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terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

UM BEIJO GOSTOSO DE SIXPENCE NONE THE RICHER

Não sou crítico musical, mas gosto muito de uma boa música. E aí é que está o detalhe. O conceito do que é bom ou ruim é algo tão pessoal que fica difícil uma definição imparcial do que seja realmente bom e ruim. Por exemplo, há quem odeie jiló. Acha ruim, amargo. Eu adoro jiló. Como jiló de qualquer jeito. Cru na salada, refogado tradicionalmente. Jiló com carne moída. Jiló com abrobrinha ou chuchu. E até mesmo doce de jiló. Pois é.

Mas o assunto aqui não é culinária. É música. E quando o assunto é música, dada a sua diversidade em ritmo e estilos, aí então é que o negócio fica mais complicado. Há quem considere até funk como música! Para mim que sou eclético, essa definição de música boa ou música ruim é bastante complexa.

Música, música, música


Sabe-se que a música é a expressão da subjetividade do músico, assim como toda obra artística em relação ao artista. Expressa suas impressões seja sobre a vida, ou sobre suas próprias experiências, explicitando o quanto é tão íntimo uma música como forma de expressão.

Também, tem a empatia por parte do ouvinte, e este, passa a ser apreciador da música por compatibilidade íntima com a obra, não significando que ocorre uma compatibilidade da intimidade do compositor e do apreciador. Desta forma, a música passa a ter "vida própria" já que a empatia por ela despertada, muitas vezes, não está relacionada com a motivação íntima do criador (como exemplo um músico que compõe uma música falando sobre drogas, e essa mesma música, marca uma período entre amigos que não usam drogas, mas marcou o momento).

Logo, como podemos definir o que é "boa música", já que envolve essa série de fatores que influenciam alguém a criar uma música e a gostar de uma música criada por alguém, sendo que envolve é a subjetividade, a essência de cada indivíduo, o que faz cada um ser o que é. Definir o que é "boa música" é desrespeitar as variações de alma humana, mesmo que isso inclua ritmos que desagradem, já que tal ritmo possui musicas que agrada e deixa alguém feliz.

Não existe música boa ou ruim, existe apenas música, seja ela qual for: sertaneja, baião, funk (e porque não?), tecno, pagode, samba, bossa nova, blues, rock, jazz, erudita, etc. Cabe a nós, de acordo com o nosso gosto, que dependerá também de uma série de condicionantes sociais, ouvir o que gostamos, e respeitar os outros com a sua preferência, seja ela qual for.

Finalizando, qualquer música é o resultado de um trabalho artístico humano, e nenhuma obra é melhor que a outra, tudo é questão de preferência pessoal. "Boa música" é a que satisfaz a particularidade de cada um e na forma de cada um, tornando uma conceitualização relativa, não existindo música boa ou ruim, somente diferente.

Tudo isso é pra falar sobre uma banda pop - mas pop mesmo, do tipo açucarado - que eu gosto demais:

SNTR


Sixpence None The Richer é uma banda cristã de New Braunfels-Texas, Estados Unidos, que surgiu em meados de 1992. Os amigos Leigh Nash e Matt Slocum se conheceram por meio de um retiro congregacional (algo como o nosso tradicional acampamento). Depois disso, eles tiveram a ideia de montar um projeto musical. Foi por gostos em comum que os dois escolheram o nome da banda, que aliás, faz analogia sobre uma passagem do livro "Cristianismo Puro e Simples" do autor C.S. Lewis (1898-1963) conhecido do grande público pelo sucesso das "Crônicas de Nárnia".

Foi ainda em 1992 que o Sixpence lançou a primeira demo e começou a fazer várias apresentações em festivais e igrejas locais. Em 1994, eles conseguiram lançar o primeiro disco chamado "The Fatherless & The Widow" e a indústria musical cristã americana começou a sentir algo novo no ar. Já em 1995 a banda lançava o seu segundo disco "This Beautiful Mess". Porém, o primeiro grande destaque da banda começa aparecer na canção "Within A Room Somewhere" na cena alternativa pelo EP chamado "Tickets For a Prayer Wheel" de 1996.

