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domingo, 28 de agosto de 2022

GRAMOFONE — ESPECIAL: "GREASE THE ORIGINAL SOUNDTRACK FROM THE MOTION PICTURE"

Estreado em 1978, "Grease — Nos Tempos da Brilhantina" segue sendo um dos mais importantes musicais lançados até então. Na última semana, o mundo deu adeus à atriz Olivia Newton-John, protagonista do filme.

Ambientado na década de 1950, a trama acompanha o envolvimento amoroso de Danny Zuko (John Travolta), líder de uma gangue de greasers, e da amável Sandy Olsson (Olivia), personagem que serviu de inspiração para o nome da cantora brasileira Sandy Leah (a filha do Xororó, de quem o Júnior Lima é irmão e com quem fez dupla de sucesso).

Indicado ao Oscar de Melhor canção (a maravilhosa e emocionante balada 'Hopelessly Devoted to You', interpretada magistralmente por Olivia), "Grease..." foi o filme de maior arrecadação em 1978 e transformou o jovem Travolta, recém-saído de "Os Embalos de Sábado à Noite", em um dos grandes astros de Hollywood. 

Dirigido por Randal Kleiser ("A Lagoa Azul"), o filme teve como inspiração o musical homônimo da Broadway que havia estreado em fevereiro de 1972 e fez mais de 3,3 mil apresentações. 

Mas, não é sobre o icônico e maravilhoso filme (eu tive o privilégio de assisti-lo em seu lançamento no cinema aqui no Brasil, em 1979 — eu estava com apenas doze aninhos de idade, no apogeu da adolescência — e, já o revi nas extintas e saudosas fitas de VHS, em um também já extinto e tão saudoso quanto aparelho de vídeocassete, também o revi no formato de DVD e também em plataformas de streaming), mas, sim sobre sua também icônica, marcante, deliciosa e atemporal trilha sonora.

Marcando gerações


'You're The One That I Want', dueto entre John Travolta e Olivia Newton-John (cuja performance e aparição é estonteante e uma das muitas cenas emblemáticas e marcantes no longa: Olívia estava explodindo em uma sensualidade tão inocente e jovial no modelito que surpreendeu não só o Danny Zuco, como todos nós, espectadores), chegou a ganhar uma infame e vergonhosa versão em português, que foi gravada justamente por Sandy e Júnior, em 1993. Intitulada 'Tô Ligado em Você' — uma coisa horrorosa e inaudível (pode conferir e comparar, se quiser) —, ela faz parte do álbum de mesmo título.

Outro grande destaque da trilha é a melancólica 'Those Magic Changes', interpretada pelo grupo Sha Na Na. O cantor norte-americano Frankie Valli é o intérprete da faixa-título do musical, 'Grease', e também se tornou um grande hit tanto do cantor, quanto da época.

A trilha de "Grease...", merecidamente é considerada uma das mais vendidas de todos os tempos. Apesar de ter sido lançado em 1978, em plena era da discoteca, era completamente retrô. 

Isso porque se ambientava no final dos anos 1950, quando a juventude americana vivia um sonho de amor e rebeldia embalada pelo rock'n roll. Tudo, claro, regado com músicas milimetricamente compostas para embalar essas aventuras, figurinos caprichados e toda uma ambientação que evocava a nostalgia da época.

A música é, definitivamente, um dos personagens centrais de "Grease..."


A trilha sonora traz vários clássicos da época em releituras feitas, na maioria das vezes, pelo grupo Sha-Na-Na. 

E a música-tema que toca na abertura é de autoria dos Bee Gees, apesar de ser cantada por Frankie Valli, um dos ícones dos anos 50 e 60. Foi feita sob encomenda do produtor Robert Stigwood aos irmãos Gibb.

No musical, Travolta se dá bem cantando 'Greased Lightning' (a coreografia é antológica e se inspira muito no 'Jailhouse Rock', de Elvis Presley [✰1935/✞︎1977]) e outra balada também lindíssima e emocionante 'Sandy' (quando leva um fora da namorada no drive-in).

Olívia sola a bela balada 'Hopelessy Devoted to You', também composta especialmente para o filme por John Farrar. Os dois duetos que Travolta e Olívia protagonizam são antológicos, seja nas coreografias, seja nas canções em si.

'Summer Nights', que virou outro grande hit (daqueles impossíveis de se ouvir, sem bater os pés), é de uma pureza tão singela, que mesmo quem não viu o filme acaba se identificando com ela. 

E o que dizer de 'You’re The One That I Want', na cena em que Sandy se veste como femme fatale para conquistar de vez o coração de Danny e ele, por sua vez, se caracteriza como bom rapaz para convencer a amada. Tudo isso conquistou uma enorme legião de fãs, dentre os quais, está este que vos escreve.

Faixas


A trilha do filme foi lançada em disco duplo, o que era uma tendência na época do auge dos discos de vinil.

Disco 1 – Lado A:

  • 1. 'Grease' – Frankie Valli – 3:24
  • 2. 'Summer Nights' – John Travolta / Olivia Newton-John & Cast – 3:36
  • 3. 'Hopelessly Devoted to You' – Olivia Newton-John – 3:00
  • 4. 'You're The One That I Want' – John Travolta / Olivia Newton-John – 2:47
  • 5. 'Sandy' – John Travolta – 2:30

Disco 1 – Lado B:

Disco 2 – Lado C:

Disco 2 – Lado D:


Assenção de uma estrela







A atriz e cantora Olivia Newton-John, que ficou mundialmente famosa pelo filme "Grease...", morreu na segunda-feira (8/8) aos 73 anos. Ela foi diagnosticada com um câncer de mama em metástase.

Olivia Newton-John fez sucesso no começo da década de 70 quando participou da competição musical "Eurovision", na qual ficou em quaro lugar. O auge da carreia veio no filme "Grease — Nos Tempos da Brilhantina", em que a atriz contracenava com John Travolta.
"Minha querida Olivia, você fez nossas vidas serem muito melhores. O seu impacto foi incrível. Eu te amo tanto"
homenageou o astro, que postou uma foto antiga da amiga, pelo Instagram.

