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sábado, 28 de fevereiro de 2015

BEM MAIS QUE CINQUENTA TONS

Parece que o sucesso do filme Cinquenta Tons de Cinza, adaptação de bestseller homônimo da escritora inglesa E. L. James - o longa, baseado no primeiro livro da trilogia erótica da britânica E.L. James, já foi visto por 4,1 milhões de espectadores no Brasil desde sua estreia, em 12 de fevereiro, e se tornou o filme mais assistido no país em 2015. A produção assinada pela diretora Sam-Taylor Johnson arrecadou, até agora, 56,8 milhões de reais por aqui. No mundo, o longa já soma 409,6 milhões de dólares (cerca de 1,1 bilhão de reais); o sucesso do romance entre o magnata Christian Grey (vivido por Jamie Dornan) e a mocinha Anastasia Steele (Dakota Johnson), que fez vender mais de 100 milhões de livros no mundo, também impulsionou a trilha sonora do filme, que se tornou a mais vendida desde 2009 - chegou no círculo cristão em tons, digamos, menos cinza.

Veja só essa. Um casal de empresários evangélicos está apostando na fabricação de produtos eróticos para o público cristão de forma ousada: a ideia é oferecer um “vibrador líquido” e um gel que simularia a virgindade. Lídia e João Ribeiro são membros da Congregação Cristã no Brasil e pretendem lançar a linha de produtos eróticos gospel – chamada “In Heaven” (“no céu”, em tradução livre para o português) – na próxima edição da Erótika Fair, a principal feira do mercado, realizada em São Paulo. 

Segundo o casal, seus produtos são o “novo segredo de um casamento feliz” e podem ajudar marido e mulher em suas aventuras sexuais. “O nosso stand [da feira] será dividido entre céu e inferno”, brinca Ribeiro. Sua empresa vai dividir um espaço com um revendedor de produtos sadomasoquistas inspirados no livro “Cinquenta Tons de Cinza”. Para o empresário, os produtos eróticos voltados ao público evangélico estão “resgatando o romantismo entre os casais apaixonados” e revela que sua linha de produtos conterá prolongadores de ereção, gel adstringente para dar a sensação de castidade, vibrador líquido e um lubrificante que promete aumentar a excitação feminina. 

“A ideia principal é que o casal se sinta à vontade para comprar e tenha a certeza de que não está sozinho. Não há motivo para vergonha. Somos 52 milhões de evangélicos no Brasil e não tínhamos uma linha específica”, explica Ribeiro, que comanda uma sexshop ao lado da mulher, segundo informações do site iG. 

Entre quatro paredes


E alguém duvida que eles terão muitos clientes? Eu não. É sabido por todos que a área sexual ainda é considerada por umas vertentes evangélicas com um "assunto proibido". E dá-lhe tabus. Mas já houve avanços e muitas denominações já tratam o assunto com mais liberdade e abrem espaço para que o mesmo seja tratado sem tantas reservas, mas mantendo o princípio da ordem e decência. Hoje é bem comum as igrejas fazerem congressos e seminários voltados especificamente para casais, com a premissa bíblica de que sexo, só após o casamento, onde a sexualidade e a intimidade dos cônjuges são levadas ao púlpito. Há, inclusive, ministérios específicos, como o do pastor, terapeuta familiar e conferencista Josué Gonçalves, líder do ministério Família Debaixo da Graça, com sede em Bragança Paulista - SP. 

Outro que também tem um livro e vídeo - bastante polêmicos, diga-se - sobre o tema é o pastor, escritor, psicólogo e conferencista internacional Silas Malafaia, líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, com sede na Penha - RJ. Em sua obra "O Cristão e a sexualidade (formato:13,5x20,5cm, páginas: 64, editora: Central Gospel)", o pastor Malafaia promete responder às perguntas aos casais cristãos: Qual a importância da sexualidade humana? Qual o padrão de Deus para ela? O Que significa tornar-se uma só carne? O Que significa um leito sem mácula? Quais as práticas sexuais que Deus abomina? Quais os princípios da intimidade aprovada por Deus? Que Atitudes abalam o casamento? Quais os principais problemas que afetam a vida sexual? Como tratá-los? Neste livro, estes e outros assuntos são abordados de forma clara e objetiva, para que maridos e mulheres exerçam a sua sexualidade dentro dos princípios que Deus estabeleceu para a vida a dois, desfrutando os momentos de intimidade como um tempo de prazer e satisfação mútua e tendo uma vida conjugal feliz e saudável. 

Mas, será que para o casal cristão é lícito ou conveniente a máxima "entre quatro paredes, vale tudo"? 

Vale tudo mesmo?


O pastor Renato Vargens, escritor e líder da Igreja Cristã da Aliança, em Niterói (RJ), publicou em seu blog um artigo sugerindo a reflexão entre casais evangélicos sobre a intimidade e as práticas sexuais. Em seu texto, o pastor diz que “vivemos em dias onde o relativismo se transformou numa das principais características dessa geração”, e que por muitas vezes, sugestões dos ambientes exteriores acabam sendo acatadas entre cristãos sem um maior cuidado em relação ao que a Bíblia diz. 
“Para nossa tristeza já existem sex shop gospel, troca de casais gospel, além é claro de todo tipo de incentivo a promiscuidade sexual. Se não bastasse isso, tornou-se comum ouvir de pastores que na relação sexual do casal, tudo é lícito e tudo pode. Volta e meia eu ouço alguém dizendo: ‘pare de caretice’; ‘Deus não se importa com o que o casal faz entre quatro paredes, desde que seja feito com amor, tudo é válido’ […] Segundo estes, Deus não está preocupado se o casal é adepto de sadomasoquismo, ou troca de parceiros, ou até mesmo se usa vibradores ou ‘brinquedos eróticos’. Para os liberais da fé e [do] comportamento, o que importa é ser feliz e nada mais. Junta-se a isso que tais pessoas defendem práticas que efetivamente ferem os princípios deixados pelas Escrituras, como por exemplo, o sexo anal”,
criticou Vargens. Por fim, o pastor sugere aos casais que busquem a satisfação sexual de forma equilibrada e cuidadosa: 
“Sexo é santo, maravilhoso e um presente de Deus para os casados. Isto posto, desfrute dele, sem contudo, banalizá-lo ou transformá-lo num comportamento que fere a santidade de Deus. Por fim, lembre-se que do ponto de vista bíblico, liberdade, não significa libertinagem, como também, sexo não aponta para a castração do prazer; antes pelo contrário, sexo no casamento é uma dádiva divina, além é claro de glorificar a Deus”.
Uma coisa é certa, os casais crentes estão bem mais animadinhos e já se permitem ao uso de alguns "brinquedinhos" que apimentem mais suas relações sexuais. Pois é, mas ao que parece, a criatividade dos crentes na alcova está com seus tons bem variados, indo bem além dos cinquenta tons de cinza. 

Fonte: G+

CRENTE MEIA-BOCA

A expressão que dá título ao artigo já é muito conhecida e significa que algo não é o que deveria ser. Ou seja, meia-boca é aquela coisa mais ou menos, que não chega exatamente onde precisava chegar - fica pelo caminho, do jeito que der já está bom. Meia-boca também pode ser aquilo que é conveniente, que se deixa estar para ver como é fica.

Tem muita gente meia-boca por aí. É aquele empregado que  não cumpre todas as tarefas de sua jornada de trabalho. Ou o estudante que não se empenha por melhorar suas notas e decora apenas o necessário para ficar na média. Amigo meia-boca é aquele para quem amizade não é nada além de um convívio eventual, geralmente em situações de festa e alegria. Na hora do "vamos ver", ele pula fora, pois não é otário de ficar resolvendo problemas dos outros.

Pior é o crente meia-boca. Você já deve ter visto um - ou vários e, talvez - misericórdia! -, seja um deles (será que eu sou? - "Examine-se, pois o homem a si mesmo..." 1 Coríntios 11:28a). Crente meia-boca é aquele para quem a fé é uma questão de conforto e conveniência. Crente meia-boca é aquele que faz rolo nos negócios, dá jeitinhos, molha a mão do guarda, "pega emprestado" sinais de internet, de TV à cabo, de água, de energia elétrica, que dá cheque sem fundo, que compra fiado e não paga... Para ele o cristianismo resume-se a mero hábito dominical. Ele vai na igreja, canta todos os hinos, ouve as mensagens, recebe as ministrações, até ora, mas saindo dali nada muda em sua vida.

