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sábado, 13 de dezembro de 2014

LUIZ ARCANJO, MÚSICA EVANGÉLICA BRASILEIRA

O cantor Luiz Arcanjo, integrante de ministério de louvor e adoração – Ministério Apascentar de Nova Iguaçu, Toque no Altar – me surpreendeu quando anunciou que iria gravar disco solo. Logo pensei, ih, lá vem mais do mesmo. Que nada. O cara se revelou um baita intérprete de samba e MPB, música de raiz essencialmente brasileira. O disco do cara é de um bom gosto indescritível. 

Ele fugiu completamente da fórmula condensada (e “importada”) que é a base principal da música cristã contemporânea. Ouvi o CD de faixa a faixa e não me arrependi. A divulgação nas rádios gospel , como eu já esperava, foi pífia. Muito aquém do merecido. Aliás, as rádios evangélicas do Brasil – salvo raríssimas exceções – são de uma pobreza absurda em sua programação que dá medo.  Fuja delas!

Quem é ele?


Luiz Carlos da Silva, mais conhecido como Luiz Arcanjo, nascido em Nova Iguaçu/RJ, a 11 de julho de 1974, é um cantor e compositor gospel brasileiro. Casado e pai de uma filha, ele é um poeta e músico profissional, com talentos inquestionáveis em ambas as atividades artísticas. 

Nos últimos anos, tem alcançado o Brasil e vários países do mundo como E.U.A, Japão, Inglaterra, Portugal, Israel com o grupo "Toque No Altar" que em 2007 passou a se chamar "Trazendo a Arca". 

No final de 2009, Luiz Arcanjo resgatou um sonho antigo de gravar um CD solo, e esse sonho se tornou realidade, e foi lançado seu CD homônimo com variados estilos de música o qual se destaca o estilo MPB e o samba. 

Quem ouve as composições de Luiz Arcanjo no Trazendo a Arca em hinos como “Abro Mão” e “Restitui” não faz ideia da sua paixão e aproximação com a música brasileira. Com um CD totalmente “abrasileirado” ele surpreende e mostra um lado musical seu que poucos conheciam. 

O disco explora estilos e ritmos brasileiros como Samba e Baião, passando pela mais genuína MPB. Algo ousado e inovador no cenário Gospel visto antes apenas nos álbuns de João Alexandre, Sérgio Pimenta, Carlinhos Veiga e VPC, entre outros. 

O trabalho também vem com composições poéticas (algo muito marcante na nossa música) e ricamente edificantes (o que já é uma marca registrada sua desde os tempos de Toque no Altar). 

Release do disco


Já na 1ª música, Samba Pra Deus, pode-se ouvir trechos como “...o que vou cantar pro meu Senhor se o meu Samba é o meu melhor?” e “...o que há de errado em cantar um som do Brasil?”, rompendo com qualquer tipo de “tabu” na música cristã brasileira com o samba e mpb. Destaque para o swing do naipe de metais. 

Amore Mio é uma composição de Livingston Farias (parceiro musical do pastor Marcos Góes) que dá continuidade a pegada da faixa anterior. É uma bela declaração de amor a Deus em ritmo de MPB. Mais uma vez destaque para a metaleira. 

As participações especiais ficam por conta do Pregador Luo em  Gadara (Sensacional!), e no interlúdio Gadara é Assim, que é uma crítica social colocada de forma muito adequada e do produtor do cd, Jamba, na faixa Amor Pra Dizer que possui um belo entrosamento vocal. 

é conduzida por um violão e é alusivo aos versos de Hebreus 13. Possui um dos melhores arranjos do repertório. 

A seguir temos uma oração cantada em formato acústico. Alguém Como Eu é um belo momento de contrição e entrega. Destaque para o encadeamento harmônico e melódico executados pelo violão e teclado.

Cada Estação é uma balada com uma levada percussiva, muito boa de ouvir. Destaque pra pegada jazzística executadas ao fundo pelo piano e guitarra. 

De volta ao swing do samba temos Viver o Amor que conta com uma letra e melodia cativantes e envolventes. Mais uma vez destaque para as frases do naipe de metais, preenchendo os espaços do arranjo com muita criatividade. Sonzeira! 

Neste set list de primeira não poderia ficar de fora um baião. traz uma letra reflexiva. Destaque para o acordeão. 

Fechando a gravação temos um momento introspectivo. Perdão é interpretado por Luiz acompanhado por pianos e pads. Fecha a gravação com chave de ouro. 

CD indispensável para quem gosta de música boa, com qualidade técnica, coerência e equilíbrio nas letras e uma interpretação irrepreensível. Mais que recomendado.

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