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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

"APO$TÓLO" AGENOR DUQUE, E A PLENITUDE DA HERESIA



"Isso não é de admirar, pois o próprio Satanás se disfarça de anjo de luz. Portanto, não é surpresa que os seus servos finjam ser servos da justiça. O fim deles será o que as suas ações merecem" [2 Coríntios 11:14,15] 
O tal apóstolo Agenor Duque é um verdadeiro monumento vivo ao que há de mais bizarro no preocupante cenário evangélico atual. Neste artigo vamos conhecer a história dessa colossal ode ao que temos de mais herético nessa verdadeira orgia de causar inveja ao episódio do bezerro de ouro, narrado na Bíblia em Êxodo 32.

O início


Fundada em 7 de Setembro de 2006 a Igreja Apostólica Plenitude do Trono de Deus , pelo autointitulado "apóstolo" Agenor Duque e pela tão autointitulada quanto "bispa" Ingrid Duque , se iniciou debaixo do que afirmam ter sido  uma visão apostólica que Deus teria dado  ao então pastor Agenor Duque. A história é a mesma de sempre. Parece até enredo copiado. 

Duque era pastor em um ministério e diz que recebeu de Deus uma direção, uma visão espiritual de uma nova igreja, uma igreja que "viesse fazer a diferença nesta terra", e assim o pr. Agenor Duque seguiu o seu sonho e o seu "chamado". À galope, sua excelentíssima esposa Ingrid, acreditando no sonho do marido, largou seus próprios sonhos e projetos pessoais, para viver ao lado do esposo "uma direção de Deus para a vida e para o ministério deles". 

Multidões... ah, as multidões


Em Pouco tempo de vida o Ministério expandiu de tal forma que outros trabalhos começaram a ser abertos, e próximo de um carnaval "Deus visitou" o agora apóstolo Agenor Duque, e deu a ele "O Congresso Fogo de Avivamento para o Brasil", que, segundo ele, "surgiu debaixo de uma direção que Deus deu a ele e à esposa.
"Se alguém, homem, mulher ou até um anjo do céu, nos anunciar outro Evangelho ou outro Jesus, que não o que vos tenho pregado, seja anátema [maldito]" (Gálatas 1:8,9).

Ahan, continuando.  


Em um universo em que não faltam exageros, os cultos de Duque são espetáculos histriônicos. Ele atua em parceria com a mulher, a autointitulada bispa Ingrid Duque, e mais recentemente com o filho adotivo, o pastor Allan. Em suas performances, Agenor Duque intercala suas falas com expressões incompreensíveis que diz virem da língua do Espírito Santo
"Traz o óleo, quibalamacia balabaliã"...
diz, em meio ao culto, enquanto checa mensagens no telefone. Suas orações quase sempre terminam com um "hallelujah", num esforçado e more ou less sotaque americano.


Os holofotes, por favor


Converter os dramas em espetáculo e gerar lucro requer organização. Nos cultos de domingo, mais lotados, a igreja é dividida em quadras imaginárias, cada qual vigiada por um pelotão de obreiros. Numa cerimônia, um homem se exaltou e foi contido por seguranças. Curiosa, parte da plateia foi repreendida pelos obreiros: 
"'Deus' está no altar lá na frente. Parem de olhar para o lado".
Em um dos episódios mais plásticos, no ano passado, Duque estava no altar quando um dos obreiros avisou sobre um homem que, sem abrir a boca, se apresentava como pai de santo e o desafiava. Rodando uma jaqueta ao redor do corpo, o homem subiu ao palco e foi ao encontro de Duque. Como se estivesse num MMA espiritual, Duque encostou a cabeça no adversário, deu dois gritos e – shazam! – o sujeito desmilinguiu-se. A plateia foi ao delírio. A  multidão gosta, obviamente. A igreja neopentecostal brasileira é cega, infantilizada, cheia de picaretas e cambalacheiros.

Quanto vale o $how?


