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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

A SÃ DOUTRINA - ADORADOR OU CANTOR? - 2ª PARTE

Algumas pessoas confundem o chamado ministerial com o carreira de cantor (e/ou de músico). O cantor (e/ou músico) de carreira, tem como  objetivo entreter e emocionar as pessoas, o seu público. O ministro de louvor tem como objetivo adorar ao Senhor através da música. Portanto, o ministro não somente canta (ou toca), mas adora. Enquanto o cantor (e/ou músico) de carreira precisa apenas saber cantar (e/ou tocar) bem, ser afinado, ter técnicas, além disso, o ministro precisa sobretudo TER UNÇÃO e uma vida que seja o reflexo do canta. Ele precisa ser salvo em Jesus. Precisa ser uma pessoa transformada pelo Evangelho e cheia do Espírito Santo. Precisa ser um conhecedor da Palavra e ter uma vida consagrada ao Senhor.

O cantor de carreira, deseja gravar muitos CDs/DVDs, fazer sucesso, alcançar a fama, o reconhecimento e ganhar muito dinheiro. O ministro não tem essa preocupação, o seu desejo é alcançar o coração do Senhor, propagar o Evangelho com suas ministrações em forma de música, atrair as almas perdidas. Ansiar que através do seu talento, haja cura, libertação e que outras vidas venham ser transformadas (afinal, ele está sendo inspirado pela Palavra através de um mover do Espírito Santo). E o que vier além disso deve ser apenas consequência. Seu foco é a glória do Senhor. Ele é um guardião, um transportador e uma expressão da glória de Deus.

Enquanto o canto (e/ou músico, compositor) de carreira tem "musas inspiradoras" e tem liberdade para compor sobre qualquer tema que tenha forte apelo comercial e esteja submisso aos modismos, o ministro busca direção, orientação e unção no Senhor e na Sua Palavra, aos quais estão submissos, com os quais estão compromissados e com os quais devem estar alinhados. Também são livres no Espírito de Deus para fazer tudo o que O agrade.


"Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé" (2 Timóteo 4:7).


Fico pensando sobre o fim da carreira dos cantores gospel. Será que eles manterão a fé no Senhor? Será que permanecerão firmes até o fim? Paulo não era músico, mas servia a Deus, fala de sua vida ministerial como uma guerra. espiritual, em que ele, como soldado, combatia, guerreava, lutava, mas vencia todas as suas lutas. Paulo estava percebendo que sua carreira (no caso aqui, no sentido de ministério) todas as suas lutas, Paulo estava percebendo que sua carreira estava se encerrando mas o interessante era a certeza que Paulo tinha que: a que continuava guardando a sua fé.

O que vemos nos dias atuais? Cantores trocando seus princípios por contratos com gravadoras, negociando sua unção com a fama, trocando seu chamado por uma carreira.

O mais importante não é como começamos nossa vida ministerial - seja o chamado qual for - mas como terminamos.

Fã clube ou clubes de oração?



Atualmente, muitos cantores de carreira gospel se vangloriam por ter uma legião de fãs, de seguidores em redes sociais, fãs clubes... Um ministro do Senhor, que serve a Deus não precisa desse tipo de coisa. Precisa intercessores, irmãos que os cubram de oração. Podem até ter quem admire e até quem abençoe seu ministério financeiro, através da compra de CDs/DVDs, afinal, a produção de um material desses não é nada barato. Não sejamos aqui hipócritas para dizer que o retorno financeiro não seja esperado por quem atua no ministério de música. Para isso, vejamos o que nos ensina Paulo, ao escrever ao jovem Timóteo, um pastor em ascensão ministerial:

"No entanto, os que ambicionam ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitas vontades loucas e nocivas, que atolam muitas pessoas na ruína e na completa desgraça. Porquanto, o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e por causa dessa cobiça, alguns se desviaram da fé e se atormentaram em meio a muitos sofrimentos" (1 Timóteo 6:9,10 - VKJA).


Deus não procura artistas, procura adoradores


Aqui é preciso fazer uma análise: a quem temos e/ou queremos agrada com nossa atuação ministerial? Tem artistas que querem agradar ao público, outros querem agrada e atrair as multidões e, outros tantos querem agradar a si mesmos.

