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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

P.O.D., CULTURA OU IDOLATRIA?

A banda de Alternative/ NU Metal P.O.D. (Payable On Death), lançou seu novo projeto no dia 17 de Novembro, o nome do CD é SoCal Sessions, com 12 músicas é o primeiro CD da banda totalmente acústico e tem apenas uma faixa inédita. O CD chamou mais a atenção pela arte de sua capa, no mínimo, “curiosa”, uma vez que gravações acústicas já não são mais novidade e nem despertam mais tanta atenção. Os discos acústicos são todos praticamente iguais. 


Go♪pel ou  ♪ecular, eis a questão


Antes de falar mais sobre a capa do CD do P.O.D. (foto abaixo) – a banda não é inédita em se meter em polêmicas – quero falar um pouco sobre essa questão de música “gospel” e “secular”. A força do rótulo gospel tem efeito aqui no Brasil, onde a tarja gospel identifica o segmento musical do artista, e, dadas as devidas proporções – sem entrar no mérito ou demérito de algumas composições e posturas –, indica a fé que ele professa e/ou a qual público o seu trabalho está direcionado. 

Por aqui considera-se “não conveniente” ao crente o consumo direto e, em alguns casos, até mesmo indireto da chamada música secular (ou “do mundo”/”mundana”). Um artista gospel gravar uma canção secular, então, misericórdia! “Inquisição” nele. Creio que todos se recordam do fato ocorrido há alguns anos com a banda Catedral. Também gera “desconforto” aos crentes quando algum artista gospel grava participação musical (o famoso “featuring”) no trabalho de algum artista secular.

Pois bem, mas isso é aqui no Brasil. Lá nas terras do tio San as coisas são culturalmente diferentes. Alguns cantores cristãos de lá não são essencialmente gospel. E o P.O.D. é um caso desses. Eles, os artistas, apesar de se identificarem como protestantes, não veem nenhum problema em cantar músicas que não falem necessariamente sobre questões de fé ou que sejam contextualmente espirituais. 

Mas o muro divisor das “duas músicas” ainda é bem alto por lá, pois há também muitos outros artistas que fazem uma música essencialmente gospel, ou seja, específica para o público evangélico/protestante. Músicas voltadas para o louvor e a adoração congregacionais, sendo que, inclusive, muitas delas recebem traduções e/ou versões e são regravadas por cantores, cantoras, bandas e ministérios brasileiros e que fazem muito sucesso nos púlpitos de nossas igrejas.

Até mesmo símbolos religiosos – como no caso da referida capa – é comum serem usados por artistas cristãos protestantes lá. Mesmo que esses símbolos sejam expressivos à fé católica. Eles consideram tais símbolos (ou imagens) EXPRESSIVOS, mas não ESPECÍFICOS. Também é muito comum o uso de músicas clássicas em samples. 

O lendário trio gospel dc Talk, sucesso absoluto nos anos 90 e em boa parte dos anos 2000, regravou a música "Help", um dos clássicos dos Beatles, como faixa de abertura do excelente álbum ao vivo "Welcome To The Freak Show - dc Talk Live In Concert", de 1997. Passou batido. À época ninguém chiou. 

É sabido que alguns artistas, bandas e cantores, especialmente no cenário internacional, deram início às suas carreiras no universo gospel, posteriormente, fazendo um cross over, ou atravessando para o mundo secular. Artistas estes como Katy Perry e os saudosos, Elvis Presley e Whitney Houston, para enumerar alguns. 

Para muitos cristãos, conforme dito anteriormente, esta mudança representa uma transição radical, um divisor de águas, pois consideram a música cristã e a música secular dois segmentos musicais bem distintos um do outro, provenientes de dois diferentes universos e vertentes de inspiração. 

Por exemplo, um cantor pode pertencer a apenas um destes universos musicais por vez, e não ao dois ao mesmo tempo. Admiradores também parecem desaprovar quando um cantor gospel passa a cantar secular e vibram, especialmente no Brasil, quando ocorre a mudança ao contrário, ou seja, um artista secular passa a cantar musica evangélica.

Voltando à P.O.D.


A banda é cristã e não essencialmente protestante. Inclusive em algumas oportunidades apresentaram estes indícios, como no clipe da música “Goodbye for Now”, o baterista da banda aparecendo com uma camiseta com a imagem da Virgem Maria nas costas. 

Em 2012, a banda teve a última faixa "I Am", do cd "Murdered Love", vetada pelas rádios evangélicas porque na letra continha o palavrão "fuck you" ("foda-se", em tradução livre). Tanto que a referida faixa não está presente na versão de “Murdered Love” distribuído pelo selo cristão “Provident”.

Agora, após a repercussão bastante polêmica sobre a capa (foto acima) do novo álbum "SoCal Sessions", integrantes da banda se pronunciaram em resposta à algumas pessoas.

Marcos Curiel (guitarra) em seu Instagram respondeu-os da seguinte forma:
"É simples. É uma representação de Jesus que morreu por nossos pecados e sua mãe com alguns anjos. Agora, se você acha que é idolatria porque algumas pessoas adoram essas coisas. Você é quase tão culpado quanto eles. Você está falando demais e você simplesmente não entendeu… como eu disse é arte & cultura. Nada de errado com o simbolismo. É o que é. O engraçado é que nós não estamos tentando ser controverso. Esta é uma verdadeira expressão da nossa banda. Você pode gostar ou não."

Já Sonny Sandoval (vocal) disse:
"É uma foto tirada de um parque Chicano locais que frequentamos muitas vezes. Não há nenhuma conotação religiosa qualquer. É engraçado como as pessoas querem dizer algo do nada. É uma completa perda de tempo. Honestamente é que me faz mal ao estômago saber quanto tempo as pessoas gastam em seus computadores comentando sobre o que os outros fazem em vez de fazê-lo eles mesmos. Jesus ama os católicos. Se alguém tem um problema com isso por favor, apague a mim e a minha banda agora. Obrigado."

[POD é: Sonny Sandoval (vocal), Marcos Curiel (guitarra), Traa Daniels (baixo), Wuv Bernardo (bateria).]

É isso, apesar de já bolorento, esse tema ainda está longe de encontrar um denominador comum, aliás, acho que tal denominador se existe, ao menos por aqui, nunca será encontrado. Com informações do Casa Gospel, fico por aqui. 

Até o próximo artigo.

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