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terça-feira, 31 de março de 2020

FOFOCA: QUANDO A ARMA É A LÍNGUA

"Uma grande floresta pode ser incendiada por uma pequena fagulha. Também a língua é um fogo, um mundo de iniquidade. A língua está entre as partes do nosso corpo e contamina o corpo inteiro; e, inflamada pelo inferno, incendeia todo o curso da nossa vida" (Tiago 3:6).
Uma das coisas mais complicadas em qualquer ajuntamento de gente tem a ver com as palavras que são faladas, são as fofocas de hoje e de todos os dias. Por isso resolvi escrever esse artigo identificando os principais tipos de fofoca e cinco maneiras práticas de acabar com fofocas no relacionamento eclesiástico.

Algumas palavras são mais doces do mel, outras são mais amargas do que o fel. Quando se trata de falar muitas pessoas vão literalmente do céu ao inferno. Alguém disse que a fofoca é a rádio do diabo. Contextualizando, eu diria que a fofoca é a mídia social do inferno.

A igreja e o pecado não abandonado da fofoca


Quando pensamos na igreja como uma comunidade imperfeita certamente que o poder da língua está presente. A língua tanto serve para edificar, como para derrubar. Serve para abençoar, mas também serve para amaldiçoar.

Uma das "categorias" de pecado que costumamos minimizar com mais frequência são os pecados da língua ou da palavra. No entanto, talvez a maneira mais comum de pecar seja precisamente o mau uso da palavra. Com grande facilidade, quase sem pensar, nos envolvemos em fofocas, conversas fiadas, mentiras, exageros, ataques venenosos e observações sem compaixão. 

Com a língua, podemos espalhar o ódio, incitar os outros ao medo e à malícia, espalhar a desinformação, atiçar a tentação, desencorajar, ensinar o erro e arruinar reputações. Não há dúvida de que podemos causar grandes estragos por meio do dom da palavra, com o qual poderíamos fazer tanto bem. Se muitos de nós tivesse tanta habilidade em evangelizar como temos em jogar conversa no lixo, fofocar, talvez não houvesse tanta gente ainda sem ouvir as boas novas do evangelho da paz.

E também podemos causar estragos por omissão, já que, com frequência, ficamos em silêncio quando deveríamos falar; deixamos de corrigir os erros do próximo quando deveríamos abordá-los com a devida discrição e gentileza. Em nossa época, o triunfo do mal é largamente amparado pelo silêncio dos bons; pelo nosso silêncio como povo cristão, inclusive. 

Os profetas devem anunciar a palavra de Deus, mas nós, muitas vezes, encarnamos aquilo que Isaías diz em 56:10: 
"Os vigias de Israel estão cegos; todos eles carecem de conhecimento; todos eles são como cães mudos, que não podem ladrar; eles mentem, sonham e gostam de dormir."
Bem disse Tiago: 
"Todo aquele que não peca no falar é varão perfeito" (Tg 3:2). 
É verdade que nem todo pecado de palavra é grave ou mortal, mas também é verdade que podemos infligir grandes males com a nossa fala: por isso, os pecados da língua podem chegar, sim, a ser graves e mortais. Jesus nos adverte: 
"...os homens terão de dar conta, no dia do juízo, de toda palavra inútil que tiverem proferido..." (Mateus 12:36).
Com tudo isto em mente, vamos nos concentrar hoje num aspecto dos pecados da palavra que comumente chamamos de "fofoca".

Como identificar uma fofoca


Numa definição geral, esse termo pode se aplicar a comentários triviais sobre a vida alheia, mas, quando considerada especificamente como pecado, a fofoca consiste em falar de alguém de modo injusto, seja mediante a mentira, seja mediante a divulgação de assuntos pessoais ou privados que não dizem respeito a ninguém, exceto à própria vítima da fofoca.

Geralmente, a fofoca envolve conversas inapropriadas e sem compaixão sobre pessoas que não estão presentes. Além do mais, a fofoca quase sempre acrescenta erros e variações na informação que é transmitida.

Com base nas diversas formas de injustiça no falar identificadas, podemos mencionar várias modalidades de pecados da língua:

1 – A ofensa ou injúria


Consiste em desonrar uma pessoa, normalmente na presença dela própria e, com frequência, também diante de terceiros. A ofensa ou injúria é cometida de forma aberta, audível e geralmente motivada por impulsos de raiva e por desrespeito pessoal. Ela pode incluir xingamentos, insultos, palavrões e até "pragas rogadas". 

No dia-a-dia, nem sempre nos damos conta de que a injúria é uma forma de ataque à reputação da pessoa ofendida, pois, ao contrário da fofoca, que no geral é feita pelas costas, a injúria ou ofensa é "jogada na cara" da pessoa, que, portanto, teria a chance de se defender. Mesmo assim, a injúria precisa ser mencionada quando citamos os pecados da língua porque ela caminha lado a lado com a desonra, prejudicando a boa fama da vítima. 

A sua essência é muito próxima da essência da fofoca. Injuriar é um pecado que tem a intenção de causar constrangimento ou desonra pessoal. Há maneiras mais adultas e mais cristãs de se resolverem os desentendimentos.

2 – A difamação


Consiste em falar mal do próximo de maneira injusta e pelas costas. É lesar o bom nome de alguém perante terceiros, mas sem que a vítima saiba. Esse tipo covarde de fofoca impede que a pessoa de quem se fala consiga se defender ou esclarecer aquilo que está sendo dito a seu respeito. Podemos mencionar duas modalidades de difamação:
  • a) A calúnia – Consiste em dizer mentiras sobre alguém pelas costas.
  • b) A detração ou maledicência – Consiste em dizer verdades sobre alguém pelas costas, mas verdades que são prejudiciais a esse alguém e que os outros não têm necessidade alguma de conhecer. Trata-se de informações que, por mais que sejam verdadeiras, têm o potencial de arranhar desnecessariamente a reputação ou prejudicar o bom nome da vítima diante dos outros.
Por exemplo, pode ser verdade que Fulano enfrenta certos problemas com a dependência química, mas esta é uma informação que não precisa ser compartilhada com qualquer um. Há momentos, é claro, em que é importante dividir certas verdades com os outros, mas somente se for com pessoas que, por justa causa, precisam conhecer essas informações. 

