente vistas.

Relação dos gafanhotos com aquecimento global


Para os especialistas, a infestação tem correlação com as mudanças climáticas que favorecem a reprodução dos gafanhotos. 
"Condições mais secas no futuro, nos limites norte e sul da área de distribuição de gafanhotos, podem produzir habitats mais favoráveis ​​para esta espécie e podem ter impactos negativos importantes"
disse o entomologista Michel Lecoq à BBC. Ele ainda alerta que os riscos em termos de danos às culturas, pastagens e, em última instância, à segurança alimentar e social de muitas pessoas pobres nos países em desenvolvimento podem ser enormes.

A Mauritânia, outra país que sofreu com a infestação de gafanhotos, afirmou que está tomando medidas de precaução mapeando pequenas aglomerações da praga com drones, tomando medidas para acabar com as nuvens de maneira mais eficaz, com apoio da FAO. Essa é a única forma de controlar as nuvens: quando ainda pequenas, os pesticidas são capazes de impedir que os insetos se unam e se reproduzam.

No Brasil, somente o gafanhoto do Mato Grosso foi registrado como uma espécie capaz de devastar plantações e suas breves aparições em grupo foram sempre controladas. Portanto, dependendo da intensidade e da rapidez com que a nuvem de gafanhotos venha, caso de fato se desloque pro Brasil, pode causar um problema de dimensão desconhecida para as autoridades brasileiras.

Conclusão


Como vimos acima, um dos objetivos das 10 pragas era revelar a grandeza, o poder e a soberania de Yahweh como único e verdadeiro Deus em contraste com as falsas deidades egípcias. Faraó devia reconhecer e confessar que o Deus dos hebreus era supremo e que o Seu poder estava acima do rei do Egito e da nação que ele governava (Êx 9:16; 1 Samuel 4:8). 

As pragas foram juízos contra os egípcios, seus deuses e sua falsa religião (Êx 12:12). O Êxodo foi a libertação da escravidão do povo hebreu do domínio egípcio. Esse evento é uma prefiguração que aponta para uma libertação muito maior realizada por Jesus Cristo  a libertação do pecado. Da mesma maneira como Deus conduziu Seu povo no passado, "com mão forte", Ele também deseja nos conduzir à Canaã celestial. Por isso devemos caminhar humildemente com Deus, hoje, e todos os dias, e quando Cristo voltar, estaremos com Ele por toda a eternidade!

Mas, semelhanças a parte, embora o evento atual trata-se de uma reedição na vida real da oitava praga do Egito, ele é provocada não pela ira divina, mas sim pelo efeito da ação humana na natureza. Procurando por solo úmido e arenoso para depositar seus ovos e se reproduzir, eles se encontraram diante de uma situação anormal para proliferação, por conta de uma estação chuvosa muito mais longa do que o normal. A situação coloca diretamente em risco mais de 10 milhões de pessoas, com 4 milhões de crianças ameaçadas pelo raro fenômeno.

Pois o efeito do raro fenômeno é a devastação de colheitas, plantações e vegetações, capaz de devorar em um só dia uma quantidade de comida que alimentaria 90 milhões de pessoas. Quênia, Etiópia e Somália já lidam com escassez de alimentos, sobre uma situação que já era dramática mesmo antes da invasão de gafanhotos.

Caso o quadro se agrave, é provável que provoque mais uma migração em massa, fugindo não só dos insetos como de outros efeitos das mudanças climáticas, da desigualdade e, de modo geral, do capitalismo desenfreado. Ou seja, não tem como espiritualizar esse fenômeno, pois ele é sim uma consequência da ação humana, mas sem necessariamente a intervenção sobrenatural da vontade do Altíssimo. 

[Fonte: por Hypeness, Yuri Ferreira e Vitor Paiva]

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PAPO RETO — VOCÊ SABE DIZER "NÃO"?

Você sabe em quais momentos e circunstâncias deve dizer "sim" ou "não", ou você é daquele tipo de pessoa que sempre diz "sim" pra tudo? Você tem dificuldade em dizer "sim" e "não" na hora certa? 

Quem normalmente fala "sim" para tudo e para todos costuma ter grande dificuldade de colocar limites. Muitas vezes, essa pessoa é motivada pelo desejo de querer agradar ao outro, de ser valorizada. E o prejuízo emocional é o estresse que isso acarreta.

