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quinta-feira, 21 de maio de 2015

VIDA DE LOUVOR - "MISERICÓRDIA, ESQUECI MINHA HARPA!"

É impossível pensar em louvor e adoração e não lembrar Davi. Talvez não haja personagem bíblico tão admirado e querido quanto ele. Sua personalidade está delineada em 1 Samuel 16 - quando o rei Saul precisa ouvir música para acalmar seu coração, um de seus servos dá testemunho sobre o menino pastor de ovelhas: "Eis que tenho visto a um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é valente e vigoroso, e homem de guerra, o prudente em palavras, e de gentil presença; o SENHOR é com ele." E Davi colhe momentos frutíferos por sua formosura nascida de um coração fiel a Deus: mata o gigante filisteu, cai nas graças do rei Saul, ganha a amizade de Jônatas, o amor de Mical e a admiração do povo por suas vitórias militares. Enquanto o rei Saul, por ciúme de Davi, atira-lhe lanças para matá-lo, é o salmista que, com o som de sua harpa, traspassa o coração perturbado do rei. Dia após dia, o salmista adorava a Deus. Mesmo na úmidas e escuras cavernas, quando precisou fugir de Saul, nesse lugar frio e sem vida, o pastor de ovelhas permitia florescer, em sua alma, em seu espírito, poesia e música ao Senhor. E a Palavra cita "como nos outros dias", Davi adorava a Deus. Infelizmente, sua atitude de adoração não durou muito! Ao obter vitórias nas batalhas e ter seu reinado consolidado, Davi parece não precisar tanto da harpa e de seus preciosos momentos com o Senhor, como acontecia nas cavernas.

Enquanto seus homens lutavam suas guerras, Davi permanecia em Jerusalém. E, numa tarde tranquila, ao levantar de sua confortável cama, o salmista não usa esse momento para, com sua harpa e lirismo poéticos, louvar a Deus. Ao contrário, passeava pelo pátio real. Do terraço do palácio, ele vê Bate-Seba, esposa de Urias... E a deseja. Para estar com ela, Davi retira qualquer obstáculo presente, inclusive planeja a morte de Urias. E obtém sucesso. A alma de Davi torna-se escura e sombria, como as cavernas por onde andou. E sua harpa também parece mofar, desafinada em algum canto do palácio real! Onde está o pastor de ovelhas que "sabe tocar e é valente e vigoroso, e homem de guerra, e prudente em palavras, e de gentil presença"? O homem que agora vemos não usa mais seu instrumento de adoração; é covarde e vil, não luta suas próprias guerras, não é prudente. Antes, protetor de ovelhas; agora, furta a "ovelha" de outro. Antes, colhia frutos de uma vida cheia de amizades, alegrias e louvores... Agora, seus feixes são vergonha, ressentimento, traição e dor. Prostrado diante de Deus e perplexo ao perceber o bolor de sua alma, talvez Davi tenha se lembrado da harpa. Podemos tentar imaginar o que passou na mente do salmista? ("Onde ficaram meus louvores?, Onde está meu instrumento de adoração?") Deus vê o arrependimento de Davi (descrito nos Salmos 32 e 51), perdoa seus pecados e derrama luz em suas trevas.

E Deus mesmo dá um testemunho sobre Davi em Atos 13:22: "Achei a Davi, filho de Jessé, homem conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade." Em Cristo Jesus, nosso redentor, teremos nosso Deus dando bom testemunho de nós mesmos - "aquele adorador sabe tocar, é valente, tem vigor para guerra, é prudente em palavras e de gentil presença, pois nos moldes que meus adoradores devem me adorar: em espírito e verdade!" Que som de santidade que convém à Casa de Deus! Que som de consagração deve fluir do Tabernáculo do Deus Vivo! Que som de louvor deve ecoar da Arca da Nova Aliança! Que dedilhar de harpa e poesias afinadas com os sentimentos e vontades do coração do Rei! Não podemos produzir uma "massa sonora" de desejos conflitantes com os do Pai, mas uma afinação de vida padronizada pelo diapasão da Palavra de Deus. Esse deve ser nosso maior prazer - cantar louvores ao Senhor! Eis o grande desafio: não esquecermos nossa "harpa"!!!

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