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sábado, 28 de fevereiro de 2015

BEM MAIS QUE CINQUENTA TONS

Parece que o sucesso do filme Cinquenta Tons de Cinza, adaptação de bestseller homônimo da escritora inglesa E. L. James - o longa, baseado no primeiro livro da trilogia erótica da britânica E.L. James, já foi visto por 4,1 milhões de espectadores no Brasil desde sua estreia, em 12 de fevereiro, e se tornou o filme mais assistido no país em 2015. A produção assinada pela diretora Sam-Taylor Johnson arrecadou, até agora, 56,8 milhões de reais por aqui. No mundo, o longa já soma 409,6 milhões de dólares (cerca de 1,1 bilhão de reais); o sucesso do romance entre o magnata Christian Grey (vivido por Jamie Dornan) e a mocinha Anastasia Steele (Dakota Johnson), que fez vender mais de 100 milhões de livros no mundo, também impulsionou a trilha sonora do filme, que se tornou a mais vendida desde 2009 - chegou no círculo cristão em tons, digamos, menos cinza.

Veja só essa. Um casal de empresários evangélicos está apostando na fabricação de produtos eróticos para o público cristão de forma ousada: a ideia é oferecer um “vibrador líquido” e um gel que simularia a virgindade. Lídia e João Ribeiro são membros da Congregação Cristã no Brasil e pretendem lançar a linha de produtos eróticos gospel – chamada “In Heaven” (“no céu”, em tradução livre para o português) – na próxima edição da Erótika Fair, a principal feira do mercado, realizada em São Paulo. 

Segundo o casal, seus produtos são o “novo segredo de um casamento feliz” e podem ajudar marido e mulher em suas aventuras sexuais. “O nosso stand [da feira] será dividido entre céu e inferno”, brinca Ribeiro. Sua empresa vai dividir um espaço com um revendedor de produtos sadomasoquistas inspirados no livro “Cinquenta Tons de Cinza”. Para o empresário, os produtos eróticos voltados ao público evangélico estão “resgatando o romantismo entre os casais apaixonados” e revela que sua linha de produtos conterá prolongadores de ereção, gel adstringente para dar a sensação de castidade, vibrador líquido e um lubrificante que promete aumentar a excitação feminina. 

“A ideia principal é que o casal se sinta à vontade para comprar e tenha a certeza de que não está sozinho. Não há motivo para vergonha. Somos 52 milhões de evangélicos no Brasil e não tínhamos uma linha específica”, explica Ribeiro, que comanda uma sexshop ao lado da mulher, segundo informações do site iG. 

Entre quatro paredes


E alguém duvida que eles terão muitos clientes? Eu não. É sabido por todos que a área sexual ainda é considerada por umas vertentes evangélicas com um "assunto proibido". E dá-lhe tabus. Mas já houve avanços e muitas denominações já tratam o assunto com mais liberdade e abrem espaço para que o mesmo seja tratado sem tantas reservas, mas mantendo o princípio da ordem e decência. Hoje é bem comum as igrejas fazerem congressos e seminários voltados especificamente para casais, com a premissa bíblica de que sexo, só após o casamento, onde a sexualidade e a intimidade dos cônjuges são levadas ao púlpito. Há, inclusive, ministérios específicos, como o do pastor, terapeuta familiar e conferencista Josué Gonçalves, líder do ministério Família Debaixo da Graça, com sede em Bragança Paulista - SP. 

Outro que também tem um livro e vídeo - bastante polêmicos, diga-se - sobre o tema é o pastor, escritor, psicólogo e conferencista internacional Silas Malafaia, líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, com sede na Penha - RJ. Em sua obra "O Cristão e a sexualidade (formato:13,5x20,5cm, páginas: 64, editora: Central Gospel)", o pastor Malafaia promete responder às perguntas aos casais cristãos: Qual a importância da sexualidade humana? Qual o padrão de Deus para ela? O Que significa tornar-se uma só carne? O Que significa um leito sem mácula? Quais as práticas sexuais que Deus abomina? Quais os princípios da intimidade aprovada por Deus? Que Atitudes abalam o casamento? Quais os principais problemas que afetam a vida sexual? Como tratá-los? Neste livro, estes e outros assuntos são abordados de forma clara e objetiva, para que maridos e mulheres exerçam a sua sexualidade dentro dos princípios que Deus estabeleceu para a vida a dois, desfrutando os momentos de intimidade como um tempo de prazer e satisfação mútua e tendo uma vida conjugal feliz e saudável. 

Mas, será que para o casal cristão é lícito ou conveniente a máxima "entre quatro paredes, vale tudo"? 

Vale tudo mesmo?


O pastor Renato Vargens, escritor e líder da Igreja Cristã da Aliança, em Niterói (RJ), publicou em seu blog um artigo sugerindo a reflexão entre casais evangélicos sobre a intimidade e as práticas sexuais. Em seu texto, o pastor diz que “vivemos em dias onde o relativismo se transformou numa das principais características dessa geração”, e que por muitas vezes, sugestões dos ambientes exteriores acabam sendo acatadas entre cristãos sem um maior cuidado em relação ao que a Bíblia diz. 
“Para nossa tristeza já existem sex shop gospel, troca de casais gospel, além é claro de todo tipo de incentivo a promiscuidade sexual. Se não bastasse isso, tornou-se comum ouvir de pastores que na relação sexual do casal, tudo é lícito e tudo pode. Volta e meia eu ouço alguém dizendo: ‘pare de caretice’; ‘Deus não se importa com o que o casal faz entre quatro paredes, desde que seja feito com amor, tudo é válido’ […] Segundo estes, Deus não está preocupado se o casal é adepto de sadomasoquismo, ou troca de parceiros, ou até mesmo se usa vibradores ou ‘brinquedos eróticos’. Para os liberais da fé e [do] comportamento, o que importa é ser feliz e nada mais. Junta-se a isso que tais pessoas defendem práticas que efetivamente ferem os princípios deixados pelas Escrituras, como por exemplo, o sexo anal”,
criticou Vargens. Por fim, o pastor sugere aos casais que busquem a satisfação sexual de forma equilibrada e cuidadosa: 
“Sexo é santo, maravilhoso e um presente de Deus para os casados. Isto posto, desfrute dele, sem contudo, banalizá-lo ou transformá-lo num comportamento que fere a santidade de Deus. Por fim, lembre-se que do ponto de vista bíblico, liberdade, não significa libertinagem, como também, sexo não aponta para a castração do prazer; antes pelo contrário, sexo no casamento é uma dádiva divina, além é claro de glorificar a Deus”.
Uma coisa é certa, os casais crentes estão bem mais animadinhos e já se permitem ao uso de alguns "brinquedinhos" que apimentem mais suas relações sexuais. Pois é, mas ao que parece, a criatividade dos crentes na alcova está com seus tons bem variados, indo bem além dos cinquenta tons de cinza. 

Fonte: G+

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