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quinta-feira, 11 de junho de 2015

LIBERDADE X REPRESSÃO

Um dos grandes desafios para a sociedade atualmente é a criação de filhos. Com o aumento da permissividade e da liberalidade praticamente em todas as áreas, fica muito difícil para os pais enxertarem princípios morais e religiosos aos filhos. Para os pais crentes, o desafio torna-se maior devido à responsabilidade espiritual que está sobre eles.

A Palavra de Deus afirma que os filhos são herança do Senhor (Sl 127:3). Como herança, nossas crianças são preciosas aos olhos do Altíssimo e, com isso, reconhecemos a necessidade de estarmos atentos para alcançar o equilíbrio na forma de educar a garotada. Adotar uma linha repressora para criar os filhos ou optar por uma educação mais liberal tem sido uma das grandes dúvidas de vários casais. Para se chegar a uma sábia conclusão, é preciso o respaldo de informações básicas acerca da infância.

Os pais têm a responsabilidade na educação e na formaçao dos valores morais e espirituais dos seus filhos. A criança nasce desprovida de juízo moral. O recém-nascido possui apenas uns poucos instintos: sucção, respiração, ingestão e emissão de sons, etc.

Durante o primeiro ano de vida, a criança passa a viver numa completa dependência da mãe. O seu universo é autocentrado, e o mais importante é o seu próprio eu. A partir do segundo ano, a criança começa a sair do seu estado de dependência para cumprir deveres. A mãe ensina: "Você deve escovar os dentinhos", "Você não pode mexer nos objetos que estão sobre a mesa"... Ou seja, começa a estabelecer limites e deveres. É nesta fase que os conceitos de certo e errado começam a se formar no intelecto da criança.

Os valores serão desenvolvidos através de um relacionamento entre o que passa a ser determinado por outras pessoas, e a descoberta a respeito de sim mesma. A criança começa a entender que o mundo se concentra a seu redor. A partir daí, não são mais os instintos que vão controlar a criança, mas o comportamento aprendido. Estes valores são formados através da disciplina.

O reconhecimento e a aplicação correta da disciplina podem vencer muitas dificuldades pessoais, colocando - como razão da existência familiar - o que devemos fazer de modo certo. A instrução equilibrada faz nascdr a possibilidade de superar, e até de impedir, um grande número de distúrbios nas crianças e de conflitos entre os pais. Muitos pais cometem erros na disciplina. Uns pelo abuso de autoridade; outros, pelo excesso de liberdade ou liberalidade.

A responsabilidade e a iniciativa da criança só têm condições de progredir pela liberdade. Para conquistar uma liberdade responsável, é imprescindível que haja autoridade. Vale salientar que a autoridade não é o mesmo que autoritarismo, liberdade não é o mesmo que libertarismo e disciplina não é o mesmo que opressão. No entanto, é essencial o reconhecimento de que, acima de tudo, está o amor. Assim sendo, a justiça existirá e caminhará unida com o amor.

No caso de pais repressores, muitos se excedem no momento da disciplina, castigando abusivamente e oprimindo os seus filhos. Acham que desaprovar, apontar as coisas erradas e corrigir as más condutas são as únicas formas de educar, esquecendo-se que um elogio, um abraço, um sorriso ou um gesto de amor e carinho podem reforçar um comportamento positivo.

Cada família deve estabelecer regras ou preceitos disciplinares. Porém, é importante que não haja uma discrepância nos padrões exigidos em relaçao ao contexto social.

A repressão é um dos métodos usados para que a criança aprenda hábitos adequados. Os castigos corporais no devido tempo são necessários, desde que não se confundam com espancamento ou qualquer outra forma brutal de castigo.

A punição deve ser personalizada. É o ato que a criança comete que deve ser castigado, e não a pessoa da criança. Não é necessário colocar a criança de joelhos sobre caroços de milhos, tampouco encerrá-la em um quarto escurto ou no banheiro. Desta forma, em vez de corrigir um erro, estaremos provocando nela sentimentos desagradáveis como frustração, medo, revoltas, ressentimentos e outras reações traumáticas, que geram, no futuro, um adulto com dificuldades de assumir uma posição na sociedade.

Pais liberais, no entanto, sofrem preocupados e quebrantados. Muitos deles têm expressado sua tristeza e seu desapontamento quando percebem que seus filhos, ao chegarem à adolescência, abandonam os valores cristãos que lhes foram ensinados. Muitos chegam a questionar: "Em que falhamos?" ou "Nós demos amor aos nossos filhos?" Na maioria das vezes, esses pais deram carinho em excesso e não disciplinaram seus filhos.

A Bíblia é explícita quando diz que "a vara e a repreensão dão sabedoria, mas o rapaz entregue a si mesmo envergonha a sua mãe", Provérbios 29:15. Por isso é fundamental que os pais estabeleçam limites e normas de condutas para os seus filhos. Em Provérbios 13:24, encontramos a seguinte orientação: "O que retém a sua vara aborrece seu filho, mas o que o ama, a seu tempo o castiga." Já em Provérbios 22:6, temos uma promessa bíblica: "Instrui o menino no caminho em que deve andar e, até quando envelhecer não se desviará dele."

Quando os pais não mostram, as fronteiras entre o certo e o errado, a criança se torna instável, insegura. Há uma tendência de ela amar menos os pais ao perceber que eles não lhe deram estrutura, tornando-a menos protegida para a vida.

Psicólogos e terapeutas comportamentais conceituam que pais que não impõem limites aos filhos, pensam estar sendo liberais, mas estão sendo apenas irresponsáveis. Para que haja um resultado positivo na disciplina, é necessário que os pais modifiquem suas atitudes. Não adianta somente proibir, reprimir ou punir; é imprescindível dar exemplos práticos, orientar e ajudar.

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