Além disso, as informações devem ser comprovadamente verdadeiras e não apenas baseadas em boatos. Por fim, só podem ser compartilhadas legitimamente as informações que são estritamente necessárias, evitando-se um relatório excessivo, motivado por curiosidades fúteis e mesquinharias.

3 – A murmuração-sabotagem – Podemos identificar ainda um tipo específico de fofoca que muito se assemelha à difamação, mas que tem matizes particularmente graves. Enquanto o difamador fala pelas costas visando prejudicar a reputação de uma pessoa ausente, o murmurador-sabotador é um mexeriqueiro que, além de falar pelas costas, ainda procura criar problemas concretos para a sua vítima, levando as pessoas a agirem contra ela. 

Talvez ele pretenda prejudicá-la ministerialmente;  talvez o seu objetivo seja incitar reações de ira ou até de violência contra a vítima dos seus fuxicos. O fato é que o mexeriqueiro que pratica a murmuração-sabotagem quer incitar alguma ação contra a pessoa de quem ele está fofocando. Isto vai além do prejuízo da reputação: neste caso, o fuxiqueiro pretende prejudicar, por exemplo, os relacionamentos, as finanças, a situação legal da sua vítima etc.

4 – A ridicularização – Consiste em fazer as pessoas rirem de alguém, de alguma característica física ou comportamental da pessoa, do seu jeito de ser etc. 

Isto pode parecer uma coisa leve, mas, muitas vezes, é um tipo de bochicho que se transforma em gestos de burla ou em palavras humilhantes e ofensivas, que diminuem a pessoa ou a desonram dentro da comunidade. Em não poucos casos, a ridicularização se transforma naquilo que hoje em dia se tornou conhecido por "bullying".

5 – A maldição ou "praga" – É o desejo publicamente expresso de que uma pessoa seja vitimada por algum mal ou sofra algum dano. A "praga" pode ou não ser rogada diante da própria vítima; o fato é que se trata de um tipo de pecado da língua que também provoca a desonra da vítima diante de terceiros. O objetivo de se maldizer alguém, com frequência, é incitar os outros a terem raiva desse alguém.

A seriedade desses pecados


A seriedade desses pecados da palavra ou da língua depende de uma série de fatores, entre os quais o alcance do dano cometido contra a reputação da vítima, as circunstâncias de lugar, tempo e linguagem utilizada e quantas e quais foram as pessoas que ouviram os comentários venenosos.

Se não houver intenção de prejudicar a vítima, a culpa do pecador até pode diminuir, mas não se elimina o fato de que falar mal dos outros é um pecado em si mesmo. Desonrar uma pessoa, especialmente com a intenção consciente de prejudicar a sua reputação e a sua posição diante dos outros, é um pecado que, além do mais, pode facilmente se tornar muito grave.

Um dos tesouros mais preciosos de qualquer pessoa é a sua reputação, já que nela repousa a sua possibilidade de se relacionar com os outros e de se envolver em quase todas as formas de interação humana. É muito sério, portanto, prejudicar a reputação de alguém. Por mais que esse dano possa parecer leve em muitos casos, não podemos descartar que aquilo que consideramos coisa pequena pode causar, na verdade, danos muito maiores do que imaginamos. 

E quando é necessário falar algo sobre alguém?


É verdade que, às vezes, precisamos ter conversas necessárias sobre pessoas que não estão presentes. Talvez estejamos em busca de conselhos para lidar com uma situação delicada; talvez precisemos de algum incentivo para lidar com uma pessoa difícil ou tenhamos que fazer uma legítima verificação de fatos. 

Talvez, especialmente em contextos profissionais, sejamos convidados a fazer alguma avaliação sobre colegas, funcionários ou situações. Em casos como estes, temos que limitar o escopo das nossas conversas ao estritamente necessário, abordando somente as pessoas e fatos que de verdade precisarem ser abordados.

Ao procurar aconselhamento ou incentivo, devemos falar somente com pessoas que sejam de confiança e que possam razoavelmente ser de ajuda. Sempre que possível, devemos omitir detalhes desnecessários, entre os quais o próprio nome da pessoa de quem estamos falando. Discrição é a palavra-chave também nas conversas necessárias sobre o próximo.

Por outro lado, é importante saber que o sigilo extremo pode ser inútil e até prejudicial. Há momentos em que as situações flagrantes precisam ser abordadas de maneira direta e bem clara. Nesse tipo de caso, temos de seguir as normas estabelecidas por Jesus no Evangelho de Mateus, 18: 15-17:
"Se o teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o em particular. Se ele te ouvir, terás ganhado o teu irmão. Mas se ele não te ouvir, leva contigo uma ou duas outras pessoas, de modo que qualquer acusação seja confirmada pelo depoimento de duas ou três testemunhas. Se ainda assim ele se recusar a ouvir, dize-o à Igreja; e se ele se recusar a ouvir também a Igreja, trata-o então como gentio e publicano".
Em outras palavras, a discrição deve abrir espaço também para a transparência em determinadas circunstâncias, como aquelas em que uma comunidade precisa tratar de certas questões de forma pública e clara.

Como regra geral, no entanto, devemos manter sempre um grande cuidado com os pecados da língua ou da palavra. Com muita facilidade, afinal, corremos o risco de arruinar a reputação e a dignidade dos outros por causa das nossas fofocas. A conversa fiada sobre os outros pode causar grandes danos, além de levar ao pecado todas as pessoas que tomam parte nesse tipo de conversa. O Salmo 141:3 eleva a Deus este clamor:
"Guarda a minha boca, ó Senhor; vigia a porta dos meus lábios".

Como "se vacinar" contra o vírus da fofoca?


O que deve um líder fazer para evitar tantos falatórios em sua congregação? Essa é uma tarefa nada fácil – principalmente quando o próprio líder é agente participante da rede de fofocas – mas, contudo, não é impossível. Aqui estão algumas sugestões.

– Faça um esforço consciente de monitorar suas palavras – Ouça o que você está falando. Tome nota do que você fala, para quem você fala e precisamente o que você fala. Tenha certeza de que suas palavras são cristãs para a edificação e não para a destruição.

– Faça um esforço consciente do que você ouve – Tudo aquilo que chega à sua mente faz uma impressão. Não escute sobre os detalhes de alguém que você conhece (ou mesmo das que desconhece). Tente mudar o tema da conversa ou saia da presença dessa pessoa.