Tanto cultos quanto programas no rádio e na TV da Igreja Plenitude do Trono de Deus têm um roteiro simples, que converge para a arrecadação. Bíblia? Que Bíblia? E quem está caçando Bíblia? A pregação da Bíblia é quase inexistente. Invariavelmente, o pastor – ops, desculpe –, o "apóstolo" apresenta um "milagre" e, na sequência, pede dinheiro ostensivamente. 

Numa tarde de terça-feira, em outubro passado, uma pastora da Plenitude do Trono de Deus pediu aos fiéis que abrissem suas Bíblias em 1 Reis 17. A passagem conta a história de uma viúva miserável que, diante de uma onda de fome, doou tudo o que tinha – um punhado de farinha na panela e um pouco de azeite numa botija – a um profeta desconhecido, antes mesmo de alimentar o filho.

Ao final da leitura do capítulo, a tal pastora gritou ao microfone: 
"Deus está me dizendo que alguém aqui tem R$ 50 na carteira, é tudo que essa pessoa tem. Se você sentiu que esse chamado é para você, faça como a viúva. Ela deu tudo que tinha, e foi recompensada".
Uma mulher se encaminhou ao altar e retirou a única nota de R$ 50 da carteira. Os pedidos aos demais continuaram num crescente. 
"Prova para Deus que você acredita. Precisa ser um sacrifício grande, algo que dói! Limpa a carteira! Raspa a carteira! Ou faz como uma mulher no culto desta manhã, que doou o próprio carro"(!?!).
A adivinhação no púlpito,  não passa de uma descarada e evidente trapaça. Na chegada à igreja, os fiéis com um pedido especial preenchem uma ficha com sua história – depois colocada no altar. Enquanto lê disfarçadamente o relato, o pastor repete tudo ao microfone como se estivesse tendo uma epifania. Ao reconhecer sua história, o fiel emocionado se dirige ao altar e confirma o milagre. É uma verdadeira empresa da fé. 

Os pastores que arrecadam mais são recompensados e ascendem. Eles recebem até bônus. A estratégia diabólica é entrar na mente da pessoa, convencê-la a aceitar o que eles dizem.

Marcketeiros da fé


"Tendo Jesus entrado no pátio do templo, expulsou todos os que ali estavam comprando e vendendo; também tombou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos comerciantes de pombas. E repreendeu-os: 'Está escrito: "A minha casa será chamada casa de oração"; vós, ao contrário, estais fazendo dela um 'covil de salteadores" (Mateus 21:12,13).
Às quintas-feiras, numa reunião fechada de presbíteros, os mais experientes recomendam "agressividade" e "olhar clínico" para identificar potenciais doadores. Os pastores dessas igrejas são bem preparados, fazem cursos de marketing, de gestão, de oratória. A lógica é unicamente de mercado. Não existe uma base de doutrina. Os pastores das maiores agremiações fazem cursos específicos de gestão financeira de igrejas no exterior. 

A hierarquia é rígida. Como um presidente de empresa, Agenor Duque convive com poucos de seus comandados. Usa até mesmo uma entrada exclusiva na sede.

Em sua incansável cruzada por arrecadação, a Igreja Plenitude do Trono de Deus promove campanhas temáticas com objetivos específicos. Uma do Vale de Elah, traz um boneco recente, gigante que procura reproduzir a figura do rei David, vestido como um guerreiro, com escudo e espada no altar da igreja. Uma loja vende diversos badulaques inspirados longinquamente em temas bíblicos. A gama de produtos inclui a marca própria de roupas e acessórios femininos da bispa Ingrid, na loja Amor Oficial.

Os looks – saias estampadas, calças boca de sino, bolerinhos e vestidos longos com estampas em três dimensões – usados por Ingrid na TV e nas redes sociais são reproduzidos por boa parte das fiéis nos cultos. 
"Quem usa é escolhida por Deus",
diz Ingrid no Instagram da marca. Como a inflação não respeita nem o sagrado e não está fácil nem para milagreiros, na Amor Oficial também tem liquidação – só muda o nome: a Black Friday, o dia internacional do desconto, chama-se White Friday. Maior sacada de marketing não há.

