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sexta-feira, 12 de junho de 2020

AS NOSSAS LIMITAÇÕES ENFATIZAM A NOSSA DEPENDÊNCIA DE DEUS

Sei que há muito material na internet que nos incentivam à superação de limitações. Há palestrantes famosos, muitos deles de renome internacional — filósofos, sociólogos, antropólogos, psicólogos, líderes religiosos (evangélicos, católicos, espíritas...) — que escrevem livros, postam artigos e vídeos com conteúdo motivacional sempre enfatizando a superação de limitações. 

Eu, convencido de minha insignificância em comparação a essas ilustres celebridades também chamadas pelo pomposo nome de Coach — profissional que atua aplicando os conhecimentos que tem e a metodologia do Coaching na vida pessoal, profissional e empresarial das pessoas, contribuindo para que elas alcancem seus objetivos em um curto espaço de tempo —, não tenho a pretensão de falar sobre isso.

Mas, mesmo insignificante, não me falta a ousadia para falar exatamente o contrário: o benefício das limitações e como elas podem ser usadas ao nosso favor, é o tema deste nada pretensioso, mas, assaz ousado artigo.

Limitações: já que tê-las não é uma opção, aceitá-las é o grande desafio


Independente de nossas habilidades físicas, intelectuais e espirituais, um fato comum a todos nós, seres humanos, são as nossas limitações. Sim, embora muitos de nós não as admitamos, as aceitemos e/ou mesmo as identifiquemos, o fato é que absolutamente todos nos as temos.

Em áreas semelhantes, idênticas ou completamente opostas, em maiores, menores ou medianos graus, pode ter certeza, elas estão em nós e mais cedo ou mais tarde hão de se manifestar. Mas, calma! Isso não é motivo para se desesperar, se constranger e muito menos ainda para desistir. Eis aí uma imperdível oportunidade de aplicação de um conhecido versículo da Bíblia:
"Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito" (Romanos 8:28).

O que é limitação


Do latim limitatĭo, limitação é a ação e o efeito de limitar ou de se limitar. O verbo limitar refere-se a colocar limites a algo, ao passo que a noção de limite está relacionada com uma linha que separa dois territórios, o extremo a que chega um determinado tempo, o extremo que pode alcançar o psicológico e o físico ou uma restrição.

O termo "limitação", por conseguinte, pode ser usado como sinônimo de limite em certos contextos. Exemplos: 
"O orçamento de que dispomos é uma limitação para reforçarmos a equipe, mas faremos o possível para juntar jogadores de ponta", 
"Se comprar este pacote, poderá utilizar o serviço sem qualquer tipo de limitação", 
"A Justiça impôs limitações ao uso do espaço público para evitar conflitos entre os vizinhos".
Uma limitação pode ser qualquer tipo de restrição. A limitação de velocidade indica a velocidade máxima permitida em certas vias. Se a limitação de velocidade numa estrada nacional for de 90 quilômetros por hora, os condutores não estão autorizados a exceder essa velocidade. Por isto, se o fizerem, poderão ser multados ou sancionados, além, é claro, da possibilidade de se envolverem em acidentes automobilísticos.

A limitação de tráfego, por outro lado, diz respeito à proibição de os veículos circularem em determinados horários ou lugares. Estas limitações são habituais para a proteção de certos meios naturais, com vista a reduzir os níveis de poluição. Um exemplo de limitação de tráfego tem lugar nos parques nacionais onde se permite a entrada de apenas cem automóveis por dia.

Nesses tempos de pandemia (por um bom tempo não teremos mesmo como deixar de falar dela), o conceito de limitação nos ficou bem visível na exigência dos isolamento e distanciamento sociais que nos são impostos como uma das estratégias para evitar a propagação da contaminação pelo novo coronavírus.

Mas, para destacar o quanto a limitação ou as limitações podem nos ser favoráveis no nosso relacionamento com Deus, vou me basear em um outro texto, também muitíssimo conhecido pela maioria de nós:

Limitado, sim; impossibilitado, não!

"Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra" (2 Crônicas 7:14).
Primeiro vamos fazer uma breve análise do contexto desse versículo que está registrado no Antigo Testamento. Esse texto sempre esteve na lembrança dos israelitas pós-monarquia. Sempre que eles passavam por dificuldades, se lembravam dessa maravilhosa verdade. 

Foi assim, por exemplo, nos tempos de Ezequias, de Josias e de Neemias. Assim, ao perceberem a ausência de chuvas, a seca nos campos, a corrupção nas cidades e a opressão dos mais ricos, esses homens de Deus voltaram seus corações para buscar ao Senhor e clamaram a Deus pelo cumprimento de Sua promessa.

Nenhuma dessas pessoas se frustrou diante de suas limitações. Foi exatamente nos tempos de Ezequias, Josias e Neemias que Israel vivenciou os seus maiores avivamentos. Durante o reinado de Ezequias o Templo foi reaberto e o seu serviço reorganizado, a Assíria foi derrotada e Jerusalém teve grande prosperidade. 

Nos tempos de Josias, o avivamento trouxe as pessoas desviadas de volta para os caminhos de Deus, e os israelitas se reuniram em Jerusalém para celebrar a Páscoa  contam os registros que 
"(…) nunca se celebrara em Israel uma páscoa semelhante a essa, desde os dias do profeta Samuel..." (35:18), 
tal foi a festa realizada para a glória do Senhor. 

Quando Neemias chegou em Jerusalém, a cidade estava completamente destruída. Mas Deus derramou um avivamento tão impressionante que, em pouco tempo, as pessoas se voltaram para Deus e reconstruíram a cidade. Deus respondeu com vida, prosperidade, alegria, força e poderoso avivamento o clamor dos seus servos.

A história do povo de Israel foi mudada porque algumas pessoas decidiram colocar em prática o texto de 2 Crônicas 7:14. O mesmo encorajamento que essa palavra trouxe para os homens do passado, ela deve trazer para as pessoas do presente. Deus não aboliu a Sua palavra, e Sua promessa jamais deixou de ser verdadeira. 

O que Deus proclamou ao povo de Israel há milhares de anos — considerando-se os devidos contextos, sem, contudo, ignorar a imutabilidade de sua essência  continua valendo para o atual Israel de Deus: a Igreja resgatada pelo sangue do Senhor Jesus.

A Igreja recebeu de Deus a responsabilidade de mudar a história das sociedades. O mundo não será verdadeiramente transformado através de políticas internacionais; os países não serão de fato mudados pelo desenvolvimento tecnológico e crescimento na educação; as sociedades não se tornarão melhores se adotarem uma política de desenvolvimento planejado; as pessoas não serão mais prósperas se ganharem melhores salários.

As mudanças não dependem daquilo que os homens podem fazer; o mundo só mudará de verdade quando a Igreja se valer da autoridade que lhe foi dada por Deus. Somente a Igreja pode mudar a realidade das sociedades, porque Deus deu esse poder tão somente a ela. Ele mesmo afirmou: 
"Se o meu povo..."
Hoje nós podemos ver a triste situação do Brasil e do mundo. Temos ouvido falar acerca da pobreza crescente, da exploração aviltante, das desigualdades sociais, das mortes encomendadas, das guerras sanguinárias, das catástrofes ecológicas e da miséria social, moral e espiritual no mundo. O ser humano está cada vez mais corrompido e menos compassivo. Cada vez mais egoísta e menos empático.

Parece que, a cada dia, os reflexos da glória de Deus no homem têm se tornado menos perceptíveis: ele está menos parecido com Deus. A sociedade está, instante após instante, mais deformada. Muitos projetos, propostas de melhoras e planos de emergência têm sido apresentados, mas nenhum sinal de restauração  isso, porque apenas a Igreja pode trazer restauração ao mundo. Existe um clamor! Até mesmo 
"(…) a natureza criada aguarda com ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus" (Romanos 8:19). 
Os olhos de todo o universo estão colocados na Igreja, e o mundo aguarda uma solução. A Igreja precisa ocupar a posição que o próprio Deus lhe deu. 