Como cantora, vendeu mais de cem milhões de discos e ganhou vários prêmios com hits como a polêmica e sensual (ou seria, "sexual"?) 'Physical', em 1981, e a já citada acima 'Hopelessly Devoted To You'.

Conclusão


O longa foi um dos últimos musicais que provocaram longas filas nas portas do cinema. 

Não à toa, a trilha sonora do filme foi o segundo disco mais vendido de 1978, só atrás do disco de "Os Embalos de Sábado à Noite"

Atualmente, poucos musicais conseguem causar o mesmo furor de "Grease...". O gênero mudou bastante como, por exemplo, com "La La Land" (2017) e "Mamma Mia" (de 2008, o celebrado musical com a trilha sonora do icônico grupo sueco ABBA). 

Creio que o segredo do sucesso, nesse caso, foram a entrega e a identificação que os dois atores e o elenco tiveram com a história. E quem tiver alguma dúvida, vale rever o filme em DVD ou streaming e, claro, ouvir a trilha (eu a tenho na minha playlist e ouço sempre), que também está disponível nas plataformas de streaming. Claro que vai levar meu seleto carimbo de:
  • Escrevi artigo específico sobre o filme "Grease..."aqui.
[Nação Música, por Katiely Valadão]

Ao Deus Perfeito Criador, toda glória.
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E nem 1% religioso.

sábado, 20 de agosto de 2022

DIRETO AO PONTO — A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE FINANCEIRO NA VIDA CRISTÃ

"Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la?" (Lucas 19:28)
Quem nunca teve problemas financeiros? Quem nunca passou "aperto" por falta de dinheiro? Quem nunca se preocupou em ganhar dinheiro, pagar dívidas, comprar alguma coisa a mais? 

Se você puder responder: "Eu", parabéns? Esses são problemas antigos, pois o ser humano insiste, muitas vezes, em dirigir a sua vida baseando-se em falsos valores e não nos valores de Deus. Há muito tempo a área financeira tem provocado inúmeros problemas:
  • 1. Distanciamento no relacionamento conjugal;
  • 2. Insegurança familiar;
  • 3. Irritação, tensão, saúde afetada;
  • 4. Mau testemunho diante da sociedade, etc.
Isto se agrava mais em nossos dias, marcados pelo consumismo, pelo materialismo, pelo viver na moda, pela procura de status, ou seja: uma vida apoiada sobre falsos valores. 

Que os princípios que vamos analisar neste artigo, mais um capítulo da série especial Direto ao Ponto, nos orientem na manutenção ou recuperação de uma vida financeira equilibrada, tudo, claro, à luz da Bíblia!

O perigo do consumismo


Em relação aos hábitos de consumo (Isaías 55:2), nós podemos ler no livro de Provérbios: 
"Tesouro desejável e azeite há na casa do sábio, mas o homem insensato os desperdiça" (21:20). 
Aqui Salomão relata uma atitude de alguém que poupa, e chama esta pessoa de sábia, e relata também a atitude de alguém que desperdiça seus recursos, e chama esta pessoa de insensata. 

Possivelmente a forma mais comum de desperdiçarmos nossos recursos hoje em dia seja através dos padrões de consumo. Vivemos em uma cultura do consumismo, rodeados por instituições e pessoas que nos estimulam a consumir determinados bens ou serviços que muitas vezes nem sequer precisamos ou consumiremos. 

O próprio marketing, seja via TV, internet, ou qualquer outro veículo, está sempre nos impulsionando na direção de um consumismo sem reflexão quanto aos nossos meios de pagamento. 

Também temos o exemplo do crédito pessoal, seja ele governamental ou bancário, que mesmo em momentos de crise, é relativamente fácil de ser conseguido, resultando frequentemente em endividamento causado pelo consumo. 

Mesmo que algo custe 1 real, se não for consumido, simplesmente perderemos 1 real. Com certeza podemos enumerar várias situações em que consumidos algo somente porque estava barato, porém, no final das contas, nem sequer chegamos a consumir tal bem.

Dinheiro: bênção ou maldição?


Até aqui já podemos chegar a nossa primeira conclusão, de que o dinheiro, quando bem administrado, desde que não tome o lugar de Deus, desde que não tome o lugar da família, desde que não tome o lugar dos amigos ou de qualquer outra coisa em que ele não deve tomar o lugar, pode ser sim considerado uma benção. 

Pois, sendo apenas um instrumento, serve para que objetivos financeiros sejam atingidos. Todos nós temos desejos de consumos ou objetivos financeiros. Quem não gostaria, por exemplo, de chegar a um restaurante, pegar o menú, escolher sua refeição pelo lado esquerdo do menú, e não pelo lado direito, que é o lado dos preços? 

Quem não gostaria da fazer uma viagem com os filhos, o marido ou esposa para, digamos, a Europa? Quem não gostaria de pode pagar a faculdade dos filhos? Ou, melhor ainda, pagar boas escolas para que no futuro não seja necessário gastar com faculdade? 

Quem não gostaria da fazer uma festa de casamento inesquecível? Quem não gostaria de ter um carro mais confortável? Ou, trazendo para o contexto da igreja, todas as vezes em que missionários vierem nos visitar, oferecermos a eles não apenas oração, mas também uma ajuda financeira que é tão necessária? 

Dependendo do país no qual o missionário vive, qualquer quantia pode fazer uma enorme diferença. Além desses, diversos outros exemplos de objetivos financeiros poderiam ser citados. 

Importante notar que são desejos totalmente legítimos e plausíveis na maioria dos casos. No entanto, para que tais objetivos se tornem realidade, é preciso planejamento financeiro, feito através de um orçamento doméstico. 

