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domingo, 14 de dezembro de 2014

CÂMERAS, LUZES... MAIS LUZES, POR FAVOR!

A mídia atualmente coloca em destaque alguns ícones que imediatamente passam a ser adorados, imitados e até julgados. Podendo ser um jogador de futebol, um ator, um cantor, modelos” e até mesmo um representante de igreja. Com o advento da tecnologia que culminou com a expansão do fenômeno das mídias sociais, tem um sem número de pessoas diariamente numa busca frenética pelos tais 15 minutinhos de fama. É assustador o número de pessoas “querendo aparecer” e para isso não medem esforços. São capazes das atitudes mais questionáveis, dos comportamentos mais bizarros e não têm nenhum pudor em expor sua intimidade, suas peculiaridades e seus ridículos. Verifica-se assim, uma perda crescente da noção. 

Mas que perigo há por detrás da fama? O alcance da fama é algo que pode tirar do bom caminho até a pessoa bem intencionada, justa e competente? Adorar a Deus, propagar a Palavra e ao mesmo tempo ser famoso pode ser prejudicial? Vamos pontuar esses questionamentos em forma de perguntas e respostas.

A religião e a fama são coisas conciliáveis?


Parece que não tem nada a ver uma coisa com outra, porque quando você fala em religião a Luz da Bíblia, a religião pura e verdadeira (e, se a Bíblia destaca a verdadeira é porque existe a falsa) é o amparo ao órfão e à viúva nas suas necessidades. Então não vejo correlação. Hoje estamos vivendo um período de modismos, de nuvens doutrinárias, de “ser diferente”, de que ser evangélico dá certo status. Mas quando paramos e voltamos para o que verdadeiramente significa o Evangelho, não há status, porque normalmente as coisas extraordinárias do evangelho são feitas a sós, em uma relação íntima com Deus, não tem nada, absolutamente nada a ver com a fama. Até porque no universo do evangelho a estrela deve ser Jesus – que não coincidentemente é chamado de “o Sol da Justiça” e “Estrela da manhã” –, toda honra e glória deve ser direcionada para Ele. Se entendermos que a fama é uma dimensão da honra é para Ele, então não me parece condizente esta relação fama e religião.

O que há de mais perigoso para o cristão em se tornar famoso?


É não ter a percepção que Jesus deve ser a estrela maior, isto tem acontecido hoje em dia. Os indivíduos ficam conhecidos e há um grau de naturalidade de satisfação pessoal. Tudo mundo gosta de ser conhecido e reconhecido, isto é natural. Quando isto ultrapassa o estágio do natural é que começa o risco. A Bíblia diz que Deus não divide sua glória com ninguém. Toda honra e glória para Ele. Por mais famoso que alguém seja, ele jamais perderá a qualidade de servo nele. E o servo por melhor que seja jamais conseguirá ocupar o lugar de primazia do Senhor. É perigoso quando a pessoa que adquiriu fama usa indevidamente a fama, tenta tirar o proveito dela. Isto tem sido muito comum no meio evangélico. Nós não podemos nos esquecer de que um dia teremos que prestar contas. É perigoso a fama, na medida em que tentamos tomar o lugar de algo que não nos pertence, a honraria e a soberania de Deus. Há muitos “astros e estrelas” no high society gospel que correm um sério risco de serem acometidos da síndrome de Lúcifer.

É possível viver as vantagens do sucesso e se manter no caminho do Senhor? 


Absolutamente sim! Até porque o homem foi feito para o sucesso. O projeto de Deus para o homem é que ele fosse um sucesso pleno, não haveria morte, pecado, doenças e tudo mais. Na sua natureza, o homem tem toda intimidade com o sucesso, o que faz esta deturpação dele querer ocupar o lugar de Deus, é sua natureza pecaminosa, é um vicio neste projeto. É como se fosse um vírus no seu computador e seu programa. O homem é um programa perfeito na ótica de Deus, ai vem o vírus (que é o pecado) e fez com que ele deturpasse isto. Mas é perfeitamente viável àquele que transfere a honraria para Deus, conviver com o sucesso, tributando esse sucesso a quem é de direito, que é o próprio Deus. Em linguagem peculiar, Deus é o protagonista, somos apenas os coadjuvantes.

O que devemos evitar ao pretender ser uma pessoa pública?

O homem nada é. O Rei Salomão já dizia – e ele sabia bem do que estava falando, uma vez que conhecia bem de perto a fama e o sucesso: Todo homem é vaidade. Nós somos vaidade, no sentido de sermos passageiros, fúteis, limitados. É possível vivenciar o sucesso sem se desviar do caminho, sempre que reconhecer nossa limitação e coloca-la limitação em confronto com a grandeza expressiva de Deus.

Os olhos de Deus estão mais voltados para aqueles que estão em posição de destaque, pelo fato deles serem exemplos ao povo?

Não, não e NÃO! Os olhos de Deus estão voltados para onde estiver um coração quebrantado. O salmo 41 diz que este é um sacrifício agradável. Então, não podemos fazer apologia do simples e do desconhecido, Deus conta com pessoas notórias com notoriedade pública, política, social, cientifica, econômica. Isto é importante. Aliás, é impossível andar com Cristo e não ser notado. Pedro, no episódio da negação, tentou passar despercebido e não conseguiu. Entretanto, não há preferência de Deus, ele conta com todos para implementação e ampliação do seu Reino. Se aquela pessoa de projeção preservar a pureza do coração, irá ser tão importante quanto aquele simples que tem esta preservação. Existem pessoas nobres, famosas e de porte econômico que às vezes são muito mais simples que um pobre, não culto. 

A vaidade não está necessariamente na postura e na condição socioeconômica, está no coração, é uma questão de caráter. É perfeitamente possível ter um rei simples e um súdito prepotente. Aquele que mantiver sua postura, reconhecer sua limitação e a grandeza de Deus, a este Deus “prefere”. Se há que ter algum brilho em nós, que seja o da glória de Deus. A maior estrela sempre deverá ser Jesus, porque afinal é esta estrela que brilha em todos aperfeiçoando nossos semblantes quando a refletimos através de nossa maneira de viver.

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