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quinta-feira, 30 de junho de 2022

CONTÉM SPOILERS — "EDUARDO E MÔNICA"

Por certo algumas coisas na vida demoram, como esperar mais de 25 anos para ver esta popular história de amor musical se transformar em um filme. Mas, será que valeu mesmo a pena essa espera? Para mim, sim. Inclusive, não saí correndo para uma sala de cinema para assistir ao tão esperado longa "Eduardo e Mônica", filme baseado em música homônima, de autoria do Renato Russo (✩1960/✞1996) e que foi faixa do ábum "Dois", lançado em 1986. Fiquei na minha e só vim assisti-lo na manhã do último domingo, 26, numa plataforma de vídeos, gratuitamente e deitadinho na minha cama.

A música por si só, sem dúvida alguma, foi não só um dos grandes sucessos da banda, quanto um dos maiores hits nacioanis da década de 1980 e ainda hoje é uma das mais aclamadas na discografia da Legião. E, numa era de franquias cinematográficas, "Eduardo e Mônica" consolida o UCLU (Universo Cinematográfico da Legião Urbana) ao adaptar a singela e emblemática canção.

O filme é o terceiro de uma leva que começou com "Somos Tão Jovens" (de Antônio Carlos da Fontoura), que foi uma cinebiografia do compositor (focada em sua juventude em Brasília até a formação da banda); e seguiu com "Faroeste Caboclo" — ambos de 2013 —, que adaptou a canção homônima. Eu não gostei de nenhum dos dois, principalmente "Faroeste Caboclo", que na minha opinião, foi uma sucessão de equívocos, desde a escolha dos atores protagonistas (Fabrício Boliveira e Isis Valverde) até o fraquíssimo roteiro.

Há até um esforço consciente de direcionar essas ações como dentro de um mesmo universo, numa discreta cena no novo filme. Mas, a, digamos, "redenção" do diretor René Santana, que também assinou "Faroeste Caboclo", veio mesmo com "Eduardo e Mônica". É o que veremos no texto deste artigo, mais um capítulo da série especial Contém Spoilers.

Vamos às indispensáveis comparações


Como longametragem, "Eduardo e Mônica" funciona muito bem, trazendo uma típica história de amor e com a acertada decisão de não fazer uma típica comédia romântica brasileira, mas com uma abordagem mais realista, dramática, ainda que focada na força do grande amor.

Mais ainda do que "Faroeste Caboclo", mira numa bela fotografia a exibir Brasília, especialmente nas cenas noturnas. 

É interessante que apesar da história ser focada no casal-título, a cidade aparece se não como um personagem, mas um cenário forte, quase sempre vazia, sem pessoas, como a contrapor a frieza urbana de bela arquitetura à vida romântica e artística de Mônica, com suas boates inferninhos e galerias de arte.

Outra vantagem de "Eduardo e Mônica" contra "Faroeste Caboclo" é no material de origem. Esta era uma canção estilo poema épico, com uma saga desafortunada de um retirante que abraça uma carreira criminal, recheada de situações pouco críveis e uma narrativa confusa. 

Assim, "Faroeste Caboclo", o filme, precisou investir num trabalho maior de roteiro para resolver as lacunas e incongruências da narrativa da letra. Assim, foi uma "adaptação", optando por uma versão mais realista e sem o caráter "pão e circo" que marcava seu fim. Com isso, versos famosos foram cortados da história ou simplesmente modificados para fazer a trama cinematográfica funcionar.

Os personagens


O filme acerta bastante na construção dos personagens, mostrando as origens e ambiências de um e de outro e como a casual rota de colisão dos dois, por improvável que se mostre à princípio, vai se construindo. 

Uma Mônica Queiroz perdida, vivendo entre dois mundos conflitantes — a vida artística e de vanguarda cultivada pelo pai e a preocupação mais fria, formal e pragmática de uma carreira na Medicina mantida pela mãe —, tentando uma vida quase dupla entre fazer happenings em galerias e boates e iniciar a sua residência médica; enquanto um Eduardo Souza vem de um lar simplório e dramático, com o pai que foi embora, a mãe falecida e a criação pelo avô militar e, prestes a fazer o vestibular para Engenharia Civil, está simplesmente levando as coisas, acomodado em sua vidinha de subúrbio (e vila militar) e uma expectativa mais pragmática do futuro, sem grandes ambições.

Assim, já sabíamos — pela canção — que Mônica é artística 
("...tinha tinta no cabelo...") 
e descolada 
("...de moto..."), 
enquanto Eduardo era convencional 
("...festa estranha com gente esquisita..."), 
não era um bebedor contumaz 
("...'eu não tô legal, não aguento mais birita'..."),
nem boêmio 
("...é quase duas e eu vou me ferrar..."
e ainda guardava uma atitude bem juvenil/adolescente andando de bicicleta ("camelo") por aí (eram os anos 1980, ok? — a juventude de classe média só usava bikes para lazer) e quando 
"...decidiram se encontrar, o Eduardo sugeriu uma lanchonete, mas a Mônica queria ver o filme do Godard..."
Todos essas especificidades foram muito bem pontuadas na narrativa do filme e feito com um cuidado que dava uma verossimilhança que nos remetia ao trecho da música no qual eles estavam. Magnifíco, sem ser piegas!

O elenco


Vale à pena chamar a atenção ao trabalho do elenco — o que, como já disse, também foi um erro absurdo em "Faroeste Caboclo"

Como esperado, a maravilhosa e excelente Alice Braga, que carrega em seu sobrenome o enorme peso de sua tia Sônia, não ficando apenas na sombra do sucesso da tia famosa, mas, já tendo consolidada, assim como a tia, também uma brilhante carreira internacional, entrega uma Mônica carismática e fascinante, com uma personalidade forte e temperamento inconstante que enchem a personagem de profundidade e atitude, ainda que tenha suas fragilidades. 

Nota mil para Alice, que quando faz algo específicamente para o público brasileiro, o faz com a mesma competência e brilhantismo do que é feito no exterior.

Destaque também para o jovem, porém promissor, ator Gabriel Leone. Leone assume um Eduardo mais intrépido, tímido e leal, que conquista por sua bondade, mas também é ajudado pela caracterização, com espinhas e aparelhos que o deixam mesmo com a aparência de um adolescente (Eduardo, tem 16 anos, Gabriel, à época das filmagens, 26), ainda que isso seria inútil sem sua postura corporal que torna tudo crível. 