No versículo com o qual abri este artigo, Jesus está dando uma lição de orçamento doméstico, dizendo que se alguém quiser construir ou comprar algum bem, é necessário primeiro se sentar para calcular as despesas e verificar se determinado negócio cabe no orçamento.

Veja um exemplo de planilha para o registro de despesas e receitas, ou seja, orçamento doméstico:


Após a planilha orçamentária ter sido concluída, é possível que a família se encontre em 3 situações diferentes: 
  • A situação deficitária — na qual a família gasta mais do que ganha, ficando no vermelho, geralmente com dívidas. 
  • A situação neutra (equilibrada) — na qual a família não possui dívidas, mas também não consegue guardar nada do que ganha. 
  • E a situação mais desejável — a superavitária, na qual a família gasta menos do que ganha e é capaz de economizar todos os meses.

Muito mais que uma questão de Fé


O que as finanças têm a ver com a Bíblia ou com a Fé? Como um livro tão antigo pode ser útil em nossas finanças pessoais? A Bíblia sequer fala de assuntos monetários? 
Na verdade, o que os consultores financeiros atualmente ensinam é análogo ao ensino encontrado nas páginas bíblicas. 
Por incrível que pareça, os princípios de educação financeira básica que aprendemos hoje já são abordados pela Bíblia há vários séculos, sendo ela um livro muito mais atual do que muita gente poderia imaginar. 
Da mesma forma que os assessores financeiros tratam de orçamento doméstico, poupança, dívidas, etc, as escrituras também abrangem esses temas.
O assunto finanças pessoais querendo ou não diz respeito à maioria das pessoas, é um assunto importante, e, sobretudo, é um assunto bíblico. 
Aliás, se falássemos na igreja com a mesma frequência com que a Bíblia trata do assunto, falaríamos muito mais vezes sobre o tema.
Abordar finanças pessoais é especialmente desafiador no Brasil, pois o brasileiro médio infelizmente não sabe muito bem como lidar com seu próprio dinheiro. 

Existem informações, nem sempre disponíveis, é verdade, porém, por uma questão cultural, o brasileiro não se interessa tanto pelo tema e acaba não indo atrás destas informações. E, convenhamos, o "economês" usado pelos especialistas, muitas vezes mais nos confunde do que nos orienta.

Trazendo para o contexto da igreja, ainda que você nunca tenha frequentado uma aula de Economia, ainda que nunca tenha lido um livro sobre finanças, ou nunca tenha lido nada a respeito, se você já leu a Bíblia, certamente já deve ter percebido a quantidade de princípios e ensinamentos financeiros para serem seguidos que Deus nos deixou na sua Palavra. 

O livro de Oséias diz: 
"O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento" (4:6). 
Obviamente Oséias estava se referindo a outro assunto, mas podemos perfeitamente trazer para a área das finanças. 

De fato, a Universidade do Kansas nos EUA, realizou um levantamento mostrando que o principal motivo de divórcios, juntamente com a infidelidade conjugal, é por razões relacionadas à administração do dinheiro do casal. 

Portanto, é algo que não pode ser deixado de lado, precisamos levar em consideração, pois infelizmente, tal assunto tem causado separação entre os casais. De que adianta conhecermos o que as Escrituras dizem acerca de determinado tema se não praticarmos?

O bom tesouro da sabedoria


Para ficar mais fácil a compreenção, façamos algumas análises, na forma de tópicos ou princípios.
  • 1. O princípio do não às dívidas (Pv 22:7)
O mercado produz e tenta convencê- lo: 
"Você tem de comprar. Faça em 12 vezes sem juros."
Alguns recebem uma carta dizendo que são clientes preferenciais. E, pior, acreditam mesmo serem preferenciais. 

É ordem do Senhor não devermos cousa alguma a ninguém, exceto o amor (Romanos 13:8). As dívidas desgastam nossas emoções, nosso tempo, nossa família, nossa vida espiritual (conforme 2 Reis 4:1-7). Por isso: evite financiamentos e empréstimos, especialmente para bens de consumo (Pv 18:9).

Hoje, se você financia um bem em 12 vezes, você paga em média 70% a mais do que ele vale. Em outras palavras, está jogando dinheiro fora. Os financiamentos para compra de imóvel e de bens duráveis devem ser analisados criteriosamente e submetidos a Deus, em oração.
  • 2. Evite cartões de crédito
O cristão não pode servir ao Master (Senhor) e ao Mastercard ao mesmo tempo. Brincadeiras a parte, cuidado com os seus cartões de crédito (ou de dívida?). Se você não consegue conviver bem com eles, é melhor não tê-los.
Se você não planejar o uso do seu dinheiro e gastar conforme seus impulsos, terá problemas. Se estiver endividado, sair dessa situação começa com um bom planejamento. 

Em seguida, coloque-se diante do Senhor com o propósito de não contrair mais dívidas e ore por isso. Se necessário, procure ajuda do seu pastor ou de sua liderança na execução do seu planejamento.
  • 4. O princípio do que é necessário
Antes de comprar, faça algumas perguntas a si mesmo:
  • 1. Eu realmente necessito do que estão me oferecendo?
  • 2. O uso justifica a compra?
  • 3. Tenho condições de pagar?
  • 4. Como esse bem me ajuda a cumprir os propósitos de Deus para a minha vida?
  • 5. Se eu não comprar, o propósito Dele estará prejudicado? Não ame e nem valorize as coisas que lhe são oferecidas como necessárias para que você tenha apenas prazer e conforto.
  • 5. O princípio da poupança e do investimento
  • 1. Visando tempos difíceis (Pv 30:25).
  • 2. Para ter o que dar não somente aos seus filhos, mas também aos seus netos (13:22; 19:14). Todavia, não guarde mais do que deve.
  • 3. Deus nos administrará a Sua graça com generosidade, à medida que formos generosos (19:17; 22:9; 28:27; Lc 6:38).
Isso não significa distribuir dinheiro indiscriminadamente, para qualquer um que pede, mas 
"Informa-se o justo da causa dos pobres" (Pv 29:7).

