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segunda-feira, 15 de junho de 2015

LIVROS QUE EU LI - #8 - FICÇÃO CIENTÍFICA

Confesso que ficção científica não é a "minha praia" literária. Gosto de viajar em outros universos, mas estes três livros que sugiro abaixo são algo mais do que ficção científica: são clássicos. Eu incluo as obras na galeria dos livros que você não pode deixar de ler antes de morrer. São algo que transcende o magnifico.


Admirável Mundo Novo


Autor: Aldous Huxlei
Editora: Globo
Publicação: 1932
Páginas: 314

Uma sociedade inteiramente organizada segundo princípios científicos, na qual a mera menção das antiquadas palavras “pai” e “mãe” produzem repugnância. Um mundo de pessoas programadas em laboratório, e adestradas para cumprir seu papel numa sociedade de castas biologicamente definidas já no nascimento. Um mundo no qual a literatura, a música e o cinema só têm a função de solidificar o espírito de conformismo. Um universo que louva o avanço da técnica, a linha de montagem, a produção em série, a uniformidade, e que idolatra Henry Ford. 

Essa é a visão desenvolvida no clarividente romance distópico de Aldous Huxley, que ao lado de 1984, de George Orwell, constituem os exemplos mais marcantes, na esfera literária, da tematização de estados autoritários. Se o livro de Orwell criticava acidamente os governos totalitários de esquerda e de direita, o terror do stalinismo e a barbárie do nazifascismo, em Huxley o objeto é a sociedade capitalista, industrial e tecnológica, em que a racionalidade se tornou a nova religião, em que a ciência é o novo ídolo, um mundo no qual a experiência do sujeito não parece mais fazer nenhum sentido, e no qual a obra de Shakespeare adquire tons revolucionários. Entretanto, o moderno clássico de Huxley não é um mero exercício de futurismo ou de ficção científica. Trata-se, o que é mais grave, de um olhar agudo acerca das potencialidades autoritárias do próprio mundo em que vivemos.

Laranja Mecânica

Autor: Antony Burgess
Editora: Aleph
Publicação: 1962
Páginas: 224

Considerado um dos romances mais
 importantes da literatura do século XX, ao lado de 1984 e Admirável Mundo Novo, Laranja Mecânica ganhou no final no do ano de 2013 uma edição especial de responsa pela Editora Aleph, em comemoração ao aniversário de 50 anos de sua publicação e, também como as outras citadas, ganhou uma intensa e desconfortante versão cinematográfica que é um clássico. A direção da adaptação para o cinema ficou a cargo do excelente Stanley Kubrik (de 2001, Uma Odisséia no Espaço, próximo livro sugerido).


Dividida em 3 partes, a história narra a vida do jovem Alex,
líder de uma gang de delinquentes (os druguis, na nova tradução) que, num futuro não muito distante e com data incerta, depois de ser apanhado pela polícia, acaba servindo de cobaia para uma experiência chamada “Método Ludovico”, criada pelo Estado em busca de acabar com os impulsos violentos dos jovens mais problemáticos.

Por fim o teste dá errado, e os políticos resolvem resetar o tratamento na mente de Alex, deixando o sujeito da mesma forma como entrou no xilindró. Narrado pelo próprio Alex, Laranja Mecânica fala sobre os instintos naturais do ser humano e até mesmo sobre a incapacidade do Governo e da ciência perante o livre arbítrio na escolha por ser bom ou não.

Publicado pela primeira vez em 1962, e imortalizado 9 anos depois pelo filme de Kubrick, Laranja Mecânica não só está entre os clássicos eternos da ficção como representa um marco na cultura pop do século 20 . Meio século depois, a perturbadora história de Alex – membro de uma gangue de adolescentes que é capturado pelo Estado e submetido a uma terapia de condicionamento social – continua fascinando, e desconcertando, leitores mundo afora.

2001, Uma Odisseia no Espaço

Autor:  Arthur C. Clarke
Editora: Aleph
Publicação: 1968
Páginas: 221

No alvorecer da humanidade, a fome e os predadores já ameaçavam de extinção a incipiente espécie humana. Até que a chegada de um objeto impossível, além da compreensão das mentes limitadas do homem pré-histórico, prenunciasse o caminho da evolução. Milhões de anos depois, a descoberta de um enigmático monolito soterrado na Lua deixa os cientistas perplexos. Para investigar esse mistério, a Terra envia para o espaço uma nave tripulada por uma equipe altamente treinada, assistida por um computador autoconsciente. Do passado distante ao ano de 2001, da África a Júpiter, dos homens-macacos à inteligência artificial HAL 9000, penetre a visão de um futuro que poderia ter sido, uma sofisticada alegoria sobre a história do mundo idealizada pela mente brilhante de Arthur C. Clarke e imortalizada nas telas do cinema por Stanley Kubrick. O filme chegou aos cinemas no ano de 1968, aqui no Brasil, em plena efervescência da ditadura militar e levou uma multidão de jovens engajados em ideais políticos às salas de cinema. 

O escritor, Arthur C. Clarke, um dos grandes nomes da ficção científica, foi convidado, a 45 anos atrás, para escrever um roteiro com Kubrick, e a ideia do diretor era fazer um filme sobre a relação do homem com o universo. Clarke ofereceu alguns de seus contos, e logo Kubrick optou por usar como base para o roteiro o conto A Sentinela. Enquanto os dois trabalhavam no roteiro, Clarke aproveitou o resto do tempo que tinha para apronfundá-lo e transformá-lo em um livro. Assim nascia 2001: Uma Odisséia no Espaço.

Boa leitura, ou melhor, boa viagem.

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