Gabriel Leone deu um show de interpretação que em absolutamente nada nos remete aos personagens que ele já interpretou em trabalhos televisivos, o que mostra que o jovem ator sabe muito bem lidar com as especifidades dos dois segmentos da dramaturgia.

A química do casal em cena é muito boa e passa veridicidade às cenas de romance — sem haver apelação, graças a Deus, no uso e abuso das incômodas cenas de sexo e nudez, algo, como todos sabem, muito comum (e na maioria das vezes, desnecessárias) nas produções nacionais. 

O restante do elenco também está muito bom, em especial, Victor Lamoglia como o engraçadíssimo amigo Inácio (que em uma determinada cena [a do ônibus], deixa implícita uma singela homenagem a Cazuza [✩1958/✞1990]) e os veteranos Otávio Augusto como Bira, o avô com o qual Eduardo "jogava futebol de botão" e Juliana Carneiro da Cunha, que interpreta Lara, a mãe de Mônica.

Roteiro e ambientação


O roteiro de Gabriel Bortolini e Jéssica Candal investe em mostrar um Eduardo cheio de potencial, alguém de bom coração, que não finge ser quem não é e que vai se construindo como alguém que pode dar suporte emocional à mais volátil Mônica. Estabilidade. Um pé no chão. 

Ele também traz um ar de realidade no sentido de que vive a vida ordinária (sim, o cotidiano sem graça da estranha — e por vezes asséptica — capital do país), sendo mais do povo, mais comum. 

Por isso, enquanto ela guarda a arrogância e a postura artística esnobe típica daqueles que se veem como vanguarda (o que se reflete na música punk e no som industrial típicos da época), ele adora (quem não?) a breguíssima "Total Eclipse Of The Heart", sem dúvida o maior hit na carreira da cantora galesa de inconfundível voz rouca, Bonnie Tyler. E mostra para Mônica (e seus amigos, por tabela) que não há mal nenhum nisso, e ao contrário, é um toque de humanidade, simplicidade e empatia.

Neste ponto, o roteiro trabalhou bem, afinal, é fácil entender por que Eduardo fica fascinado pela Mônica, pois 
"...ela fazia medicina e falava alemão e ele ainda nas aulinhas de inglês...". 
Sem falar que 
"...ela gostava do Bandeira, e de Bauhaus, e de Van Gogh, de Mutantes e Caetano e de Rimbaud..."
enquanto o Eduardo 
"...gostava de novela e jogava futebol de botão com seu avô...".
Mas fica bem mais difícil compreender como uma moça como Mônica poderia se interessar por Eduardo, quando 
"...ela falava coisas sobre o Planalto Central, e também magia e meditação..."
e ele 
"...ainda 'tava' no esquema 'escola-cinema-clube-televisão'"..., 
mesmo que houvesse algo prazeroso em 
"...Mônica explicava pro Eduardo coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar...".
Afinal, 
"...ela se formou no mesmo mês que ele passou no vestibular...".
Não são coisas fáceis a vencer para viver um grande amor, não é?

Assim, cabe ao filme construir o meio termo 
("...se encontraram então no parque da cidade..."
que vai unir essas personalidades tão diferentes que 
("...mesmo com tudo diferente, veio meio de repente uma vontade de se ver, e os dois se encontravam todo dia e saudade crescia como tinha de ser..."). 
Isso era um desafio à produção, pois a canção diz que 
"...Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia, teatro, artesanato, e foram viajar..."
(e, permitam-me repetir) 
"...a Mônica explicava pro Eduardo coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar...".
Vejam, são coisas bem artísticas e místicas. Dessa forma, a personalidade dela aparece como dominante, fazendo o rapaz se adequar à sua vida e visão de mundo, mas ainda sem responder porque ela se interessou num rapaz de 16 anos pré-vestibulando. Ou seja
"E quem um dia irá dizer, que não existe razão nas coisas feitas pelo coração, e quem irá dizer que não existe razão?..."

Atração dos opostos


E se por um lado, nenhum deles se encaixa no mundo do outro — e as tentativas não se mostram frutíferas no filme (ele indo para o acampamento na Chapada, ela na ceia de natal tradicional) — encontram em si a paz e o sentimento que buscavam. 

A investida também serve para demolir estereótipos, exibindo os conflitos internos e familiares que rondam o casal individualmente, cada qual em sua realidade: Mônica e sua relação tensa com a mãe e Eduardo no abismo geracional (e um tanto de visão de mundo) com o avô conservador.

E o roteiro faz isso mostrando o romance como uma coisa real e não um paraíso na terra, afinal, 
"...os dois comemoraram juntos e também brigaram juntos muitas vezes depois..."
e não temos uma historinha de mocinho que conhece a mocinha, sem também se render ao gancho hollywoodiano (e algo acontece para separá-los) pura e simples. 

Com mais humanidade e realismo, o roteiro mostra que a vida a dois é difícil mesmo no início, no fogo da paixão, e que as diferenças celebradas na letra têm o seu preço, sim, e que se o casal quiser fazer a coisa funcionar tem que trabalhar nisso para poder chegar na parte do 
"...e todo mundo diz que ele completa a ela e vice-versa, que nem feijão com arroz...".
Mônica precisa dosar o preço da liberdade (não ter um relacionamento fixo) e Eduardo sair de seu lugar cômodo e encarar algo desconhecido. Ambos precisam ceder. E aprender e crescer. 

Como todo mundo. Ainda que em jornadas diferentes para cada um deles, dados os backgrounds específicos e a posição em que estão em suas vidas estudantis e profissionais.

O filme também acerta em manter a trama no contexto do lançamento da canção, ali por volta de 1986 (embora a canção tenha sido composta em 1982, após Renato Russo sair da banda punk Aborto Elétrico e passar um tempo se apresentando apenas com voz e violão — ou uma craviola — sob o nome Trovador Solitário, e antes de fundar a Legião Urbana, em 1983). 

A ambientação original impede a armadilha de adicionar elementos outros (como a tecnologia) que poderia embaralhar ainda mais a trama. Assim, coisas como o evento que era uma ligação telefônica [de telefone fixo!] (ainda mais se fosse interurbana ou com fichas em um orelhão) contribuem para criar as situações de erros e acertos de uma história de amor.

O filme "Eduardo e Mônica" termina, nesse sentido, mostrando que em outros tempos o amor era possível mesmo sob contextos políticos conflitantes, com a menina filha do comunista exilado que se apaixona pelo neto de militar; algo que parece tão difícil nos tempos polarizados de hoje. Mas também não deixa de fazer crítica social com algumas arbitrariedades que resultam da perseguição política.