Conclusão


Em momentos de crise, aqueles que tiverem o mínimo de conhecimento sobre finanças e souberem aplicar tudo aquilo que a Bíblia ensina sobre o assunto, sem dúvida saberão lidar com a crise ao menos com maior facilidade que as demais pessoas.

O missionário escocês David Livingstone (✰1813/✞︎1873) afirmou: 
"Não darei valor a qualquer coisa que possua, a não ser à luz do relacionamento com o reino de Deus. Utilizarei tudo o que possuir para promover a glória daquele a quem devo toda a minha esperança no tempo e na eternidade."
  • Aplicações práticas
  1. Faça uma avaliação da sua situação financeira hoje.
  2. Verifique como você está ganhando e gastando os seus recursos.
  3. Elabore um orçamento, mesmo que seja bem simples.

Ao Deus Perfeito Criador, toda glória.
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EU NÃO ME ESQUECI — HÁ TRINTA ANOS, O ASSASSINATO BRUTAL DA BELA, JOVEM E PROMISSORA ATRIZ DANIELLA PEREZ, CHOCAVA O PAÍZ

Há trinta anos, um crime brutal parou o Brasil. A vítima, uma bela e jovem dançarina, teve sua promissora carreira como atriz interrompida a golpes de punhaladas por todo o corpo. 

O assassinato de Daniella Perez foi um crime que chocou o Brasil, tendo, inclusive, repercussão internacional, haja vista que além de ter sido uma morte prematura dada a pouca idade da atriz à época, com apenas 22 anos — se viva estivesse, completaria 52 anos de idade —, que estava no auge de sua carreira, não havia motivo aparente para que seu colega de profissão a executasse de forma fria, violenta e brutal.

Um enredo tão macabro que nem mesmo sua mãe, Glória Perez, autora da novela "De Corpo e Alma", trama na qual ambos, vítima e assassino atuavam à época do crime, jamais poderia ter imaginado para o seu folhetim.
  • Por uma questão pessoal de bom senso, resolvi não postar neste artigo, a foto do corpo de Daniella — foto essa que, numa total manifestação de desrespeito, foi exaustivamente veiculada (eu diria até, explorada) pela impressa à época e que se encontra também disponível na internet, mas sim outras de como ela merece ser relembrada. 
    Também por questão pessoal, resolvi não postar as fotos dos respectivos assassinos. Acredito que essas criaturas já tiveram todas as promoções possíveis para suas vidas que ainda seguem seus cursos.

A VÍTIMA


Daniella Ferrante Perez Gazolla nasceu em 11 de agosto de 1970 no Rio de Janeiro. Por ser amante das artes, acabou se tornando bailarina e atriz, tendo como trabalhos na televisão o papel de Eduarda em "Kananga do Japão" (na extinta TV Manchete, em 1989), Clô em "Barriga de Aluguel" (Globo, 1990), Yara em "O Dono do Mundo" (idem, 1991) e por último, também na Globo, a sua mais marcante e que, fatalmente seria também sua última personagem, a carismática e espevitada Yasmim em "De Corpo e Alma" (1992). 

No mesmo mês e ano, Dany — como era carinhosamente chamada por sua mãe, por seu marido e seus amigos — fez a encenação da Virgem Maria no Roberto Carlos Especial.

Ao participar de "Kananga do Japão", conheceu o ator Raul Gazolla, onde ambos se apaixonaram e em 1990 casaram. 

Daniella faleceu em 28 de dezembro de 1992, aos 22 anos, vítima de assassinato, quando estava no auge de sua carreira.

"Pacto Brutal" 

O documentário


Lançada no último dia 21 de julho de 2022, a série documental "Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez" virou um dos assuntos mais comentados nos últimos dias — tantos por aqueles que, como eu (estava com 25 anos), se lembram como se fosse hoje desse caso, quanto por muitos daqueles que, por ainda não haverem nascido, ou só ouviram falar e mesmo nunca nem mesmo ouviram nada a respeito. 

Uma semana após o lançamento, a produção original da HBO Max que investiga os acontecimentos trágicos envolvendo a filha da escritora Glória Perez virou a série original mais assistida da plataforma no Brasil, além de ter se tornado trending topics no Twitter. 

Lembrando que essa informação leva em conta apenas a categoria programas de TV, já que o conteúdo mais assistido nas últimas semanas na plataforma de streaming é o filme "Homem-Aranha: Sem Volta para Casa".

O Caso Daniella Perez


O documentário mostra a relação de Daniella Perez com seus companheiros de profissão, incluindo seu marido na época dos fatos Raul Gazolla, Fábio Assunção, Maurício Mattar, Cláudia Raia e principalmente seu assassino, Guilherme de Pádua, parceiro de cena da atriz na novela "De Corpo e Alma" (1992-1993), escrita por sua mãe, Glória.

A série documental ainda mostra como Guilherme agiu no crime e como sua ex-esposa Paula Thomaz também participou do assassinato. 

Motivo torpe: ganância


Segundo as informações já divulgadas pela mídia e pela própria produção, o ator teria assassinado Daniella por acreditar que seu papel na novela de 1992 estava diminuindo.

Sinopse de "Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez":
"Nos anos 90, Daniella Perez, uma das estrelas da novela de maior sucesso do Brasil é assassinada por seu companheiro de cena. Sua mãe se transformou em uma investigadora incansável e hoje compartilha os detalhes da sua saga pela justiça."
Vale destacar que a produção é dirigida por Tatiana Issa e Guto Barra e conta com a avaliação atual da IMDb 8,9/10. A série documental é dividida em cinco capítulos: 
  • 'A Noite que Nunca Acabou'
  • 'Os Assassinos'
  • 'Mãe Investigadora'
  • 'De Onde Vieram?'
  • 'Justiça?'.
O lançamento dessa série documental, trouxe novamente à tona toda a sordidez que teve...

