Total de visualizações de página

terça-feira, 28 de abril de 2015

"FOFOCA SANTA"

Sabe da última? Responda rápido: quem é mais fofoqueiro? O homem ou a mulher? Por muito tempo a fama foi delas, das mulheres! Agora estudos feitos por especialistas em comportamento, na Inglaterra, comprovam que não é bem assim: os homens assumem a liderança. 

Na pesquisa eles disseram se sentir mais enturmados quando fofocam e com maior autoestima — quando o assunto são mulheres e conquistas, principalmente. Já as mulheres afirmaram que fofocam mais para passar o tempo. 

Com números isso fica interessante: em 22 dias de pesquisa, os homens fofocaram 9 horas a mais que as mulheres. Os assuntos preferidos? Eles preferem falar de mulheres, salários, relembrar histórias, transas, espalhar boatos e contar sobre as bebedeiras dos amigos. 

Elas adoram criticar outras mulheres, falar do relacionamento dos outros, sobre peso, celebridades, vida sexual e problemas nos relacionamentos.

O fenômeno da fofoca


A audiência dos famigerados, incultos, fúteis, essencialmente desnecessários e dispensáveis programas tipo reality show, a expressiva tiragem das revistas que “mexericam” a vida das celebridades e a popularização dos blogs e das redes sociais não deixam dúvidas: o ser humano tem imenso prazer em saber e comentar a respeito da vida alheia. 

Muito antes que existisse imprensa, TV ou Internet, já era assim, como mostra Lucas no livro de Atos, no capítulo 17, verso 21, quando diz que os atenienses de seu tempo “de nenhuma outra coisa se ocupavam senão de dizer e ouvir alguma novidade”. O apóstolo Paulo se valeu disso para anunciar-lhes o Evangelho, mas recomendou que Timóteo tivesse cuidado com esse hábito terrível, observado em mulheres “paroleiras e curiosas”, que andavam de casa em casa,“falando o que não convém” (1Tm 5:13).

Assim, fica a pergunta: falar da vida alheia faz parte dos instintos naturais humanos ou é apenas um hábito adquirido ao longo da vida? Entendamos que o termo “fofoca”, propriamente dito, não diz respeito, necessariamente, a todo e qualquer comentário sobre a vida alheia, mas, sim, ao falatório maldoso, que dissemina histórias verídicas ou não a respeito de outrem. O falatório maldoso é um comportamento destrutivo, porque leva temas privados ao domínio público, expondo, deliberadamente – e sem qualquer propósito positivo -, a intimidade de alguém.

A “arte” de fofocar é a expressão de vazio existencial


Segundo o escritor norte-americano Joseph Epstein (em entrevista concedida à revista Época em 2013), autor do livro “Gossip” (Fofoca, em inglês, acho que a obra ainda não tem tradução no Brasil...), falar dos outros é uma inclinação natural do ser humano. Sob esse prisma, não há assunto mais interessante que a vida dos outros. 

Analisar erros, pretensões, hipocrisias, defeitos nos outros é uma delícia. É muito difícil evitar a fofoca e os temas relacionados à questão sexual são os principais tópicos das fofocas. Temos uma grande dificuldade de lidar com a sexualidade, pois esse tema traz toda uma carga de repressão e culpa, e falar do eu é proibido tem um tempero especial. 

Falar da vida alheia é prazeroso, sim, mas como qualquer outra coisa que nos dá prazer. É uma prática tão prazerosa que a fofoca expressada em todas as plataformas midiáticas ganha milhões, porque têm um público que consome esse tipo de notícia. Até o segmento gospel ganhou seu “legítimo” representante: o site “O Fuxico Gospel”! Crente fazendo "fofoca santa"!

Inveja e fofoca comem no mesmo prato


A inveja é um grande motor para a fofoca – todo fofoqueiro é invejoso –, pois gera no indivíduo a motivação para falar do outro. Jesus Se irritava com os fariseus nesse quesito. Quando ouviram o Mestre que Ele era o Cristo, tentaram desmoralizá-lO; como não deu certo, buscaram matá-lO. O fofoqueiro age carnalmente sob a influência de satanás com a intenção – direta ou indireta – de destruir a outra pessoa por vingança, ódio e falta de amor. 

A web é uma grande ferramenta para a disseminação de informações a respeito de si e da vida alheia. O fofoqueiro é alguém vazio e sem sentido na vida, que busca no outro a satisfação que não encontra na própria existência. É fato que, em todos os segmentos da sociedade, existem aqueles que gastam seu tempo para cuidar da vida dos outros e se sentem queridos e importantes por saberem da vida de todos, mas quero crer que muitos têm caminhado com Cristo e entendido que isso é um jeito triste, miserável e mesquinho de viver. 

O falatório maldoso é um comportamento destrutivo, porque expõe pessoas ao levar à público assuntos de cunho estritamente íntimo e isso com propósitos maldosos. Não há absolutamente nada de bom em nenhuma fofoca. A fofoca é uma arma letal na destruição da comunhão e da unidade no ceio da Igreja.

Ao fofoqueiro o que é do fofoqueiro


Fofoca É PECADO (Pv 6:16-19). As consequências desse comportamento pecaminoso certamente virão. Não podemos nos esquecer da lei física e espiritual da semeadura: se falo dos outros, um dia alguém falará de mim. E, obviamente, a colheita será em espécie da semente semeada (Lucas 6:36-38 e, conforme Romanos 2:1).

Esse fenômeno social do “disse me disse”, vendo-o como natural, é simplesmente ficar indiferente à moral e à ética. Somos da geração dos modernos reality shows, em que nossa juventude cresce sendo convidada a “dar uma espiadinha” em criaturas que vivem em casas (ou “fazendas”) de vidro, cercados por câmeras em diversos ângulos, onde a fofoca, inveja, disputa, traição, vulgaridade e promiscuidade andam de mãos atreladas. 

Fofoca, obviamente, é uma conversa de dois interlocutores: quem fala e quem ouve (e comenta, espalha, compartilha, curte) o disse me disse, e na maioria esmagadora dos casos, não consulta a fonte. Assim, a maneira mais fácil de lidar com o mexerico seja não dar ouvidos ao fofoqueiro.

Como consequência direta da queda, o hábito de falar acerca da vida alheia faz parte da história da humanidade desde tempos imemoriais e, assim como qualquer pecado, precisa ser evitado pelo cristão, como exorta a Palavra de Deus em 1 Pedro 3:8-11, conforme Tiago 3.

Nenhum comentário:

Postar um comentário