A trilha sonora: outro acerto


A trilha sonora também está muito boa, bem representada pelos anos 1980, ainda que Legião Urbana apareça até menos do que o esperado (só me lembro de ter ouvido ao longo do filme as canções "Geração Coca-Cola" e lá no final, durante a subida dos créditos, a música que dá nome ao filme).

Mas, além da "balada-chiclete", "Total Eclipse Of The Heart", de Bonnie Tyler, destaco outros dois hits oitentistas internacionais: a deliciosa "Private Idaho", do B52's e "Should I Stay Or Should I Go", da banda punk britânica The Clash. 

"Eduardo e Mônica" conta uma história de amor embalada, não somente pela música que serviu como base e outras da banda de rock de Renato Russo. A qualidade das músicas vai além, sejam elas nacionais ou internacionais. Não há como negar, a trilha sonora do filme é belíssima.

Conclusão


Enquanto "Eduardo e Mônica" tentam lidar com os opostos de cada um, toda a sensibilidade da trama floresce, por isso que não há como deixar de se emocionar. 

Desde a estrutura familiar dos dois lados, ela que acaba de perder o pai ou Eduardo que foi criado pelo avô e tem como lembrança marcante um peixinho dourado. "Eduardo e Mônica" é o tipo de filme para ver e rever.

Para além do filme, a equipe da Legião Urbana Produções e o cineasta René Sampaio já anunciaram os planos de outro longa baseado em uma canção de Renato Russo, o que dará continuidade ao UCLU. 

Não foi dito que música, mas o repertório da Legião Urbana está repleto de candidatas, com suas narrativas e personagens, desde óbvias como "Pais e Filhos" (escrevi artigo especial sobre essa música ➫ aqui) ou "O Mundo Anda Tão Complicado" até outras mais obscuras, como "Andréa Dória", "Maurício", "Leila", "Clarisse", "Dado Viciado", "O Descobrimento do Brasil", "Dezesseis" e até "Perfeição" e "Meninos e Meninas", que são a cara do Brasil de hoje. 
  • Aguardemos, por enquanto, "Eduardo e Mônica" leva meu carimbo de:
[Fonte: HQRock — original, por Irapuam Peixoto (cantor e compositor)] 

Ao Deus Perfeito Criador, toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia, graças à vacinação, está controlada, mas, infelizmente, ainda não passou, a guerra não acabou.

terça-feira, 28 de junho de 2022

PERMANÊNCIA, DESEMPREGO OU RECOLOCAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO: O QUE FAZER?

  • O texto deste artigo, foi baseado em uma live que eu assisti no LinkedIn sobre o tema.
A taxa de desemprego no Brasil chegou a 9,4% em abril deste ano, o menor patamar desde outubro de 2015, de acordo com estudo divulgado nesta sexta-feira (24) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Na comparação com o mesmo mês de 2021, a taxa registrou queda de 4,9 pontos percentuais. Ao todo, o país tinha 11 milhões de desempregados em abril.

Segundo o Ipea, na outra ponta, a população ocupada em abril chegou a 97,8 milhões de trabalhadores, o maior patamar desde 2012. Em relação ao mesmo período do ano passado, a população ocupada aumentou 10,8% e, na comparação com março último, houve alta de 2,1%. 

De acordo com o Ipea, a análise dos dados mostra que a expansão da ocupação tem ocorrido de forma generalizada, envolvendo todas as regiões, todos os segmentos etários e educacionais e atingindo todos os setores da economia.

O Ipea ressalta a recuperação nos setores que tiveram quedas mais intensas no auge da pandemia, devido às medidas de afastamento social. No primeiro trimestre deste ano, 6 dos 13 setores pesquisados apresentaram crescimento da ocupação superior a 10%, com destaque para os segmentos de alojamento e alimentação, com aumento de 32,5% na taxa de ocupação; serviços pessoais, com alta de 19,5%; e serviços domésticos, com crescimento de 19,4%.

Os dados mostram, no entanto, que ainda há uma série de desafios a serem superados no mercado de trabalho brasileiro. Mesmo diante de uma recuperação mais forte do emprego formal, a maior parte das novas vagas está sendo gerada nos segmentos informais da economia. 

No último trimestre móvel, encerrado em abril de 2022, enquanto o montante de trabalhadores com carteira assinada avançou 11,6%, na comparação com 2021, o contingente de ocupados sem carteira cresceu 20,8%.

Como ter o que o mercado quer


Mas, mesmo com a alta no índice de pessoas com carteiras assinadas, ainda não há nada o que se comemorar, pois, o número de desempregados ainda é assustador: 12 milhões.

O que garante a ascensão em sua carreira profissional e a manutenção do seu emprego? E, se você perdê-lo, o que pode afiançar que você tenha sempre possibilidade de recolocação no mercado? 

Essas são perguntas que sempre devem ser feitas. A palavra que responde a todas essas questões é empregabilidade. Embora não tenha somente relação com estar empregado, o termo trata da capacidade que um profissional tem para conserguir oportunidade de trabalho e também mantê-lo.

De acordo com Flávio Gravina, diretor-geral da Croma Recursos Humanos, consultoria especializada na contração de profissionais para empresas, em um mercado tão instável quanto o brasileiro — em que dados Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que existem mais de 3,4 milhões na fila do desemprego há mais de dois anos —, é importante entender que ninguém é insubstituível.
"Dependendo da situação da empresa, um corte inesperado pode ocorrer. Por isso, é importante se manter em boas condições de recolocação"
observa.
Para Gravina, é nesse contexto que se percebe a importância da empregabilidade:
"ela tem relação direta com quão desejado o profissional é. seja pela empresa em que atua, seja pelo mercado. A melhor forma de identificar se você realmente está com empregatibilidade em alta é se candidatar."
Contudo, para estabelecê-la é preciso se estruturar.
"As bases dela envolvem o trabalho contínuo de manter bons relacionamentos, deixando sempre próximos os profissionais com os quais você se identifica, e manter uma vida financeira saudável, de forma que isso não atrapalhe suas decisões. Por fim, você precisa ter clareza em relação às suas vocações para não se frustrar rapidamente",
avalia Gravina.

