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sexta-feira, 19 de junho de 2015

SÍNDROME DE BABEL

A palavra “Babel” tem uma origem hebraica, vem de balal, que significa confundir. A história da Torre de Babel é uma passagem bíblica, e diz respeito à comunicação entre os povos. Está relatada no capítulo onze de Gênesis, primeiro livro da bíblia, autoria atribuída pela tradição ao profeta Moisés.

De acordo com as escrituras, toda a terra possuía uma mesma língua, um único idioma. E os homens não tinham dificuldade em se comunicarem. E aconteceu que, um grupo partiu do oriente, e acharam uma planície na terra de Sinar; e passaram a morar ali. Passado um tempo, se organizaram a fim de fazer tijolos e queimá-los, fazendo o tijolo por pedra, e o betume por cal.

Posteriormente, entraram em consenso de edificar uma cidade e uma torre cujo topo tocasse os céus, e dar a esta torre um nome, para que o povo que ao redor dela habitasse não fosse espalhado sobre a face de toda a terra. Após esta decisão, há o relato de que o Senhor desceu para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens estavam construindo. 

Consta que o próprio Senhor disse “Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma linguagem. Isto é apenas o começo e agora, não há restrição para tudo o que eles intentarem fazer. Vinde, desçamos e confundamos ali a sua língua, para um que não entenda a língua do outro” (Gênesis 11:6,7). De sorte que o Senhor os dispersou e pararam de edificar a cidade. 

O nome de Babel foi dado por Deus ao lugar onde a torre não foi edificada, por significar que “ali confundiu o Senhor a língua de toda a terra” e por ter sido dessa forma que os fez se espalharem sobre a face de toda a terra. 

Considerando que a separação das línguas já havia sido mencionada no capítulo anterior da bíblia, provavelmente isso teria ocorrido logo após o dilúvio, indicando que Moisés registrou as nações antes de contar os acontecimentos que causaram a divisão. A torre foi o primeiro projeto de construção desde a iniciativa de Caim (o primeiro homicida, que matou o próprio irmão Abel) de edificar uma cidade. Esse povo pertencia a uma linhagem de rebeldes e ímpios, um povo orgulhoso e soberbo, com uma postura que desagradava a Deus. 

Inclusive, Babel é posteriormente associada com a Babilônia, nomenclatura usada em toda a Bíblia como um símbolo de orgulho e rebeldia contra Deus. 

Eficiência na comunicação 


Fomos agraciados com a faculdade de proferir palavras. Essa capacidade depende de fatores que influenciam no tipo de linguagem, a saber: inteligência, saúde, cuidados e boa constituição do aparelho fonador. Nós falamos! A língua, importante na degustação e mastigação, possui, ainda, a nobre função de articular os sons. É citada na Bíblia como "pequeno membro", comparada ao fogo, capaz de destruir e difícil de ser refreada (Tiago 3:5). 

Através da linguagem, empregamos palavras, gestos e postura para comunicar os pensamentos e sentimentos. Nossos relacionamentos podem ser muito ricos se a nossa comunicação for adequada. Falar, simplesmente, não é garantia de boa comunicação. Quantas vezes ficamos contentes porque fizemos uma colocação acertada, com sabedoria, fomos ouvidos e valorizados. Inúmeras situações nos colocam o desafio de saber falar, expressando opiniões e cumprindo tarefas. Podemos nos sair muito bem, criando vínculos e influências positivas ou podemos nos comunicar inadequadamente, possibilitando conflitos, antipatias e inimizades. Com palavras construímos ou destruímos. "A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um", Colossense 4:6. 

Tenho encontrado algumas pessoas com sérios problemas familiares. Elas se sentem injustiçadas, mal-amadas, incompreendidas e não recebem o devido respeito dos outros. Setem muita infelicidade. Muitas delas chegam ao ponto de não conseguir orar, achando que Deus está longe por causa de problemas na comunicação. Que tristeza não saber se comunicar com seus familiares e nem com Deus. 

Quase sempre são pessoas dinâmicas que desenvolvem várias atividades, mas que acabam não dando a devida importância aos seus relacionamentos. Tratam a família de modo distante e conversam dentro do lar o estritamente necessário. Agora, percebem que suas relações pessoais estão comprometidas por falta de diálogo. 

Precisamos manter o equilíbrio da boa comunicação, falando com sabedoria. "Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita ao seu tempo", Provérbios 25:11. A palavra dita na hora certa é suficiente para impedir uma queda, reparar uma falta e fazer renascer um amor que pareça esgotado. 

Que atenção prestamos à forma de nos comunicar? Qual a prioridade que damos aos nossos relacionamentos? Restabelecer o diálogo deve ser o ponto de partida para tornar as nossas relações satisfatórias. Evitar a impulsividade, permitir a si mesmo um tempo para pensar antes de falar, agir amorosamente, tentar entender a outra pessoa, falar no momento certo e saber ouvir são ingredientes indispensáveis para um diálogo produtivo. 

O equilíbrio na comunicação cristã 


Há diferença na maneira como nós, cristãos, nos comunicamos. Jesus deve estar em primeiro lugar em todos os nossos pensamentos. é lá que a comunicação começa. "...Mas nós temos a mente de Cristo", 1 Coríntios 2:16b. O resultado é sempre uma expressão proveitosa, seja qual for o assunto tratado. Quando a nossa mente trabalha sem Cristo, corremos o risco de transmitir palavras pesadas que ofendem, ou impróprias, ou precipitadas, ou infrutíferas. Reclamamos, murmuramos, amaldiçoamos e nos tornamos muito amargos.Às vezes, insuportáveis. Com Cristo ganhamos maturidade. Ele nos ajuda a perceber a importância do crescimento espiritual e emocional para relacionamentos sadios (1 Coríntios 13:11). 

Podemos contar com a ajuda do Senhor nas situações mais complicadas, quando não sabemos o que falar. Assim aconteceu com Moisés. ao falar com Deus sobre sua condição: inseguro, sem eloquência, "pesado de boca". Teve como resposta do Senhor: "Vai pois agora, e eu serei com a tua boca, e te ensinarei o que hás de falar", Êxodo 4:12. 

Existe grande responsabilidade implícita no falar. Jesus deixou muito claro que, além de sofrermos as consequências das nossas palavras aqui, ainda iremos responder por elas no Dia do Juízo: "Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado", Mateus 12:37.

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