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quinta-feira, 16 de abril de 2015

GLOSSOLALIA, O DOM DE FALAR EM LÍNGUAS ESTRANHAS

"Agora, porém, irmãos, se eu for ter convosco falando em outras línguas, em que vos aproveitarei, se vos não falar por meio de revelação, ou de ciência, ou de profecia, ou de doutrina? Se, pois, toda a igreja se reunir no mesmo lugar, e todos se puserem a falar em outras línguas, no caso de entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão, porventura, que estais loucos. Portanto, meus irmãos, procurai com zelo o dom de profetizar e não proibais o falar em outras línguas." [1 Coríntios 14:6, 23, 39 ]


Eu fiz questão de iniciar este artigo com os versículos acima que fazem parte do contexto registrado na primeira epístola do apóstolo Paulo à Igreja de Jesus Cristo que se reunia em Corinto, no capítulo 14. Ressalto que fiz a extração dos versos SEM ISOLÁ-LOS de seu contexto, mas apenas para dar ênfase sobre o assunto a ser discorrido.

Tenho observado que dadas as devidas proporções e muito por causa do crescimento número de pessoas que se confessam “evangélicas” nas mais variadas denominações desse segmento, que a contemporaneidade dos Dons Espirituais (1 Co 12, 13, 14) já não gera as mesmas brigas como no passado, porém, infelizmente ainda gera em alguns líderes um certo desconforto e frustração.

A grande verdade é que ainda resta um considerável grupo de pastores e teólogos que tiveram uma formação acadêmica tradicional, profundamente influenciada pelos princípios iluministas de alguns séculos atrás. A crítica textual, a teologia da libertação e tantos outros movimentos que surgiram na história da igreja aparentemente trouxeram algumas verdades relevantes, porém ao analisarmos seus frutos descobrimos sua árvore, correspondem a um verdadeiro câncer em meio ao pensamento teológico.

Tendo em mente este quadro, fica fácil entendermos a motivação de diversos líderes da década de 70, que ao experimentarem um avivamento espiritual em suas comunidades locais, foram logo forjando a errônea argumentação contrária ao estudo teológico... quem nunca ouviu o chavão pentecostal “...a letra mata e o Espírito vivifica...”?. O fato é que não só a letra, mas também a letra, pode nos matar espiritualmente. Da mesma forma que apenas as experiências empíricas, espiritualmente não nos dão consistência para crescimento. Muito mais que o estudo teológico, o problema das igrejas, líderes e cristãos sempre foi a vida de pecado e superficialidade devocional, esses elementos sim nos levam para o sepulcro caiado.

Ponto de equilíbrio


Talvez você seja uma dessas pessoas, hiper dispensacionalistas ou cessacionistas que foram programadas para acreditar que a igreja primitiva, aquela dos apóstolos e dos milagres é diferente da igreja de nossos dias e as manifestações sobrenaturais já cessaram. Que atualmente Deus não opera mais da forma como lemos nas páginas das Sagradas Escrituras, e que a igreja primitiva encerou em Atos 28:23-31(...), logo você acredita que a igreja de nossos dias é diferente daquela apresentada pelos apóstolos.

Caso você seja assim... questionador e pragmático... quero que saiba que compreendo suas dúvidas, conheço seus argumentos e sei muito bem como você entra em crise ao ouvir outro irmão pentecostal gritando em línguas estranhas perto de você. Eu compreendo tudo isso que você sente, pois um dia eu também já fui assim. E confesso que perdi um tempo precioso de minha caminhada cristã acreditando nessas crendices teológicas, precisando repetir para mim mesmo que todos os outros “cristão avivados” estavam errados e eu na minha mediocridade tinha a razão acima de meus sentimentos. Esse sentimento é muito parecido ao de muitos seguidores do ocultismo, que por conviver intimamente com o oculto e sobrenatural se julgam superiores e mais preparados que os cristãos nominais.

