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domingo, 28 de dezembro de 2014

MUNDO BIZARRO: CASO RICHTHOFEN 12 ANOS DEPOIS

Tela de abertura do jogo Suzy and Freedom, baseado no Caso Richthofen, desenvolvido pelo psicólogo Nicolau Chaud (reprodução)

A história de vida desses jovens, revela o que pode acontecer com uma juventude afastada de Deus e dos princípios estabelecidos por Sua Palavra. Há 12 anos, como agora, o Brasil recém tinha passado pelo segundo turno das eleições presidenciais. Como agora, o PT teve o seu candidato eleito para comandar o País por quatro anos. E, como agora, Suzane von Richthofen e Daniel Cravinhos, protagonistas de um crime brutal, eram assunto nacional.

Se em 2002 a garota, então com 18 anos, provocou choque e escândalo ao planejar o assassinato dos seus pais, Manfred e Marisia von Richthofen, assassinados com golpes desferidos com barras de ferro por Daniel Cravinhos, com a ajuda do irmão Cristian (o casal teve as cabeças dilaceradas e os rostos desfigurados por causa da violência dos golpes) em 2014 voltou às manchetes pelo amor – e sem nenhuma relação com Daniel, o então namorado. Aliás, o "motivo" para matar os pais, foi justamente o fato de eles, ricos e de família tradicional, não aceitarem o relacionamento de Suzane com Daniel, que era de família humilde, moradora de periferia.
A então feliz(?) família von Richthofen

Aos 30 anos, Suzane poderia passar o dia longe da prisão de Tremembé, no interior de São Paulo. Mas o coração não deixa: a detenta está casada com uma colega do presídio, e a progressão para o semiaberto a levaria para outro instituto penal.
Cristian (cúmplice), Daniel (executor) e Suzane (mentora) em 20002

Suzane, nova vida?


Embora não seja mais a garota de classe alta que passava férias na Europa, morava em uma mansão na zona sul de São Paulo e estudava nas melhores escolas, Suzane von Richtofen ainda se destaca por onde passa. No Tremembé, onde está desde 2007, virou chefe da fábrica de roupas do presídio e protagonizou um triângulo amoroso brutal. Na fábrica de roupas, também trabalhavam Sandra Regina Ruiz Gomes (conhecida como “Sandrão”), 31 anos, e Elize Matsunaga, 32 anos. 

A chefe Suzane, condenada pelo assassinato dos pais em 2002, se apaixonou por Sandra, presa pelo sequestro e morte de um adolescente em 2003. Mas Sandra tinha um relacionamento com Elize, encarcerada pelo assassinato e esquartejamento do marido, Marcos Matsunaga, em 2012.

Na disputa por “Sandrão”, Suzane levou a melhor. Com o casamento – na verdade, um documento de reconhecimento afetivo exigido pela instituição –, ela deixou a “ala das evangélicas”  –  sim, a ela se diz "crente"  –, que sempre habitou desde que foi presa em Tremembé, e agora está com Sandra na cela das casadas. Lá elas convivem com mais oito casais. Se houver briga ou traição na história, terão que se manter longe desse espaço por seis meses - quarentena cumprida por Sandra após o rompimento com Elize Matsunaga.

A situação não é nova para Suzane: ela sempre despertou paixões nas penitenciárias. Em Rio Claro, duas funcionárias do presídio se apaixonaram por Suzane e facilitaram sua vida de detenta, permitindo regalias como acesso à internet. Já em Ribeirão Preto, ela acusou um promotor de assediá-la dizendo que ia tirá-la da “vida de crimes” (com informações do site Folha). 

Em recente entrevista à revista feminina “Marie Claire”, Suzane disse que sonha em ser mãe, construir uma família e que gostaria de se reconciliar com o irmão, Andreas, 27 anos – recentemente ela abriu mão da briga pela herança dos pais. “Estou pagando pelo meu erro e quero a chance de recomeçar”, afirmou.
Suzane e sua companheira, a "Sandrão"

Daniel, vida nova?


O ex-namorado de Suzane von Richthofen se casou neste sábado em Moema, na zona sul de São Paulo. Daniel Cravinhos, 33 anos, foi condenado a 39 anos de prisão pela morte de Manfred e Marísia. Ele aproveitou a saída temporária de Natal e Ano-Novo para oficializar a união com a biomédica Alyne da Silva Bento, 27 anos, evangélica, filha de uma agente penitenciária. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Em entrevista ao jornal, a nova sogra de Daniel , Sumaia Bento, 52 anos, disse que apoia a união, apesar dele ter sido condenado justamente por matar os sogros, em crime ocorrido em 2002.  "Acredito muito em Deus. Alguém teria que dar uma nova chance ao Daniel e, se ele [ele quem, Deus?] me escolheu, aceito", disse.