Para os que estão chegando agora


Para quem ainda vai entrar no mercado de trabalho, ele aconselha fazer uma adequação vocacional.
"Ela é muito importante para quem está começando, pois permite obter um direcionamento de careira. 
Para aqueles que já estão inseridos e não tiveram a oportunidade fazer ou que passaram por grande mudanças, como casamento, nascimento de filhos, entre outras, pode ser uma boa iniciativa realizar uma nova avaliação, visto que as prioridades mudam ao longo dos anos, assim como as pessoas também podem mudar",
analisa.

Planejamento


O especialista explica que quem quer se tornar atraente para o mercado precisa planejar a própria carreira:
"há necessidade de ter clareza em relação aos seus objetivos profissionais. Com vase em seus desejos, estruture o seu currículo e o mantenha sempre atualizado. 
Avalie o que o mercado está priorizando, quais as oportunidades existentes e o que está sendo solicitado. 
Com essas informações, verifique se você está com boa empregabilidade e, caso não esteja, busque a capacitação necessária para tornar-se desejado e, aí sim, terá condições de buscar a oportunidade dos seus sonhos".
A competência profissional também é um importante aspecto para garantir a empregabilidade.
"As empresas buscam sempre resultados. Quem não os entrega, não sobrevive. Por isso, os profissionais devem se manter atualizados em relação às compertências técnicas e comportamentais. 
Por intermédio de estudos, há possibilidade de manter os conhecimentos e habilidades atualizados. Estes, por sua vez, fazem com que o profissional mantenha o nível de competência",
avalia.

Ele recomenda ainda que os profissionais não esperem a chegada do momento de algum tipo de ruptura na empresa em que trabalham.
"Saiam, se necessário, antes que algo ruim ocorra. É sempre bom manter contatos e são eles qeu os ajudarão no futuro. Por fim, se candidatem às vagas e tem entender com o recrutador o que está sendo pedido. Às vezes, pensamos que conhecemos de tudo, mas nada melhor do que falar com um especialista",
diz.

Inspiração é tudo


Se você acha que sua empregabilidade está em risco, busque inspiração para alcançar a oportunidade de seus sonhos. 

Abaixo, veja algumas dicas de como, não só se manter, mas aumentar ainda mais sua chance de recolacação no mercado de trabalho. 
Todas essas dicas foram passadas por especialistas e consultores em RH, que participaram da ministração da live sobre o tema que eu assisti e tomei nota de todo o conteúdo com o qual redigi o texto deste artigo. Não tem nada aqui que seja "achiologia":
  • Entenda que a sua empregabilidade depende de você — o profissional que possui uma clara definição de onde quer chegar e o que precisa ser feito para conquistar os seus objetivos consegue manter a sua empregabilidade em alta.
  • Atualize-se sempre — quem nao se atualiza fica naturalmente para trás. O mundo está em constante transformação. Algumas funções antiga não existem mais e novas estão surgindo. Quem se acomoda pode ficar sem emprego.
  • Esteja atento às mudaças do mercado — em um cada vez mais dependente da tecnologia, os cursos voltados para essa área são os com maior possibilidade de emprego, principalmente porque há muita procura e poucos profissionais capacitados.
  • Tenha cuidado com as promessas de consultorias — muitas vezes, quando busca uma recolocação, o profissional está fragilizado e acaba gastando o que não tem por uma oportunidade. Os golpistas estão de olho e sabem bem como atrair aqueles que estão em busca de uma recolocação no mercado, assediando-os com promessas atraentes, porém impossíveis de serem cumpridas, com o único intuito de lucrarem às custas dessa vulnerabilidade de muitos.
  • Qualifique sua rede contatos — é o chamado networking. Os relacionamentos são extremamente importantes para qualquer profissional. Estar em contato com outras pessoas é fundamental para se manter no mercado ou buscar novas oportunidades ou recolocações.
  • Mantenha seu currículo sempre atualizado — nunca se sabe quando oportunidades de recolocação ou mudança podem surgir e, por isso, é preciso estar preparado. Cadastra-se no LinkedIn e em outras plataformas que auxiliam em seleções para o mercado.

Conclusão

Seguindo essas preciosas dicas e usando o exercício da Fé, não desista.
Dizer que a porta que Deus abre ninguém fecha significa afirmar que ninguém é capaz de impedir o propósito do Senhor. 

Não há um versículo bíblico que registra exatamente essa declaração; mas geralmente ela é extraída do princípio geral das Escrituras acerca da onipotência de Deus.

O Deus Todo-Poderoso governa todas as coisas soberanamente. A providência divina cuida de cada detalhe do Universo de modo a conduzir a História conforme o plano de Deus. Por isso, é uma verdade bíblica afirmar que a porta que Deus abre ninguém fecha.

Sim, a porta que Deus abre ninguém pode fechar, porque nenhum dos planos do Senhor pode ser frustrado (Jó 42:2). Seja isso no nível geral na história da redenção; seja isso no nível pessoal no que diz respeito ao envolvimento direto do Senhor no cuidado da vida daqueles que lhe pertence.


A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.

sexta-feira, 24 de junho de 2022

DIRETO AO PONTO — VOCÊ É UMA "FAKE PEOPLE"?


  • FAKE (substantivo e adjetivo) (década de 1990) — Falso, falsificado. A palavra tornou-se conhecida quando começou a onda de ataques de ecologistas ao uso de peles de animais para fazer estolas e casacos de peles. De fato, associou-se muito o adjetivo a fur, o que até levou os primeiros usuários brasileiros a acharem que o substantivo se aplicava somente a trajes, porém, o termo se tornou popularmente associado a qualquer coisa que não seja autêntica ou verdadeira (Dicionário de Anglicismos e de Palavras Inglesas Correntes em Português, de Agenor Soares dos Santos — Editora Campus/Elsevier, 2006.).
Você conhece uma fake people ("pessoa falsa", em inglês)? Tomara que você mesmo não seja uma.

Há várias categorias dessa "espécie", cuja disseminação se faz abundante, principalmente — porém, não especificamente — nos ambientes virtuais (o uso absurdo dos famigerados filtros nas fotos que o diga). Cada uma pior do que a outra (para o próprio indivíduo e para os que o cercam).

O mais incrível é que alguns ganham legiões de fãs e/ou seguidores de ambos os sexos (os tais influenciadores digitais não me deixam mentir): mulheres que desejam ser o que as fakes fingem ser ou que desejam ter o que os fakes fingem ter e rapazes que também vislubram mulheres fakes como sendo as ideais ou que querem imitar homens fakes, pois a mídia os coloca como "padrão de nova sensualidade e masculidade" — independemente dos danos de um relacionamento, o envolvimento com pessoas assim.