É tempo da Igreja se humilhar, orar, buscar a face de Deus e se converter dos maus caminhos. É tempo de cada membro da Igreja rasgar o seu coração e apregoar um santo jejum em favor de cada nação. É tempo da Igreja brasileira acordar do seu mórbido sono, deixar de lado as desavenças, as competições, os holofotes da fama, arrepender-se da sua inatividade e suplicar a graça de Deus com orações sinceras e jejuns. É tempo de acordar!

Vamos entender os pontos principais desse versículo:

Humilhar-se


Continuaremos nossa análise com essa frase: 
"A vida cristã se inicia quando a pessoa enfrenta a Deus e é confrontado o seu antigo estilo de vida natural com o novo estilo de vida instituído por Ele."
Somos o povo de Deus, somos aqueles que recebem o Seu Nome, reconhecem o Seu Poder e apelam à eterna misericórdia do Senhor. Através da Bíblia, é manifestada a convicção de que somente o que se humilha pode conhecer as bênçãos de Deus. E, para se humilhar, é imprescindível reconhecer e aceitar que somos sim limitados  (Jó 22:29Isaías 57:15Mateus 5:3Tiago 4:6,10; 1 Pedro 5:6).

Se formos buscar no dicionário o significado do verbo "humilhar" encontraremos que é ser humilde ou ainda submeter-se. Quando o mundo fala sobre "humilhação", entende por algo deprimente e vergonhoso, interessante que este conceito ajusta-se perfeitamente às exigências da nossa velha natureza pecaminosa. O nosso "velho homem" recusa-se a submissão (humilhar-se). Todavia muitas vezes nos enganamos sobre o que é realmente o verdadeiro ato de humilhar-se que Deus busca em nós, vejamos alguns exemplos:
  • humilhar-se não é uma tintura de melhoria de procedimento;
  • também não são desculpas desta ou daquela natureza;
  • nem novos ou melhores votos;
  • nem maior dose de boa vontade;
  • nem mais simpatia para com a causa do Senhor;
  • nem mesmo passar a contribuir mais com o Reino;
Humilhar-se não são atos esporádicos na vida, mas o estilo de vida de Cristo, pois Jesus se humilhou a si mesmo para submeter-se ao cumprimento da vontade do Pai (Filipenses 2:5-11).

O nosso verdadeiro e contínuo ato de nos humilhar perante Deus se dá quando compreendemos três condições humanas:

1) Compreendemos (e aceitamos) que somos limitados: Princípio da dependência  


Nós precisamos compreender que fomos criados por Deus, somos criaturas e, como tudo que é criado tem as suas limitações, também somos limitados. Todavia Deus como, nosso Criador e Senhor, nos conhece como nós realmente somos e sabe de tudo que precisamos. 

Entretanto muitas vezes nos esquecemos de nossas limitações e queremos ser independentes de nosso Criador e Senhor, achando que podemos solucionar situações, vencer problemas no nosso egocêntrico sentimento de independência do Senhor. Em  Lucas 12:25João 15:5 Jesus deixa bem claro que sem Ele nada podemos fazer, ou seja, Ele está nos chamando para uma relação de dependência dEle, somente através dEle seremos frutíferos.

O motivo pelo qual muitos ainda estão angustiados, buscando e progredindo lentamente é que ainda não chegaram ao fim de si mesmos. Nós ainda tentamos comandar e meter o bedelho no trabalho que Deus realiza dentro de nós. Martinho Lutero (✩1483/✟1546) entendia que quando o cristão reconhece sua dependência de Deus, ele estaria humilhando-se diante do Senhor.

Quando vivemos esta dependência nos tornamos realmente vencedores nesta vida, porque, a enfrentamos não com as minguadas forças que ainda temos, mas na força que nos é dada por Deus.

2) Quando compreendemos o nosso pecado: Princípio da consagração


Em Salmos 38:18 e 51:2 Davi confessa o seu pecado, buscando o perdão divino e a purificação de seu coração. Mas porque será que Davi além do perdão também clamou pela purificação de seu coração?

