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terça-feira, 21 de abril de 2015

OS 7 "MISTÉRIOS" DA BÍBLIA - 1) GRANDES EVENTOS E MILAGRES, REALIDADE OU MITO?

Abrindo a série especial "Os 7 'Mistérios' da Bíblia", vou abordar um tema que ainda hoje gera muitas especulações principalmente em meio aos que não são da fé e - por mais incrível que pareça - até mesmo em a muitos dos que se dizem da fé.

1) Os Grandes Eventos e Milagres, realidades ou Mito?


Durante séculos, ninguém ousou dizer que algo narrado pela Bíblia poderia não ser verdade. Se a ciência discordasse de alguma coisa, era ela que necessariamente estava errada. Esse panorama começou a mudar no começo do século 18, com a Revolução Industrial e com o Iluminismo. Dentro e fora da Igreja, pessoas começaram a estudar o livro como qualquer outra obra histórico-literária, aplicando nele os métodos da análise crítica. O resultado é visto numa série de questionamentos: A história do dilúvio e da Arca de Noé não é apenas um mito? O êxodo dos judeus fugindo da escravidão no Egito e abrindo as águas do Mar Vermelho pode ser simbólico? E o que dizer dos fantásticos milagres de Jesus, que teria até ressuscitado? 

O que dizem os historiadores

Para os mais críticos, eventos como esses nunca aconteceram. Canaã, a região que hoje corresponde ao Líbano, Palestina, Israel e partes da Jordânia, do Egito e da Síria, estava sob o domínio egípcio e era necessário criar um relato que inspirasse as diversas tribos a lutar contra essa situação. Assim, surgiu grande parte do Gênesis e do Êxodo. Quando a Bíblia conta que as leis mosaicas foram encontradas no templo, durante o reinado de Josias, por volta de 622 a.C., também inventa um relato para explicar o surgimento das diversas regras. 

“Quem escreveu textos como Deuteronômio foram os próprios sacerdotes da época de Josias”, destaca a historiadora norte-americana Karen Armstrong em seu livro A Bíblia (Jorge Zahar Editor). Ainda segundo Armstrong, depois da volta do exílio babilônico, por volta de 538 a.C., a fé dos hebreus foi radicalmente transformada. Antes politeístas e adorando vários deuses, agora eles optam por reverenciar apenas Yaweh. Sob o comando do sacerdote 
Esdras, os textos são editados e enriquecidos. 

Trechos como os Dez Mandamentos e a proibição de casamento dos judeus com outros povos teriam surgido ali. Entre aqueles que fazem coro com a historiadora estão vários teólogos liberais. Para eles, a Bíblia usa uma linguagem figurada e poética muito forte. Moisés não abriu o Mar Vermelho, mas faz sentido usar isso como metáfora, já que o mar é símbolo do caos e, para se libertar, o povo vence as forças do caos egípcio justamente com a ajuda de Deus.

Ultimamente, essas versões ganham força principalmente por causa de livros, documentários televisivos e reportagens em revistas seculares. Mas são pouco aceitas entre a maioria dos evangélicos. Como sacerdotes do tempo de Josias teriam inventado essas histórias se mais de 200 culturas, por exemplo, preservaram a história de uma grande inundação que destruiu a Terra e da qual foram salvas algumas pessoas num grande barco? É bastante provável que esses eventos realmente aconteceram.

Evidências científicas e arqueológicas

Dificilmente os hebreus teriam copiado essas histórias, já que seus relatos mais simples sugerem tratar-se das narrativas originais. Além desses argumentos, há várias evidências geológicas e achados arqueológicos que confirmam a veracidade dos textos bíblicos. No caso do dilúvio, as evidências seriam variadas: metades dos sedimentos continentais são de origem marinha; fósseis de animais marinhos são encontrados costumeiramente em grandes montanhas.

Já a existência de escravos hebreus no Egito é atestada por pinturas nas paredes das pirâmides e por papiros de sacerdotes egípcios, como Ipuwer, que menciona as mesmas pragas bíblicas que assolaram a nação. Estudando os originais hebraicos do Antigo Testamento, ainda é possível encontrar palavras e expressões que são claramente de origem egípcia, o que indica que seu autor era versado nos idiomas e tradições de ambas as culturas, perfil que combina bem com Moisés.

Uma questão de fé


O conhecimento histórico, científico e arqueológico são até interessantes para pesquisadores e estudiosos da Bíblia. Contudo, é a fé que leva os cristãos a acreditarem nos eventos e milagres bíblicos tais e quais estão registrados no Livro Sagrado e isto, independente de provas, indícios ou qualquer outra coisa que os validem. As especulações e a descrença de outrem também são irrelevantes. Seus argumentos racionais não são fortes o suficiente para atingir àqueles que verdadeira têm fé no Deus Todo-Poderoso, para quem, abrir um mar - já que foi Ele quem criou o mar - é fichinha.

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