Pés no chão ou "viagem na maionese", eis a questão


Tudo bem que não precisa ser aquela pessoa "sensível" demais, narcisista ao extremo, que ama se ver em um espelho, vive tirando selfies para seu ídolo (ela mesma), quer sempre se ver e ser visto, mas também não ser aquela pessoa ogra, má educada, que é rude com os outros e acha que regras só se aplicam ao próximo — e não a si.

O parágrafo acima resume bem essa questão. Agora, vejamos quem são essas pessoas.

A imprudente


Pessoas corajosas sempre foram admiradas, mas a linha que serpara coragem de imprudência é bem tênue. 

Enfrentar situações de risco para ajudar alguém ou encarar desafio (útil) tido como impossível são sienais de coragem.

Já dirigir de qualquer forma, muitas vezes alcoolizado (ou drogado), pilotar motos sem capacete "costurando" ou "dando grau", se expôr em situações de perigo só para conseguir "a melhor pose" para ilustrar stories, status ou feeds, se meter em brigas para provar que é macho e outras burrices do tipo não são sinais de coragem, mas de alguém imprudente que confunde ser corajoso com ser irracional.

A riquinha


Vale lembrar daquela figura desprezível que se acha melhor do que os outros porque tem dinheiro. A criatura acha que pode comprar tudo, inclusive a dignidade das pessoas, acredita que o tempo dela vale mais do que o dos outros e crê que merece tratamento diferenciado.
— "Você sabe com quem está falando?"
É um dos mantras repetidos por esse tipo de gente. Tire o dinheiro dessa criatura e sobrará pouca coisa — ou nada.

A pseudochefona


Um "primo" desse tipo de possoa aí é o(a) chefe metido(a) a besta. Ele(a) humilha subalternos, pratica assédio moral e até sexual para se provar "o macho alpha" ou "a femme fatale" (alerta de tribunal surgindo horizonte, merecidamente).

É aquela pessoa digna de dó que luta interiormente com seu complexo de inferioridade disparando um carrão importado — tipo o de uma tal marca que recetemente virou até tema de uma música horrorosa de uma também "dupla sertaneja" mauriçola, tão horrorosa quanto — que fura o sinal ou tratando mal um garçom ou uma faxineira ou qualquer outro tipo de atendente para posar de gostosão/gostosona. Argh!!!

O Don Ruim / a Musa Thriller


Claro, não pode faltar nessa lista o(a) "pegador(a)", infelizmente admirado(a) por homens e mulheres, mesmo que muitos não admitam. 

Esse tipo de pessoa não respeita aliança no dedo (dela e dos outros) e vive dando uma Don Juan ou de musa fitness para manter a fama 
cuidado: os tais sites de namoros são um farto celeiro dessa erva daninha, sempre pronta a dar o golpe no primeiro mal amado que encontrar dando sopa.
Esse tipo aí é o mesmo que dá uma de coitadinho(a) quando fica malfadado(a). Que injustiça, não?

O salvador da pátria


Claro, está na moda quem recebe um cargo de autoridade pública e rouba descaradamente, certo de sua impunidade, para depois também posar de coitadinho injustiçado e criticado. 

Além de uma pessoa assim não ter caráter o bastante para assumir suas falhas — sempre jura, bate o pé, que é inocente, "tadinha" — é outra que ganha uma legião de "fãs" e seguidores que gostam de posar de "gente de bem" ou "revolucionária". Já sabe o resultado, né?

Como ser uma pessoa autêntica em meio a um universo de pessoas fakes

É possível identificar claramente quando encontramos uma pessoa autêntica.

Uma pessoa autêntica é uma pessoa verdadeira. Uma pessoa genuína. Alguém real, sem falsidade e que não tenta ser uma cópia de outra. Uma pessoa que se apresenta como realmente é, sem fingir ser algo que não é apenas para agradar os outros. Reconhece ser uma pessoa única no mundo, confiante em suas habilidades e opiniões e ao mesmo tempo ciente de suas próprias limitações.

Uma pessoa autêntica é encantadora para muitos. Possuem características que os fazem únicos. São pessoas de personalidade marcante. Pessoas que não ficam no meio, em cima do muro. Provavelmente você gosta muito ou detesta cada um deles pois deixam claro o que são e como pensam. E como se abrem, fica fácil para as pessoas se identificarem com elas ou discordarem do seu jeito de ser.

Veja a seguir 7 dicas de como ser uma pessoa autêntica.


1 – Mostre o que você realmente é, sem fingimentos  — Em busca de aceitação (ou temendo o tal do cancelamento), muitas pessoas fingem ser o que não são. Pessoas autênticas não são assim. Não fingem ser melhores, mais talentosas, saber mais ou gostar de algo que não gostam em busca de aprovação. Preferem ser como são.

Pessoas autênticas são do seu jeito e gostam de ser assim. Não estão preocupadas se tem gente que não gosta de como são. Não estão buscando aceitação. Preferem ser o que são e se sentir bem com isso.

Quem não gostar e não se identificar não precisa ficar por perto. Preferem o conforto e liberdade de viver o que são do que a falsidade de ser algo que não são. Sabem que viver para agradar os outros deixa-os desconectados da sua essência.

Sabem que não vale a pena tentar agradar a todos e nem deveríamos tentar. Sempre haverá quem não gosta de nós. Melhor ser o que somos e atrair as pessoas que se identificam com a nossa forma de ser, pensar e agir.

2 – Expresse o que você realmente pensa — Pessoas autênticas levantam e colocam sua voz pra fora. Preferem dizer o que pensam em vez de buscar dizer algo que será aceito. Enquanto algumas pessoas falam quase que pedindo desculpas pelo que estão dizendo, pessoas autênticas dizem o que pensam com confiança e segurança. Mesmo que isso não seja o que os outros querem ouvir.

Fazem o que acham que devem fazer. Agem de acordo com a sua voz interior mesmo quando não há aprovação externa. Acreditam que é mais importante se manter fiel ao seu jeito de ser do que se importar com a opinião alheia. Pessoas autênticas preferem agir com a verdade mesmo que isso possa doer. Sabem que ser verdadeiro é o que é mais importante.

3 – Exponha o que está sentindo sem medo de rejeição — Pessoas autênticas expõem o que sentem sem medo da opinião ou rejeição dos outros. Se gostam de alguma coisa falam, se não gostam dizem que não gostam sem medo. Expressam seus sentimentos com honestidade e sinceridade. Isso ajuda que outras pessoas conheçam quem realmente são.

