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sábado, 28 de fevereiro de 2015

CRENTE MEIA-BOCA

A expressão que dá título ao artigo já é muito conhecida e significa que algo não é o que deveria ser. Ou seja, meia-boca é aquela coisa mais ou menos, que não chega exatamente onde precisava chegar - fica pelo caminho, do jeito que der já está bom. Meia-boca também pode ser aquilo que é conveniente, que se deixa estar para ver como é fica.

Tem muita gente meia-boca por aí. É aquele empregado que  não cumpre todas as tarefas de sua jornada de trabalho. Ou o estudante que não se empenha por melhorar suas notas e decora apenas o necessário para ficar na média. Amigo meia-boca é aquele para quem amizade não é nada além de um convívio eventual, geralmente em situações de festa e alegria. Na hora do "vamos ver", ele pula fora, pois não é otário de ficar resolvendo problemas dos outros.

Pior é o crente meia-boca. Você já deve ter visto um - ou vários e, talvez - misericórdia! -, seja um deles (será que eu sou? - "Examine-se, pois o homem a si mesmo..." 1 Coríntios 11:28a). Crente meia-boca é aquele para quem a fé é uma questão de conforto e conveniência. Crente meia-boca é aquele que faz rolo nos negócios, dá jeitinhos, molha a mão do guarda, "pega emprestado" sinais de internet, de TV à cabo, de água, de energia elétrica, que dá cheque sem fundo, que compra fiado e não paga... Para ele o cristianismo resume-se a mero hábito dominical. Ele vai na igreja, canta todos os hinos, ouve as mensagens, recebe as ministrações, até ora, mas saindo dali nada muda em sua vida.

Se as coisas não dão certo, é só tentar fazer Deus dar um jeitinho na situação. Ser crente meia-boca não custa mais do que a pessoa tem, pois é só dar a oferta, seja em dinheiro, seja em penitência ou jejuns, que a vontade de Deus será dobrada. Mas ele mesmo nunca é dobrado pelo Senhor. Enfim, ser crente meia-boca é viver uma existência desinteressante, onde não existe motivação, iniciativa ou desejo de mudança.

Crente integral


Mas ser crente por inteiro custa tudo o que somos ou temos. Envolve uma total entrega da vida a Deus, total abnegação. "Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo", disse Jesus, conforme o registro do evangelho do dr. Lucas. O texto começa com uma condicional (nós, geralmente, não gostamos das condicionais) - "se", logo, é opção. Depois, vem a entrega, negando-se a si mesmo, ou seja, devolvendo a Deus o que é dEle: a própria vida.

Tomar a cruz e seguir a Jesus significa seguir o mesmo caminho em que ele trilhou - entregando a sua vida no Calvário. Ele crucificou o seu eu. "Cada dia" indica que o negar-se e o seguir a Jesus é um estilo de vida. Mas tudo não se encerrou com a morte de Cristo; aliás, nosso cristianismo contemporâneo é pobre porque esquecemos de sua ressurreição - convenhamos, seguir a Cristo morto é mais fácil: basta ficar parado - pela qual Ele foi declarado Filho de Deus (Romanos 1:4). O caminho da cruz não parou no Calvário; não terminou no sepulcro, mas prosseguiu até que Ele ressurgisse dentre os mortos.

Ser crente integral é isso mesmo, ter uma vida crucificada para os desejos pessoais e ressuscitada num novo projeto de vida centro dos princípios éticos divinos. É como voltar ao Éden, ser novamente dependente de Deus para suas decisões e escolhas diárias. É ter consciência de que a vida é mais do que fazer com que as coisas andem de nosso jeito - é ter esperança mesmo diante do sofrimento. É crer mesmo em meio às dificuldades. É ser sábio no exercício da liberdade que Deus nos devolve, vivendo uma vida digna e que glorifique o Senhor. Vai encarar?

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