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quarta-feira, 12 de julho de 2017

FÉ: ZONA DE CONFORTO OU DE CONFRONTO?

  
“Depois veio a ele a palavra do Senhor, dizendo: Retira-te daqui, e vai para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão” (1 Reis 17:2,3).
Você trilhou um caminho difícil. No passado, o mundo estragava sua vida com tentações e influências nefastas. Eis que você acordou para a fé e, agora, começou a ter uma nova existência de vida real e frutífera, em obediência a Deus.

Conquistas financeiras, saúde recuperada, casamento feliz. Não importa quantas bênçãos foram alcançadas. Quando os sonhos são realizados, muitos cometem o mesmo erro: entram no “piloto automático” espiritual.

Essa “zona de conforto” da fé, que ocorre quando a vida espiritual para de avançar, é muito perigosa. O risco de cair nessa estagnação é o de ter a fé paralisada. Não apenas isso: ela também começa a retroceder.

A rotina rouba o entusiasmo, os laços com Deus se enfraquecessem aos poucos e podem arrebentar a qualquer momento. Quantas vezes você deixou de alimentar a sua fé, por achar que ela já estava forte o suficiente?

Não importa o quão exemplar seja o seguidor de Deus, qualquer um pode cair nesse erro.


A zona de conforto de Abraão


Abraão, por exemplo, é considerado uma das figuras mais conhecidas e respeitadas de toda a Bíblia. É por todos os cristãos reconhecido como o “pai da fé”. É difícil imaginar, mas foi justamente na fé que Abraão encontrou sua zona de conforte. Ainda que, sem querer, correu o risco de se estagnar espiritualmente. Logo ele, um líder admirado e respeitado por sua ligação com Deus. Por isso o próprio Senhor deu um jeito de “encostar na parede” aquele patriarca. Uma prova de que Deus não tem filhos preferidos.

Confuso sacrifício


Muito se questiona sobre o motivo de Abraão tentar sacrificar o filho que tanto desejou, Isaque, por ordem de Deus. Cristãos recém-convertidos – ou mesmo alguns veteranos – não conseguem entendê-lo em uma primeira análise.

À primeira vista, Deus quis uma prova de amor do ancião. Para isso, Abraão deveria sacrificar seu filho legítimo. Obediente, ele seguiu a ordem.

O velho e o filho seguiram a caminho do monte Moriá. Isaque, ao ver a lenha e a faca que levavam, perguntou sobre o cordeiro que seria queimado em sacrifício. Abraão só respondeu que Deus providenciaria o animal.

No topo do monte, onde Deus lhe ordenara, Abraão amarrou o filho e levantou a lâmina para matá-lo em sacrifício. Foi quando um anjo segurou o homem e o impediu de cometer aquele ato.

Como Deus seria capaz de pedir a um pai para matar o próprio filho? É exatamente aí que está uma das questões mais interessantes do episódio. Abraão esperou quase uma vida inteira por um filho, é natural que ele amasse o menino demais, afinal Isaque era o cumprimento de uma promessa feita pelo próprio Deus.

Aquela situação era um teste para a fé de Abraão. Ela provaria para ele mesmo o quanto estava disposto a sacrificar em obediência ao seu Senhor. No alto do Moriá, Abraão mostrou sua entrega quando o anjo o segurou.

Abraão entendeu que Deus deveria estar acima de tudo e todos. O seu coração deveria estar apenas no Senhor. E sua atitude de confiança no momento em que aceitou obedecer ao pedido divino provou que, ainda que amasse seu garoto, Isaque nunca poderia ocupar o lugar do Senhor em seu coração.

Quando a pessoa coloca o coração em algo ou alguém, ela dá uma importância exagerada aquilo. E isso a impede de enxergar as prioridades. Pode ser um ente querido, um trabalho, um bem material, um vício e tantas outras coisas que nos fazem pensar que seria impossível viver sem elas. 


Da zona de conforto para a zona de confronto


“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” (2 Coríntios 4:17,18).
O apóstolo Paulo entendia que a provação do cristão tem um objetivo maior da parte de Deus: a obediência. Deus prova os seus a fim de que a Sua vontade seja observada por cada um que um dia decidiu em morar no céu de glória. E para isso a porta de entrada é a pessoa de Cristo. É através do reconhecimento de seu sacrifício na cruz do Calvário que temos acesso a Deus, pela fé. Paulo escrevendo aos coríntios disse ainda: 
“E para isso vos escrevi também, para por esta prova saber se sois obedientes em tudo” (2:9). 
O salmista, de igual forma se expressa referindo-se a prova que o justo passa diante do seu Senhor: 
“O Senhor prova o justo; porém ao ímpio e ao que ama a violência odeia a sua alma” (Salmo 11:5). 
É muito difícil alguém se encontrar na “zona de conforto” (onde tudo lhe é possível, favorável, nada lhe falta e as coisas acontecem a seu tempo, de maneira tranquila e conforme o planejamento humano) e optar em fazer a vontade de Deus e ter que se submeter algum tipo de dificuldade a qual será banida somente através da fé em Cristo. 


Analisando o conflito de Elias


Vamos entender o versículo com o qual abro este artigo. Elias tinha tudo em suas mãos. Ele vivia sempre próximo do palácio e tinha um público alvo que sempre lhe ouvia. Elias transmitia com firmeza a mensagem profética que o Senhor Jeová lhe mandava falar, porém, Deus queria usar Elias em outra dimensão, onde a fé seria evidenciada de maneira extraordinária, para isso ele precisaria sair da zona de conforto. 

A fé é a força do milagre. A fé não é usada somente para buscar o milagre, mas para glorificar o nome do Senhor e fazer com que o crente em Jesus Cristo fique mais robusto na graça e no conhecimento do Senhor. Deus tirou Elias da zona de conforto e o colocou à prova, começando por Querite. A palavra Querite deriva-se do verbo em hebraico chavath, que significa “cortar”. Em Querite, Deus pega o homem e o coloca na medida certa, ou seja, corta-lhe o orgulho, a avareza, os ressentimentos, o medo, os hábitos arraigados, a obscuridade e o transforma num vaso dependente do Espírito Santo. 

Querite é o lugar da prova. Quando Deus tira o homem da zona de conforto e o faz depender unicamente da fé, ele aprende a dizer como disse Paulo: 
“…não mais vivo eu, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2:20).

Visão obstruída


Voltando a Abraão, concluímos que ao amar alguém mais do que a Deus a pessoa fica com a visão obstruída. Como qualquer um de nós, Abraão estava diante desta ameaça.

Provavelmente Abraão subiu ao monte triste, afinal perderia seu filho. Mas, porque ele obedeceu, Deus o fez descer feliz e com novos planos.

Não há nada de errado em amar nossa família, nossas conquistas, nossos bens, desde que isso seja feito da forma certa, cada coisa em seu lugar com o amor apropriado a elas.

O mesmo pode ser analisado sob o contexto ministerial do apóstolo Paulo e do profeta Elias. O mesmo pode ser analisado sob o contexto da minha vida e da sua.


Conclusão


Ciente disso, caro leitor, há algo ou alguém que se coloca entre você e Deus, invertendo as prioridades? Sua fé parece parada? Qual é o tamanho da sua dedicação e do seu sacrifício? Isaque era o que Abraão tinha de mais precioso. E ele estava disposto a tudo em nome da fé. O que você tem feito em nome da sua fé? Pense nisso.

A Deus toda glória.
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