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terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

A SEGUIR CENAS DO PRÓXIMO CAPÍTULO

O assunto é antigo e já foi debatido muitas vezes, por diversos setores da sociedade e certamente ainda estará por muito tempo nas rodas de conversas das mais especializadas às mais comuns, aquelas de famílias, de grupos religiosos e até nas rodas de botecos: afinal, até que ponto as novelas influenciam na sociedade? 

As respostas, por mais contundentes que sejam, cada qual sob o seu viés, não são definitivas. Uma coisa é fato comum onde todos concordam dadas as evidências. O conteúdo das novelas vem piorando a cada dia com o passar dos tempos. Parece que à medida que aprimoram - e muito - na qualidade de suas produções, a Rede Globo - que é a principal e mais importante representante na dramaturgia brasileira - degringola geral em princípios morais.

Estamos apresentando; Voltamos apresentar 


Acaba uma novela e inicia outra e os modelos de comportamentos, beleza, moda e outros vão se alterando. Mudam os personagens, a trama e os assuntos abordados e a sociedade vai respondendo a este estímulo produzido. O corte de cabelo da mocinha, as roupas da atriz mais bonita, o carro do protagonista, a cidade “da vez”, as condutas dos personagens, tudo, logo vira assunto nas rodas de conversa dos telespectadores. Mas, será que além de falar, e muito, sobre novelas, as pessoas são influenciadas pela indústria do faz de conta, ou têm senso crítico para distinguir que este “mundo perfeito” das dramaturgias é somente ficção? 

Há grande número de pessoas que ainda confundem o que está nas telas da televisão e a realidade. Um exemplo, os temas abordados nas novelas, tais como, traição, adultério, uso de drogas, violências, ganância, mentiras... e homossexualidade - essa então, em doses cavalares e em todos os horários de exibição da emissora, o que, pela maioria da opinião pública, gera influências negativas no cotidiano de quem assiste. 

Conforme entendimento de psicólogos, as novelas podem influenciar os telespectadores, pois de maneira geral mexem com suas sensações e emoções, gerando a proximidade e identificação com o que é passado. Sob a linha de raciocínio dos psicólogos, como as novelas retratam as situações do cotidiano, mesmo que de determinada realidade, por ser uma comunicação de massa, prende muito a atenção de quem acompanha. 

Eles afirmam ser notório que as novelas ditam a moda, mas há ainda a questão comportamental que pode sofrer influência. Dependendo do público que está assistindo, dependendo da percepção e idealização que se tem, os gestos, ações, também são copiados, o que explica, por exemplo, o sucesso de alguns bordões criados por determinados personagens. Há ainda o fato de que um artista, que é visto como um ídolo, um exemplo de beleza dentro do padrão estético estabelecido pela mídia, tem a facilidade de passar seu comportamento como o ideal. 

Mas este ideal passado na maioria das vezes não é o adequado para a realidade fora das telas. Pode ser um influência positiva, como uma pessoa tímida que se identifica com um personagem e no momento que este se expõe a encoraja, mas é preciso cuidado, pois, quem se espelha em algum comportamento da novela precisa analisar se este está de acordo com as suas condições, realidade e possibilidades. 

Temas sociais 


Alguns assuntos abordados geram uma discussão sadia, como o merchandising social, quando temas como o uso de drogas, deficiência e doenças são levantados na dramaturgia. Nestes casos, com alguma intenção a produção da novela levanta o assunto para a sociedade. A autora Gloria Perez - "mestra" nessa iniciativa - incluiu na novela Explode Coração (Rede Globo, 1998) temas como a exploração do trabalho infantil e o desaparecimento de crianças. Unindo ficção e realidade, ela juntou na mesma cena as Mães da Cinelândia – como são chamadas as mulheres que dedicam suas vidas à busca dos filhos desaparecidos – e a personagem Odaísa (Isadora Ribeiro), que procurava o filho Gugu (Luiz Claudio Júnior). 

A repercussão foi surpreendente: mais de 60 crianças foram encontradas graças à exibição na novela de depoimentos de mães e fotos de filhos desaparecidos. O tema das crianças desaparecidas foi divulgado e debatido em programas de rádio e TV, e ganhou cobertura em matérias de jornais e revistas. A movimentação estimulou várias empresas a participar da campanha. Fotos de crianças desaparecidas passaram a ser impressas em bilhetes de loterias e em diversas embalagens. 

A questão gerou ainda uma campanha realizada no programa Fantástico, em 1998. Mas sempre temos que ter noção que existe toda uma produção atrás, entra ainda a questão da publicidade, portanto, tem que ser visto com cuidado. 