4 – Ouça sua intuição na hora de tomar uma decisão — Muita gente é altamente influenciável. Fazem o que outros dizem mesmo quando acham que isso não faz sentido.

Pessoas autênticas ouvem as opiniões dos outros, mas sabem que a decisão final está consigo mesma. Nesse momento fazem a devida avaliação e ouvem o que sua própria intuição está dizendo para então tomar uma decisão. Apenas seguem conselhos que se sentem confortáveis e acreditam ser os certos e não só porque alguma outra pessoa disse que era o que deveria ser feito.

Pessoas autênticas não tomam a opinião de outro logo de cara como sendo o caminho adequado. Ouvem, mas depois avaliam e tomam a sua própria decisão considerando sua própria análise e o que diz sua intuição. E se o que decidirem tiver que ser diferente das opiniões recebidas, que seja. Preferem se manter verdadeiros ao que realmente pensam do que se deixar levar por algo em que não acreditam apenas em busca de aceitação. Ser verdadeiro é ser autêntico.

Uma pessoa autêntica não está em busca de aceitação. Ela busca ser verdadeira consiga mesma e com os seus próprios sentimentos e emoções.

5 – Desenvolva convicção e autoconfiança no seu jeito de ser — Pessoas autênticas falam com confiança e segura de si. Apresentam sua opinião sem medo de rejeição, embora saibam que muitas vezes ela irá ocorrer. Então usam a rejeição como forma de evoluir o seu próprio pensamento mas sempre mantendo-se fiel a ele.

Ao exercitar ser o que você realmente é, com o tempo você irá desenvolver um estilo convicto e autoconfiante oferecendo uma liderança autêntica às pessoas a sua volta.

6 – Lembre-se que agradar os outros não é a prioridade — Pessoas autênticas não buscam validação das outras pessoas. Preferem ser verdadeiras consigo mesmas. Mesmo que o que pensam e falam não seja popular e possa ser rejeitado por muitos.

Pessoas autênticas estão confortáveis e seguras com o seu jeito de ser. Andam de cabeça erguida por terem confiança em si mesmos e no seu próprio valor. Não se trata de serem perfeitos, mas de aceitar suas próprias imperfeições. Não precisam que outros fiquem dizendo o quão importantes que são.

7 – Evite comparações com outras pessoas — Somos todos pessoas diferentes. Cada um com as suas aspirações, habilidades e características. Pessoas autênticas entendem isso e sabem que cada um tem a sua jornada e os seus resultados. Comparam-se a si mesmo e a sua própria evolução.

Conclusão


Foram descrito acima alguns tipos de pessoas falsas que assolam o País e o mundo com sua presença. 

Vale refletir se você não dando trela demais para esse tipo de gente ou, pior, a caminho de ser uma delas.

Uma pessoa autêntica age de forma consistente com as suas crenças. É muito mais genuína e honesta sobre o que realmente é e o que realmente pensa. Ser autêntico e verdadeiro é uma qualidade importante. Nos liberta para sermos o que realmente somos.

A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.

quarta-feira, 22 de junho de 2022

PAPO RETO — OS CRISTÃOS E AS TEORIAS CONSPIRATÓRIAS

"Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. 
Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas" (2 Timóteo 4:1-4).
As teorias da conspiração provavelmente existem desde que o ser humano raciocina. Mas elas estão aparentemente se espalhando mais rápido, à medida que o pós-modernismo passou para um estágio que alguns filósofos de hoje chamam de "supermodernismo". 

O supermodernismo é fruto dessa avalanche de informações, potencializadas pela avançada popularização das mídias digitais. É retratado por meio de pessoas que desistem de questionar o que é verdade e quem tem o direito de contar a narrativa mestra correta. 

Por causa da proliferação de dados e fontes, os adeptos do supermodernismo só se preocupam com a questão de em quem podem confiar para guiá-los através desse pântano diário de informações.

Como nasce uma teoria conspiratória


O pensamento conspiratório se injeta bem neste ponto. Quem vai me guiar? A resposta do conspirador: eu vou! Eu, o sabe-tudo, levantarei a ponta desta lona [que recobre] o Estado Profundo ou a Ciência Profunda, e revelarei a você todo o seu funcionamento interno secreto. Você não é "gado". Você é um pensador independente que pode enxergar as coisas por si mesmo. 
Essa é a promessa chamativa da conspiração.

Até mesmo Jesus teve de lidar com teorias da conspiração. Ele alertou reiteradamente seus seguidores que as pessoas viriam e importunariam a Igreja com conspirações sobre o seu retorno (Lucas 17:22-24). 

Os mercenários pensarão que descobriram tudo. 
"Olhe aqui! Olhe ali!"
eles dirão. Os contadores de fábulas alegarão ser capazes de remover a lona da história para proclamar a volta de Jesus. Jesus instruiu categoricamente seus discípulos: 
"Não deem ouvidos a eles!"

A igreja primitiva sofreu com teorias da conspiração sobre a natureza de suas reuniões de adoração secretas. Em um Império Romano hostil, essas teorias frequentemente levaram à perseguição e ao assassinato de cristãos. 

E as conspirações ainda hoje alimentam a violência contra cristãos em contextos tumultuados, como a Índia, bem como a violência contra outros grupos religiosos, como os ataques alimentados pelas redes sociais contra muçulmanos, no Sri Lanka.

O mundo do pensamento das Escrituras


Os autores bíblicos argumentam que existem maneiras melhores e piores de alcançar conhecimento, e alertam contra crenças recalcitrantes que não podem ser mudadas por evidências
As Escrituras retratam um Deus que argumenta com seu povo e um povo com quem se deve argumentar. 

Ao compreender e viver dentro desse rigoroso mundo do pensamento das Escrituras, deveríamos ficar naturalmente vacinados contra o consumo ingênuo de teorias da conspiração.

Pela mesma razão, à medida que o analfabetismo bíblico se espalha, devemos esperar ver mais confusão em torno do significado da vida cristã. Embora os americanos relatem benefícios positivos com a leitura das Escrituras, o título do artigo feito a partir de uma pesquisa da LifeWay, em 2017, diz tudo: 
"Os americanos gostam da Bíblia, mas não a leem de fato." 