O sofrimento de quem só diz "sim"


Sempre que um "não" é dito, estão sujeitos o emissor ou receptor a algum tipo de desconforto, o que provavelmente acarretará um conflito. Você alguma vez já disse não para uma pessoa mimada?

É uma situação muito complicada. Muitas pessoas tendem a dizer sim para tudo, e evitar esse tipo de enfrentamento e situação. Isso além de lhe trazer muito prejuízo, pode desgastar demais o seu emocional.

Esse tipo de pessoa deve enfrentar seus medos e receios, pra poder ter a mente tranquila e saudável. O resultado de uma relação assim, afeta também o receptor desse tratamento, digamos que "positivo" sempre, que terá uma falsa sensação de obter sempre êxito em seus desejos, e na vida real não é bem assim que as coisas funcionam.

As pessoas não conseguem dizer "não", porque tem receio em perder o conceito de ser sempre "bonzinho" e atender a tudo que lhe solicitam.

Para desenvolver ainda mais esse raciocínio, vou usar uma ilustração da mitologia grega. Quero deixar bem claro que faço uso da mitologia aqui, apenas como uma figura de linguagem, uma vez que os mitos gregos consistem em um conjunto de lendas e histórias (mitos), são frequentes em estudos filosóficos, literários e frequentemente mencionados em diversas situações como referência das crenças dos povos da antiguidade.

De acordo com os historiadores, os mitos gregos (que tem como personagens centrais as figuras de heróis, deuses, titãs, centauros e ninfas) foram originados mediante união das antigas mitologias micênica e dórica, sendo que o desenvolvimento desses mitos ocorreu em aproximadamente 700 a.C. A criação desses mitos tem suas bases principalmente nos relatos de fantásticas histórias narradas por grandes poetas épicos. No caso da Grécia, os poetas de maior destaque foram Homero e Hesíodo.

O mito do "canto das sereias"


As sereias, na mitologia grega, eram seres meio mulheres e meio peixes. Moravam numa ilha no Mar Mediterrâneo e ficavam sempre tentando enfeitiçar os marinheiros dos navios que passavam por perto, usando seu canto. E, quando enfeitiçados, os marinheiros se atiravam no mar para ir ao encontro das sereias e acabavam devorados.

As únicas formas de resistir ao canto das sereias eram ficar longe ou tapar os ouvidos para não ouvir seu canto. Não havia como resistir ao canto delas. 

Os cristãos também estão sujeitos ao "canto das sereias", ou seja, as tentações que a sociedade humana gera para afastar as pessoas do caminho certo. Há muitas coisas que podem ser classificadas nessa categoria como o consumismo excessivo, a ambição sem controle, a rebeldia que alicerça a desobediência, a busca do prazer a qualquer preço, o egoismo sem limite, etc. 

E, assim como acontece com as sereias da mitologia somente é possível resistir aos apelos da sociedade moderna de duas formas: Ficar longe, como fazem as pessoas que se retiram para conventos e mosteiros, longe da sociedade, ou "tapar os ouvidos", isto é encontrar formas de não deixar que as influências ruins da cultura moderna criem raízes nas mentes humanas.

Entendendo os conceitos


O primeiro caminho — distanciar-se  é seguido por quem concentra toda sua vida social dentro da igreja  (instituição) que frequenta  todos os(as) amigos(as) estão ali, só vão a eventos evangélicos, só ouvem música gospel, só entram em relacionamentos com pessoas da mesma crença, etc. Ou seja, "não se mistura".

O problema com essa abordagem é que Jesus nos pediu para sermos o "sal da terra" — e, o sal, para atingir seu efeito, deve ser misturado à receita. Ora, para poder dar "sabor" diferente à sociedade, assim como o sal faz com os alimentos, os(as) cristãos(ãs) não podem fugir dessa mesma sociedade, buscando evitar a "contaminação" vinda dela. 

A outra alternativa para escapar do "canto das sereias" seria "tapar os ouvidos", isto é, encontrar alguma forma de se tornar imune às influências negativas da sociedade. Isso significa, essencialmente, saber dizer "não" para tudo aquilo que pode afastar você de Deus. 

Isso não é fácil de fazer, pois requer lutar contra tentações bem humanas. Contra desejos e vontades que passam pela mente de quase todas as pessoas, pois são bem humanos.