Um tema como o racismo, por exemplo, ao ser abordado, requer ética, uma visão que mostre a diversidade, respeito ao próximo. Mesmo assim, as famílias precisam refletir e não simplesmente comprar aquilo como pronto, pensar sobre o que estão assistindo, analisar a forma que estão recebendo mesmo sendo um tema importante colocado em discussão, é de acordo com uma visão, nem sempre a mais correta. 

Real X Ficção 


A novela passa uma imagem segmentada da realidade. A dualidade entre o bem e mal na representação do mocinho e bandido, onde o mocinho possui somente sentimentos e ações boas e o bandido os aspectos negativos, é uma das críticas. A retratação de uma camada social muito elevada em comparação com a maioria da população brasileira, com a ausência de abordagens sobre alguns povos e realidade também é citada. 

Não existe uma amplitude de etnias e classes sociais, por exemplo. Há alguns anos, festejou-se o fato de uma novela do horário nobre ter uma protagonista negra - Viver A Vida, de Manoel Carlos, onde Taís Araújo viveu a mocinha Helena na trama, exibida em 2009 -, mas na maioria são os brancos e nem sempre próximo da realidade. 

Muitas vezes a novela significa para o telespectador uma fuga do cotidiano. As pessoas geralmente têm problemas maiores dos que aparecem na TV e ela serve para que possam parar de pensar nos problemas e se envolvem tanto que vivem aquela realidade mostrada. Mas, esta relação pode gerar frustração, quando não é bem trabalhada pelas pessoas. Sofrimento, sentimento de incapacidade, impotência são os sentimentos que podem ser gerados quando a pessoa não tem condição de separar a realidade da ficção, ou, a ficção da realidade (a ordem dos fatores é factualmente proporcional e pode alterar o resultado final). 

As pessoas se aproximam tanto daquela falsa verdade que é mostrada, e que a volta para a realidade pode gerar prejuízos. A pessoa vê o personagem em uma lancha, em um mar e quando desliga a TV e olha para a sua realidade percebe a diferença. É a sensação gerada de que a vida do personagem é melhor. Isto pode resultar até em baixa autoestima porque o indivíduo se envolve com a trama e pensa, "por que comigo não? A minha realidade é sem graça”. Por isso é necessário que quem assista nunca perca a noção de que aquilo é ficção, que os sentimentos e ações dos personagens são falsos, montados. 

Jovens, crianças... família 


Os objetivos comerciais de venda de produtos divulgados pelas novelas também geram aspectos preocupantes. O estímulo ao consumo, ao ter algo que é imposto, afeta adultos, crianças e adolescentes. Para o público adolescente a publicidade afeta no sentido de formação de identidade, pois está na fase da formação de si, então acontece o estímulo do uso de determinadas roupas, jeitos de se comportar, enfim, a criação de uma personalidade. Já para as crianças há o alerta sobre a criação do desejo momentâneo do ter. 

O público infantil e adolescente não tem um aparato cognitivo pronto para identificar claramente a separação do real e virtual, necessitando da ajuda do adulto. Mas este adulto, embora tenha um desenvolvimento cognitivo maior, tem a questão da afetividade com a novela e perde um pouco do senso crítico. Por isso é preciso a superação porque os menores precisam de uma mediação porque a influência é ainda maior. 

Um exemplo é o apelo sexual das dramaturgias, que pode despertar uma sexualidade mais precoce ou ainda a criação de um padrão de beleza inalcançável. As mulheres e homens que aparecem seminus têm corpos que a maioria da população não tem, e isto precisa ser visto de forma crítica. Isto porque é preciso diálogo de forma clara, com mediações constantes, de maneira construtiva, mostrando o que pode ser prejudicial, as diferenças entre a ficção e a realidade. 

É necessário, portanto, que a família estabeleça dentro de seu cotidiano o tempo gasto em frente à TV e os programas a serem assistidos. Algumas vezes a TV é utilizada como instrumento quando as pessoas não têm outras atividades, mas é importante que a família coloque na balança os prejuízos e benefícios, pois aqueles momentos de convivência familiar nunca devem se trocados pelas novelas ou qualquer outro programa. 

Fim! 


A palavra de Deus nos orienta em 1 Coríntios: "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma [6:12]. Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam [13:23]" (grifos meus). É fato que, de modo geral, os roteiros das novelas são frontalmente contrários aos ensinamentos básicos da Palavra de Deus. 

Ao cristão nascido de novo e que como tal possui a mente de Cristo (1 Coríntios 2:6-16), cabe fazer suas escolhas, estabelecer seus conceitos e embasar suas convicções não no que dita as novelas, mas sim no diz a Palavra de Deus (Salmo 119:97-112; 2 Timóteo 3:15, 16; Hebreus 4:12). Em último caso não se esqueça, o controle remoto está à sua mercê.

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