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terça-feira, 9 de junho de 2015

BEM-VINDA, CRISE!

Há alguns anos, mais precisamente no ano de 2008, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com seus arrulhos proféticos, tentou minimizar os efeitos da crise americana no Brasil. À época, em São Bernardo do Campo, depois de participar de uma carreata eleitoreira, ao lado do então candidato a prefeito da cidade, o ex-ministro Luiz Marinho, vociferou: - Lá (nos EUA), ela (a crise) é um tsunami; aqui, se ela chegar, vai chegar uma marolinha que não dá nem para esquiar. Falso profeta! Hoje, 3 anos depois, ela chegou e aqui está, com seus ares de tsunami.

Lá nos idos de 2012, forçada a enfrentar a crise que já dava seus sinais de vida, Dilma imita Lula e a procissão de bravatas recomeça. A ilustre doutora em nada que se imagina especialista em tudo, caprichando na pose de quem concluiu aquele curso de doutorado na Unicamp que nem começou, Dilma Rousseff resolveu dar conselhos a países europeus castigados pela crise de dimensões planetárias. Conseguiu apenas ampliar o acervo de cretinices acumulado desde 2008, quando Lula abriu o cortejo de falácias, fantasias, mentiras e falatórios sem pé nem cabeça produzidos pelos fundadores da Era da Mediocridade.

Mas nós, os que temos a mente de Cristo, não podemos nos guiar pelas falácias proféticas desses arautos da iniquidade. A nossa porção é o Senhor (Sl 16:5; 119:57, Lm 3:24). Não estamos debaixo dessa profusão de mentiras. A Palavra de Deus nos ensina que todas as coisas são convergentes para o benefício dos que amam ao Senhor (Rm 8:28). Então, em meio a crise que assusta o Brasil e que alimenta uma enorme incerteza quanto aos rumos do país, encontramos uma excelente e imperdível oportunidade de glorificar o nome do Senhor.

Paz excedente


Jesus nos garante a paz que excede a todo o entendimento (Fp 4:7). Ou seja, enquanto grande parte de brasileiros estão em plena guerra pessoal por causa do crescimento no desemprego, por causa das baixas e intempéries nos setores industrial e econômico, nós, os crentes, somos desafiados a viver esta tão pregada paz. Como depositamos nossa confiança no Senhor, não há porque temer os efeitos da crise. Esse, para o nosso Deus, é o momento ideal para que Ele manifeste seu poder em nossa vida. Se Deus abriu um mar, o que significa para Ele abrir uma porta de emprego em meio a uma onda de desemprego? 

Jesus nos ensinou em não nos preocupar com as solicitudes da vida (Mt 6:25-34). Ele nos traz à memória o cuidado que Deus tem por nós, lembrando-nos dos compromissos que Ele assumiu ao tornar-se responsável por suprir todas as nossas necessidades (Sl 23). Então porque nos preocupar, se temos o Senhor no controle de nossas vidas?

Encontrando Deus na crise


Na época de Habacuque, reinava Jeoaquim. Seu reinado teve a marca da violência e da ausência de uma justiça verdadeira. Habacuque vê a maldade social crescendo e a justiça manipulada por parte dos poderosos.

No início do seu livro ele se mostra perplexo, pois a violência se alastra e Deus parece não tomar nenhuma providência. O justo está sendo explorado e massacrado pelo corrupto e parece que Deus se mostra completamente apático, indiferente a tudo. Não é de admirar que o profeta clamasse em profunda angústia: “Até quando Senhor ...” (1:2).

O profeta viu Israel cair numa condição de apostasia. A nação estava se afastando de Deus. Entregara-se à idolatria e outras buscas destituídas de qualquer valor.

Que quadro triste! Pecado, imoralidade e vício dominavam o povo de Israel. A lei não era aplicada com equidade e honestidade. A justiça era frouxa e indolente. A ilegalidade campeava solta (1:3,4). A nação de Israel estava em grave decadência espiritual, moral e social.