O ritmo de inovação da Plenitude do Trono de Deus é incessante. Recentemente, Duque passou a pedir o 13º salário dos fiéis – e até o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Para os próximos meses, planeja a construção de um novo templo, para o qual criou uma campanha específica, cuja contribuição começa em R$ 1.000. 

Agora em fevereiro, ele nos dará o ar da graça em um evento onde pretende lotar o Mineirinho, com uma atração internacional: o controverso pastor Benny Hinn, que percorre o mundo com seus megacultos milagrosos. O megaevento terá a participação de figurinhas conhecidas no show gospel nacional, como as estrelas Aline Barros, Bruna Karla e  André Valadão ("arroz de festa"), além de outros astros do high society gospel internacional, conforme destaca o cartaz de divulgação. 

Com a crise financeira, as igrejas neopentecostais estão tendo de se reinventar para entregar resultados. No que depender da criatividade de Duque, a Igreja Apostólica Plenitude do Trono de Deus pode superar limites.

Pirlimpimpim!


Bom, zapeando hoje cedo descobri um canal alternativo onde o tal apóstolo, que tem até logotipo com suas iniciais, estava pregando. Pregando é forma de dizer, claro. Estava propagandeando uma tal campanha de "portas abertas" (a multidão ama essas campanhas), e falando que quem lhe desse no mínimo $50, (acho que esse é o valor mínimo) receberia um pouquinho do Jeová Jireh. 

-Uai! Como assim? Um pouquinho do óleo Jeová Jireh, que tem o poder de fazer pobre ficar rico e de fazer os 'fora de série' (os que ofertam mais?) lucrarem 30, 60 ou 100 vezes mais, dependendo de quão 'fora de série' seja o fiel. Segue abaixo a receita para o tal óleo Jeová Jireh, segundo o apóstolo Duque:

  • um montão de óleo de cozinha, do mais barato possível; uma pitadinha de ouro (purpurina dourada serve, o que vale é o efeito cênico); 
  • uma pitadinha de prata (purpurina prateada serve, idem); uma pitadinha de bronze (purpurina bronze serve, idem); 
  • um pouco de petróleo (óleo de cozinha do final do dia da pastelaria serve, tem o mesmo efeito cênico); 
  • uma pedra grande de diamante (bijuteria da Galeria do Ouvidor serve). 
  • Misture tudo e sirva em frasquinhos bem pequenininhos para todos aqueles e aquelas dispostos a ofertar pelo menos $50tinha. 
LUCRO, RIQUEZA E SUCESSO GARANTIDO (para quem vende, é claro)! 

Eu achei a fórmula mágica gospel muito interessante, mas eu acrescentaria mais alguns ingredientes para ficar ainda mais poderoso: 
  • uma pena de galinha preta nascida ao meio-dia; 
  • uma unha vermelha de sapo virgem saltitante;
  • uma raspa de escama de lagartixa verde;
  • uma pitada de sal grosso;
  • um fio do pelo de um gato preto.
(E ainda tem quem não acredite em MACUMBARIA GOSPEL…) 
"Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. 
Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. 
Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão" (1 Timóteo 6:7-11, grifo e ênfase acrescentada). 

Coroa na cabeça e roupa de saco: humilhação ou ostentação?


O apóstolo Agenor Duque causou uma grande repercussão recentemente após aparecer em um culto usando uma coroa na cabeça.

Ele que tem costume de usar um "pano de saco" como vestimentas, chamou a atenção nesse dia. Os membros da igreja costumam aplaudir e reverenciar cada gesto adotado pelo ilustre, inclusive muitos fiéis acabam adotando o mesmo estilo de vestimentas. É absolutamente normal, ver nos cultos da Plenitude, muitos membros usando sobre seu corpo, panos de saco "em sinal de humilhação" como prega o religioso.