– Reaja contra a fofoca – Você não precisa ser mal-educado, mas seja firme e deixe que as pessoas saibam que você não fará parte daquelas conversas. Recorde aos que vão falar alguma coisa se realmente vale a pena falar. Quando a conversa não lhe interessa, saia para fazer outras coisas.

– Assuma que muitas conversas fiadas são falsas – Quando ouvir alguma coisa ruim sobre outra pessoa você logo crê que aquilo é verdade? Que tal fazer o contrário e assumir que toda fofoca é falsa? Isso ajudará a controlar as pessoas? Como disse Millôr Fernandes: 
"Quando todo mundo quer saber é porque ninguém tem nada com isso."
– Deixe que a fofoca termine com você – Se a fofoca depender de você para ir adiante? Você irá terminar com ela e irá repetir para outras pessoas? A fofoca tem que terminar com alguém, que seja com você. Conte durante uma semana quantas fofocas você "matou". Você ficará surpreso.

Conclusão


Fofocas não se dão apenas no âmbito da igreja. Elas acontecem nos círculos pastorais, nas reuniões de liderança, nos pequenos grupos (células), nas reuniões de confraternização, nas visitas pastorais etc. Parece que as fofocas são os passatempos preferidos dos membros das igrejas. Impressionante o tanto de gente que fala dos outros!

Agora, como pastor(a) você deveria ser proativo(a) em relação aos falatórios. Muitas pessoas têm sido machucadas e feridas e quase nada se faz a respeito disso. Os pastores deveriam pregar mais sobre o tema, ensinar nos pequenos grupos, nas EBDs, nos discipulados, promover paz entre os faltosos. Além disso, deve-se repreender os fofoqueiros. Chamar para uma conversa em particular e informar que aquele procedimento não é bem visto e nem apreciado.

Enfim, que as palavras dos nossos lábios seja agradáveis ao Senhor e aos outros. Bora lá começar?

A Deus toda glória. 
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade. 
E nem 1% religioso.

segunda-feira, 30 de março de 2020

PRINCÍPIOS BÍBLICOS: DA TEORIA À PRÁTICA

"Não cesses de falar deste livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, cuidando de fazer segundo tudo quanto nele está escrito. Então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido" (Josué 1:8).
O que significa nos dias de hoje ser alguém que vive os princípios bíblicos? É comum em nossa linguagem evangélica dizer: 
"Eu sigo os princípios bíblicos"
ou 
"princípios cristãos"
Mas qual o real significado de uma vida pautada em princípios bíblicos? A sociedade fala em princípios éticos, as empresas e instituições gostam de deixar bem claro quais são seus princípios, as famílias se orgulham de criarem seus filhos dentro dos princípios morais.

É muito comum em salas de espera de grandes empresas haver quadros nos quais são registrados de forma bem clara os princípios dessas empresas. Aliás, no meu curso de Administração, essa era uma das principais disciplinas. Quantas vezes nós mesmos falamos: 
"Aquela pessoa não tem princípios!"
ou 
"que falta de princípios!" 
Outras vezes durante muitas pregações ouvimos expressões como: 
"A vida do cristão deve ser uma vida de princípios"
ou 
"os nossos princípios são diferentes dos princípios deste mundo".
Mas afinal, o que é um princípio? Viver uma vida pautada em princípios bíblicos é apenas um "jargão" evangélico ou é algo que realmente traz mudanças à nossa vida?

Entendendo o que é princípio


A palavra "princípio" significa a origem, a causa, um rudimento, uma verdade absoluta. Um princípio é algo que não muda, difere-se de uma opinião, de uma boa ideia, não é relativo e não está preso a um contexto histórico, a uma época específica ou a um costume. 

A Bíblia é um livro que contém inúmeros princípios, verdades absolutas que não se prendem ao contexto histórico ou à época em que foram escritas: 
  • São princípios, verdades eternas.
Para identificarmos um princípio bíblico, devemos checar se ele é uma verdade no Velho e no Novo Testamento, se é uma verdade que pode ser aplicada no Brasil, na África, na China ou em qualquer outro lugar do mundo, se poderia ter sido aplicado em uma situação nos séculos passados e se poderá ser aplicado nos próximos séculos.

Um princípio é atemporal


O coração de Deus deseja que esquadrinhemos a sua Palavra e nela encontremos suas verdades eternas, pois os princípios da Palavra de Deus nos trazem a revelação de Quem é o próprio Deus. Quando começamos a pensar a partir de princípios bíblicos e não a partir de opiniões ou "achismos", o nosso estilo de vida muda se torna mais consistente.

O resultado de vivermos dentro dos princípios bíblicos é uma vida equilibrada, as nossas ações começam a ser governadas por Deus, tanto na congregação como vida social, familiar ou na administração dos nossos negócios.

A nossa mente torna-se "cativa" à mente de Deus; caminhamos em direção aos seus pensamentos e começamos a ver tudo que nos cerca numa perspectiva bíblica. 
"Derrubamos raciocínios e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo o pensamento à obediência de Cristo" (2 Coríntios 10:5).

Da teoria à prática


Parece uma afirmação óbvia, mas realmente em nosso dia a dia, na vida da igreja, nos negócios, nos estudos, nos relacionamentos, nas decisões, parece existir uma distância entre os absolutos de Deus e a nossa própria maneira de governar a nossa vida. 

Vivemos um grande momento de expansão do evangelho, em que muitos se achegam a Jesus, à comunhão da Igreja. Como cumpriremos esse desafio de ensinar uma geração a agir e pensar como Deus pensa? Temos um privilégio e um desafio de ensinarmos a uma geração uma maneira de pensar, não de forma teórica, mas prática.

Mas como? Do que você está falando? Falo de como agimos ao fazer uma compra e nos sentirmos lesados em nossos direitos. Qual o princípio bíblico, qual a verdade de Deus a ser revelada em nós ao tratarmos o nosso funcionário? Qual o nosso pensamento e atitude ao ouvirmos uma reportagem sobre a rebelião em um presídio, uma devastação ecológica, um assassinato ou a corrupção no governo? 

A Igreja tem como prioridade preparar pessoas que "pensam como Deus pensa", que apresentem soluções bíblicas para uma sociedade sem respostas. Isso causará impacto na sociedade, cidade e nação.