Se as coisas não dão certo, é só tentar fazer Deus dar um jeitinho na situação. Ser crente meia-boca não custa mais do que a pessoa tem, pois é só dar a oferta, seja em dinheiro, seja em penitência ou jejuns, que a vontade de Deus será dobrada. Mas ele mesmo nunca é dobrado pelo Senhor. Enfim, ser crente meia-boca é viver uma existência desinteressante, onde não existe motivação, iniciativa ou desejo de mudança.

Crente integral


Mas ser crente por inteiro custa tudo o que somos ou temos. Envolve uma total entrega da vida a Deus, total abnegação. "Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo", disse Jesus, conforme o registro do evangelho do dr. Lucas. O texto começa com uma condicional (nós, geralmente, não gostamos das condicionais) - "se", logo, é opção. Depois, vem a entrega, negando-se a si mesmo, ou seja, devolvendo a Deus o que é dEle: a própria vida.

Tomar a cruz e seguir a Jesus significa seguir o mesmo caminho em que ele trilhou - entregando a sua vida no Calvário. Ele crucificou o seu eu. "Cada dia" indica que o negar-se e o seguir a Jesus é um estilo de vida. Mas tudo não se encerrou com a morte de Cristo; aliás, nosso cristianismo contemporâneo é pobre porque esquecemos de sua ressurreição - convenhamos, seguir a Cristo morto é mais fácil: basta ficar parado - pela qual Ele foi declarado Filho de Deus (Romanos 1:4). O caminho da cruz não parou no Calvário; não terminou no sepulcro, mas prosseguiu até que Ele ressurgisse dentre os mortos.

Ser crente integral é isso mesmo, ter uma vida crucificada para os desejos pessoais e ressuscitada num novo projeto de vida centro dos princípios éticos divinos. É como voltar ao Éden, ser novamente dependente de Deus para suas decisões e escolhas diárias. É ter consciência de que a vida é mais do que fazer com que as coisas andem de nosso jeito - é ter esperança mesmo diante do sofrimento. É crer mesmo em meio às dificuldades. É ser sábio no exercício da liberdade que Deus nos devolve, vivendo uma vida digna e que glorifique o Senhor. Vai encarar?

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

PARA INGLÊS VER

Já não é segredo a ninguém que o ano de 2015 seria terrível para os brasileiros. Desde o segundo semestre de 2014, as perspectivas para a economia da nação para esse ano não eram nada animadoras, conforme previsões unânimes dos especialistas. Entretanto,  à despeito de toda a incerteza do pais que gira sem rumo feito uma nau à deriva em meio à turbulências de um oceano irado, os brasileiros vão seguindo para o matadouro como se nada tivesse acontecendo ou como se eles nada tivessem a ver com isso. Qualquer acontecimento ou assunto inúteis, sem proveito algum, atrai a atenção da massa que, manobrada por uma mídia insana, desvia todo o seu foco para as porcariadas disseminadas pelas [e através das] redes sociais.

#VERGONHA


O início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff está sendo muito mal avaliado pela imprensa especializada estrangeira. Depois de o Financial Times listar "10 boas razões" para a petista deixar o poder, agora uma reportagem de capa da The Economist enfatiza a "bagunça" que domina a política e economia brasileiras. A versão latino-americana da revista, que chegou às bancas nesta quinta-feira (26), traz na capa a manchete "Atoleiro do Brasil". O editorial destaca que a estagnação do País em 2013 está se transformando em recessão, com altas taxas de inflação e inadimplência e redução no volume de investimentos.

O cenário piora, segundo a The Economist, com "o vasto escândalo de corrupção" na Petrobras, que envolve propina bilionária distribuída entre políticos petistas e dos partidos da base governista. A revista confronta o cenário atual com o Brasil que Dilma vendeu durante a campanha eleitoral do ano passado:

"Enquanto fazia campanha por um segundo mandato, nas eleições, Dilma Rousseff pintou um retrato cor-de-rosa da sétima maior economia do mundo. Altos índices de emprego, salários crescentes e benefícios sociais que eram ameaçados apenas pelos planos neoliberais nefastos de seus oponentes, como ela dizia. Com apenas dois meses de seu mandato , os brasileiros já perceberam que foram atraídos por falsas promessas."

Para a The Economist, escapar desse "atoleiro" seria complicado para líderes políticos fortes. "Rousseff, entretanto, é fraca", dispara, apoiando-se na disputa acirrada entre ela e o senador Aécio Neves, então candidato a presidente pelo PSDB, e na queda da popularidade da presidente neste começo de ano, medida pelo Datafolha.

Essa "fragilidade política" ficou ainda mais escancarada com a derrota de Dilma na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados. Eduardo Cunha (PMDB-RJ) bateu com folga Arlindo Chinaglia (PT-SP) e "vai perseguir a agenda dele, não dela", sublinha a revista. "Não será a primeira vez que o Brasil poderá viver um período de governo semi-parlamentarista."

Esse é o maior teste do Brasil desde o início dos anos 90, de acordo com a The Economist. "Ela [Dilma] precisa levar o País para uma direção inteiramente nova. "Uma nova onda de protestos contra a corrupção e a má qualidade de serviços públicos, como em 2013, pode custar o mandato de Dilma, alerta a revista.

O salvador da pátria?


A revista vê com simpatia o nome do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e seus esforços de ajuste fiscal e de aproximação com mercado e investidores:

"Agora, ele [Levy] é indispensável. Ele deveria construir pontes com [Eduardo] Cunha, deixando claro que se o Congresso Nacional tentar precificar apoio político, isso levará a cortes em outros lugares do Orçamento. A recuperação da responsabilidade fiscal deve ser permanente para a confiança dos negócios e o retorno dos investimentos. Quanto mais cedo o ajuste fiscal estiver valendo, mais cedo o Banco Central poderá iniciar o corte na taxa de juros."

A The Economist emenda que a situação econômica da Rússia é pior que a do Brasil. A economia do país de Vladimir Putin foi "violentada" por guerra, sanções e dependência do petróleo.

"A despeito de todos os seus problemas, o Brasil não está em uma bagunça tão grande quanto a Rússia. Ele tem um setor privado amplo e diversificado e instituições democráticas robustas. Mas seus prejuízos podem ser mais profundos do que muitos estão notando. A hora para mudar isso é agora."

Quem és tu ó, The Economist?


Assim como a agência americana Moody's, que na quarta-feira (24/02) rebaixou a nota da Petrobras de Baa3 para Ba2, fazendo a empresa ter um grau especulativo, a revista britânica The Economist também concedeu a si mesma o papel de juíza do Brasil. Segundo ela, o país vive seu pior momento econômico desde o início dos anos 90.

Não é a primeira vez que a Economist  dá seus palpites. A mesma publicação havia recomendado em seu editorial do dia 18 de outubro de 2014, o voto em Aécio Neves (PSDB) quando faltavam menos de dez dias para as eleições presidenciais. Nessa edição, a capa trazia a ilustração de uma mulher estilizada como Carmen Miranda, mas com ar de tédio e desconfiança e com frutas apodrecidas sobre a cabeça. Com o título "Por que o Brasil precisa de mudança?" ("Why Brazil needs change?"), o texto faz um balanço pessimista dos quatro anos de governo da presidente Dilma Rousseff (PT).

O mesmo havia acontecido em outubro de 2010, quando também faltavam dias para a votação do segundo turno. A Economist sugeriu o voto em José Serra (PSDB) defendendo a alternância de poder e a austeridade: "É difícil imaginar Dilma e o PT colocando um ponto final nos gastos públicos", argumentava o artigo. Voltando ainda mais no tempo, a revista britânica publicou em novembro de 2009 uma edição com uma capa que ficou famosa. Nela, o Cristo Redentor aparece levantando vôo como um foguete.  Mas o tom era de puro otimismo na matéria intitulada "O Brasil decola" ("Brazil takes off"). 

Na época, o mundo ainda estava atolado na crise financeira internacional e o Rio havia sido escolhido sede das Olimpíadas de 2016 apenas um mês antes. Os capitais de investidores ávidos por lucros rápidos fluíam para os países emergentes. A Economist deu destaque ao Brasil entre os Brics e mostrou suas vantagens. "Ao contrário da China, é uma democracia, ao contrário da Índia, não possui insurgentes, conflitos étnicos, religiosos ou vizinhos hostis. Ao contrário da Rússia, exporta mais que petróleo e armas e trata investidores estrangeiros com respeito".