Segundo o jornal, o casal se conheceu em 2012, quando ela foi ao presídio de Tremembé para visitar o irmão, que foi preso por participação em um roubo. Amparado por 15 convidados, Daniel desceu do carro e não falou com a imprensa antes da cerimônia realizada por um pastor, que durou cerca de 30 minutos. Após o casamento, ele foi embora dirigindo, separado de Alyne, para a festa do casal.
Daniel e a esposa Alyne, posando para uma das várias selfies postadas em redes sociais 

Cristian, o "figurante"


Ao deixar a penitenciária P2 de Tremembé, no interior de São Paulo, em entrevista concedida ao programa Domingo Espetacular (Record) em maio último, Cristian Cravinhos disse que tenta não se lembrar do crime e fala de planos mais "modestos" para o futuro. Ele disse que "tenho de recuperar o tempo perdido de maneira inteligente que seja boa para todos (...)" e que "espero poder preencher um pouco do vazio que deixou por muitos anos (...). Mas espero muito mais a oportunidade, não só da minha família, mas de toda a sociedade me dar a chance de reconstruir a minha vida, para que eu possa fazer também minha família feliz."
Cristian em entrevista ao programa Domingo Espetacular

O crime que chocou o Brasil


Manfred e Marísia dormiam quando Suzane, o namorado dela, Daniel, e o irmão dele, Cristian Cravinhos, entraram na garagem no carro da jovem. A polícia conta que Suzane foi até o quarto dos pais para conferir se eles estavam dormindo.

Autorizados por ela, Daniel e Cristian entraram em ação. Daniel se aproximou de Manfred. Cristian, de Marísia. Foram inúmeros os golpes na cabeça com barras de ferro. Os irmãos ainda usaram toalhas molhadas e sacos plásticos para sufocar o casal.

Durante o assassinato, Suzane esperou no andar de baixo da casa. A jovem revirou o escritório para simular um assalto. Antes de ir embora, o trio embolsou 5.000 dólares e R$ 8.000 guardados por Manfred.

Depois da morte dos pais, Suzane foi com Daniel para um motel. Às três da madrugada, a jovem deixou Daniel em casa e foi em busca do irmão Andreas em uma LAN house. Ela e o irmão caçula voltaram à mansão. Ao se depararem com os pais mortos, Suzane acionou a polícia.

Na madrugada do dia 22 de julho de 2006, o Tribunal do Júri condenou Suzane e os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos à prisão pelo assassinato do casal. Suzane, Daniel e Cristian foram condenados por duplo homicídio triplamente qualificado. Eles estão presos na penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo.

A Lei dos Crimes Hediondos

Daniel (direita) [Andreas, irmão (centro) de] e Suzane (esquerda) no enterro do casal Richthofen, antes de serem desmascarados

De acordo com especialistas consultados pelo site Terra, a falta de perspectiva de ressocialização dos presos é justamente a principal falha da Lei dos Crimes Hediondos, que completa 20 anos em 2014. E o assassinato do casal Richthofen pode ilustrar esse tema.

O macabro episódio tramado por Suzane von Richthofen e pelos irmãos Daniel e Christian Cravinhos  –  Este, aliás, como no início, continua fora dos focos midiáticos e segue cumprindo sua pena sem muitas aparições. Sua última aparição na mídia foi em entrevista exclusiva concedida ao programa Domingo Espetacular da Rede Record.  –  foi um dos homicídios mais marcantes do Brasil. E fez parte de uma coleção de casos famosos que se enquadra na Lei dos Crimes Hediondos, que completou 20 anos em 2014. 

A lei, criada em grande parte após a comoção popular causada pelo assassinato da atriz Daniela Perez por Guilherme de Pádua, em 1992, tinha como objetivo aumentar a punição para crimes que estivessem enquadrados nos seus artigos. O problema é que, de acordo com os especialistas, ela não serviu para diminuir o número de crimes violentos. 

Atualmente, são 155 mortes violentas por dia, com uma proporção de 29 assassinatos por 100 mil habitantes. De acordo com o último Mapa da Violência, de 2014, o número de assassinatos aumentou de 49.695 em 2002 para 56.337 em 2012.

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