Torna-se urgente aprofundarmos na perspectiva bíblica sobre as questões sociais, de governo e economia. A Bíblia nos aponta um caminho e não uma alternativa. Ela é a verdade.

Quando identificado e aceito, um princípio bíblico torna-se uma verdade interior que governa nossas ações. 
"Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes e penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração" (Hebreus 4:12).

Andando em círculos


Às vezes temos a sensação de que andamos em círculos. Usamos uma terminologia evangélica, buscamos ao Senhor, mas há uma distância tremenda entre o nosso estilo de vida na igreja e fora do ambiente da igreja. Precisamos entender que o cristão, independente do ambiente em que esteja, continua a ser cristão. 

Deus não nos chamou a uma vida dúbia, pensamentos e atitudes inconstantes. 
"Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-O; se é Baal, segui-O. Porém o povo nada lhe respondeu" (1 Reis 18:21).
A sociedade e as escolas nos ensinam que uma verdade é condicionada ao tempo e às experiências pessoais; contudo, como ensinar os pensamentos de Deus, seus absolutos, seus princípios a um mundo em constantes mudanças, em que tudo é relativo, adaptável, flexível e cada verdade é construída de maneira única? 
"Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cuja mente está firme; porque ele confia em ti" (Isaías 26:3). 
"Pois quem conheceu a mente do Senhor que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo" (1 Coríntios 2:16).

Colocando em prática


Você já parou para pensar que se todos respeitassem uns aos outros – e a si mesmos – a maioria dos problemas do mundo não existiria?

Pensar assim não é ingenuidade, por mais que pareça.

Pense bem: se houvesse respeito pelo próximo, ninguém roubaria, mataria, desobedeceria ao pai e à mãe, trairia o cônjuge, mentiria, seria corrupto ou corruptor ou teria inveja para cobiçar o que não lhe pertence. Se respeitassem a Deus, muitas pessoas não blasfemariam nem se entregariam a outros "deuses", no sentido real ou no figurado. Se respeitassem a si mesmas, não se prejudicariam com coisas desnecessárias e que em nada edificam.

Achou isso familiar? Sim, há milênios essas regras foram divulgadas nos tão conhecidos Dez Mandamentos revelados por Deus a Moisés no alto do monte Sinai. Para quem não sabe, eles são a base da Justiça de vários países do mundo atual.

Se desde a época do Êxodo esses mandamentos fossem obedecidos, o mundo não veria tantas catástrofes – principalmente as sociais – e tragédias que nos espantam no noticiário todos os dias. O próprio Deus já dava a dica: respeito é simplesmente a base de tudo. De tudo mesmo: do amor, da família, do trabalho, dos estudos, da saúde e da sociedade.

Coerente com a obediência


Desde aqueles Mandamentos lavrados em pedra, o que um filho de Deus fala deve combinar com o que ele faz. Muitos dizem que amam alguém em um casamento, por exemplo, enquanto traem aquela pessoa, a humilham, a usam para satisfazer seus próprios interesses ou tentam manipulá-la para que ela mude e seja de acordo com o que desejam dela, não respeitando quem ela é. Quem ama não faz isso e quem se ama não se permite fazer parte de um relacionamento tóxico assim.

De que adianta um adulto ensinar a uma criança a respeitar os mais velhos, mas soltar piadinhas ou reclamar quando um idoso é atendido antes numa fila? Além de o pequeno achar que isso de respeito é só papo furado, ele vai imitar essa atitude. Criança vê, criança faz. E aí nasce mais um indivíduo que não está "nem aí" para os direitos do outro nem quanto ao seu espaço e às suas opiniões – algo, infelizmente, muito comum hoje em dia.

Isso levanta outra questão. Um dos princípios básicos das leis de muitas sociedades é de que o seu direito termina onde começa o do próximo. Isso faz pleno sentido, mas nem sempre funciona na prática. Aquela pessoa que "fura" o sinal vermelho, liga o som a todo volume de madrugada atrapalhando o sono dos vizinhos ou se apodera de um objeto que está "dando sopa" costuma ser a mesma que fica indignada quando fazem essas mesmas coisas com ela. Como pode querer o que ela mesma não dá?

Conclusão

Começa em cada um de nós


O nosso Deus continua o mesmo. Ele estabeleceu para toda e qualquer área de nossa vida um padrão, um caminho que sempre conduzirá à vida, a uma maneira de pensar e agir coerentes com a nossa fé. Parar de andar em círculos significa ter uma direção certa, um lugar aonde se quer chegar, ser estável e saber que todas as nossas atitudes encontram na Palavra de Deus orientação. Embora pareça simples, nem sempre vivemos a prática de "fazer conforme tudo o que nela está escrito"!

Quem se respeita e obedece de verdade a Deus e aos Seus Mandamentos, se preserva. Munida de respeito por si mesma, a pessoa nunca se meteria com o que destrói sua saúde física, mental, social e, sobretudo, espiritual. Ela dá valor a seu descanso e procura adotar hábitos saudáveis que somem muito à sua qualidade de vida.

Nem sempre somos respeitados por quem procuramos respeitar. Cabe aqui, portanto, o mesmo princípio da confiança: não podemos saber se podemos confiar em alguém, mas podemos cuidar para sermos confiáveis, o que também é uma forma de respeito pelos outros.

O Senhor Jesus cita os dois Mandamentos que representam toda a Lei divina: 
"Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo" (Lucas 10:27).
A Deus toda glória. 
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E nem 1% religioso.

O ESCUDO DA FÉ X A CULTURA DO PÂNICO

"...Além disso, usem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar todas as setas inflamadas do Maligno..." (Efésios 6:16). 
A pandemia de coronavírus está confundindo e assustando centenas de milhões de pessoas. Isso não é uma surpresa. Muitas pessoas ao redor do mundo estão doentes, muitas outras morreram e há perspectivas de que outras tantas ainda venha a morrer. A menos que a situação mude drasticamente, muitas mais adoecerão e morrerão em todo o mundo. 

Esta crise levanta sérias questões médicas, políticas, éticas e logísticas. Mas levanta questões adicionais para as pessoas de fé. Por isso, no texto deste artigo, gostaria de oferecer alguns conselhos da tradição cristã, do uso consciente da espiritualidade e da minha própria experiência. Antes, porém, vamos conhecer um pouco sobre a Cultura do Pânico, que tem sido disseminada nesses dias tão difíceis. 