Quatro anos depois, em setembro de 2013, o Cristo Redentor voltava à capa, mas em queda livre. Falando do Brasil, a matéria carregava no tom alarmista: "Uma economia estagnada, um Estado inchado e protestos em massa significam que Dilma Rousseff deve mudar o rumo". Agora, diante de capas caricatas e desrespeitosas de "renomadas" revistas, é sempre bom lembrar a famosa frase do escritor inglês William Shakespeare, esse sim uma autoridade em seu ofício: "A desconfiança é o farol que guia o prudente". 
As capas: em 2009, alusão à ascensão; em 2013, à queda

A pergunta a se fazer é: Quais são os maiores interessados que estão por trás dessas "avaliações" negativas? Serão banqueiros apátridas que torcem pelo "quanto pior, melhor"? Quem estará ajudando a Economist a desqualificar o Brasil? Seja qual for a motivação, uma coisa é certa. O Brasil está mesmo em um enorme atoleiro, o povo brasileiro vive em Nárnia, mas isso é problema nosso, dos brasileiros e não precisamos dos pitacos e dispensamos as gracinhas de gringos "incircuncivos". Cada um com seu cada qual.

Fonte: JB, Veja, IstoÉ, Época

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

PAZ NA TEMPESTADE

"Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais", diz o Senhor em Mateus 14:27. O inimigo bem sabia que não poderia impedir o Filho de Deus de realizar a obra redentora, mas se esforçava, por todos os meios, para prejudicá-lo. Uma de suas intenções era tirar-lhe os discípulos.

E parecia que a oportunidade chegara: os discípulos estavam atravessando o mar sozinhos. No entanto, eles haviam zarpado obedecendo a ordem do Mestre, estando, pois, no caminho de seus planos. Ali, eles não agiram por independência ou por desobediência, nem eram vítimas de uma sedução do inimigo. Só que uma tempestade violenta ameaça o barco e a vida daqueles homens. E eles, em seu terror, já haviam se esquecido do milagre da multiplicação dos pães, ocorrido pouco antes. Como crianças privadas da presença dos pais, sentem-se desamparados longe do Messias.

O Senhor, que orava por eles na montanha, sabia todas as coisas. Antes de juntar-se a eles, deixou a tempestade se desencadear até um certo ponto - os discípulos, chegaram a soltar gritos de pavor. Repentinamente, ele aparece andando sobre o mar! Mais impressionados com os perigos que corriam e preocupados com a própria segurança, apesar de todas as promessas feitas à eles pelo Senhor, seus discípulos não o reconhecem. Ao contrário - julgam estar diante de um fantasma.

Naquele episódio bíblico, os discípulos de Jesus ignoravam que por trás do vento violento e das ondas ameaçadoras estava Satanás, que desejava sua destruição; hoje, cristãos sofrem o assalto do inferno sem perceber a origem de seus infortúnios. E hoje, como ontem, o Senhor nos admoesta: "Tende bom ânimo; sou eu", Não tentemos andar sobre as águas, como fez Pedro, confiante em si mesmo; antes, aguardemos a intervenção direta daquele que ora por nós e nos diz: "Não temais".

Nossa vida pertence ao Senhor. Ele nos prometeu que será um refúgio para o fraco, um abrigo contra a tempestade e o tumulto dos espíritos satânicos que vêm atacar os santos. Se o Senhor permite tais assaltos, é para que saibamos que ele, em pessoa, está ali - e, mais ainda, que possui autoridade divina sobre o vento e as ondas. Ele, Cristo, tem o poder de nos livrar inteiramente de nossos temores, dos estragos da tempestade e das consequências da incredulidade.

...À PARTIR DE $1,99


Há mais ou menos uns 20 anos (talvez menos, talvez mais...), começaram a surgir aquelas lojas que ofereciam "tudo" ao preço de R$1,99. Elas logo viraram uma febre, por oferecer toda sorte de produtos baratos embora de qualidade bastante duvidosa. Bem antes disso, lá por meados do século passado, um teólogo chamado Bonhoeffer mencionou que muitos abraçam uma graça barata, descompromissada e que não requer nenhuma transformação interna e radical de vida.

A versão moderna da graça barata muito mais sofisticada e cheia de requintes, mas também oferece um evangelho sem necessidade de transformação radical de vida. É uma graça que prega um Deus bonachão, feito Papai Noel, que concede as benesses do céu aqui e agora, neste mundo. É um Deus que está aí para oferecer um projeto de vida boa. Uma visão mercadológica da fé, em que a palavra de ordem é ter uma vida onde os sofrimentos inexistem - bem, quem não experimenta isso é porque está com algum "encosto".

Graça em promoção


A graça barata é caracterizada por uma religiosidade sem princípios e compromissos éticos. Ela tem uma concepção animista de um mundo dominado por forças ocultas e malignas que vivem em eterno conflito contra as forças do bem. É caracterizada por uma teologia da prosperidade e por negociatas com Deus que fariam morrer por vergonha os vendedores de indulgências no passado.

A graça barata é orientada às necessidades em vez do arrependimento, da auto-negação da vida. É um evangelho que foge da cruz como o diabo dela também foge, mas que quer os benefícios da ressurreição de Jesus. Essa graça barata é como aquelas quinquilharias vendidas por aí a R$1,99 (sim, as lojinhas, apesar dos "avanços", seguem firmes no comércio popular) - não custa muito, mas também não vale nada, pois é uma graça que focaliza apenas o interesse do fiel em querer mais de Deus e dar menos de si a ele. É barata em termos espirituais, mas cara em termos materiais, pois muitas comunidades que a pregam cobram altas taxas de adesão e de intermediação com o sagrado. As publicidades e os depoimentos na TV não falam desse custo, mas se você for lá na hora do show verá que sem pagar, nada feito.

"Paraguation"


Infelizmente, muita gente bem intencionada cai neste "conto do pastor (desse, o pobre do vigário está fora)", acreditando que está entregando a sua alma a Jesus, mas na realidade está se escravizando a uma espécie de fidelização - para usar termo da moda - da fé. E muitas igrejas sérias - muitas, históricas - e seus pastores demonstram estar em desespero vendo esses grupos crescerem e seus bancos ficarem vazios, e assim, acabam sendo tentados a baratear o evangelho arreganhando a porta do céu, aquela que segundo Jesus é estreita.

Quem opta pela graça natural, a divina mesmo, considera o custo do precioso sangue de Jesus que foi derramado e busca atender, na dependência divina, o abandono do pecado. A verdadeira graça de Deus levará a pessoa a uma busca pelos caminhos da retidão, santidade e justiça. Vamos repensar o Evangelho que temos pregado - será que é o "outro" evangelho, citado em Gálatas 1:6-9?

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

LIVROS QUE EU LI 1 - CRISTÃOS

Ler é o melhor remédio. E eu tenho tomado doses cavalares desse remédio. Não existe nada mais gostoso, mais enriquecedor, mais esclarecedor, mais agregador... do que a leitura. Na série de artigos que dei o título de "Livros que eu li", vou dar dicas de obras que eu já tive o privilégio de ler e fazer pequenas resenhas para, quem sabe, despertar em você o interesse em lê-los também. Garanto que não irá se arrepender.

A profecia em questão


O dom da profecia
Wayne Grudem
496 páginas
Editora Vida

Um polêmico, mas necessário para a Igreja. Não existe dom mais controvertido nas páginas da Bíblia que o da profecia. Aliás, não apenas nos tempos em que o Novo Testamento foi escrito, mas nos últimos 2 mil anos elas têm causado polêmica. Um pouco dessa história é contada nas páginas de O dom da profecia, do professor Wayne Grudem, um dos mais respeitados teólogos da atualidade e autor de diversas obras de referência na área. Longe de condenar o uso do dom, Grudem procura analisar através das experiências dos crentes dos tempos bíblicos o funcionamento da profecia, dando espaço para as diversas concepções que existem hoje, mas combatendo a dicotomia entre a Palavra escrita e a profetizada. O autor é claro ao enfatizar a necessidade da profecia atualmente. De quebra, a obra traz um rico apêndice, em que analisa diversos ministérios e dá sua opinião sobre quais são e como funcionam os dons espirituais, em um texto rico e corajoso.

O saber e a fé


Correntes cruzadas
Colin A. Russell
320 páginas
Editora Hagnos

Ciência e fé sempre viveram às turras desde a Idade Média. Pelo menos, isso é o que se tornou senso comum. Mostrar o grande equívoco desse pensamento popular é o objetivo de Colin Russell em Correntes cruzadas. Nele, o autor, que leciona história da ciência e tecnologia na Open University, mergulha no passado para mostrar que a ciência e o cristianismo têm mais coisas em comum do que muitos imaginam. Apesar de começar seu estudo na Grécia Antiga, é nos últimos seis séculos que a obra se concentra abordando temas quentíssimos como a controvérsia evolucionista, o desenvolvimento tecnológico e as teorias que buscam conciliar narrativas bíblicas com teorias científicas. Também recebem destaque célebres cientistas cristãos, como Blaise Pascal e Isaac Newton. Tudo para demonstrar que, mesmo com tantas diferenças, a ciência só se tornou o que é hoje por causa da fé cristã.

