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sábado, 20 de junho de 2015

UM LOUVOR QUE TOCA O CORAÇÃO DE DEUS

Algumas das finalidades do louvor e da adoração ao Senhor na igreja e no culto em geral, segundo a Palavra de Deus, são as que irei considerar aqui.

1 - Preparar nosso coração para receber a mensagem do Senhor


Em 2 Reis 3, três chefes de Estado vão à guerra contra os moabitas: Jorão, rei de Israel; Josafá, rei de Judá; e ainda o rei de Edom, cujo nome a Bíblia não menciona. Antes de ir à batalha, por iniciativa de Josafá - o único que temia ao Senhor -, todos os chefes foram ao profeta Eliseu buscar a direção de Deus. Eliseu havia recebido uma mensagem para aqueles reis e os povos deles, mas tinha dificuldade para proferi-la, pois seu espírito estava irritado ante o avanço do baalismo idólatra e imoral em Israel, que tinha como principais promotores Acabe e Jezabel, pais de Jorão. Então, ele ordenou que introduzissem ali um músico hábil e também temente a Deus para tocar seu instrumento. Isso o ajudaria a preparar o ambiente para a declaração da mensagem que estava borbulhando no seu espírito. Enquanto o músico tocava, um maravilhoso som enchia aquele lugar. Nesse ambiente, o profeta conseguiu falar. Em 1 Samuel 10, aconteceu um caso semelhante, por ocasião da unção de Saul como o primeiro rei de Israel, quando o louvor ao Senhor também procedeu a manifestação daquela mensagem.

Todo autêntico pregador do evangelho sabe, por experiência, que um louvor congregacional executado de coração é uma boa abertura para a entrega da mensagem, seja pregação ou ensino da Palavra. Os evangelistas, sempre que vão pregar, levam consigo um consagrado (e aqui falo de separação e não de fama) cantor escolhido por eles. A história registra isso nas cruzadas evangelísticas de John Wesley, Whitefield, Moody, Billy Graham, Bernhard Johnson, Reinhard Bonkke, Luis Palau e outros. Qual o pregador que não se sente inspirado após ouvir uma congregação, um cantor ou um coral, cheios do Espírito Santo, louvarem ao Senhor com hinos que são verdadeiras mensagens bíblicas?

2 - Propiciar a manifestação da glória divina no ambiente


Isto é a presença direta de Deus para abençoar e realizar a sua obra na igreja e entre os pecadores. Em 2 Crônicas 5, por exemplo, é descrito o começo da gloriosa inauguração do templo de Deus em Jerusalém. Entre o povo de Deus havia cantores, músicos e coristas, todos unânimes para aquele grandioso momento. O versículo 13 afirma que eles contavam e tocavam uniformemente, o que lhes requereu redobrado ensino e prática. A letra dos cânticos que entoavam era curta, simples e conhecida, e não tinha nada de misterioso e difícil como a de hoje. Além disso, a unção divina estava sobre o cantor e a letra, que era ouvida por toda a congregação. Atualmente por causa da pouca educação musical dos instrumentistas,os instrumentos abafam completamente a letra dos cânticos, que por si sós, já são um tanto quanto questionáveis no que se refere à sua exegese.

O segredo de um hino ungido não está no fato de ele ser novinho e desconhecido do auditório, mas sim na unção divina sobre todos os que o cantam e o tocam e também sobre a letra, que deve ser correta e bíblica. O verso 14 do já mencionado capítulo afirma que a glória do Senhor encheu aquele templo. O mesmo pode acontecer hoje, se as condições espirituais forem semelhantes.

3 - A concessão da vitória sobre o inimigo


A Bíblia registra em 2 Crônicas 20 (não dá para falar sobre louvor congregacional sem citar essa conhecida passagem) que Josafá, o piedoso rei de Judá, estava para enfrentar três poderosos inimigos: Amom, Moabe e Edom (Seir). O mesmo Amom que antes fora aliado agora era agora um dos inimigos do povo de Deus. O Senhor dirigiu Josafá a colocar todos os músicos e cantores à frente do exército, o que, à primeira vista, parecia um suicídio coletivo, mas essa orientação vinha dAquele que não erra, que não se engana: o Senhor dos Exércitos! Quando se iniciou, sob altos louvores, a marcha do exército de Israel, os inimigos foram derrotados, se auto-destruindo, por uma intervenção divina em resposta ao louvor do povo que era a expressão, a atitude da obediência do rei Josafá.

Atos 16:25 relata que Paulo e Silas estavam no cárcere, presos num tronco. Nesse momento, eles "oravam e cantavam hinos a Deus". Muita música e cânticos atuais, nos templos e fora deles, não surtem o devido efeito sobre os crentes e descrentes porque não têm o correto endereço espiritual: Deus.

4 - Ensinar, edificar e admoestar o povo de Deus


"Ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando AO SENHOR com em vossos corações", Colossenses 3:16. Como se dá esse ensino e essa admoestação? Aliás, é interessante observar que, segundo a Bíblia, uma das funções do louvor é o de ensinar. Fazendo uma rápida análise, o que temos aprendido com as letras de algumas canções entoadas hoje na igreja, chamadas de "louvor e adoração"? Somos testemunhas de que, quando a música bíblica e ungida é executada no culto ao Senhor, traz edificação, alegria, quebrantamento e ensinamento de muitas maneiras. Um exemplo disso é o rico conteúdo de ensino, inclusive profético, dos Salmos, que eram executados com vozes e instrumentos e chegaram a ser considerados o hinário nacional de Israel. Por ter uma letra com uma grande inspiração divina, os Salmos tornaram-se um livro da Bíblia. Nesses últimos anos, centenas de hinos foram lançados em todo o mundo, mas lembrados, cantados, conservados e queridos são bem poucos. O resto é tudo descartável, "hits gospel de verão", que com seus refrões grudentos como chicletes, criam modismos, dancinhas e, pouco tempo depois, caem no esquecimento e são rapidamente substituídos por outro do mesmo [des]nível.

Enquanto isso, os chamados antigos (que as equipes de louvor, geralmente formadas por jovens, não gostam de cantar), de hinários ou não, continuam sendo uma bênção sempre que entoados, e cada vez que isso acontece ele parecem novos. O segredo disso está na espiritualidade dos seus autores, na mensagem bíblica da letra que edifica o homem em sua completude: espírito, corpo e alma; na unção divina que prevaleceu na produção desses hinos que nunca envelhecerão. Outro detalhe importantíssimo é que esses hinos são verticais, ou seja, reverenciam unicamente a pessoa do Deus Altíssimo. São teocêntricos. Dos atuais - grande parte, horizontais e egocêntricos - pouquíssimos falam das grandezas de Deus, da pessoa do Espírito Santo, dos dons espirituais, da vida em santidade, dos milagres e da pessoa de Jesus. A impressão que fica é que seus autores nada sabem dessas maravilhas da graça de Deus.

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