O que é ainda pior, menos de um quarto dos americanos está interagindo com as Escrituras com o vigor necessário para compreender seu pensamento profundamente estruturado, de acordo com um estudo recente da American Bible Society. Com a perda de engajamento com a Bíblia vem o enfraquecimento no conhecimento bíblico.
E essa característica é exclusiva dos americanos? Absolutamente, não! Aqui no Brasil, a disseminação de teorias conspiratórias quase que suplanta à pregação do genuíno evangelho. Há muitos ditos cristãos que se dedicam horas a fio em estudar tais teorias, mas que não são capazes de suportar 15 minutos que sejam de uma boa leitura bíblica!
As confusões decorrentes de tais perdas incluirão as suspeitas habituais: cristãos lançando-se em chamados não confirmados para o ministério, a incapacidade de distinguir indicadores culturais de princípios bíblicos, e até mesmo a propagação de conspirações em nome do dever cristão de buscar a verdade. 

Também pode incluir suspeitas incomuns. A obra magistral de Brent Strawn, "The Old Testament is dying" ("O Antigo Testamento está morrendo", em tradução livre), narra esse analfabetismo desde a Europa do século 19 até hoje, com afirmações sérias como esta: 
"Os nazistas conseguiram obter sucesso entre os grupos de cristãos alemães, em parte, por causa do difundido analfabetismo bíblico — e aqui devo ser específico: [o analfabetismo relacionado ao] Antigo Testamento."

E os cristãos modernos?

Entendendo o "mundo intelectual" da Bíblia

Quando questionados sobre a promoção de conspirações, muitos cristãos modernos podem responder:  "Mas onde na Bíblia está dito para não acreditar em conspirações?"
Para responder a essa pergunta, devemos buscar entender o "mundo intelectual" da Bíblia. 

Este mundo vai além das palavras literais dos autores bíblicos e incluiu as ideias consistentes e coerentes que sustentam todo o seu pensamento. É o que Deus, por meio de seus profetas, está tentando nos mostrar, não apenas nos dizer. 

Esse mundo intelectual, por exemplo, conecta o cuidado aos vulneráveis com o ensino do "olho por olho", transformando o princípio da justiça em algo que resiste a ser reduzido a mera justiça retributiva .
O mundo intelectual da Bíblia é encontrado pela instrução que vai além das palavras e histórias, de modo a alcançar os padrões de pensamento das Escrituras. 
É uma instrução que, com o tempo, pode avaliar com segurança: eis o que acho que os autores bíblicos diriam sobre o transumanismo, a viabilidade da democracia, a legalização das drogas e muito mais. 

Por exemplo, muitas vezes alguém pode prever o que sua esposa vai pensar sobre algum assunto, mas não porque memorizou muito do que ela diz. O conhecimento que tem de seu mundo do pensamento vem do fato de encarnar uma vida com ela e de atravessar todo tipo de situações complexas e conflitantes que criaram para si mesmos. E os profetas nos convidam a viver e a aprender da mesma forma.

As conspirações da Bíblia


Ao longo do ministério de Jesus, muitos de seus contemporâneos pensaram equivocadamente que haviam descoberto por que Ele veio e o que estava prestes a fazer. 
Seus discípulos tinham suas próprias teorias distorcidas, mesmo depois de Sua morte e ressurreição (Atos 1:6). Eles pareciam pensar que todas as peças contribuíam para uma agenda, nem tão oculta assim, que visava restaurar o reino a Israel.

A resposta de Jesus é assustadora: 
"Não lhes compete saber" (At 1:7). 
Jesus não lhes deu a conspiração correta; em vez disso, Ele os repreendeu sobre o que eles podiam e não podiam saber. 

Essas restrições devem ser instrutivas para a forma de pensarmos em geral, mas especificamente sobre a forma de pensarmos sobre a proliferação de conspirações com que deparamos. Isso é o que significa entrar no mundo intelectual da Bíblia.

Antes de morrer, Jesus advertiu severamente seus discípulos contra aceitar as várias teorias da conspiração que viriam. 
"Vocês ouvirão falar de guerras e rumores de guerras"
disse Ele (Mt 24:6). Mas Seu conselho é revelador: 
"Cuidado para que ninguém os engane. Porque muitos virão em meu nome [...] e enganarão a muitos" (Mt 24:4,5).
Na verdade, Jesus foi fundo nas instruções bíblicas sobre como pensar a respeito dessas ideias. 

Deus deixa claro que não devemos domesticar nossa compreensão do mundo, transformando-a nos tipos de ideias que achamos que funcionam melhor. Em vez disso, somos responsáveis pelo que Deus nos mostra. 
"As coisas ocultas pertencem a Javé nosso Deus, mas as reveladas a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta instrução" (Deuteronômio 29:29, minha tradução).
O escritor do Eclesiastes vai ainda mais longe. Ele é um homem com tempo, meios, intelecto e zelo para descobrir todo o sistema que dirige o universo — ou para ver o que está atrás da cortina, por assim dizer. 

Apesar disso, ele se restringe ao que é possível entender: 
"Mesmo que o homem sábio afirme entender, ele não consegue encontrar" (8:17). 
Ele foi feliz em ser reticente sobre afirmar que podia ver por trás da conspiração:
"Não conheceis a obra de Deus"
diz ele no versículo 11:5, e acrescenta mais adiante: 
"Cuidado com tudo o que vá além disso. Não há limite para se fazer muitos livros, e estudar muito deixa o corpo cansado" (12:12).
A própria Escritura nos orienta sobre como lê-la. Ao reduzir a Bíblia a oráculos moralistas ou a regras a serem observadas, deixamos de ser moldados intelectual ou espiritualmente. 
Conspirações são frutos de hábitos teológicos, para o bem ou para o mal. São tentativas de ver a partir da perspectiva de Deus ou de 
"pensar as verdades de Deus segundo Ele"
como disse certa vez o teólogo Louis Berkhof (1873/1957). Deus ocasionalmente nos convida a ver as coisas de sua perspectiva, mas, na maioria das vezes, os profetas — incluindo Jesus — suplicam que vejamos o que Deus está tentando nos mostrar.

Ver é crer


Apesar da linha de abertura de Hebreus 11 e de seu apelo comumente interpretado para termos "convicção das coisas que não são vistas" (uma tradução melhor poderia ser "a prova das coisas que não vistas"), os autores bíblicos parecem entender que as crenças devem resistir a desafios por evidências.
Essa é a espinha dorsal, e nada dramática, do que eles chamam de "confiança" (muitas vezes traduzida por "fé", que tem um significado decididamente diferente no inglês moderno).

Lembre-se de que Deus regularmente fornece evidências, quando as pessoas lhE pedem para ser convencidas. 