Caminhando com profetas, reis e patriarcas


Passo a passo pelo Antigo Testamento
Waylon Bailey e Tom Hudson
224 páginas
Editora Life Way Brasil

A atuação de Deus em grandes eventos, como a criação do mundo, o êxodo e mesmo o cativeiro e retorno do povo israelita, não apenas revela seu caráter como também ensina como o ser humano deve viver e se relacionar com ele. Essa é a linha-mestra pela qual se desenvolve Passo a passo pelo Antigo Testamento. Como as demais obras já lançadas no país, esta prima pelo didatismo e pela combinação texto-estudo, para analisar os eventos, as pessoas, os lugares e os temas mais importantes da primeira parte da Bíblia, contextualizando e interpretando as Escrituras e proporcionando ao leitor e estudante uma sólida base para entender a mensagem e as mensagens de Deus aos seus servos por meio de sua atuação naquele momento da história.

Por enquanto é só. Lembrando que a leitura de nenhum livro substitui ou sobrepuja a absoluta autoridade da Bíblia Sagrada e muito menos nos exime da necessidade de lê-la. Esses livros são apenas boas ferramentas que poderão auxiliar  no estudo da Palavra. Até as próximas dicas.

FIDELIDADE A QUEM?



É muito comum as pessoas ficarem a procura de uma igreja com a qual se identifiquem. E, convenhamos, atualmente é possível encontrar igrejas para todos os gostos (e desgostos): igreja para metaleiros, igreja para motoqueiros, igrejas para punks (é o chamado "evangelho undergroud"), igreja para LBGTs e simpatizantes (é o chamado "evangelho inclusivo")... Enfim, o importante é que na igreja escolhida tenhamos um melhor atendimento e/ou um atendimento à nosso contento.

Há uma tendência contemporânea indicando que os critérios de pertencimento das pessoas a uma igreja está mudando. No passado, os crentes eram leais à sua igreja por motivos doutrinários ou mesmo pela sua ligação familiar. Mas as pessoas hoje buscam mais conforto e melhores condições de atendimento. Umas espécie de fidelização gospel, semelhante aos métodos que as empresas utilizam com seus clientes.

Assim, as pessoas poderão se sentir mais atraídas se a igreja oferece um bom estacionamento, se tem datashow para expor as letras dos cânticos, se a música é agradável (ao gosto pessoal de cada um) ou se o berçário fornece atendimento VIP para as crianças, com fraldas descartáveis e serviço de enfermagem. Melhor ainda se for uma igreja cuja mensagem vá ao encontro das necessidades dos fiéis, pregando um evangelho de resultados positivos e de prosperidade (é o bem recebido "evangelho triunfalista", onde não há perda alguma, só ganhos).

Estamos assistindo uma "guerra comercial" no mundo evangélico, em que muitas igrejas, para atrair mais "clientes", se utilizam de toda sorte de estratagemas, muito semelhantes ao mercado empresarial. Certa feita vi um outdoor que dizia assim "Você está sem igreja? Venha para a igreja..." Eu pensei que a chamada deveria ser "Você ainda não encontrou a razão do seu viver? Venha conhecer Jesus Cristo aqui" ou algo semelhante, que levasse as pessoas a única possibilidade eficaz de transformação.

Falar em pecado, em Cristo, talvez espante o "freguês". Há até um vocabulário - o famigerado "evangeliquês" - de linguagem viciada nos clichês, que deve ser bem decorado e estar sempre na ponta da língua. E há o vocabulário proibido, afinal, "as palavras têm força", então, partamos agora para o "evangelho da confissão positiva". Em vez de falar que para obter a vitória você deve contribuir para a igreja, fala-se em bom evangeliquês, que você deve fazer o "sacrifício" ou o "ato profético" (termos ambíguos que variam de denominação para denominação; sim, o evangeliquês também tem suas normativas). Técnicas de publicidade estão aí para serem utilizadas - no Brasil, até ganham eleição.

Por que, em vez de levarem as pessoas a se renderem aos pés de Jesus, confessando seu estado pecaminoso e rebelde, negando-se a si mesmas para seguir o Mestre custe o que custar, os profetas contemporâneos insistem em transformar o Evangelho em mercadoria e levar seus "clientes" apenas a desejar um projeto de vida boa, tocando nas riquezas de Deus? É porque assim conseguem conquistar mais gente, mais bolsos para pagar o "sacrifício" e rechear a tesouraria da igreja e seus próprios bolsos.

A porta do céu é estreita, pois o chamado de Jesus é comprometedor, constrangedor - negar-se a si mesmo (se preciso for, abrir mão de projetos pessoais) e a cada dia (progressividade) tomar a sua cruz (os desafios pessoais), rejeitando o seu próprio eu. O apóstolo Paulo dá a fórmula do projeto de vida boa - "Tendo porém alimento e abrigo (vestimenta e onde morar), estejamos com isto contentes" (1 Tm 6:6, 7). Certamente isso atrai poucos "clientes". É preciso equilíbrio oferecendo Evangelho sadio e bom atendimento.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

QUER ACEITAR JESUS?


"Se você agora deseja receber a Cristo como seu Senhor e Salvador, queira se manifestar levantando sua mão (...) agora pode vir aqui à frente, fazer sua confissão diante dos homens (...) a igreja irá orar por você", brada o pregador, do púlpito, momentos depois de encerrar a mensagem. Diante das mãos que se ergueram. Após à "oração de entrega (a tal confissão diante dos homens)", "os decididos" são exortados ao arrependimento e à mudança de vida. Quem já viu esse filme levante a mão. Se você é crente, obviamente levantou também o pé. Trata-se do popularíssimo e clássico apelo, rito praticado em diversas igrejas evangélicas e que constitui-se, para muitos, no momento mais importante de uma reunião de culto. Afinal, é ali que a pregação da Palavra de Deus adquire um caráter prático, e o ouvinte é desafiado a tomar uma atitude espiritual diante do que ouviu. 


É difícil encontrar um crente que nunca tenha atendido a um apelo. As formas de abordagens são as mais variadas possíveis, de acordo com a imensa diversidade de teologias, doutrinas e costumes entre as mais diferentes denominações. Mas, o objetivo é sempre o mesmo - abrir oportunidade para quem quiser, diante de todos, declarar que creu na Palavra de Deus. O ato é baseado, certamente, na passagem bíblica que diz que aqueles que confessarem a Cristo publicamente terão seus nomes confessados pelo Filho de Deus diante do Pai. 

Há uma vertente evangélica - dessas que aparecem com novas "visões" e "mensagens" "de Deus", prometendo "revolucionar" o mundo -  que ensina que não se deve fazer apelos porque "não tem isso na Bíblia". Ah, faça-me o favor! Eu pergunto: quais os males que o ato de fazer apelos já trouxe para a Igreja? Eu mesmo respondo: nenhum! Então, por qual motivo não se pode ou não se deva fazê-lo? Há tanto descalabro teológico infiltrado no seio da Igreja, bizarrices que são ensinadas como doutrinas, às quais podem ter sido extraídas de qualquer lugar, menos da Bíblia e me vem essa gente implicar com o apelo?! Isso é no mínimo falta do que fazer.

Mas, afinal, quem é o "pai do apelo"?


Charles Grandison Finney nasceu em Connecticut, nos Estados Unidos, no ano de 1792. Sua família era descrente, e ele recebeu formação secular. Tornou-se advogado e, consultando seus livros de jurisprudência, encontrou muitas citações da Bíblia. Curioso, resolveu comprar um exemplar para conhecê-la. Foi o começo de uma profunda mudança em sua vida. Entretanto, sua conversão só se daria aos 29 anos, depois de um conflito interior. Profundamente transformado, Finney não demorou a abandonar os tribunais para dedicar-se ao trabalho evangelístico.

Em uma época marcada pelo nacionalismo, ele foi um dos primeiros a empunhar a bandeira da necessidade de uma fé viva e compromissada. Enquanto muitos pregadores preferiam os grandes centros, de olhos nas multidões, Finney dava maior atenção às pequenas cidades do interior. Onde passava levava, como diziam seus contemporâneos, um "rasgo de fogo". Em certas ocasiões, sua simples presença era suficiente para levar homens e mulheres ao pranto compungido. Como a quantidade de pessoas ansiosas pela salvação era grande em suas pregações, Finney introduziu o método do "banco dos decididos", ou "banco dos ansiosos", que é considerado por muitos teólogos e historiadores como precursor do apelo.