Existem milhares de cantores gospel, muitas pessoas talentosas, pessoas que impressionam por sua técnica, por suas performances, por sua extensão vocal. Mas é só o que têm. Conseguem atrair um grande número de fãs, conseguem fama, dinheiro, reconhecimento, mas não expressão a glória de Deus. Não estou dizendo que por ser um ministro, por exercer seu chamado na igreja, você deva fazer de qualquer jeito. Muito antes pelo, para Deus, sempre o melhor. Há que se investir em aprimoramentos, adquirir técnicas, fazer aulas de canto... mas o melhor para Deus não começa com a técnica, com um coração contrito e quebrantado. Um coração de adorador.

Verdadeiro adorador, adora em espírito e verdade


O verdadeiro adorador tem uma forma própria de expressar seu canto, sua música, sua arte. Esta forma é em espírito (ou seja, em essência) e verdade (ou seja, através de uma expressão de vida). Quem adora desta forma nada tem a esconder. Sua vida é transparente diante de Deus e diante dos homens.

O músico cristão recebeu dons e talentos para criar, para executar, para exercitar com excelência e integridade na adoração e no testemunho diário. Não somente na igreja, mas dando testemunho de Jesus em seu meio ambiente, sendo sal e luz do mundo. O músico precisa ser responsável em seu ambiente de trabalho, em sua intimidade, em seu ambiente escolar, acadêmico. O músico está envolvido na missão que recebemos como crentes, além de poder usar a música para seu sustento digno. Consideremos alguns aspectos

  • O músico necessita de apoio espiritual

É importante um trabalho de discipulado para que seja transformado em seu caráter como pessoa e para que tenha sabedoria no uso de seus talentos. Apoio de oração para que seja luz em seu ambiente de trabalho e para que persevere em meio à lutas de sua realidade e irmãos e autoridades que o avaliem e aconselhem.

  • O músico precisa de espaço e oportunidade

Não devemos olhar o músico ou artista com preconceito mas sim, viabilizar oportunidades para que ele possa servir a Deus na igreja com alegria, humildade, excelência e integridade. Não somente na igreja, mas fora do ambiente dela para que mostre que é possível um artista servir a Deus exercendo sua profissão com a dignidade que ela tem. Mais de 70% dos artistas das grandes orquestras e coros dos grandes centros e também os populares, saíram de igrejas evangélicas. Não podemos nos conformar com esta perda.

  • O músico precisa de preparo

É fundamental o músico se preparar para dar o seu melhor ao Senhor e executar sua música com excelência. Dedicar o melhor e não o pior ao Senhor, sempre com um coração singelo e integro. A igreja sempre que possível deve ajudar para que os que se dedicam sejam abençoados e cresçam em seu serviço e ministério.

  • O músico precisa de sustento

Obviamente nem todos poderão ser sustentados pela igreja, mas precisamos ser sensíveis e ajudar àqueles que estão se dedicando para este trabalho e ministério continuamente na igreja local. É sabido que as oportunidades dos músicos de exercitarem as suas profissões e, ainda mais, ganhando para isso, são muito escassas em nosso país. A maioria dos músicos consegue sustento dando aulas, gravando, e tocando em festas, casamentos, orquestras e coros, e poucos, com artistas expostos na mídia.

O crescimento de oportunidades no ambiente evangélico aumentou e muito, para a atuação profissional e ministerial, e a música cristã ou gospel representa hoje 30% da produção fonográfica nacional, além de programações independentes para a rádio e TV aberta ou paga.

Junto com isto é preciso que se mude a mentalidade, para favorecer a atuação dos artistas cristãos. Vamos dar mais um passo para beneficiar esta geração e a próxima, e que os músicos e artistas tenham sempre discernimento e maturidade para viver de maneira digna do evangelho que abraçaram.


Conclusão


Alguns artistas gospel se acham verdadeiras estrelas, eles pensam que estão brilhando com seu canto, sua música, seu talento. Na realidade ninguém tem talento algum, tudo o que temos e somos vem de Deus (Romanos 11:36). Deus nos permite usar os seus talentos para que sejam usados com um único objetivo: a manifestação da glória d'Ele. A principal característica de um ministro deve ser a humildade. O cantor de carreira enaltece o orgulho, alimento o ego. O ministro enaltece a Deus. Ele diminui para que o Senhor cresça. Eis o grande desafio para o músico cristão, desafio esse que muitos deles, infelizmente, não tem conseguido vencer.

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