Falar em línguas, um dom fundamental para o desenvolvimento espiritual


O fato é que quero falar sobre um Dom Espiritual, o qual recebemos mediante fé, obediência e soberana vocação divina. Não vou falar de paralíticos que voltaram a andar, ou surdos que passaram a ouvir. Também não falarei de pessoas que tinham uma de suas pernas dez centímetros mais curta que a outra e depois de um período de ministração do Espírito Santo tiveram sua perna milagrosamente crescida.

Quero falar apenas sobre orarmos em Línguas Estranhas, algo que na perspectiva do apóstolo Paulo é “o menor de todos os dons”. Alguns céticos e outros frustrados fundamentalistas aproveitam essa declaração de Paulo para mentir dizendo que esse assunto não é importante e não merece considerações. Coisa alguma que Deus nos dá é sem valor. Nada, absolutamente nada que o Pai tem reservado para sua igreja é em vão; tudo tem proveito e utilidade. Em sua grandiosa graça, Ele nos concede suas dádivas com a finalidade de sermos aperfeiçoados e edificados.

Mitos, mentiras e a VERDADE


O falar em línguas não é algo sem importância. Ele foi dado para o nosso benefício, para a nossa edificação pessoal. Nesta prática há benefícios que transformam nossas vidas, e que quando negligenciados entristecem profundamente a Deus. 

Como falei no início, existem muitas bobagens a respeito do falar em Línguas Estranhas. Uma delas é acreditarmos que as pessoas que falam em Línguas são mais espirituais do que as que ainda não receberam esse DOM. Isso é um mito pentecostal e de bíblico não existe nada! Outra mentira que me disseram é que para receber o Dom de falar em Línguas Estranhas eu precisava me sacrificar e assim inconscientemente anular e competir com todo o sacrifício que Jesus já realizou por mim na Cruz do Calvário. 

Porém de todos os mitos o pior que escutei foi o conceito de Batismo com/no Espírito Santo como condição para vida eterna, algumas igrejas ensinam até os dias de hoje. Tentaram nos convencer de que no momento da conversão, o Espírito Santo não passa a habitar em nós e agora, segundo eles, precisamos receber o Batismo com/no Espírito Santo, e se mediante essa manifestação de poder não falarmos em outras Línguas então jamais entraremos no Reino dos Céus... De todos os mitos esse é o pior!

Negar o dom de falar em línguas estranhas é negligenciar algo que nos foi dado por Deus.


Infelizmente há irmãos que negam a eficácia e a necessidade do dom de orar em línguas estranhas. Coitados, não sabem o que estão perdendo. Pior do que negar a eficácia do dom, é criticá-lo, questioná-lo sem qualquer conhecimento e, obviamente, sem ter sequer vivido a experiência. Sobre o dom de orar línguas estranhas, destaco que:

1 - Não é um idioma humano que exista ou que tenha existido anteriormente - logo, não há como TRADUZI-LO e sim INTERPRETÁ-LO e isto, mediante a atuação de outro Dom Espíritual. É uma linguagem incompreensível. Em 1 Coríntios 14:2 está escrito: 
“Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios”.
2 – Edifica somente a pessoa que “ora em línguas estranhas” e não a igreja como um todo. Em 1 Coríntios 14:4 está escrito: “O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo...”

3 – Podemos buscar interpretação por meio da oração e assim, edificar toda a igreja. Em 1 Coríntios 14:13 está escrito: “Por isso, o que fala em língua desconhecida, ore para que a possa interpretar”. Em 1 Coríntios 14:27 está escrito: “E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete”.

4 – Não deve ser proibido na igreja. Em 1 Coríntios 14: 39 está escrito: 
“Portanto, irmãos, procurai com zelo, profetizar, e não proibais falar línguas”.
5 – É um “sinal” para os incrédulos [infiéis]. Em 1 Coríntios 14:22 está escrito: “De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis...”