A coisa funcionava assim: a fim de evitar decisões prematuras, tomadas no calor da emoção, Charles Finney convidava os mais despertados por suas mensagens a virem sentar nos primeiros assentos, em separado. O evangelista opunha-se aos convites imediatos, e só depois de algum tempo assistindo aos cultos - ou seja, quando a decisão já estivesse madura -, aquelas pessoas eram chamadas a ir à frente, tornando público o ato.

Narrativas da época dão conta de que, enquanto em reuniões promovidas por outros avivalilistas, o índice de pessoas que aceitavam Cristo e acabavam se desviando em seguida era de 75%, com Finney 80% permaneciam fiéis nas igrejas. Porém, não foram apenas as manifestações do Espírito Santo que marcaram a vida de Finney. Professor e depois reitor em Oberlin College, ele é autor de várias obras de teologia e sermões que marcaram época. Entre eles estão "Uma vida cheia do Espírito" e "Teologia sistemática", publicados no Brasil pela CPAD (Casas Publicadoras das Assembleias de Deus). Além dos EUA, Charles Finney pregou a Palavra - e fez seus apelos - também em outros países, como a Inglaterra. Tal disposição marcou o evangelismo até o fim de sua vida. Ele pregou seu último sermão em 16 de agosto de 1875, às vésperas de completar 83 anos de idade - e morreria naquela mesma noite.

QUERO SER "DEUS"!


Hoje, no Brasil, os juízes de direito têm alguns benefícios restritos apenas à sua classe. Quando assumem os cargos, automaticamente recebem auxílios e gratificações que sofrem muitas críticas por serem, em alguns casos, desnecessários. A regulamentação de mais auxílios aos magistrados é a pauta da vez. Ainda que muitos magistrados pensem ser entidades onipotentes, os juízes brasileiros têm o papel de julgar processos a partir da Lei e da Constituição, limitando positivamente os seus poderes de ação. E assim como outros trabalhadores, se equivalem a uma série de direitos e deveres, como qualquer mortal. Entretanto, há fatos que deixam claro que muitos magistrados pensam estar acima das leis às quais eles são responsáveis por se fazerem cumprir. Hoje somam cerca de 16,5 mil magistrados no Brasil, e, ainda que sua produtividade tenha aumentado entre os anos 2010 e 2011, o país permanece abarrotado de processos sem julgamento. Mas até onde terminam os direitos e se iniciam os privilégios?

"Eu quero" ser juiz!!!


Diferentemente dos outros cargos do sistema judiciário e da maioria das profissões do Brasil,os juízes tem direito a 60 dias de férias. Se as férias são maiores aos juízes, há ainda a questão da moradia.

Em outubro de 2014, foi concedido pelo ministro Luiz Fux e regulamentado pelo CNJ o auxílio moradia no valor de 4,3 mil reais a todos os magistrados sem residência oficial nas comarcas – auxílio que antes só alguns juízes tinham acesso. Com a nova decisão, o governo prevê que cerca de 1 bilhão de reais sairão anualmente dos cofres públicos com este gasto. A concessão de tal benefício ainda promoveu a discussão de uma nova questão.

Recentemente, têm-se discutido quanto a implementação do auxílio alimentação. Enquanto alguns Estados brasileiros já possuem este benefício, outros não dispõem dele, dado que o CNJ ainda não regularizou para todos os magistrados . No Espírito Santo, por exemplo, o valor do auxílio concedido aos magistrados chega a cerca de R$ 1.600,00. Outros benefícios tem sido alvo de votação nas plenárias desde o início desse ano. A presidente do Tribunal de Justiça do RJ enviou um projeto de lei à Assembléia Legislativa, o qual pede pela concessão do auxílio-educação para os filhos de juízes e servidores do TJ. O valor espantoso do auxílio mensal aos juízes seria de até R$ 7.250, e, para os servidores, de até R$ 3 mil. Ainda prevê aos magistrados e aos servidores do judiciário auxílio para a própria educação: enquanto aos primeiros o valor chega a R$ 20 mil, aos últimos chega a R$ 540,00. Se o projeto agradou a classe dos magistrados, certamente não houve recíproca dos servidores. 

Porque não eu???


Ser juiz é vocação. E que vocação. Não basta querer ser, meu caro. Estude para o vestibular. Curse faculdade de Direito e estude muito. Faça leituras extrajuridicas para ampliar seus horizontes. Passe três anos labutando em escritorios de advocacia. Abdique da vida social. Perca relacionamentos. Estude doze horas por dia, nas férias, fins de semana e feriados. Inscreva-se no concurso público e consiga ser aprovado nas quatro fases. Quase perca sua sanidade. Vá para uma comarca, a 500 km de qualquer centro civilizado. Trabalhe com hora para chegar e sem hora para sair, inclusive nos finais de semana e feriados. Ufa! Acho melhor ser crente...

Isso sim é que é vocação. Juiz que comete crimes, recebe prisão especial. quando fica doente, vai para casa para ser tratado, mesmo que isso custe "os tubos" para a federação. As fronteiras são devassadas; armas drogas e toda a sorte de contrabando entram no país; o território nacional, principalmente na região Norte, sofre uma "invasão branca"; enquanto a Polícia Federal guarda juiz ladrão. Aliás, sou do tempo em que juiz ladrão era, apenas, pecha atribuída a mau árbitro de futebol. 

E tem mais - juiz não pode ser ameaçado no que entende por direito, mesmo que seja imoral e deletério para a nação; o que é impressionante, uma vez que os juízes constituem o terceiro poder do governo nacional. Era de se esperar que fossem os primeiros a dar exemplo de sacrifício pela viabilização do Estado, ainda mais quando tal disposição corresponde ao que é ético e moral, que é a isonomia entre todos os trabalhadores, como propugnava a reforma da Previdência proposta pelo Executivo. 

Escolhi ser crente 


É, eu deveria ter estudado para ser juiz... Mas não iria adiantar, porque sou crente e o seria n o Judiciário, também. Logo, minha única possibilidade de escolha seria a ética. Teria de tomar partido da reforma, teria de chamar a atenção de meus pares, talvez, por meio de um manifesto, para o fato de que o direito não se mede pela lei, mas pela ética. A lei acompanha a ética, não a estabelece; a ética é teleológica, isto é, construída a partir da finalidade da existência humana, de sua natureza, da igualdade de todos os seres humanos perante a Deus. Portanto, ou o direito é para todos ou n ão o é para ninguém, principalmente no que tange ao que é comum a toda a raça humana - o trabalho. 

Certamente há casos de crentes nas fileiras do Judiciário que devem sofrer pressões diante da imperiosa necessidade de manisfestarem seu compromisso pela ética. Entretanto, apesar do desconforto, que façam-no. Que mantenham seu testemunho perante a Lei do Justo Juiz, em cujo tribunal serão réis do corpo e do sangue. Esse também será para a nação, um grande testemunho de como agem os naturais do Reino de Deus e, "contra essas coisas não há lei" (Gálatas 5:23). 

Fonte de pesquisa: JusBrasil

sábado, 21 de fevereiro de 2015

POR QUE SOFREMOS?

Você já parou para pensar por que sofremos, mesmo sendo cristãos? Muitas vezes poderemos imaginar que não há lugar na vida cristã para o sofrimento. Afinal, Jesus disse: "Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei". Aliás, este é um dos textos preferidos pela agenda da teologia da prosperidade, na qual o sucesso na vida é medido pela quantidade de bênçãos materiais que se recebe.

O mesmo Jesus que disse "eu vos aliviarei", também disse: "No mundo tereis aflições". Ser cristão não isenta ninguém do sofrimento o inverso. Se bênção é tudo o que ocorre em favor do indivíduo e sofrimento o inverso, não estaríamos nos colocando no centro da vida?

Em primeiro lugar, Deus criou tudo bom, conforme Gênesis 1:31. Na Bíblia, o sofrimento é considerado como uma intrusão na criação, que foi feita livre de dor. Com a queda, o sofrimento veio em forma de conflito, dor, corrupção, trabalho penoso e morte (Gênesis 3:15-19).

Em segundo lugar, a nossa esperança é que nos novos céus e terra, profetizados no Apocalipse, tudo será restaurado e o sofrimento será abolido. E em terceiro, mesmo que tenhamos ideia de que bênção indica sucesso e sofrimento, fracasso, o ensino do Novo Testamento demonstra que a presença do sofrimento na vida cristã não significa necessariamente derrota, ou mesmo, reprovação divina. O apóstolo Paulo nos ensina que "a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória". E exortou também seus discípulos a se manterem firmes na fé, advertindo-os de que passariam por muitas tribulações, de acordo com Atos 14:21, 22.