A cultura do pânico 


A Cultura do Pânico tem se alastrado por toda sociedade como um mecanismo ampliador do poder punitivo estatal e divino. Uma sociedade amedrontada, acuada pela insegurança, é o palco certo para o desenvolvimento de um sentimento de incerteza, que, se não for dominado, pode colocar em xeque até mesmo nossa fé e confiança em Quem tem o poder e o domínio sobre todas as coisas: DEUS! 

Como se caracteriza a Cultura do Pânico 


Como Cultura do Pânico, implantada por um discurso de medo pode-se definir o conceito operacional como sendo os discursos históricos, políticos, midiáticos, culturais e sociais que radicalizam o medo e o colocam como protagonista dos fenômenos sociais. 

Nascemos e crescemos familiarizados com o medo. Somos educados pelo medo, para o medo e com medo. Desde pequenos, somos incutidos pelo medo do escuro, das pessoas desconhecidas, do homem do saco, do bicho papão, das bruxas, dos fantasmas, do diabo – e, até mesmo de Deus –, assim por diante; quando adultos, surge o medo da morte, do terrorismo, do pecado, da inflação, medo de tudo. A cultura do medo é a melhor forma de manipular as pessoas e muito utilizada, até mesmo no contexto eclesiástico, para controle das massas, pois uma pessoa com medo torna-se obediente e incapaz de impor sua vontade.  

A quem interessa alimentar o pânico coletivo? 


De fato, nem sempre o temor se funda em fatos concretos, mas sim em uma percepção subjetiva de uma possível ameaça, que se vê fomentada, muitas vezes, por campanhas orquestradas pelos meios de comunicação – a mídia. E, ainda que outorgue a si o papel de mera transmissora da realidade social, a mídia não se limita a proporcionar uma imagem falsa da realidade: ela a produz. 

Insegura e individualizada, a sociedade clama por respostas rápidas. O medo cresce com estímulo gigantesco pela imprensa, que por sua vez, é "expert" em causar pânico. Trata-se de um sensacionalismo sem fronteiras. A mídia não só retrata, ela também constrói a realidade social. Produz (ou reproduz, muitas vezes sem retoques) imagens de insegurança. 

O discurso midiático é atemorizador, pois não só apresenta como espetaculariza e dramatiza as situações, muitas vezes, de forma irresponsável, omitindo fatos ou os manipulando em busca de seus interesses pessoais. Não existindo imagem neutra, pois tudo o que ela apresenta tem que chocar, causar impacto, vibração, emoção. Toda informação tem seu aspecto emocional: nisso é que reside, por exemplo, a dramatização da violência. 

Assim, é possível notar que a divulgação de notícias exageradas na mídia desperta nas pessoas um já acentuado sentimento de impossibilidade frente às situações adversas. O medo vivido coletivamente, atrelado à angústia constante de que "algo pode acontecer", resulta na necessidade de uma resposta imediata: a instalação de um estado emergencial. 

A verdade é que a coletividade prefere os discursos sensacionalistas. Os políticos exploram um tipo de histeria coletiva, quando o tema é a insegurança. Temos aqui uma ditadura universal do medo, em que somos treinados para ter medo de tudo e de todos. 

A importância do Escudo da Fé 


O escudo da fé é parte da armadura de Deus, descrita em Efésios 6:10-20, que todo cristão verdadeiro deve vestir. O significado do escudo da fé fala acerca da confiança inabalável do crente em Deus e em Sua Palavra. O escudo da fé protege os redimidos contra as mentiras e o engano de satanás. 

Foi o apóstolo Paulo quem escreveu sobre o escudo da fé em sua carta aos crentes da cidade de Éfeso. Ele destaca o papel fundamental desse escudo na vida cristã. O apóstolo diz que os seguidores de Cristo devem estar sempre empunhando o escudo da fé com o qual poderão apagar todas as setas inflamadas do maligno (Ef 6:16). 

Por que "escudo da fé"? 


Quando Paulo falou sobre o escudo da fé, muito provavelmente ele tinha em mente um escudo de grande porte que integrava as armas de guerra de um soldado romano de sua época. Havia dois tipos de escudos: um menor com formato arredondado e outro maior com formato oval e retangular. 

A palavra grega que o apóstolo emprega indica que ele faz referência ao escudo maior. Tratava-se de um escudo com medidas aproximadas de 75 centímetros de largura e mais de 1,20 metros de altura. Esse tamanho era suficiente para proteger todo o corpo do soldado. Além disso, as tropas se posicionavam estrategicamente no campo de batalha permitindo que os soldados pudessem juntar seus escudos e formar um tipo de muro ou casco de proteção. 

O principal objetivo disso era prover proteção contra os dardos inflamados que eram amplamente utilizados naquele tempo. Uma das armas mais letais da época era justamente as flechas incendiárias. Soldados inimigos mergulhavam suas flechas geralmente em uma mistura de piche altamente inflamável e ateavam fogo nelas antes de lançá-las. 

Então esses grandes escudos tinham um papel muito importante nesse aspecto. Eles eram feitos de madeira dura e eram cobertos de couro de animal. Alguns escudos contavam ainda com um revestimento de metal que ficava entre a madeira e o couro. 

Quando corretamente utilizados, esses escudos eram eficazes em evitar que qualquer dano fosse causado ao seu portador diante das flechas inimigas. Inclusive, as flechas em chamas cravavam na superfície resistente do escudo e facilmente o fogo era extinto. 

Resista ao pânico 


Isso não significa que não haja nenhum motivo para se preocupar ou que devamos ignorar os bons conselhos dos profissionais médicos e dos especialistas em saúde pública. 

Mas pânico e medo não vêm de Deus. É como se fosse um dos muitos "dardos inflamados do maligno", com o intuito de nos paralisar e de nos fazer esquecer quem somos em Deus e o que nEle podemos. Calma e esperança, sim. E é possível responder a uma crise com seriedade e deliberação, mantendo um senso interior de calma e de esperança. 

