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terça-feira, 21 de março de 2017

OS APÓSTOLOS DE CRISTO - FILIPE

Nos três primeiros Evangelhos ele é apresentado nessa ordem. Ele é mencionado como sendo de Betsaida, a cidade de André e Pedro (João 1:44). É mais que provável que ele estivesse entre os galileus daquele distrito que se reuniram para ouvir a pregação de João Batista. Embora nenhuma parte da Palestina tenha sido tão mal falada como a Galileia, foi destes desprezados, mas simples, sinceros e devotos galileus que nosso Senhor escolheu Seus apóstolos. 
"'Examina'", disseram os fariseus, "'e verás que da Galileia nenhum profeta surgiu'" (João 7:52). 
Mas afirmações muito generalizadas, em geral, costumam ser falsas. 
"Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?" 
é uma amostra desse caráter.

Nada é dito na história do Evangelho sobre os pais de Filipe ou sua ocupação. O mais provável é que ele tenha sido um pescador, o comércio geral daquele lugar. A partir da similaridade da linguagem utilizada por Filipe e André, e por serem repetidamente mencionados juntos, podemos concluir que nosso apóstolo, assim como os filhos de Jonas e Zebedeu, eram amigos íntimos, e que eles todos estavam procurando e esperando pelo Messias. 

Mas, de todo o círculo dos discípulos de nosso Senhor, Filipe tem a honra de ser o primeiro a ser chamado. Os três primeiros tinham vindo a Cristo e conversado com Ele antes de Filipe, mas depois disso eles voltaram às suas ocupações e não foram chamados para seguir o Senhor até cerca de um ano mais tarde. Mas Filipe foi chamado de uma vez por todas. 
"No dia seguinte quis Jesus ir à Galileia, e achou a Filipe, e disse-lhe: Segue-me" (João 1:43). 
Estas palavras, tão cheias de significado e rica bênção para a alma, "Segue-me", (cremos) que tenham sido as primeiras ditas a Filipe. Quando os doze foram especialmente separados de seus ofícios, Filipe foi contado entre eles. 

Imediatamente após seu chamado, ele encontra Natanael e o leva a Jesus. É evidente, pela feliz surpresa que respira em sua informação, que eles já tinham conversado sobre essas coisas antes. Seu coração estava agora seguro de sua verdade, daí a alegria expressa nestas palavras: 
"Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na lei, e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José" (João 1:45). 
Há uma evidente sinceridade de coração em Filipe, embora pouco seja dito sobre ele nos Evangelhos. Nossa última menção a ele, assim como a primeira, é profundamente interessante. Tendo ouvido o Senhor se referir repetidamente ao Seu Pai em João 12, 13 e 14, Filipe manifestou um forte desejo de conhecer mais sobre o Pai. As comoventes palavras de nosso Senhor sobre Seu Pai parecem ter causado uma profunda impressão e admiração em seu coração. 
"Pai, salva-me desta hora" (12:27); "Pai, glorifica o teu nome" (12:28); "Na casa de meu Pai há muitas moradas" (14:2); 
sem dúvida, tais palavras penetraram profundamente nos corações de todos os discípulos. Mas há uma bela simplicidade sobre Filipe, embora carente de inteligência. 
"Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta" (14:8). 
Há uma evidente repreensão, se não uma reprovação, na resposta do Senhor a Filipe:
"Disse-lhe Jesus: 'Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras'" (14:9-10).
Ele era a revelação do Pai em Sua própria Pessoa, e Filipe deveria sabê-lo. Ele já estava a muito tempo com Seus discípulos, e eles deveriam ter visto que Ele estava no Pai, e o Pai nEle, e que Ele iria para o Pai. Eles tinham tanto as "palavras" quanto as "obras" do Filho para convencê-los de que o Pai habitava nEle. Eles tinham ouvido Suas palavras, eles tinham visto Suas obras, eles tinham testemunhado Seu caráter, e essas coisas foram ajustadas e destinadas para trazer o Pai diante deles. 

Sua própria Pessoa era a resposta para qualquer pergunta.
"Eu sou o caminho, a verdade e a vida." 
Ele é o caminho - o único caminho ao Pai. Ele era a verdade: a verdade quanto a tudo e todos, como são, é apenas conhecida por Ele. Ele é a vida - 
"aquela vida eterna, que estava com o Pai, e nos foi manifestada". 
Mas é apenas pelo ensino e poder do Espírito que Ele, que é "o caminho, a verdade e a vida", é conhecido e desfrutado. E deve haver sujeição de coração a Cristos e desejamos conhecer o ensino do Espírito. 

Conclusão 


Após tal profundamente interessante e instrutiva conversa com o Senhor, tudo é incerto quanto ao resto da história de Filipe - seu nome desaparece da narrativa dos Evangelhos. Ele estava ainda entre os apóstolos em Atos 1:13. A tradição tem confundido, tão frequentemente, o Filipe evangelista com o Filipe apóstolo, que tudo é incerto. 

Sem dúvidas seus dias restantes foram gastos no serviço devoto ao seu Senhor e Salvador, mas em que lugar é difícil determinar. Alguns pensam que a Ásia foi o cenário de seus primeiros labores, e que no final de sua vida ele esteve em Hierápolis, na Frígia, onde sofreu um cruel martírio.

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