Não há dúvida: o sofrimento é perturbador e indesejável por nós. Mas talvez a nossa maneira de vê-lo precise ser revisada para coincidir com o que a Bíblia nos ensina, pois a vida cristã é um constante renunciar-se para Deus. Além disso, o que é considerado sofrimento sob o ponto de vista humano poderá se constituir numa bênção na ótica de Deus para a vida de alguém - sobretudo se analisado em perspectiva com o tempo futuro. 

Por exemplo, José do Egito, que não entendeu porque foi vendido como escravo pelos próprios irmãos, sofreu o que sofreu e ao final de sua história pôde dizer-lhes que o que eles fizeram de mal para ele, Deus transformou em bem. Graças aos desdobramentos daquele episódio, muitas vidas puderam ser salvas, conforme o relato de Gênesis 50:15-21.

Sejamos realistas: seria Deus tão sádico por permitir que soframos, mesmo sendo cristãos? Vamos analisar sete motivos pelos quais Deus permite que o crente sofra:

1 - Sofremos como consequência de nossos atos. Quem planta vento, colhe tempestade. O sofrimento pode ser causado por nossas próprias atitudes, que são como adubo para nossas escolhas. "Tudo o que o homem semear, isso ceifará" (Gálatas 6:7).

2 - Há os sofrimentos acidentais. O mundo, assim como nosso corpo, é repleto de limitações. Doenças e deficiências nos acometem. Acidentes acontecem, tanto por imprudência, como por falhas em procedimentos ou equipamentos. Muitas situações fogem ao nosso controle. O naufrágio do apóstolo Paulo, descrito no livro de Atos, é um exemplo. Embora cristãos nosso mundo e nosso corpo são limitados.

3 - O sofrimento pode servir para provar a nossa fé. "Bem-aventurado o homem que suporta a provação" (Tiago 1:12). Deus não precisa provar a nossa fé, pois Ele já nos conhece. O teste mostra a nós mesmos o quanto somos fiéis e podemos resistir (ou não). O bom é que "Deus não nos deixará ser provados acima do que podemos suportar" - 1 Coríntios 10:13.

4 - O sofrer desenvolve o caráter. O sofrimento pode ser corretivo e didático, com o objetivo de aperfeiçoar nosso caráter à semelhança de Cristo. Assim podemos identificar áreas que precisam ser aperfeiçoadas e corrigidas. O sofrimento pode ser um sintoma de que algo precisa ser mudado ou tratado.

5 - O sofrimento é uma maneira de nos trazer mais para perto de Deus. Paulo passou pela experiência do espinho na carne para que não se exaltasse diante de suas experiências espirituais. Os sofrimentos visam desmantelar toda a segurança da autoconfiança. Assim, no aperto do seu sofrimento, o cristão é relegado à fraqueza para permanecer na dependência de Deus (Romanos 4:17).

6 - Há o sofrimento vicário, em favor dos outros, como Cristo mesmo sofreu por nós. Muitas vezes poderemos passar por sofrimentos ou perdas para ao ajudar nosso semelhante. Passaremos por momentos de empatia ou identificação com os sofrimentos alheios para que possamos ser mais sensíveis ao próximo.

7 - O crente pode sofrer como consequência de praticar o bem. O apóstolo Pedro nos ensina que é melhor sofrermos fazendo o bem do que fazendo o mal. Tendo uma nova natureza e vivendo uma vida de auto-renúncia, nem sempre o cristão é bem recebido e aceito. Ele poderá até ser perseguido por causa da justiça.

Contudo, o sofrimento não é um fim em si mesmo, e só será entendido e minimizado à medida que nossa suprema preocupação seja envolvida pelo desejo de servir a Deus incondicionalmente. Por isso, precisamos saber dar graças ao Senhor por tudo, acreditando sempre que "todas as coisas cooperam em conjunto visando o bem dos que O amam e que por Ele foram chamados para um propósito específico".

CARNAVAL CARIOCA É FINANCIADO PELA CONTRAVENÇÃO

Nunca foi segredo, mas quando dito por alguém envolvido até à alma no negócio, aí não há como contestar. Intérprete da escola de Samba Beija-Flor e um dos sambistas mais famosos do país, Neguinho da Beija-Flor afirmou que o dinheiro sujo organizou o Carnaval do Rio de Janeiro. A declaração foi dada ao vivo, por telefone, na manhã desta quinta-feira à Rádio Gaúcha, de Porto Alegre.

"Se não fosse a contravenção meter a mão no bolso, organizar, estaríamos ainda naquele negócio de arquibancada caindo, desfile terminando duas horas da tarde, cada escola desfilando duas, três horas e a hora que quer. E a coisa se organizou", afirmou. Em seguida, falou em tom irônico: "Se hoje temos o maior espetáculo audiovisual do planeta, agradeça à contravenção".

O cantor foi questionado sobre a polêmica que envolveu o título da Beija-Flor este ano, de que, ao comemorar a cultura africana, homenageou Guiné Equatorial, país que vive em uma ditadura há 35 anos. Neguinho minimizou o fato, dizendo que a Europa tem histórico de exploração de negros, mas que comumente é celebrada nos desfiles.

Sobre o fato de que a Beija-Flor teria recebido um patrocínio de R$ 10 milhões do governo do ditador Teodoro Obiang, Neguinho declarou não ter conhecimento, mas disparou: "Deixa falar. Deu mídia. Deixa falar". E emendou: "A Portela também teve um patrocínio muito forte. O governador do Rio de Janeiro, o Pezão, queria que a Portela ganhasse. Vai dizer que ele não fez investimento? O prefeito é portelense doente. Vai dizer que não colocaram dinheiro na Portela?".

Neguinho foi questionado em seguida sobre a contribuição de contraventores, como milicianos, donos de bancas do bicho e até de traficantes às escolas. Nesse momento, disse: "Se não fosse dinheiro da contravenção, hoje não teríamos o maior espetáculo audiovisual do planeta. Eu sou do tempo que desfile de escola de samba era a maior bagunça. Terminava duas, três horas da tarde. Chegou a contravenção e organizaram. Hoje eles batem no peito e dizem com o maior orgulho 'a maior festa audiovisual do planeta'. Agradeça à contravenção".


Impunidade


A declaração do famoso sambista extrapolou todos os limites da falta de decência, protegendo contraventores e confessando não se importar que o Carnaval seja bancado com injeção de dinheiro sujo.

Resta saber por qual razão não é punido. Será que o MP-RJ está de férias no Carnaval e seus promotores não assistem televisão ou não possuem a coragem necessária para intimar o cantor a dizer nomes e demais detalhes sobre os crimes e contravenções que parece não apenas conhecer em detalhes, mas também encobrir com satisfação ?

E a imprensa? Por que não há cobrança por parte dos jornalistas – pelo contrário, muitos exaltam – para que se tome providências sobre a clara apologia ao crime em rede nacional ?

Nem mesmo os repórteres da Rede Globo, sabe-se lá se por incompetência ou medo de desagradar a Editoria, aproveitaram-se da pauta que esbofeteava suas faces e também a de toda a população brasileira.

Se o Brasil fosse um país sério, seus Governantes exigiriam, após o lamentável discurso, abertura de minuciosa investigação, nem que para tal todas as Escolas de Samba tivessem que fechar suas portas por falta de financiamento lícito.

Ou seja, uma festa milionária financiada com dinheiro imundo, fruto da desgraça de muitas famílias brasileiras, que têm seus entes queridos destruídos pelas drogas. E o pior é que ainda há quem queira questionar o dinheiro que os crentes dão nas igrejas.

Fonte: Rádio Itatiáia

"COMIGO É NA BASE DO BEIJO..."

O título desse artigo é parte do refrão de uma das músicas de Ivete Sangalo, a "musa do axé", que foi hit em um dos carnavais passados e que expressa a realidade do que acontece com grande parte dos foliões que se jogam na folia durante o período do reinado de momo. A outra "musa do axé", Cláudia Leitte, também musicalizou a prática e emplacou outro hit de verão, cujo refrão diz, "...Eu quero mais é beijar na boca..." Pois é, beijar na boca é muito bom, né? 

A folia passa e deixa suas consequências, seus resultados que, em casos específicos não são nada glamourosos, por isso, não sai na capa das revistas e nem nos sites de fofocas das celebridades, mas que estão nos registros ambulatoriais das Unidades de Saúde.