Inácio Loyola, o fundador dos jesuítas, costumava falar sobre duas forças em nossas vidas interiores: uma que nos afasta de Deus, que ele rotulou de mau espírito e que 
"causa uma ansiedade atormentadora, entristece e cria obstáculos. Desse modo, perturba as pessoas com falsas razões destinadas a impedir seu progresso". 
Soa familiar? Não dê crédito a mentiras ou rumores, nem ceda ao pânico. Confie no que os especialistas médicos lhe dizem, não naqueles que temem mais. 

O pânico, ao confundir e assustar você, afasta-o da ajuda que Deus quer lhe dar. Ele não vem de Deus. O que vem de Deus? O Espírito de Deus em nós desperta coragem e força, consolação, inspiração e tranquilidade. Portanto, confie na calma e na esperança que você sente. Essa é a voz a ser ouvida. 

Não demonize 


Outro dia, um amigo que reside em Seatle, nos EUA, me disse que, quando um chinês idoso entrou em um vagão do metrô na cidade de Nova York, o vagão esvaziou, enquanto as pessoas começaram a gritar contra ele, culpando o seu país por espalhar o vírus. 

Resista à tentação de demonizar ou de criar um bode expiatório, que aumenta em tempos de estresse e de escassez. A Covid-19 não é uma doença chinesa; não é uma doença "estrangeira". Não é "culpa" de ninguém. 

Da mesma forma, as pessoas que são infectadas não têm culpa. Lembre-se de que Jesus foi perguntado sobre um homem cego: 
"Quem pecou, para que este homem nascesse cego?". 
A resposta de Jesus: 
"Ninguém" (João 9:1-4)!
A doença não é necessariamente uma punição. Então não demonize e não odeie. Muitas coisas foram canceladas por causa do coronavírus. O amor não é uma delas. 

Cuide dos doentes 


Esta pandemia pode ser um longo fardo; alguns dos nossos amigos e familiares podem ficar doentes e talvez morrer. Faça o que puder para ajudar os outros, especialmente os idosos, os deficientes, os pobres e os isolados. Tome as precauções necessárias; não seja imprudente e não se arrisque a espalhar a doença, mas também não esqueça o dever cristão fundamental de ajudar aos outros. 

Quem nos ensina sobre o amor ao próximo é o Mestre Jesus e lembre-se de que Jesus viveu durante um tempo em que as pessoas não tinham acesso nem aos cuidados médicos mais rudimentares; portanto, visitar os doentes era tão perigoso, senão até mais, do que hoje. Parte da tradição cristã é cuidar dos doentes, mesmo com algum custo pessoal. Por isso, Ele disse: 
"...Estive enfermo, e vos me cuidastes..." (Mateus 25:36b). 
E não feche seu coração aos pobres e àqueles que não têm nenhum serviço de saúde, ou o têm de modo limitado. Os refugiados, os sem-teto e os migrantes, por exemplo, sofrerão ainda mais do que a população em geral. Mantenha seu coração aberto para todos os necessitados. Não deixe sua consciência ser infectada também. 

Ore, ore, ore...! 


Muitas igrejas cristãs, tanto protestantes quanto católicas, em todo o mundo estão fechando; cultos, missas e outros serviços ministeriais e paroquiais estão sendo suspensos cancelado por muitos líderes. Essas são medidas prudentes e necessárias, voltadas a manter as pessoas saudáveis. 

E seja criativo. Você pode meditar na Palavra por conta própria, em sua própria casa, consultar um comentário bíblico sobre as leituras, reunir sua família para conversar sobre o Evangelho, para o a realização de um culto doméstico ou se conectar com os amigos através das redes sociais e compartilhar suas experiências de como Deus está presente em você, mesmo em meio a uma crise. 

Os cristãos perseguidos na Igreja primitiva, sem os benefícios da tecnologia, oravam e compartilhavam sua fé nas catacumbas, e nós podemos fazer o mesmo.  Lembre-se de que Jesus disse: 
"...Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles..." (Mt 18:20). 
É um tempo oportuno para entender que Deus não está apenas nos limites dos quadriláteros edificados por mãos humanas e denominados templos. Lembre-se também de que a Igreja não é um edifício, uma instituição. É um organismo vivo. 

Confie que Deus está com você 


Muitas pessoas, especialmente as doentes, podem sentir uma sensação de isolamento que agrava seu medo. E muitos de nós, mesmo não estando infectados, conhecerão pessoas que estão doentes e até podem morrer. Então a maioria perguntará naturalmente: por que isso está acontecendo? 

Não existe uma resposta satisfatória para essa pergunta, que, em sua essência, é a questão de por que o sofrimento existe, algo que santos e teólogos ponderaram ao longo dos séculos. No fim das contas, é o maior dos mistérios. E a pergunta é: você pode acreditar em um Deus que você não entende? 

Ao mesmo tempo, sabemos que Jesus entende o nosso sofrimento e nos acompanha do modo mais íntimo. Lembre-se de que, durante seu ministério público, Jesus passou muito tempo com os doentes. E, antes da medicina moderna, quase qualquer infecção poderia matá-lO. Assim, a expectativa de vida era curta: apenas 30 ou 40 anos. Em outras palavras, Jesus conhecia o mundo da doença. 

Jesus, então, entende todos os medos e preocupações que você tem. Jesus entende você, não apenas porque Ele é divino e entende todas as coisas, mas porque Ele, enquanto humano, experimentou todas as coisas. Vá ao encontro d'Ele em oração. E confie que Ele ouve você e está com você. 

Conclusão 

"Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé" (1 Jo 5:4). 
Enfim, a cultura do medo é um conjunto de valores cultivados pela classe dominante e aceitos pelos demais grupos sociais. Advém do sentimento coletivo de insegurança que acomete a população, devido à dramatização da violência, principalmente, pelos meios de comunicação de massa. Isto é o que legitima o abalo das garantias e direitos constitucionais em prol de uma suposta segurança. Sabe como podemos vencer isso: empunhando o escudo da fé.
 
[Fonte: Estilo Adoração] 

A Deus toda glória. 
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E nem 1% religioso.

sábado, 28 de março de 2020

CANÇÕES ETERNAS CANÇÕES – ESPECIAL: "O REI ESTÁ VOLTANDO"


Não é novidade a ninguém que a música cristã passou por uma verdadeira revolução nas últimas décadas. A década de 70 apresenta as bases para a grande transformação que a música cristã brasileira iria sofrer nas décadas de 80 e 90. Antes de conhecermos a história dessa bela e clássica canção do hinário evangélico, é preciso fazer uma breve análise da história da música cristã no Brasil.