...O caso real

O Crime

  • Todas essas informações, constam nos autos do processo do caso.
No dia 28 de dezembro de 1992, Daniella Perez, uma das protagonistas da novela "De Corpo e Alma" — a primeira escrita por sua mãe, Glória Perez, para o horário nobre —, exibida pela Rede Globo, no então horário tradicional das oito horas da noite,  foi brutalmente assassinada por seu colega de trabalho e então par romântico na ficção, Guilherme de Pádua. O rapaz contou com o auxílio de sua esposa, Paula Thomaz, na execução do crime.

Após as gravações da trama, por volta das 21h, os artistas, Daniella e Guilherme, saíram juntos dos estúdios da Taicon — onde eram gravadas as tramas da emissora no Rio de Janeiro —, sendo abordados por fãs que lhes pediram foto. 

Essa foi a última foto de Danny, tirada com fãs;
poucas horas depois, ela seria assassinada
Logo depois, seguiram caminhos diferentes, Guilherme saiu na frente em seu carro, um Santana, acompanhado de sua esposa Paula, e logo atrás vinha Daniella, em um Escort.

No meio do trajeto, repentinamente, Guilherme parou no acostamento da via, esperando avistar o carro de Daniella Perez, haja vista que, supostamente, teria um assunto para tratar com ela.

Após alguns minutos de espera, identificou o carro de Daniella, percebendo que ela estava parando em um posto de gasolina para abastecer. 

Nesse momento, Guilherme a trancou com seu carro, impossibilitando a atriz de sair com seu veículo, razão pela qual ambos desceram de seus automóveis.

Assim, reconhecendo que era seu colega de profissão, Daniella foi ao seu encontro para entender o que estava acontecendo, oportunidade na qual o ator se aproximou e desferiu um soco em seu rosto, que lhe causou um desmaio instantâneo.

Com a vítima desmaiada, Guilherme a deitou no banco de trás de seu carro e sua esposa, Paula, conduziu o veículo em direção a um matagal localizado na rua Cândido Portinari na Barra da Tijuca (RJ), ao passo que Guilherme a seguiu, rumo ao local combinado, dirigindo o carro de Daniella Perez.

Premeditação, violência e frieza


Ao estacionarem os carros, o casal levou Daniella, ainda desmaiada, para dentro do matagal e lá desferiram contra a jovem perfurações no pescoço (quatro), no peito (oito), pulmões (seis), além de perfurações em outros locais não vitais.

Em um primeiro momento, acreditava-se que a arma do crime teria sido uma tesoura, mas a autópsia constatou que o instrumento utilizado seria um objeto semelhante a um punhal.

Caso o casal tivesse usado tesoura na execução do crime ficaria com ferimentos em suas mãos, dada a posição que teriam que segurar, mas nenhum deles apresentou esse tipo de ferimento, razão pela qual a hipótese da arma do crime ter sido uma tesoura foi descartada.

Posteriormente à execução do crime, o casal parou em um posto de gasolina, pedindo que um dos frentistas lavasse bem o carro, com intuito de fazer desaparecer eventuais vestígios do ato criminoso.

Com o automóvel limpo, seguiram para casa. Ao chegarem, Paula decidiu descansar, pois estava grávida de quatro meses. Em contrapartida, Guilherme decidiu fazer uma caminhada por Copacabana, onde se acredita que ele tenha jogado a arma do crime no mar.

Repercussão e espetacularização midiática do crime


Em uma época ainda sem a rapidez da internet — o que, entretanto, não impediu a celeridade na divulgação do caso —, esse foi um dos muitos veículos de imprensa a dar detalhes sobre o crime (inclusive com a insistente divulgação das fotos do corpo da atriz). O velório de Daniella Perez foi absurdamente transformado
em grande espetáculo, com transmissão ao vivo por muitos canais de televisão.
No dia seguinte, ainda acreditando se tratar de um latrocínio, a notícia de que a atriz Daniella Perez havia sido brutalmente assassinada tomava conta de toda a imprensa, e, para despistar qualquer suspeita, Guilherme compareceu ao funeral da atriz e consolou sua mãe, Glória Perez, seu marido, o ator Raul Gazolla e demais amigos presentes.

Ainda nesse dia, o casal confessou à polícia a autoria do crime. Isso porque, na noite anterior, o advogado Hugo da Silveira, ao avistar dois carros parados em um local ermo na Barra da Tijuca, anotou a placa de um dos carros, "OM 1115", e, ligou imediatamente para polícia, relatando a cena suspeita, razão pela qual dois policiais foram averiguar o que poderia estar acontecendo.

Ao chegarem, notaram que havia apenas um dos carros, o Escort de Daniella, abandonado, sem qualquer pessoa por perto. Desta feita, um dos policiais resolveu entrar no matagal, onde acabou tropeçando no corpo da atriz.

Em razão disso, no dia do velório, a polícia compareceu até os estúdios de gravação da novela, no intuito de achar algum carro Santana com a placa indicada. Entretanto, acharam um Santana de placa "LM 1115" de propriedade do ator Guilherme de Pádua, onde, no decorrer das investigações, fora descoberto que o ator alterou a placa do carro com fita isolante, ficando evidente a premeditação do crime.

O motivo do crime nunca fora descoberto ao certo, tendo em vista que primeiramente o ator afirmou que matou Daniella porque ela o assediava, mas essa versão — que inclusive foi também muito ventilada por revistas de fofoca, que inclusive não se cansaram de postar fotos dela com assassino em cenas românticas da novela — foi prontamente desmentida por colegas que acompanhavam a rotina dos dois. 

Surgiu também teses do ciúme doentio que Paula tinha de Daniella com Guilherme, dado as cenas de amor que protagonizavam na novela, bem como de que o casal estava envolvido com magia negra. Tudo especulação.
Todavia, a tese que fora desenvolvida no julgamento foi a de que Guilherme estava irritado com o fato de seu personagem ter sido cortado de dois capítulos da novela e acreditava que Daniella poderia ter influenciado nessa decisão de sua mãe (escritora da novela).