Beijar e pular Carnaval são quase sinônimos para algumas pessoas. Se você se identificou com essa afirmativa, deve ficar de olhos bem abertos para os primeiros sintomas de uma doença que muitas vezes passa despercebida, a mononucleose infecciosa, também conhecida como doença do beijo. 

Nessa época do ano, os casos da doença provocada pelo vírus Epstein-Barr aumentam consideravelmente, principalmente entre o público de 15 a 25 anos. A principal via de transmissão do vírus é a saliva, por meio do beijo ou do compartilhamento de copos e garrafas. 

“O Carnaval no Brasil é uma época em que as pessoas se beijam muito, por isso as chances de ter a doença são bem maiores. Isso é mais comum ainda entre os jovens, que é o pessoal que está beijando mais”, destaca a médica patologista clínica Luisane Vieira, diretora técnica do Laboratório Geraldo Lustosa. 

Os primeiros sintomas incluem febre, cansaço, dor de garganta e ínguas no pescoço, mas também podem ocorrer dores de cabeça, musculares, tosses e náuseas. Em alguns casos, a fadiga dura vários dias após a resolução do quadro. Os sinais se manifestam de quatro a seis semanas após a contaminação. 

Por causa dos sintomas muito parecidos com os de outras doenças, é preciso ficar atento para não confundir a mononucleose com uma faringite ou gripe, alerta a médica. “Pode ser diagnosticada por engano como uma faringite provocada por bactéria e, com o uso de antibióticos, começam a aparecer manchas vermelhas pelo corpo”, esclarece. 

No entanto, não é preciso alarde. A doença normalmente não traz complicações e também não exige tratamento com medicamentos. “O vírus é muito comum. A maioria das pessoas tem contato com ele uma época ou outra da vida. A maior parte delas não desenvolve os sintomas da doença e outras raramente terão uma coisa mais grave”, aponta Luisane. 

Quadros graves


Mesmo pouco frequentes, complicações da mononucleose infecciosa existem. Uma delas é o aumento do baço. Quando isso ocorre, é necessário manter repouso, devido ao risco de ruptura do órgão. O baço aumenta tanto de tamanho que pode ser apalpado abaixo das costelas, à esquerda do abdômen. 

O acometimento do fígado também pode ocorrer, levando a um quadro de hepatite. Outra complicação menos comum é a paralisia facial.


Via Jornal Hoje em Dia

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

LIDERANÇA, MISSÃO INTRANSFERÍVEL

Não sou um líder, ponto. Não tenho chamado para liderança, outro ponto. Não tenho as características comuns e essenciais aos líderes, ponto final. Fazendo uma análise específica sobre o contexto eclesiásticos, o que tenho visto no meu meio de convivência, é um número absurdo de pessoas sem qualquer traço de liderança "vendendo a alma ao diabo" para ser um líder. Liderança é sinônimo de status, de poder, de pompa e circunstância. Aí, já viu, né? Inicia-se a vaquejada!

Será que há como "preparar" um líder? Eu não acredito nisso. Líder, ou é ou não é. Acredito no aprimoramento de um líder. Ou seja, um "ajustamento aos moldes". Não faltam livros autoajuda para liderança. É um enorme arcabouço de títulos dos mais variados autores. Mesmo tendo a certeza e a sólida convicção de que EU NÃO SOU [UM] LÍDER, me aventurei a ler algumas dessas obras. Afinal, para eu formar uma opinião e tecer uma crítica, eu preciso conhecer o assunto. As baboseiras que eu li são de doer os neurônios. Alguns autores devem pensar que seus possíveis leitores tenham a caixa craniana com o enchimento de gel. E olha que muitos deles são considerados os bambambans na matéria. Enchem igrejas mundo afora com suas palestras, conferências e/ou seminários. (Suas contas bancárias vão muito bem, obrigado.)

Dentre os livros que li, destaco 2: A Formação de Um Líder, de Joyce Meyer (Ed. Bello Produções, 367pgs) e Liderança Corajosa, de Bill Hybels (Ed. 256pgs). O primeiro tem algumas coisas que se salvam (apesar de eu não ser um apreciador da autora), já o segundo é muito bom e dá muitas dicas para quem é líder de qualquer ministério eclesiástico. Mas, sabe como eu sou… Aprendi a não engolir o que eu leio sem antes mastigar. E é justamente ele quem usarei para me basear no texto desse artigo. 

Fazia tempo eu havia ouvido falar sobre Bill Hybels, que é o pastor líder de uma mega igreja nos Estados Unidos. Logo imaginei que era mais um livro que tratava a estrutura organizacional (ministérios) da igreja, da mesma forma que se faz no mundo corporativo. Batata! E é isso mesmo. 

A certa altura do livro o senhor Hybels escreve que para ser de sua equipe, o líder precisa ter os três “C”: Competência, Caráter e Compatibilidade. Logo que li pensei: nossa, realmente, como seria mais fácil se toda a equipe de líderes tivesse os três “C”. Que fossem competentes em todas as tarefas que recebessem e, que o líder pudesse confiar plenamente no caráter de cada um e que tivessem compatibilidade plena com as idéias e projetos que Deus deu aos seus líderes. Mas quem lidera sabe que não é bem assim, né?

Cadê Moisés?


Fiquei um tanto surpreso com a experiência relatada por Hybels, quando, segundo ele, certo dia, começou a registrar pensamentos sobre seu potencial de liderança. O resultado da reflexão foi uma lista contendo vários nomes de heróis bíblicos. Com o levantamento em mãos, Hybels pediu a Deus que os pontos fortes desses líderes se tornassem realidade em sua vida. O que me chamou a atenção não foi tanto os heróis citados, mas, sim, a ausência de alguns deles que marcaram presença no cenário bíblico. Estavam na lista Davi, José, Josué, Ester, Salomão, Neemias, Pedro e Paulo. Certamente, trata-se de uma lista de personagens que deixaram fortes pegadas em sua trajetória pelas páginas das Escrituras. Mas Hybels omitiu o nome de Moisés. Por que, só ele poderia dizer. 

Moisés foi um destes grandes heróis. Ele desempenhou um ministério extraordinário. Foi um líder que desfrutou de intimidade estreita com o Senhor. Tornou-se amigo de Deus. Mas ao examinar a Palavra de Deus, constatamos que até mesmo heróis renomados cometeram vários erros em algum momento de sua caminhada com Deus. Sabemos que há uma taxa de defeitos em cada um de nós. Ninguém está livre de escorregar pelas ladeiras da vida. E Moisés falhou como qualquer ser humano pode falhar.

Uma leitura mais atenta  da trajetória de vida do patriarca é suficiente para notarmos que ele não foi nada do que afirmou ser. Ao receber o chamado de Deus para libertar o povo de Israel, Moisés desfiou uma série de fraquezas e impossibilidades, na tentativa de não assumir o chamado. Começou por se desvalorizar. Demonstrou diante de Deus uma inadequação pessoal. Não se achava preparado para tão grande missão, argumentou. Afirmou que não sabia se expressar. Preocupou-se além do normal com o nome de quem o estava enviando.

Aos olhos de qualquer pessoa Moisés não seria um bom candidato. Um sentimento de inferioridade o dominava. Ele não conseguia enxergar nenhuma qualidade em si mesmo. Não havia clareira em sua estrutura emocional; tudo era a imagem que Deus tinha dele. Moisés não era um homem comum Entretanto, a imagem que refletia no espelho de sua lama era distorcida - a figura de um homem fraco e incapaz.

Falha na liderança


O erro maior de Moisés foi o de transferir para outro a responsabilidade de libertar o povo. "Ah, Senhor! Peço-te que envies outra pessoa (Exodo 4:13). Ao chamar alguém para realizar determinado trabalho, Deus não está preocupado com as habilidades que o indivíduo tem para a missão. O que Ele espera é pronta obediência. É verdade que um ministério não sobrevive sozinho - nenhum pastor pode governar uma igreja sem o apoio e o envolvimento de outras pessoas. Por isso somos chamados de "corpo". E nesse corpo todos são importantes. Porém, a missão, a direção e a responsabilidade não podem ser divididas.

Jesus pediu apoio aos seus discípulos quando sentiu a proximidade do Calvário. Estava exausto e cansado. Solicitou que seus amigos vigiassem com Ele durante alguns momentos. No entanto, não abriu mão da missão que lhe fora confiada pelo Pai. Transferir para outros o que devemos fazer pode provocar muitas tempestades no ministério. Delegar é uma arte, transferir é uma fraqueza.