A evolução da música gospel


Embora antes de 1980 já existisse um mercado de música religiosa de ritmos populares no Brasil, o termo gospel ainda não era utilizado para descrevê-lo. Esse termo foi popularizado no Brasil através do casal Estevam e Sônia Hernandes, líderes da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, fundada em 1986, em São Paulo (SP).

Do mesmo modo, os trabalhos até a década de 1980 e parte dos anos 1990 não enfocavam o aspecto da diversidade dessa produção, mas, sobretudo em relação à música evangélica, os hinários e "corinhos" comuns nas igrejas protestantes desde os seus primórdios no país, além das canções de ritmos populares eram comumente utilizadas pelas comunidades paraeclesiásticas em suas atividades de evangelização nos anos 1960 e 1970.

A partir dos anos 2000, os trabalhos começaram a utilizar de forma frequente a expressão música gospel. No entanto, não existe uma definição pacífica do termo, até mesmo por ele ser articulado por diversos agentes em diferentes espaços sociais (mercado, instâncias religiosas, mídia, academia, etc.). 

Devido a amplitude do termo em relação às suas vertentes, ainda encontramos alguns problemas existentes na tentativa de se estabilizar o conceito em definições precisas e que não levem em conta os diferentes contextos de produção, circulação e consumo da música.

A prática X a diversidade dos conceitos


É domingo e você sai de casa rumo à igreja. Durante o culto, o pastor convoca todos a cantarem alguns hinos da Harpa Cristã. A cena comum a muitos evangélicos remete à importante história da igreja brasileira.

Adotada como hinário oficial por muitas denominações, principalmente pelas Assembleias de Deus, a Harpa Cristã teve sua primeira versão lançada, em 1922, em Recife (PE). De lá para cá, o conjunto de hinos, elaborado inicialmente pelo missionário Samuel Nyström (✩1891/✞1960), passou por várias mudanças até o seu modelo atual com 640 louvores.

"O Rei Está Voltando"


'O mercado está vazio, seu trabalho já parou
O martelo dos obreiros, seu barulho já cessou
Os ceifeiros lá no campo, terminaram seu labor
Toda Terra está em suspense, é a volta do Senhor 
O Rei está voltando, o Rei está voltando
A trombeta está soando, o meu nome a chamar
Sim o Rei está voltando, o Rei está voltando
Aleluias, Ele vem me buscar 
Os vagões de trens vazios, passam ruas e quarteirões
Aviões sem seus pilotos, voam para destruição
A cidade está deserta, sua agitação parou
Sai a última notícia, é a volta do Senhor 
O Rei está voltando, o Rei está voltando... 
Vejo a multidão subindo, ouço o coro angelical
Todo o céu está se abrindo, em um bem vindo sem igual
Como o som, de muitas águas, nós ouvimos ecoar
Aleluias ao cordeiro, nós chegamos para o lar 
O Rei está voltando, o Rei está voltando
A trombeta está soando, o meu nome a chamar
Aleluias, Ele vem me buscar'
Essa é a letra de um hino há tempos muito cantado pelos cristãos e, com os acontecimentos atuais no mundo, devido à pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, "O Rei Está Voltando" voltou a ser trilha sonora em muitas comunidades cristãs. 

De conteúdo escatológico, a composição é sobre a esperança que sempre ressurge quando os acontecimentos do dia-a-dia vão assumindo o ar de realidade da Palavra Profética de Deus, a confirmação das profecias com as notícias do jornal do dia, que apontam para a iminente, certa, porém ainda não sabida para quando, segunda vinda de Jesus para o resgate, ou arrebatamento, de sua Igreja, crença comum à maioria cristã mesmo em sua mais variada distinção dogmática e denominacional.

Os sinais, para quem estuda a escatologia, são muito claros, embora não se deva ler a Palavra de Deus com o jornal na mão, é o que orienta muita gente séria, sensata e equilibrada, justamente para se evitar que se propaguem ainda mais especulações que alimentem a já quase incontrolável disseminação das seitas e suas absurdas heresias.

Como nasceu o hino


Uma das mais belas canções sobre o arrebatamento, "The King is Coming (O Rei Está Voltando)" foi escrita pelo casal Bill e Gloria Gaither , do clássico coral gospel Gaither Vocal Band, natural de Battle Creek, Michigan (EUA). 

Escrita no final dos anos 70 por Bill e Gloria, a história é contada em detalhes no livro "Something Beautiful" (sem tradução para o português). A autora relata que a ideia surgiu durante um jantar com o marido e os amigos, Chuck Millhuff e Jim Bohi. 

Os dois evangelistas compartilharam sobre um sermão que ouviram de Jim Crabtree (✩1871/✞1908) acerca da volta de Cristo e de como ele gritava 
"O Rei está voltando! O Rei está voltando!".
Depois que os amigos foram embora, Gloria e Bill continuaram a conversar. Eles queriam uma música com um 
"cenário musical que seria algo simples e grandioso como uma procissão de coroação". 
Ao piano, Bill começou a compor a melodia enquanto Gloria escreveu a letra. 

No livro, ela conta que após escrever, sentiu-se gasta e tremendo de excitação. Ao levar as palavras para o marido, ele imediatamente tocou e as cantou 
"ajustando-as como uma luva para a música que ele estava ouvindo".
Além de incorporar a Harpa Cristã na versão mais atualizada, "O Rei Está Voltando" foi gravada por vários artistas como Ozéias de Paula, Luiz de Carvalho (✩1925/✞2015) e Mara Lima, dentre outros. Em 2001, o grupo Banda & Voz lançou uma versão da música no CD "Banda & Voz e Amigos – Corinhos Insquecíveis 2", com participação de Marina de Oliveira, sendo essa, inclusive, a minha versão preferida.

Conclusão


Talvez por medo, ansiedade ou orgulho, muitos cristãos querem muito ouvir sobre a vinda de Jesus, dizem que os sermões escatológicos fazem falta hoje por causarem medo da condenação ao inferno nas pessoas e, por esta razão, estes sermões "fazem com que" elas ajam de forma mais "piedosa" por medo do juízo divino. 