Ora, a Bíblia apresenta vários exemplos de pessoas que souberam dizer "não". E o estudo desses exemplos tem muito a nos ensinar. Vejamos dois desses casos em maior detalhe: José, filho de Jacó, e os apóstolos Pedro e João.

Os que tiveram a acertada ousadia de dizer "não"


José foi vendido por seus irmãos como escravo e acabou levado para o Egito. Lá, foi forçado a trabalhar na casa de um oficial do faraó, chamado Potifar, e acabou por conquistar a confiança do seu amo.

A mulher de Potifar se apaixonou por José e quis trair seu marido com ele. Não deve ter sido fácil para José resistir — afinal, ele era um escravo e, portanto, não devia lealdade a seu amo. Sem contar, que um relacionamento desse tipo poderia melhorar bastante sua condição precária. E nem estou considerando nessa discussão os atrativos físicos daquela mulher, que certamente não deviam ser pequenos.

Tudo incentivava José a adulterar — inclusive sua própria natureza humana, seus instintos sexuais, sua libido juvenil — e acredito mesmo que a esmagadora maioria dos homens, no lugar dele, teria aceito a proposta da mulher de Potifar (os fatos comprovam que não faltam exemplos assim em nosso meio). O "canto das sereias" foi muito forte.

E José disse não! O pior foi que, ao invés de ser elogiado, acabou por pagar um preço muito alto: a mulher, ofendida com sua recusa, acusou-o de tentar violentá-la e José acabou indo para a prisão (Gênesis  39:7-20). 

Deus valorizou a lealdade de José  mais adiante, ele foi reabilitado e acabou se tornando a segunda pessoa mais importante do Egito. E é isso que realmente importa para cada um de nós  como Deus avalia nossas atitudes.

O segundo exemplo vem dos apóstolos Pedro e João. O caso a que me refiro aconteceu logo depois da ressurreição de Jesus. O povo cristão estava enfrentando perseguições das autoridades religiosas judaicas, que não queriam a pregação do Evangelho. E essa repressão violenta levou ao martírio de diversas pessoas, como o do diácono Estevão (Atos  6:7-15). 

Foi nessas circunstâncias que Pedro e João foram presos pelas autoridades judaicas e ameaçados por elas de castigo físico, caso continuassem a falar sobre Jesus. E, apesar dessa ameaça, os apóstolos disseram "não"!

Eles responderam às autoridades religiosas judaicas que lhes era mais importante obedecer a Jesus, pregando o Evangelho a toda criatura, do que obedecer a quem tinha mandado prendê-los (5:10-32). 

Deus intercedeu nesse caso e os apóstolos acabaram sendo libertados, sem dano físico. E como tiveram coragem de permanecer no caminho certo, de dizer "não" a uma ameaça, Pedro e João servem de exemplo para nós até hoje.

E a relação de pessoas que ousaram dizer "não", ainda que isto custasse suas vidas não para por aí. São muitos. Podíamos ainda citar Daniel, Misael, Azarias e Hananias (Daniel 3:11-18; 6) e João Batista (Marcos 6:14-29).


Considerações finais


Não é fácil ser cristão — gostaria de afirmar o contrário, mas não posso. Jesus chegou a dizer que a estrada a ser trilhada por nós seria estreita, difícil e pedregosa, enquanto a alternativa (a estrada para a "perdição") é larga, espaçosa e confortável. 

Muita coisa nos é apresentada e oferecida na direção contrária àquela que precisamos seguir. E o "canto das sereias" pode ser difícil de resistir. 

Conclusão


Isolar-se, para ficar imune ao "contágio", não resolve o problema, pois temos que viver no mundo (Jo 17:14-16). A alternativa é resistir, aprender a dizer não. Mas, isso só é possível quando a pessoa se apoia numa fé forte, que libera a ação do Espírito Santo na sua vida. 

É essa ação do Espírito Santo que vai nos convencer a enfrentar as dificuldades e fazer a escolha certa. E é Ele quem irá nos consolar, quando parecer que fizemos a pior escolha, e nos convencer dos bons resultados que a escolha correta irá gerar nas nossas vidas (mesmo quando não sejam inicialmente pouco visíveis). 

Tenha fé, confie em Deus e aprenda a dizer "não", quando necessário. Esse é o desafio que cada um de nós precisa enfrentar vida.

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