O JULGAMENTO


Guilherme e Paula foram acusados de homicídio qualificado pelo motivo torpe e por terem utilizado recurso que dificultasse a defesa da vítima. 

O procedimento adotado foi do Tribunal do Júri, haja vista que qualquer tese de homicídio culposo fora descartada, dada a premeditação do crime.
  • Em 15 de janeiro de 1997, Guilherme de Pádua foi condenado a dezenove anos de reclusão, dos quais já havia cumprido quatro. Apesar de recorrer da sentença, sua pena foi mantida.
  • O julgamento de Paula Thomaz aconteceu em 16 de maio de 1997, sendo condenada em dezoito anos e seis meses de reclusão pela coautoria no assassinato de Daniella. Apesar de sua pena-base ter sido a mesma de Guilherme, houve redução de seis meses pelo fato da ré constar com menos de 21 anos na data do fato.
Se o crime fosse cometido hoje, por sua hediondez e primariedade dos réus, o regime inicialmente fechado não seria obrigatório, mas quero pensar que seria uma unanimidade entre os juízes, dada a gravidade e as circunstâncias que permearam o crime. 

Portanto, pode-se dizer que a luta de Glória Perez não foi em vão, pois endureceu significativamente o regime aplicável ao homicídio qualificado (apesar de hoje não ser mais obrigatório, nem nos crimes hediondos, que o regime seja inicialmente fechado).

Na minha modesta opinião de leigo dos meandros jurídicos, esse seria exatamente o caso do crime brutal cometido contra Daniella Perez, em que nenhum Juiz em sã consciência (embora tenha um velho ditado gaudério que diz que "de bolsa de mulher, barriga de grávida, cabeça de Juiz e pata de cavalo pode sair qualquer coisa") dispensaria Guilherme e Paula do regime inicialmente fechado.

Vida que segue... a deles, claro!


Ambos já cumpriram suas penas e estão em liberdade. Os dois, após uma troca de acusações ainda durante o julgamento do caso, acabaram se separando. 

Guilherme, hoje, casado já pela terceira vez, mora aqui em Belo Horizonte, onde é um dos pastores na Igreja Batista da Lagoinha. 

Paula se casou em 2001 com o advogado Sérgio Rodrigues Peixoto e mudou o nome para Paula Nogueira Peixoto. Os dois estão juntos até hoje e são pais de dois filhos. Felipe, hoje com 30 anos, o herdeiro dela com Guilherme de Pádua, foi adotado pelo padrasto e não teve contato com o pai ex-ator.

Ela se formou em Direito e atualmente tem a ficha criminal limpa. Reclusa da vida midiática, ao contrário do ex-marido que mantém contas em redes sociais, Paula chegou a recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) para tentar impedir de ser associada ao crime na imprensa e censurar uma reportagem da revista IstoÉ, em 2013.

Conclusão

Mãe-heroína


Em ato de perseverança e heroísmo, além de fazer por conta própria toda a investigação do caso, Glória Perez
 liderou um movimento para incluir o homicídio qualificado no rol dos crimes hediondos (Crédito: Agência O Globo).
Antes do caso Daniella Perez, o homicídio qualificado não era considerado crime hediondo, e, portanto, o tratamento dado ao autor desse delito não seria tão rígido como o previsto na Lei 8.072/90.
Em razão disso, a escritora Glória Perez, mãe de Daniella, liderou um movimento que defendia a inclusão do homicídio qualificado no rol dos crimes hediondos, conseguindo, em 1994, 1,3 milhão de assinaturas para aprovação de um projeto de lei (PL) nesse sentido.

Após todo o trâmite estabelecido pela Constituição Federal, o PL chegou às mãos do então Presidente da República, Itamar Franco (✰1930/✞︎2011), o qual sancionou a Lei 8.930/94, que incluía o homicídio qualificado no rol dos crimes hediondos.

Importante frisar que tal modificação não pode interferir no cumprimento de pena de Guilherme de Pádua e Paula Thomaz, por se tratar, como dizem os juristas, de novatio legis in pejus (Um fenômeno jurídico ligado à lei penal no tempo. A expressão em latim refere-se a uma lei mais nova e mais grave do que a anterior.), não podendo, portanto, retroagir.

Termino esse texto com duas frases da Glória Perez que me marcaram muito ao longo do documentário: 
"Não há vitória possível quando se perde um filho dessa maneira. Nada é vitória mais"
"Eles não param de matar a Dany. Todos os dias",
Como já dito acima, como se não bastasse todo o horror real do caso, falando sobre as versões mirabolantes dos criminosos, a imprensa sensacionalista (que, se valendo de fotos da novela, em que os personagens Yasmin e Bira tinham um affair, por vezes insinuava um relacionamento extraconjugal entre Daniella Perez e Guilherme de Pádua), e até mesmo as (inusitadas e frequentes) invasões e tentativas de invasão cometidas pela população no túmulo de Daniella, cujo corpo teve de ser trocado de local por duas vezes (pois o túmulo, pasmem, volta e meia era aberto, segundo Glória Perez, por curiosos querendo ver o corpo da vítima).