Mas isso não é verdade! A mensagem mais importante das Escrituras é a mensagem do Evangelho e o Dia da Segunda Vinda não será nada mais que a consumação da salvação da condenação ao castigo eterno daqueles que Deus elegeu antes da fundação do mundo para que fossem parte do Seu povo (cf. Efésios 1:4-7; 1 Pedro 2:9,10) – e, por favor, não confunda ou distorça minhas palavras, NÃO ESTOU falando ou sugerindo absolutamente nada sobre a doutrina da predestinação

Estes são todos os que O recebem, e se preparam para este Dia (Mateus 25), sendo este preparo realizado por Ele mesmo em nós. Sua Volta será também para a condenação daqueles que não O receberam (cf. João 3:13-21). Nós, que somos também aqueles que O receberam (17:20, 21), não devemos temer o Dia da Segunda Vinda, mas como disse o apóstolo Pedro, esperá-lo ansiosamente e "apressar" a sua chegada, através de um procedimento santificado a cada dia pelo próprio Deus habitando em nós através de Seu Espírito Santo e nos fazendo perseverar na fé (cf. Judas 24, 25a). 

Que Deus nos preserve assim, em comunhão com Ele, e que possamos, com alegria dizer, como Noiva, junto com o Espírito: Vem! Amém! Vem, Senhor Jesus! A graça do Senhor Jesus seja com todos (Apocalipse 22:17,20,21).

Ao hino eu deixo o meu seleto carimbo de
[Fonte: Pleno.News]

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sexta-feira, 27 de março de 2020

NOCAUTEANDO OS PONTOS FRACOS PARA DEIXAR OS FORTES DE PÉ

"Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo Jesus. 
Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus. 
Todos nós que alcançamos a maturidade devemos ver as coisas dessa forma, e, se em algum aspecto, vocês pensam de modo diferente, isso também Deus esclarecerá. Tão somente vivamos de acordo com o que já alcançamos" (Filipenses 3:12-16).
Pontos fortes e fracos. Todos nós os temos, mas a maioria de nós temos a tendência em evidenciar os pontos fortes, ignorando e até mesmo omitindo os fracos. Só que, é um tiro que sai pela culatra, pois quanto mais os ignoramos e/ou os omitimos, por fim, eles acabam ficando mais forte. O que fazer?

De frente para o espelho


Muitos de nós nos sentimos desconfortáveis quando escutamos falar de pontos fortes e fracos, mas não deveríamos. Esse tipo de assunto deveria nos levar à reflexão, à autoanálise e nos ajudar a conhecer bem a nós mesmos. 

Não é apenas em uma entrevista de emprego, por exemplo, que nossa resposta em relação a eles deve estar na ponta da língua. Na vida com Deus também e principalmente em relação à Salvação – afinal, estamos diante de uma guerra espiritual constante e não em um passeio agradável no País das Maravilhas ou no Mundo do Faz de Conta da Emília do Sítio do Picapau Amarelo.

O apóstolo Paulo enfrentou esse conflito interno e o expôs – para o "nosso desespero" – em sua epístola aos Romanos – 7:14-25: 
"Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. 
De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.  
Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; 
Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. 
Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado."
Fala sério, quem de nós não se viu com um verdadeiro nó na cabeça ao nos deparar com este relato do apóstolo?

O fato é que vivemos em uma luta contra a nossa própria vontade e é (literalmente) uma guerra para que a vontade de Deus seja feita a todo momento em nossa vida – o tempo todo nossa vontade quer tomar as rédeas. E, nessa batalha, todos nós temos nossos pontos fortes e nossos pontos fracos. 

Nessa batalha espiritual o diabo – que é nosso adversário e, oportunista, não perde nenhuma chance que lhe oferecemos – está nos rodeando, como a Bíblia descreve em 1 Pedro 5:8: 
"Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar."
Em relação a isso, se faz necessário que reflitamos: será que conhece nossas fraquezas? Será que as conhecemos tão bem como o diabo conhece?

Tendão de Aquiles


Ninguém está imune às fraquezas, tampouco os personagens lendários. Aquiles, por exemplo, era um herói grego considerado invencível, mas ele foi ferido justamente no ponto em que era vulnerável: seu calcanhar. Por causa disso, originou-se a expressão "calcanhar de Aquiles".

Todas nós temos um "tendão" que nos torna vulneráveis, nos constrange em nossas competências e nos torna frágeis no sentido espiritual. Um deles são as emoções, como a hipersensibilidade, a timidez ou o ato de ficar remoendo situações do passado que nunca são superadas. 

Já para outros reconhecer um erro, uma postura imatura ou pedir desculpas é de trincar o próprio orgulho. Ou seja, o orgulho é o tendão de Aquiles deles. As dúvidas, a malícia, os maus olhos e também o medo de errar ou de ficar sozinho também têm rebaixado espiritualmente muitos de nós.

Enfim, pelo menos um ponto fraco você tem – o que não lhe diminui nem lhe faz pior do que ninguém –, mas isso não significa que você não deva fazer nada a respeito. Ao contrário, é necessário mudar.

Conclusão


Um lutador estuda criteriosamente seu adversário para conhecer seu ponto fraco por vários dias ou até semanas antes de uma luta de boxe. É no ponto fraco que ele vai trabalhar e o diabo é igualzinho. Ele tem nos assistido e sabe o que nos ofende.

No entanto, assim como o adversário, o próprio treinador tem nos assistido. O Senhor Jesus é o nosso treinador e, por meio da Palavra dEle, Ele nos dá todas as diretrizes para vencer nossas fraquezas. Agora, é imprescindível que estejamos vigilantes, 

Ou seja, nosso ponto fraco de hoje não precisa permanecer conosco para sempre e não precisamos nos considerar fracos porque temos um (ou até mais de um) ponto fraco. Se quiser mudar, aprenda a fazer da fraqueza uma força. 

Durante a vida inteira estaremos fortalecendo pontos fracos. Um dia se fortalece um ponto, mas, depois, surge outro. É uma batalha constante. Por isso, é preciso se analisar e guardar seu bem maior: seu coração limpo, sua consciência tranquila e sua Salvação. Que tal começar a se observar hoje mesmo? Não se faça de coitadinho, encare o espelho.
"E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar. Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim. 
E disse-me: 'A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza'. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. 
Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte" (2 Coríntios 12:7-10, grifos meus).
A Deus toda glória. 
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