6 – É a principal, porém não é a única evidência do “Batismo no Espírito Santo”. Uma pessoa pode ser batizada no Espírito Santo e não falar em línguas estranhas, pois, a maior (e mais significativa) evidência do batismo no Espírito Santo não é o “falar em línguas estranhas”, mas sim, a intrepidez na pregação do Evangelho, como podemos ver em Atos 1:8, que diz: 
“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”.
7 – “Falar em línguas estranhas” não é o “dom de variedade de línguas”. Falar em línguas estranhas constitui falar palavras ininteligíveis (que não se consegue entender) dentro do contexto humano. Já o dom da variedade de línguas consiste na capacidade sobrenatural de falar em um idioma humano estrangeiro que não era previamente conhecido ou estudado pelo locutor. É uma língua idiomática utilizada quando Deus quer usar alguém para falar a outrem cuja língua é diferente, como podemos ver em Atos 2:7-11, que diz: 
“E todos pasmavam e se admiravam, dizendo uns aos outros: Pois quê! Não são galileus todos esses que estão falando? Como é, pois, que os ouvimos falar cada um na própria língua em que nascemos? Nós, partos, medos, e elamitas; e os que habitamos a Mesopotâmia, a Judéia e a Capadócia, o Ponto e a Ásia, a Frígia e a Panfília, o Egito e as partes da Líbia próximas a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes – ouví-mo-los em nossas línguas, falar das grandezas de Deus”.
8 – “Falar em línguas estranhas” não é a mera repetição de palavras que podem ser memorizadas e reproduzidas verbalmente. Há pessoas que não foram batizadas no Espírito Santo, que acabam memorizando e repetindo palavras (ininteligíveis) ditas por pessoas batizadas no Espírito e que “falam em línguas estranhas”... A mera repetição de tais palavras não constitui o “falar em línguas”. Neste caso, temos uma imitação e não uma ação sobrenatural do Espírito Santo sobre a vida do cristão.

9 – Quem fala em línguas estranhas não pode se considerar mais espiritual que os demais que não passaram pela mesma experiência. Alguns pentecostais acham que por não falar em línguas não chegaram ao nível de cristão em toda a sua plenitude. Isto não é verdade. - Alguém que fala em línguas estranhas não pode se considerar mais espiritual que a pessoa que foi batizada no Espírito Santo, mas que não fala em línguas estranhas; - Aquele que não fala em línguas estranhas não deve se considerar menos espiritual por isso. Deus age com propósitos e Ele sabe por que algumas pessoas falam em línguas estranhas e outras não. Deus é Soberano e Ele opera como bem quiser. Nunca se esqueçam disso.

10 – Glossolalia religiosa e Xenoglossia são coisas distintas. Glossolalia religiosa: não é a mesma coisa que “falar em outras línguas” (Atos 2:4), mas consiste em proferir sons ininteligíveis, que não correspondem a nenhuma língua conhecida (dentro do contexto humano). Xenoglossia: oração em língua desconhecida de quem ora, mas que existe ou já existiu e é do domínio humano. Trata-se de uma linguagem humana.

11 – Não existe “fórmula” para “aprender” a falar em línguas. Assim como os demais dons, ele fluirá à medida em que a pessoa buscar recebê-lo através de uma vida consagrada ao Senhor. O dom de orar em línguas é o ÚNICO dos dons espirituais que é para edificação pessoal.Todos os demais são para a edificação do corpo. Ele expressa uma preocupação individual de Deus com cada um de seus filhos. Não querer recebê-lo é o mesmo que um filho se recusar a receber um presente preciosíssimo do pai.

Conclusão


Enfim, é isto. Se você não crê no dom de falar em línguas estranhas é um problema seu (assim como de todos quantos não creiam). Entretanto, o fato de você não crer, seja sob quais argumentos forem, NÃO invalidará a eficácia e a realidade ativa do dom, assim como não fará com os que nele creem não o deixem fluir e não usufruam de mais essa sobrenatural ferramenta espiritual preparada e entregue por Deus aos seus filhos amados. Ou seja, se você não crê, fique na sua. Simples assim.

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