Quando Abrão perguntou: 
"Como posso saber?",
Deus respondeu com um pacto e as palavras 
"...sabendo disso..." (Gênesis 15:8,13, tradução minha). 
Quando Moisés desafiou a Deus com a certeza de que os hebreus não ouviriam sua voz, Deus respondeu com sinais e maravilhas que convenceram Moisés, depois Arão, depois os anciãos, depois Israel e muitos dos egípcios (Êxodo 4:1-9, 28-31; 9:20).

O mesmo vale para Israel no Egito (14:30,31), os filhos de Israel que conquistariam Canaã (Josué 1-4), o juiz Gideão (Jz 6:11-40), o povo de Israel a respeito do profeta Samuel (1 Sm 3:19-21), o Israel do Segundo Templo na Galileia Romana (Mt 4:23), os judeus na Diáspora (At 17:1-15) e os gentios no Império Romano (At 16).
Ao longo das Escrituras, Deus raramente, ou mesmo nunca, puxa a cortina para revelar toda a circunstância conspirada de alguma realidade presente. Em vez disso, Deus oferece evidências para convencer as pessoas de que Ele e seus profetas são confiáveis e bons.
Só então Ele pede a essas mesmas pessoas que confiem nEle, a fim de que se tornem o tipo de pessoa que Ele usará para abençoar todas as famílias da Terra — quer seja ela plana, triangular, cúbica, quadrada... Em suma, Deus pede uma "fé" focada no futuro, enraizada na prova empírica do que Ele já fez.

Hoje, as melhores discussões sobre como saber algo com precisão geralmente acontecem no campo da ciência ou em outras áreas de aprendizado de alta performance. 

Mas as Escrituras falam muito sobre como fomos designados para conhecer nosso mundo — desde o conhecimento no Jardim do Éden (Gn 2-3) até a compreensão dos mistérios do reino de Deus (Marcos 4:11).

Os autores bíblicos encharcaram seus relatos com métodos e descrições de erros, todos eles preocupados com questões sobre como podemos saber, como a confiança é conquistada e advertências sobre o pensamento ingênuo de que descobrimos o que está acontecendo por trás da cortina. 
Deixar de entender as esferas conceituais da Bíblia, mesmo para os discípulos de Jesus, sempre levou a uma compreensão tênue ou ingênua de nosso próprio mundo hoje.

O que fazer?


Os cristãos têm a oportunidade de reinvestir na vida intelectual da Igreja perguntando, em comunhão com outros crentes: Quem [ou o que] tem nos levado a compreender a natureza da realidade? De que modo sou pecaminosamente tentado em relação a certas explicações? 
E o mais importante: minhas crenças tornaram-se resistentes às evidências ou à argumentação?

Se Deus está disposto a usar evidências, a fim de estabelecer Sua própria credibilidade e argumentar com Seu povo, então devemos ao menos estar dispostos a considerá-las.

As conspirações certas

Os autores da Bíblia não eram ingênuos — eles sabiam que algumas conspirações, evidentemente, revelaram-se verdadeiras. Mas as Escrituras demonstram um interesse notável em orientar sobre como devemos chegar à verdade.
O que Deus fez, quando ouviu falar de uma conspiração em toda a cidade para explorar e agredir estrangeiros? Ele foi e investigou. Quando Deus ouviu um relato de injustiça, a Bíblia descreve que Ele enviou mensageiros (anjos) para determinar se aquilo era verdade (Gn 18:21).

A título de esclarecimento, não precisamos fazer suposições quanto a Deus precisar "ver por Si mesmo" para saber. Antes, os autores bíblicos se sentiam à vontade para retratar Deus investigando o assunto pessoalmente como uma boa maneira de buscar justiça.

Deus esperava o mesmo de Israel. Suas instruções a Israel exigiam que eles confirmassem os relatos de violação da lei. Se há relatos sobre idolatria em alguma aldeia israelita, Deuteronômio exige: 
"Vocês devem inquirir, sondar e investigar a fundo. E se for verdade e se ficar comprovado [...]" (13:14, NIV).
Na verdade, há uma área em particular em que a Bíblia nos instiga a investigar acobertamentos e conspirações: onde quer que haja injustiças contra populações vulneráveis.
Muitas conspirações comuns desse tipo se ocultam pelos cantos sombrios de nossas comunidades, sob a forma de crianças exploradas, homens e mulheres vítimas do tráfico humano, minorias e imigrantes perseguidos e idosos esquecidos. O abuso de poder contra "viúvas, órfãos e estrangeiros" dos dias de hoje não faz distinção por país nem por status socioeconômico.

À medida que investigamos conspirações perniciosas como essas, Deus nos usará para ajudar outros a verem Seu reino. É aí que reside a boa conspiração que devemos espalhar: 
o reino chegou, e ainda está chegando, nas vidas comuns das pessoas negligenciadas em nossas comunidades. 
Mas isso também significa que há outras conspirações — menores — que irão competir e nos desviar do ponto em que Deus está tentando concentrar nossos esforços.

Conclusão


Ver o mundo através das lentes de uma conspiração promove um sentimento de empoderamento que pode ser inebriante. 
Não é difícil entender o poder emocional de acreditar que desmascaramos uma sociedade secreta, que enxergamos o "Deep State" [Estado Profundo] pelo que ele é, controlando nosso governo e tudo mais. 

Por isso, conforme sugerem as pesquisas, posso entender como a maioria dos cidadãos russos não acredita que a América foi à lua. Posso entender até aquela história antiga, que ganhou ares de nova, e fez com que alguns americanos questionassem a forma arredondada da Terra. As ideias têm um verniz de "razoabilidade".
Se estivermos ocupados trabalhando na missão do reino vindouro, não teremos muito tempo nem energia para teorias da conspiração chamativas — e fingir que podemos levantar a cortina da história e discernir os sinais exatos da vinda do rei parece algo leviano, na melhor das hipóteses.
A mãe e o pai de Provérbios 1-9 não ensinam seus filhos a discernirem os sinais conspiratórios dos tempos. Em vez disso, eles suplicam: 
"Ouça, meu filho, inclina o ouvido."
[Fonte: Christianity Today, por Dru Johnson é o diretor do Center for Hebraic Thought e ensina estudos bíblicos e teologia no The King’s College, em Nova York. Seus livros recentes incluem Human Rites: The Power of Rituals, Habits, and Sacraments (Eerdmans) e Scripture’s Knowing (Cascade).]

A Deus toda glória.
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