Por fim, cito uma outra frase marcante, dita pela saudosa e veterana atriz Beatriz Segall (✰1926/✞︎2018), que também participou da novela "De Corpo e Alma", no papel da socialite Estela:
"Eu tive o privilégio de ter a idade dela. Ela não terá o de ter a minha."
[Fonte: Canal Ciências Criminais, original por Lana Weruska Silva Castro — Pós-graduanda em Ciências Criminais — livremente adaptado por Leonardo S. Silva]

Ao Deus Perfeito Criador, toda glória.
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E nem 1% religioso.

domingo, 7 de agosto de 2022

DIRETO AO PONTO — O CRISTÃO E O DESAFIO DA NECESSIDADE DO "TRABALHO SECULAR"

"Esforcem-se para ter uma vida tranquila, cuidar dos seus próprios negócios e trabalhar com as próprias mãos, como nós os instruímos; a fim de que andem decentemente aos olhos dos que são de fora e não dependam de ninguém" (1 Tessalonicenses 4:10-12).
Quando Deus criou Adão no jardim do Éden, deu-lhe um trabalho para realizar: cultivar e cuidar do jardim. Isso foi antes do homem pecar e mostra que Deus pretendia que o homem trabalhasse mesmo que o pecado não tivesse entrado no mundo. 

Apocalipse 7:15 mostra que os fiéis no céu "servem" a Deus. O céu não deve ser encarado como uma folga infindável, mas sim como um período em que "trabalhamos" para o Senhor. Esse é o ideal do homem.

O trabalho pós queda


Quando Adão caiu, mudou a natureza de seu trabalho. Deus amaldiçoou o solo, de modo que produzisse espinhos e abrolhos (Gênesis 3:17-19). O trabalho do homem ficou mais difícil e laborioso. Dali em diante, o homem ganha o pão com o suor do seu rosto.

Como em todo aspecto da vida do homem, Deus deu instruções claras sobre o homem e o seu trabalho. No texto desse artigo, mais um capítulo da série especial Direto ao Ponto, vamos examinar essas instruções com cuidado.

Qual a razão de trabalhar?


Muitos fazem distinção entre o chamado "trabalho secular" e o trabalho sagrado (ou exercício ministerial). O que faz um "trabalho secular" ou sagrado é a postura. Em última análise, para o cristão não haverá "trabalho secular", se tudo quanto fizer, fizer para a Glória de Deus (1 Coríntios 10:31). 

Tudo quanto é feito, deve ser feito ao Senhor com dedicação. É claro que o trabalho que glorifica a Deus é aquele trabalho que está dentro dos padrões morais, éticos da Palavra de Deus. Se o trabalho envolver práticas pecaminosas consumadas não estará santificando o Nome de Deus, portanto não será sagrado.

No ambiente evangélico costuma-se em classificar algo como sagrado e outras coisas como seculares. Quando se faz esta classificação, muitas vezes, restringe-se o sagrado aquilo que se refere ao ambiente do templo, ou ao segmento religioso. Quando se fala em secular, fala-se naquilo que não envolve o religioso. Porém, creio que tal visão é simplista e reducionista.

O trabalho sob o contexto bíblico


A Bíblia oferece várias razões por que o homem deve trabalhar. Primeiro, é a ordem de Deus. Paulo deixou isso bem claro em 2 Tessalonicenses 3. É óbvio que alguns dos tessalonicenses não estavam trabalhando. Paulo os repreendeu fortemente e os exortou para que todos trabalhassem. 
"Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: se alguém não quer trabalhar, também não coma. Pois, de fato, estamos informados que, entre vós, há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes, se intrometem na vida alheia. A elas, porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranqüilamente, comam o seu próprio pão" (10-12 — grifos meus). 
Em segundo lugar, o homem deve trabalhar para sustentar a si e aos que dele dependem (conforme o versículo com o qual abri esse texto). Devemos ganhar o próprio pão sem contar com a ajuda das outras pessoas. 
"Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente" (1 Timóteo 5:8). 
Deve ficar claro que o trabalho não é uma opção deixada a nosso critério; Deus nos manda trabalhar. Em terceiro lugar, devemos trabalhar para podermos ajudar as outras pessoas. 
"Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado" (Efésios 4:28).
Há, obviamente, exceções à ordem de trabalhar. Quem é esposa e mãe tem uma tarefa especial a desempenhar no lar (1 Tm 5:14; Tito 2:5) — 
e aqui, por favor, entenda, não estou em absoluto dizendo que a mulher não possa trabalhar ou que deve apenas ser do lar, mas, apenas estou contextualizando.
Entretanto, a que se entender que a Bíblia não sugere que as mulheres devam trabalhar fora além de trabalharem em casa. Isto porque o papel de esposa e mãe geralmente é um trabalho de tempo integral. 

Há aqueles cuja saúde não permite que trabalhem. Há circunstâncias especiais em que alguém pode não estar apto para trabalhar ou em que alguém que trabalha ainda precisa de auxílio. Muitas dessas situações são mencionadas na Bíblia (veja Atos 2:44,45; 4:34,35; 6:1-6; 11:27-30; 2 Co 8:13-15).

De modo geral, porém, devemos trabalhar e nos sustentar. Há quem não ache que isso seja necessário. Às vezes, os jovens que têm idade suficiente para se sustentar preferem ficar sem fazer nada e deixar que o papai e a mamãe cuidem deles. 

Alguns não trabalham simplesmente porque não encontram o emprego que lhes agrade, ou porque ninguém lhes veio oferecer um emprego. O desemprego é um fato de vida, mas o cristão que está se esforçando para agradar a Deus pode fazer da procura de um emprego um trabalho de tempo integral.

No emprego


A prática do trabalho é digna, mas também tem que ser feita com dignidade. Para isso, há princípios bíblicos a serem praticados. Sirva ao seu patrão, se tiver, como se prestasse um serviço a Deus. 

Trate seus empregados, se tiver, com respeito e honestidade, sempre sendo norteado pelo temor a Deus, sem assenhorar-se dos seus empregados como se fosse um deus (Colossenses 3:22-24; Ef 6:5,6). 