Realmente, era um problema e não é para estranhar que Habacuque viesse a entrar em crise. Ele não conseguia entender porque Deus permitia tudo aquilo. Orou a Deus a esse respeito, mas Deus parecia não responder. Daí a sua perplexidade: “Até quando Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás?” (1:2)

A questão que Habacuque levanta e que a maioria dos cristãos enfrenta é: Onde está Deus que vê tudo isso e não faz nada para sanar o problema? Será que Deus não vê? Não vê toda esta brincadeira humilhante com a vida humana, como o direito está sendo pervertido, como o justo está sendo massacrado?

Vale a pena ter fé num Deus como este? Esta é a resposta que Habacuque nos dará em seu pequeno livro. A Fé que triunfa.

O silêncio de Deus em tempos de crise


A primeira coisa que descobrimos quando estudamos as ações de Deus em Habacuque, é que pode parecer que Ele esteja estranhamente silencioso e inativo em momentos de crise.

"Até quando Senhor". É uma tremenda ousadia fazer uma indagação desta a Deus. O profeta vê a violência em seus dias crescer, a justiça sendo torcida, a desonestidade ganhando espaço ... e onde está Deus que não intervém e nada faz para cassar todo este mal?

Não é esta a questão que muitos levantam hoje também? Por que Deus permite que certas coisas aconteçam? Por que Deus "permite" que a enfermidade entre no lar e comece a dizimar famílias cristãs e fiéis a Deus? Por que Ele "permite" que a prostituição espiritual cresça espantosamente? Por que Ele não intervém e fira de morte todos aqueles que proferem mentiras e negam a fé?

Sempre foi difícil entender o silêncio de Deus nos assuntos humanos. Porém, não presumamos que esse silêncio seja indicativo de sua apatia. Longe está Deus de ser um mero espectador desinteressado nos assuntos dos homens. Tudo está sob o seu olhar e todas as coisas estão debaixo de suas poderosas mãos. Ele não se apavora nem se precipita.

Deus não está com os olhos fechados, os ouvidos tapados, as mãos encolhidas, a mente alienada, e com os pensamentos longe dos dramas que enfrentamos na vida. A Palavra nos orienta dizendo que "Deus fará justiça aos seus escolhidos, embora pareça demorado em defendê-los" (Lc 18:7). O cristão vive pela fé, mesmo quando não está vendo suas orações sendo respondidas. Ou seja, nosso desafio é crer e agradecer antes mesmo de ver.

Respostas inesperadas às nossas orações


A segunda coisa que descobrimos é que Deus, às vezes, dá respostas inesperadas às nossas orações (1:5-11). Isto, mais do que qualquer outra coisa, foi o que deixou Habacuque perplexo. Por um longo tempo Deus parecia não responder. Então, quando responde, o que diz é mais misterioso até do que sua aparente falha em ouvir as orações.

Na mente de Habacuque estava claro que Deus tinha que castigar a nação e depois enviar um grande avivamento. Mas quando Deus disse: "Estou respondendo a sua oração suscitando o exército Caldeu para marchar contra suas cidades e destruí-las", o profeta não consegue acreditar no que ouviu. Mas foi o que Deus lhe disse, e que realmente aconteceu.

Deus responde a oração do profeta, mas de uma forma inesperada. Habacuque levou um susto, pois Deus iria suscitar os caldeus (Babilônicos) uma nação pagã para julgar o seu próprio povo. Habacuque queria que Deus respondesse a sua oração e Deus respondeu, mas não do jeito que ele queria.

Todos temos a tendência de prescrever as respostas às nossas orações. Frequentemente, oramos dizendo a Deus exatamente como Ele tem de fazer, como se Ele fosse um Deus que não soubesse como agir. Tem gente que chega quase ao absurdo de ensinar a Deus como ser Deus.

Precisamos entender que Deus é livre. Ele faz o que quer, como e quando quiser. A Fé que triunfa é aquela que descansa na liberdade divina. Pela fé e pelo estudo das Escrituras, o cristão sabe que Deus nunca erra. Suas respostas podem parecer estranhas, podem parecer sem sentido, mas é assim que Ele age às vezes.

Um exemplo clássico. Os irmãos de José o venderam como escravo (Gn. 37) e assim foi ele parar no Egito. Muito mais tarde, porém José e seus irmãos se encontraram e ele declara que não foram eles, mas Deus que o enviara para lá (Gn. 45:7). Nossa Fé não é um sentimento positivo, nem um amontoado de conceitos moralistas e piegas. É a firme crença num Deus que tudo encaminha para o ponto que Ele deseja.

