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segunda-feira, 9 de maio de 2016

JESUS, O FILHO DO HOMEM - 4: "O CAVALEIRO DO CAVALO BRANCO"

"Olhei, e eis que diante de mim estava uma nuvem branca e, assentado sobre a nuvem, alguém semelhante ao Filho do Homem. Ele estava com uma coroa de ouro na cabeça e uma foice afiada na mão. Então, outro anjo saiu do santuário e clamava em alta voz ao que estava assentado sobre a nuvem: 'Agora, pois, toma a tua grande foice e faz a tua colheita, pois a safra da terra está madura e chegou a hora de ceifá-la!'. Em seguida, Aquele que estava assentado sobre a nuvem passou a sua lâmina de colheita por toda a humanidade e a terra foi ceifada. Ceifando as uvas da ira de Deus." - Apocalipse 14:14-16 (Versão King James Atualizada)

Fechando essa série especial de artigo, vamos analisar Jesus Cristo como o Filho do Homem dentro de seu contexto escatológico.

O Filho do Homem apocalíptico


Jesus anunciou seu sofrimento e, ao mesmo tempo, proclamou sua vinda em glória. Depois do evento em Cesareia de Filipo, aparecem com relativa frequência as predições de sua vinda gloriosa como o Filho do Homem. Esta ideia deveria ser bem familiar aos seus ouvintes, pois eles conheciam a profecia de Daniel. Mas a ideia de que o Filho do Homem divino deveria primeiramente viver como um homem entre os seres humanos e submeter-se ao sofrimento e à morte era uma ideia completamente nova.

Talvez a mais vivida das declarações apocalípticas seja uma que já foi discutida - a resposta de Jesus à pergunta do sumo sacerdote, se Ele era o Messias, o Filho de Deus. Se Jesus respondeu, "Eu o sou" (Marcos 14:62), ou "Tu o disseste" (Mateus 26:64), o resultado é o mesmo. Ele imediatamente define o que quer dizer por sua reivindicação ao messiado: "Vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-poderoso e vindo sobre as nuvens do céu"

Jesus é o Messias, mas um Messias do tipo do Filho do Homem divino, não de um rei davídico terreno. Jesus disse, certamente, para seus acusadores, que viria o dia quando a situação seria reversa. Agora Ele estava diante do tribunal deles sob julgamento. Viria o dia quando eles - os juízes - estariam diante do seu tribunal e Ele, o Filho do Homem divino, desempenharia a função de juiz escatológico.

Desde o surgimento do estudo de Glasson sobre o Segundo Advento - The Second Advent - [T. Francis Glasson é um estudioso do Novo Testamento] muitos estudiosos aceitaram sua sugestão de que Jesus, em sua resposta ao sacerdote, fala não de uma vinda à terra, mas somente de uma exaltação e de uma vinda à presença de Deus [T. F. Glasson, The Second Advent (1963), 54-62.]. 

Entretanto, é difícil evitar o argumento a respeito da ordem das palavras. A vinda segue a ação de estar assentado à direita de Deus. A declaração combina a exaltação (o estar assentado) e a parousia (vinda). 

Conclusão


A expressão "Filho do Homem" é encontrada muitas vezes, tanto no Velho como no Novo Testamento. Originalmente, foi usada como sinônimo de "homem". Isaías 51:12 diz: "Eu, eu sou aquele que vos consola; quem, pois, és tu, para que temas o homem, que é mortal, ou o filho do homem, que não passa de erva?" (Veja, também, Jó 16:21; 25:6; 35:8; Salmos 8:4; 80:17; 144:3; Isaías 56:2).

No livro de Ezequiel, escrito no sexto século a.C., a frase foi uma maneira que Deus, muitas vezes, identificou o profeta Ezequiel (2:1,3,6 e muitos outros versículos em Ezequiel).

A expressão aparece duas vezes no livro de Daniel, com dois sentidos diferentes. Em Daniel 8:17, o profeta é chamado de "filho do homem". Mas, em 7:13, desce do céu (numa visão) "um como o Filho do Homem" que recebeu do Ancião de Dias autoridade para reinar para sempre. Nesta visão profética, a frase claramente se refere a Cristo.

Chegando ao Novo Testamento, "filho do homem" é usado quase exclusivamente para falar sobre Jesus. O próprio Cristo utilizou esta expressão (segundo os quatro relatos do evangelho) para se identificar inúmeras vezes (Mateus 8:6; 9:20; etc.). Assim, ele enfatiza sua própria humanidade, o fato que ele se fez carne e habitou entre homens (João 1:14). Mas esta descrição jamais é usada para sugerir que Jesus era mero homem. 

Sem dúvida, o uso no Novo Testamento elabora o tema introduzido em Daniel 7:13. O "Filho do Homem" não é alguém que surge da terra (como a erva de Isaías 51:12). Ele veio nas nuvens do céu (Daniel 7:13, compare Mateus 20:28; Lucas 19:10; João 3:13). Contra as doutrinas humanas que sugerem que Jesus era um homem glorificado, a Bíblia ensina que ele é Deus que se humilhou. Em João 6:62 Ele diz: "Que será, pois, se virdes o Filho do Homem subir para o lugar onde primeiro estava?" Paulo confirma a mesma coisa em Filipenses 2:5-8.

Assim, o Filho do Homem mostrou sua autoridade na terra (Marcos 2:10,28). Depois de sua morte e ressurreição, ele afirmou que tinha recebido toda autoridade (Mateus 20:28; veja Lucas 22:69). Como Daniel O viu descendo nas nuvens, Jesus prometeu vir nas nuvens em julgamento (Marcos 13:26; 14:62; etc.). Algum tempo depois da ascensão de Jesus, Estevão foi privilegiado em ver "o Filho do Homem, em pé à destra de Deus" (Atos 7:56).

Adoremos, temamos e obedeçamos, pois a Jesus Cristo, o Filho do Homem, que tem toda autoridade.


Fonte: Teologia Do Novo Testamento de George Eldon Ladd.


Andréa Fontes cantando um mega clássico da música evangélica, "João Viu", faixa do CD/DVD "Deus Surpreende - Ao Vivo". 

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