Precisamos entender que nossos atos pecaminosos são o fruto natural da nossa natureza caída (Romanos 3:23), Davi também no Salmo 51:5 percebeu esta triste verdade. Todavia quando o sangue de Jesus nos purifica, de uma vez por todas desfaz-se esta triste verdade e assim podemos viver eticamente puros de acordo com os padrões de Deus, pois temos uma natureza purificada onde os atos pecaminosos não são consequências naturais desta nova natureza.

Ainda que o diabo diga que não conseguimos vencer o pecado, saiba que o sangue de Cristo quebrou o domínio do pecado sobre nós e agora somos livres para servir ao Senhor, sem culpa ou condenação (Rm 8:1-4).

3) Quando reconhecemos as nossas fraquezas (limitações): Princípio da Soberania de Deus


Há um ditado, um verdadeiro mantra para muitos, que diz: "O mundo é dos fortes". Esse ditado faz esta afirmação, mas de que tipo de "fortes" ele diz? Segundo os padrões deste mundo: "Forte é aquele que não apresenta nenhum sinal de fraqueza".

Somos confrontados todos os dias em diversas áreas de nossa vida onde não podemos demonstrar nenhum sinal de fraqueza, entretanto o que a Bíblia nos ensina? Será que a Palavra de Deus compartilha do mesmo padrão deste mundo? Em Marcos 14:27,29,30 Pedro tenta mostrar para Jesus que, ele, jamais se escandalizaria com o que viesse a acontecer com o mestre (versículo 29), embora Jesus tivesse advertido a todos os discípulos do contrario (versículo 27). 

No entanto Pedro pensou que o seu convívio de 3 anos com Jesus já o tinha fortalecido o suficiente e ele não se escandalizaria com o Mestre, Pedro confiou em si mesmo, mas Jesus o avisa do contrário no versículo 30. Os acontecimentos se desenrolam e Jesus é preso e Pedro, em Marcos 14:72, após ter negado o Mestre por 3 vezes e o galo ter cantado, reconhece que fracassou e chora desesperadamente. Pedro não era tão forte como pensava. 
  • Qualquer semelhança aqui, NÃO É mera coincidência!
Jesus está bem perto de cada um de nós para nos ajudar justamente em nossas fraquezas.

Em Salmo 38:17,19,21,22 Davi pede que Deus não o desampare, nem se ausente dele e socorra-o diante de tão fortes situações que o perturbam, sabendo ele da sua fraqueza. Davi reconhece que somente a fortaleza e o poder de Deus podem ajuda-lo a vencer as suas fraquezas e ser forte.

O apóstolo Paulo em 2 Coríntios 12:9,10 também reconheceu que só a graça de Cristo seria suficiente para fortalecê-lo, não adiantava confiar em si mesmo. E por fim vamos ler João 21:15,18, vemos agora Pedro, reconhecendo as suas fraquezas, faz uma declaração linda no versículo 17.

Assim como o tão impetuoso Pedro, que nós também reconheçamos quem realmente somos e façamos essa declaração ao Senhor Jesus diária e constantemente.

CONCLUSÃO


Quando temos a compreensão das nossas verdadeiras condições:
  1. Limitados, mas dependentes de Deus;
  2. Pecadores, mas livres pelo Sangue de Jesus;
  3. Fracos, mas fortalecidos pelo Senhor e no seu Poder.
Se as vivermos diariamente em nosso relacionamento com Deus estaremos, então, nos humilhando perante o Senhor e quando temos este estilo de vida seremos sarados e a nossa terra produzirá muitos frutos para a glória de Deus (Tg 4:10). Tiremos pois, a fixação em superar as limitações — o que tem gerado competitividade e comparações que, ao invés de ajudar, só fazem aumentar ainda mais o sentimento de incapacidade e frustração — e as usemos para a glória de Deus e assim, com a imprescindível ajuda dEle atinjamos o que nos apresenta como impossíveis (Lc 1:37; Fp 4:10-13). 

A Deus toda glória. 
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade. 
E nem 1% religioso. 
Use máscara! Mas use corretamente.

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