Pensamos que Deus pode se manifestar somente de uma forma. Mas a Bíblia ensina que Deus, às vezes, responde as nossas orações permitindo que as coisas piorem muito antes que possam melhorar. Ele pode, às vezes, fazer o contrário do que prescrevemos. Ele pode sim, às vezes, nos colocar à frente de um exército caldeu. Mas é um princípio fundamental na vida e caminhar da fé que, quando tratamos com Deus, devemos estar sempre preparados para o inesperado.

Certa vez li o seguinte caso em um livro:

Havia um membro de uma determinada Igreja que era a “pedra no sapato” de toda a comunidade. Era criador de casos, sempre mal-humorado, era altamente personalista e sua palavra devia ser sempre a última em todos os assuntos. Numa noite de vigília, não se sabe se querendo isentar-se de culpa ou transferi-la para outros, orou dizendo: “Deus, remove desta Igreja aquele que a atrapalha”. No dia seguinte, menos de 24 horas depois, seu corpo estava sendo velado no templo daquela Igreja.

Orar pode ser perigoso. Queremos que Deus, realmente, responda às nossas orações ou apenas que Ele nos beneficie?

Deus usa os ímpios como instrumento


Eis agora um terceiro aspecto surpreendente dos caminhos de Deus. Ele usa, às vezes, instrumentos estranhos para corrigir sua Igreja.

Os caldeus, dentre todos os povos, são os que Deus levanta para disciplinar o seu povo. Habacuque não podia imaginar tal coisa. Mas aqui também está um fato evidente em toda a Bíblia: Deus usa o instrumento que quiser.

No curso da história, Ele tem usado toda sorte de instrumentos estranhos e inesperados, para a realização de seus propósitos. Usou Pilatos, usou Herodes, usou Saul, usou uma mula. O mal não é de sua autoria, mas Ele, às vezes, o usa para educar e corrigir os da sua Igreja.

Deus é livre para usar qualquer instrumento para disciplinar o seu povo. "O Senhor corrige o que ama" e "Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos" (Sl 119:71). No final, descobrimos que o alvo de Deus é um só: nos abençoar.

O triunfo da fé


“Mas o justo viverá pela sua Fé” (2:4).

Sim, o justo, o crente em Jesus, viverá pela sua fé. E esta fé no Senhor triunfante, ressuscitado e glorioso, transmite à vida diária uma vitalidade vibrante.

O cristão não se abate com o presente, embora o veja muitas vezes como sendo sombrio.

“Ainda que a figueira não floresça, nem há fruto na vide; o produto da oliveira mente e os campos não produzam mantimentos; as ovelhas foram arrebatadas do aprisco e nos currais não há gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação”. 
(Hb. 3:17, 18).

Este texto é uma declaração de fé em um momento de crise inigualável. Faltariam figos, uvas, azeitonas, os campos não produziriam os alimentos. O Rebanho seria exterminado. Os currais sem gado. E qual é a atitude do profeta? Desespero? Inconformismo? Não. Fé!

Habacuque nos ensina que a resposta à crise é a fé. Sua segurança não brota de emoções, mas de uma fé viva. E quem crê, não se abala. "Aqueles que confiam no Senhor são como o monte de Sião, que não se abala, estão firmes sempre" (Sl 125:1).

“Ainda que a figueira não floresça... e nos currais não há gado, todavia, eu me alegro no Senhor”. (Hb. 3:17 ).

Que fé! No meio da crise, alegria. Que lição para todos os cristãos aborrecidos, murmuradores, emburrados com Deus e com o mundo.

Façamos como Habacuque, manter a fé em Deus mesmo que Ele se mostre indiferente às nossas orações; manter a fé mesmo que suas respostas sejam inesperadas; manter a fé mesmo que Ele esteja usando instrumentos dolorosos para nos disciplinar e educar e ainda que venhamos a perder tudo, todavia, devemos nos alegrar no Senhor, pois Ele é a única riqueza que vai perdurar sempre.

Que o Senhor da Fé nos abençoe!

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