Quando a página da igreja postou uma foto de Duque usando o pano de saco e também a suposta coroa da vitória, muitas pessoas se manifestaram na página da rede social.

À época, uma seguidora da página disse 
"Ele tá bom pra se candidatar ao rei momo do carnaval de Salvador", 
fazendo uma alusão às tradicionais fantasias usadas pelos reis momos do carnaval. Outro relatou que 
"É tão 'anjão' que se veste de pano de saco (símbolo de humilhação no A.T.), mas, põe uma coroa na cabeça! Contradição pura".
Dos vários comentários na foto, a maioria absoluta é de críticas ao apóstolo, muitos inclusive o chama de falso profeta. Há alguns poucos que o defendem, alegando que o "profeta de Deus" causa raiva nos sem fé.

Farinha do mesmo saco


Nas últimas semanas, o pastor Jorge Linhares, da Igreja Batista Getsêmani aqui de Belo Horizonte, vinha enfrentando uma enxurrada de críticas por ter decidido convidar o apóstolo Agenor Duque, para pregar em um evento que reuniria 10 mil pessoas. Decidiu então realizar o culto especial na sede campestre da igreja e não mais no templo principal.

Quando muitos membros de sua igreja começaram a protestar, seu argumento sempre foi que as pessoas deveriam dar uma 'chance' a Duque antes de emitirem opinião sobre sua pessoa.

Contudo, no entanto, porém, foi anunciado o cancelamento oficial do evento, que ocorreria no dia 30 de janeiro. Através de uma nota oficial, ele lamentou. Um trecho do documento diz: 
"Existem aprendizados em todas as situações e creio que esta é, particularmente, uma delas, até mesmo para que vejamos as pessoas sinceras se manifestarem e se tornarem conhecidas".
Também publicou um vídeo onde manifestou sua frustração por que, segundo ele, as pessoas que criticaram Agenor Duque foram precipitadas. 
"O Agenor não está em pecado… É cheio do poder de Deus", 
sublinhou. Reafirmou que os cristãos que foram duros terão de pedir perdão pelas suas atitudes. Finalizou dizendo acreditar que em outra data a Igreja Batista Getsêmani receberá Duque para ouvi-lo pregar.

Divulgada nas redes sociais do pastor Jorge, a comunicação oficial mostrou que as opiniões continuam divididas. Muitos reclamam que Duque não é cristão de verdade e lembraram seus ensinamentos e práticas polêmicas. Ele foi chamado várias vezes de "falso profeta" e a maioria dos comentários dão os parabéns a Linhares por ter cancelado o evento.

Dias antes, Agenor e Linhares gravaram um vídeo em conjunto, onde o líder da Plenitude afirmou que ocorreriam muitos "milagres criativos" e que ministraria uma forte "unção profética" sobre os participantes. Eles anunciaram o evento do dia 26 de fevereiro no Mineirinho. O pr. Linhares será um dos palestrantes.

Conclusão


VOLTEMOS AO EVANGELHO PURO E SIMPLES, O $HOW TEM QUE PARAR! Agora não só o Dízimo é mais suficiente... Tentam fazer barganha com Deus: eu dou e ele é obrigado a me dar. Jesus e a mensagem do Evangelho não é mais suficiente... Não atrai multidões.

Esse discípulo de Edir Macedo e Valdemiro Santiago (dos quais, aliás, se tornou arqui inimigo por causa da acirrada concorrência) está conseguindo superar seus mestres e se tornando um dos piores falsos profetas do Brasil, em sua igreja encontramos vendas de objetos ungidos, misticismo, legalismo, emocionalismo constante, não se vê a pregação do evangelho e nem uma gota da abundante e genuína graça. 

Cruz credo! Quanto mais oramos, mais assombrações nos aparecem. Maranata, ora vem Senhor Jesus!

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