Somente aqueles que foram vocacionados, chamados e ungidos pelo Senhor, conseguem suportar inúmeros tipos de pressões. Apesar do grande crescimento da Igreja, o ministério de muitos têm-se tornado frágeis e sem rumo. A facilidade com que muitas igrejas ordenam seus pastores tem sido a causa de muitos deslizes teológicos, doutrinários e até morais. A verdade é que poucos desejam ser o segundo em qualquer escala de valores. Nós, brasileiros, não sabemos o que significa ser vice. Infelizmente, a Igreja também cultiva a mesma ignorância. Daí, as divisões e as confusões.

A experiência de Moisés torna-se ainda mais relevante, pois a Igreja nunca precisou de tantos obreiros. Estamos na fase da grande colheita. Nenhum líder conseguirá exercer o ministério sem que haja muitos braços para ajudá-lo. Quem foi chamado para cumprir um ministério na obra de Deus não pode permitir que as dificuldades do caminho diluam a sua missão. Ela é intransferível; dela colhermos todas as bençãos e também todas as responsabilidades. Que Deus dê coragem para que seus líderes abracem com denodo e empenho o ministério a eles confiado, mesmo que ele seja árduo e difícil. E que também tenhamos discernimento para saber escolher aqueles que vão sustentar as suas mãos enquanto durar a batalha.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

DE ONDE VÊM AS GUERRAS?

Temos assistido estarrecidos o terrorismo assassino de radicais defensores do Estado Islâmico (EI), mostraram ao mundo a ascensão meteórica - controla cerca de 25% da Síria (45.000 km2) e 40% do Iraque (170 mil km2), um total de 215.000 km, o que equivale ao Reino Unido (237.000 km2) - e é descrito como um "câncer" pelo presidente Barack Obama. 

Mas o que é o EI, que disseminou mais essa guerra estúpida de viés religioso, mas com objetivos políticos? O grupo nasceu no Iraque, em 2006, por iniciativa da Al-Qaeda. 

Apresentava-se como o defensor da minoria sunita frente aos xiitas que assumiram o poder com a invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003. Tornou-se conhecido pelos massacres de xiitas e ataques suicidas contra as forças americanas. Sua brutalidade e interpretação intransigente do Islã fizeram com que as tribos sunitas o expulsasse de seu território. Caçados no Iraque, seus membros, a partir de julho de 2011, três meses após o início da revolta contra Bashar al-Assad, são chamados para lutar na Síria contra o regime.

Na Síria, rapidamente transparecem as divergências entre os jihadistas iraquianos e sírios. Os primeiros propõem a criação, em abril de 2013, do Estado Islâmico no Iraque e no Levante, mas o líder sírio rejeita a nova formação e mantém a Frente al-Nosra, que se tornou o ramo oficial da Al-Qaeda na Síria. No início de 2014, uma guerra explode entre a Frente al-Nosra e os rebeldes sírios contra o EI. Este conflito já fez 6.000 mortos. Com suas vitórias no Iraque e na Síria, o líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi proclama em junho 2014 um "califado" abrangendo áreas dos dois países. 

Seus combatentes os jihadistas ocidentais são fascinados por sua demonstração de força ao "estilo hollywoodiana". As decapitações, execuções sumárias - que têm chocado o mundo -  e a conquista de territórios são elementos de uma epopeia. Além disso, de acordo com especialistas, o EI afirma que se reconectou com o Islã da época de Maomé.

Mas, afinal, qual a origem das guerras?


Eu defino como o ápice da imbecilidade as guerras humanas. Ainda que a cultura popular reza que o trabalho mais antigo do mundo é o da prostituição, eu pessoalmente diria que é o de soldado ou guerreiro dependendo da época. Se tem algo que caracterizou a todas as sociedades e em qualquer momento da História foram sim as guerras. Independentemente dos motivos que as provocaram e dos néscios que as declararam, a origem de todas elas pode ser resumida nestas sábias palavras de Voltaire (era o pseudônimo [apelido] de François-Marie Arouet, um importante ensaísta, escritor e filósofo iluminista francês):

"Um genealogista prova para um príncipe que descende em linhagem direta de um conde cujos pais celebraram um pacto de família há três ou quatrocentos anos com uma nobre casa da qual nem sequer existe a lembrança. 
Esta casa tinha vagas pretensões sobre uma província cujo último possuidor morreu de apoplexia. Esta província protesta inutilmente contra os supostos direitos do príncipe; diz que não deseja que a governem e expõe que para ditar leis a vassalos, estes têm que consenti-lo; mas o príncipe não liga para estes protestos porque crê que é seu direito incontestável. Reúne uma multidão de homens, veste-os de com um grosso tecido azul, manda-os marchar à direita e esquerda e dirige-se com eles à glória. 
Outros príncipes ouvem falar desse grande número de homens postos em armas e tomam também parte na empreitada, cada um segundo seu poder, e enchem uma extensão do território de assassinos mercenários. Multidões se encarniçam umas contra outras, não só sem ter interesse algum na guerra senão sem saber por que está acontecendo. 
A maravilha desta empreitada infernal é que cada chefe dos assassinos pede que abençoem suas bandeiras e invoca a Deus solenemente antes de ir exterminar seu próximo. Quando um chefe tem a sorte de poder degolar dois ou três mil homens, não dá as graças a Deus; mas quando consegue exterminar dez mil e destruir alguma cidade, então manda cantar o Te Deum (canto gregoriano)."

Os mesopotâmicos, senhores da guerra


Não dá para falar sobre guerras sem citar os mesopotâmicos. A Bíblia situa o jardim do Éden no Oriente. Embora não conheçamos a sua localização exacta, admitimos geralmente que se possa ter situado na Mesopotâmia. A rivalidade pelas terras mais férteis e a cobiça dos povos vizinhos foi o principal motivos de guerras entre os povos mesopotâmicos. 

Ao contrário de outra civilização que se desenvolvia ao mesmo tempo, o Egito, as condições geográficas da Mesopotâmia não ofereciam proteção natural, o que ocasionou várias ondas de ataques, principalmente de povos vindos do leste.

Os mesopotâmicos tiveram que se armar. As lutas eram constantes, tanto entre as cidades, quanto contra os saqueadores e conquistadores externos. Os líderes políticos transformaram-se em líderes militares e, pela primeira vez na história, um exército regular passou a ser mantido pelo Estado. 

Segundo pesquisas de especialistas em história militar, não foi o desenvolvimento técnico que fez os exércitos mesopotâmicos serem temidos, mas seu poder de organização, o que prova, mais uma vez, a capacidade de mobilização e de planejamento de suas cidades. 

Os registros mostram que, por volta de 2.500 a.C., as batalhas eram comuns na região. Elmos e armaduras (ainda muito primitivas) foram encontrados em vários sítios arqueológicos. No que diz respeito à arte da guerra, a Mesopotâmia tinha uma vantagem geológica, pois possuía uma reserva de estanho considerável. O estanho misturado ao cobre produz o bronze, metal muito mais duro do que o cobre, utilizado por muitos de seus inimigos.

A boa guerra


A Bíblia fala muito sobre guerras e uma linguagem bélica. No Antigo Testamento, contextualmente - Deus era chamado de o Senhor dos Exércitos de Israel -, de forma literal, no Novo Testamento, contextualmente, como figura de linguagem. Entretanto, isso não significa que nós, crentes em Jesus, sejamos favoráveis às guerras humanas. Nós crentes em Cristo Jesus somos soldados do Senhor sobre esta terra e como soldados estamos continuamente em guerra. 

Nós devemos guerrear aquela que é chamada pela Escritura "a boa guerra" (1Tm. 1:18), e a devemos guerrear contra os nossos inimigos. Sim, porque nós temos inimigos que são em grande número e impiedosos; mas não me refiro aos nossos inimigos de carne e osso (que devemos amar conforme está escrito: "Amai os vossos inimigos" [Lucas 6:27]) porque o nosso combate não é contra eles. Os inimigos que nós filhos de Deus devemos enfrentar nesta guerra são seres espirituais maus cuja existência é real como são reais também as suas diabólicas maquinações contra nós crentes. 

Mas Deus, sabendo que nós deveriamos enfrentar esta guerra nos forneceu uma armadura; as armas são suas, mas elas não são carnais justamente porque o nosso combate não é contra a carne e o sangue, mas de qualquer modo são "poderosas em Deus para destruição das fortalezas" (2 Cor. 10:4) do inimigo.

Paulo escreveu : "Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, que estão nos lugares celestiais. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau, e, havendo feito tudo, ficar firmes" (Ef. 6:11-13).

Fonte: Barsa - Planeta Saber