"Kiss Me"


No entanto, o grande sucesso de público só apareceu em 1998, ano que marca uma nova fase da banda – a da popularidade. A música "Kiss Me" chegou aos topos das paradas músicas vencendo a barreira da cena cristã, alternativa e se tornando – mainstream (termo inglês que designa o pensamento ou gosto corrente da maioria da população). Talvez, "Kiss Me", seja o maior sucesso comercial de Sixpence None The Richer.

A canção é tão forte que para muitos chega a categorizar como uma das referências musicais da década de 90. Tanto que até hoje, ainda é muito comum essa faixa ser executada nas rádios de várias partes do mundo. Além disso, essa canção consagrou a banda como uma das queridinhas de seriado de TV e cinema. "Kiss Me" foi a faixa principal da segunda temporada da famosa serie "Dawson’s Creek" (1998-2003), que alias, ganhou a versão de um clipe especial feita para o seriado, que foi exibido com exaustão na extinta (e boa) MTV (⁠⁠⁠⁠). 
Além de filmes como "Ela é Demais" e "Como Perder Um Homem em Dez Dias". Nesse álbum, ainda possui outras faixas destaque como a versão da banda britânica "The La’s" "There She Goes" (⁠⁠⁠⁠). Foi com essa faixa que surgiu a primeira polêmica da banda. Na época muito se falava que a letra dessa música, que parecia uma paixão inocente, mas, se tratava de alguém com excesso de uso de heroína.

Em 2000, ocorria a 42 anual edição do Grammy Award, na qual Sixpence None The Richer recebeu uma indicação na categoria "Best Pop Performance by a Duo or Group with Vocal".

O legado da banda


Quando a década de 2000 chegou, Sixpence já era considerada uma banda de legado e história na música cristã mundial. Mesmo assim eles tiveram que começar a enfrentar as primeiras divergências com a gravadora da época. Por isso, ocorreu uma certa demora no lançamento do disco "Divine Discontent" que só chegou ao mercado em 2002. 

Forçados a lançar como single "Don’t Dream It’s Over" (), "sucesso anos 80" da banda neozelandesa Crowded House, a banda conseguiu chamar atenção e conquistando boas posições musicais, ganhado um clipe, e ainda, entrado na trilha sonora da serie "Smallville" (2001-2011). Já demostrando sinais de desgaste, em 2004, a banda anunciou sua primeira pausa. 

O fim?


Nessa época eles ainda lançaram a primeira coletânea com uma faixa extra – uma versão em japonês de "Kiss me". Procurados por vários veículos de comunicação, Matt Slocum se pronuncia e escreve uma carta aberta aos fãs para a revista CCM Magazine explicando os motivos da separação. 
"Escrevo para dizer que depois de muita pesquisa de alma, decidimos não continuar mais com a banda Sixpence None the Richer, Depois de 10 anos de música, estamos fechando. Nós gostamos de fazer parte das suas vidas".
Sobre o hiato, 
"Bem, não há realmente uma resposta definitiva sobre o fim. A Leigh tornou-se mãe e planeja focar na vida familiar por um tempo. Eu pretendo viajar pelo mundo e voltar a estudar"
 completou.

Nesse período, Leigh Nash começa a preparar a sua carreira solo. Muito bem recebido pelo público em 2006, ela lança seu debut  "Blue on Blue" e conquista as rádios cristãs com a música "My Idea Of Heaven". Quando tudo parecia meio perdido, em 2008, Leigh Nash e Matt Slocum decidem voltar com a banda para uma tour. Nessa época eles também chegaram a lançar um álbum especial com músicas natalinas.

Em 2011, Leigh Nash volta a dedicar-se a sua carreira solo numa vibe mais espiritualizada. Seu segundo disco está repleto de regravações de músicas clássicas da harpa cristã e alguns corinhos conhecidos da igreja americana. Somente em 2012, os fãs puderam escutar um trabalho novo da banda com o lançamento do disco "Lost In Transition" e a canção de trabalho "My Dear Machine". 

Conclusão


Atualmente, a banda resolveu novamente fazer uma pausa. No entanto, em 2015 Leigh lançou o seu terceiro disco solo "The State I’m In" esse trabalho é o mais diferente de tudo o que ela já fez. Esse disco mostra uma pegada de country bem característico da sua terra natal, Texas. 

Por fim, Sixpence é uma banda que conquistou uma geração de fãs no mundo todo, se consagrou na cultura pop mundial e provou que é possível conquistar o grande público sem deixar de lado a sua fé e manter os dois públicos em vista.

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