Vários textos dão instruções específicas ao servo (em nossa sociedade, o empregado o equivale em muitas situações). 
  • 1. Não devem reclamar nem ser briguentos (veja Lucas 3:14); 
  • 2. Devem ser pacientes ainda que tratados injustamente; 
  • 3. Devem trabalhar esforçadamente, mesmo longe da supervisão do chefe; 
  • 4. Devem trabalhar como se estivessem servindo ao Senhor; 
  • Jamais devem roubar daqueles para quem trabalham, porque a vida deles deve ostentar a doutrina de Cristo.
As Escrituras também fornecem o padrão de conduta para os senhores (na sociedade atual, esses princípios podem ser aplicados aos que supervisionam os que trabalham): Ef 6:9, Cl 4:1

Lembrando sempre que Deus é Senhor e um dia prestaremos contas do que fizermos. Um dos homens que mais buscou sempre o sagrado apesar de trabalhar para uma potência tirânica foi Daniel. 

Ele estudou e se especializou no conhecimento babilônico sem se envolver com as práticas pagãs e pecaminosas da Babilônia. 

Toda a cultura humana possui coisas boas e más, cabe ao cristão, com fez Daniel, não ser cúmplice do mal, porém aquilo que for bom, dedicar-se com excelência. Daniel vivia em circunstâncias adversas, mas se destacou por causa da intimidade com Deus e pelo excelente trabalho que realizou.

O pecado da preguiça (que muitos disfarçam de "viver pela fé")


Devemos ser aplicados em tudo o que fazemos (Eclesiastes 9:10). O livro de Provérbios trata muito do ocioso, o homem que se recusa a trabalhar. O preguiçoso faz tudo o que deseja, menos trabalhar. 
"O preguiçoso morre desejando, porque as suas mãos recusam trabalhar" (PV 21:25). 
Inventa desculpas para evitar o trabalho: 
"Diz o preguiçoso: Um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas" (22:13). 
Está sempre precisando de descanso, de relaxamento e de folga: 
"Um pouco para dormir, um pouco para tosquenejar, um pouco para encruzar os braços em repouso" (6:10). 
O escritor compara uma porta que abre e fecha com o preguiçoso que vira na cama. 

O trabalho necessário para levar a mão do prato à boca para se alimentar o deixa completamente exausto, e ele precisa então descansar de novo (26:13-16).

O preguiçoso recebe a instrução de ser aplicado: Pv 6:6-8; 10:5, 12:27. O padrão apresentado no primeiro versículo citado é a formiga. A formiga trabalha sem ser mandada, e se prepara para os dias de escassez. 

Algumas pessoas pensam somente nas necessidades momentâneas, esquecendo-se de que precisarão comer amanhã também.

Provérbios é claro sobre as consequências da preguiça: a pobreza e a necessidade (6:10,11). Apresenta-se uma descrição completa do campo de um preguiçoso: 
"Passei pelo campo do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento; eis que tudo estava cheio de espinhos, a sua superfície, coberta de urtigas, e o seu muro de pedra, em ruínas. 
Tendo-o visto, considerei; vi e recebi instrução. Um pouco para dormir, um pouco para tosquenejar, um pouco para encruzar os braços em repouso, assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, a tua necessidade, como um homem armado" (24:30-34). 
O ocioso acabará sendo dominado pelo diligente, e ainda assim não terá nada (12:24; 13:4).

Os perigos e os desafios


O trabalho não é resultado de uma maldição divina como muitos pensam. Deus deu atribuições ao homem de governo, administração e trabalho antes do pecado. 

O que aconteceu depois do pecado foi que haveria a partir dele, o cansaço, a fadiga e o peso no exercício do trabalho. Deus colocou que o homem para subsistir economicamente precisa trabalhar. 

Sendo o salário a recompensa pelo esforço. O trabalho é o meio digno de subsistência, desde que não fira os princípios éticos da Palavra de Deus.

Dentre as pessoas que trabalham há aqueles que trabalham diretamente na causa do Evangelho. Dedicam-se integralmente fazendo um trabalho sagrado de forma sagrada. 

É bom que se destaque, que há alguns que exercem um ofício sagrado de forma profana, amando mais o dinheiro do que ao Senhor. Os obreiros do Senhor são dignos dos seus salários, mas o objetivo deles não é o salário, mas a expansão do reino de Deus aqui na terra e para isto se dedicam. 

Há base bíblica e respaldo para o exercício do ministério integral, mas que haja de fato um chamado de Deus para se exercer tal ministério. Alguns são de fato chamados para isto, outros não são, e muitas vezes objetivam tirar lucro e proveito do rebanho do Senhor. Acautelai-vos dos falsos profetas — disse Jesus.

Há certas áreas relacionadas ao trabalho em que se deve tomar um cuidado especial para evitar as armadilhas de Satanás. É importante que a necessidade de trabalhar e de se sustentar não se corrompam tornando-se ganância e cobiça. 

Há pessoas que ficam possuídas pelo trabalho e pelo dinheiro e agem desonestamente para conseguirem mais. Outras fazem do trabalho um deus que lhes domina todo o ser. Deus deve ser a prioridade máxima. 

Jesus descreveu um rico fazendeiro que usou toda a sua energia em seu trabalho; o fim dele foi muito triste (veja Lc 12:15-21). Jesus concluiu a história desta forma: 
"Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus" (12:21). 
Outros textos falam do contentamento e do grande perigo de amar o dinheiro (veja Mateus 6:19-21; 1 Tm 6:6-10).

Conclusão


O cristão deve trabalhar com diligência, mas jamais deve fazer do trabalho um deus. Resumindo, quando trabalharmos façamos sempre como que para Deus, sendo trabalho fora do ambiente religioso ou não. Sendo assim, será sempre sagrado. 

Quando digo, sagrado, refiro-me à consagração, separação e santificação. A nossa vida cristã não pode ter compartimentos profanos, pagãos e outros compartimentos sacros e santificados. 

Tudo tem que ser elevado a nível do sagrado, nada menos do que isto. Desta forma o Nome do Senhor será glorificado em tudo que fizermos, e foi para isto que fomos criados por Deus.

[Fonte: Estudos Bíblicos, por Gary Fisher; Com Cristo, Tudo Novo, por Pr. Eber Jamil]

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