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quinta-feira, 26 de maio de 2016

FILMES QUE EU VI - 9: "O SILÊNCIO DOS INOCENTES"

Sabe aquela sensação de que tem um imã prendendo seu bumbum na cadeira? Foi o que eu senti quando fui ver esse brilhante thriller no cinema. The Silence of the Lambs ou O Silêncio dos Inocentes, foi lançado em 1991 e dirigido com excelência por Jonathan Demme. Ele é o primeiro de uma quadrilogia que foi baseada nos romances de Thomas Harris que, com certeza, merecem ser lidos.

O filme é incrível e conduz o espectador ao medo sem a necessidade de cenas horripilantes ou mudanças exageradas no áudio como vemos em muitos filmes de suspense e terror por aí. O roteiro e o elenco conseguem muito bem dar conta disso de uma forma que conseguiu levar, em 1992, 5 estatuetas da principal premiação do cinema.

Clarice Starling (com a brilhante Jodie Foster) é escolhida para investigar uma série de assassinatos cometidos por um criminoso conhecido como "Buffalo Bill" (Ted Levine, em uma interpretação irrepreensível), que tem como hobbie arrancar a pele de suas vítimas, que via de regra, são mulheres gordas. Para entender sua conturbada mente, Clarice, a promissora estudante da Academia do FBI se arrisca em conversar com um perigoso psicopata conhecido como Hannibal Lecter (Anthony Hopkins), que está preso por canibalismo e que não perde oportunidade para cometer suas façanhas.

O "irresistível" Hannibal Lecter


É incrível como o cinema consegue fazer o seu público ficar fascinado e encantado por personagens como Lecter, que é um dos mais famosos e elogiados se tratando de algo grotesco. É por isso que a sétima arte é fantástica, que tanto quanto a literatura, pode te levar para onde quiser e fazer você aplaudir até mesmo canibais.

Dr. Lecter é um psiquiatra de origens obscuras, mas extremamente inteligente e competente, e por isso, é temido pela capacidade surpreendente de manipulação que possui. Além disso, o personagem de Hopkins - em um desempenho que supera a excelência - tem um gosto peculiar para se alimentar (ou matar a vontade): partes do corpo humano alheio.


O filme pelo livro, o livro pelo filme


Como eu já disse no começo, a linguagem do filme é espetacular e cria um clima muito interessante que deixa qualquer um agoniado e esperando que aconteça algo a qualquer momento. A fotografia sombria de Tak Fujimoto (O Sexto Sentido, Curtindo a Vida Adoidado), que utiliza cores frias e pouca iluminação em diversos ambientes para criar junto com a trilha sonora de Howard Shore, toda esta atmosfera intrigante. Mas com certeza, o roteiro de Ted Tally, baseado no livro de Thomas Harris, é o principal responsável pela construção deste clima. Sem contar com o figurino icônico criado por Colleen Atwood, que marcou para sempre a imagem de Lecter no cinema.

A procura pelo maníaco propicia também uma percepção maior sobre os personagens principais, os quais agem de maneira distinta na narrativa ao mesmo tempo em que são unidos por uma força maior. Clarice é a figura central do romance e agente que realiza as ações, e Hannibal, a cabeça pensante, ainda que tenha papel secundário. Essa diferença produz uma duplicidade antagônica que se completa e provoca tensão. 

A falta de contato físico entre eles, em razão da segurança máxima a qual o canibal foi submetido, com celas que não permitem o mínimo toque, é balanceada por uma espécie de contrato mútuo, uma relação estranha que reverbera na alta intimidade e na possível compreensão dos atos de cada um. Starling tem a confiança de Lecter porque se deixa levar por ele, pelo seu talento de adentrar na mente das pessoas e brincar com elas; ao mesmo tempo, o canibal transparece um tipo de confiança na agente federal, por esta ser uma novata esforçada, além da atração física que sente por sua presença. Juntos possuem o que toda dupla necessita em uma investigação: a química.

A adaptação do livro para os cinemas é soberba ao captar esta química tão bem. Os olhares que Clarice troca com o psiquiatra, amplificados pelas cenas em close, expressam a confiança mútua sem o uso de palavras. A cena em que Starling conta seus sonhos dos quais é acordada pelo barulho de cordeiros – o que leva ao nome do título original – gera a mesma carga dramática do livro, mostrando que suas memórias podem ser tão aterrorizantes quanto a realidade das vítimas de Buffalo Bill. 

O filme capta todas as nuances do texto escrito, intensificando-as por meio de interpretações primorosas. Não à toa foi o vencedor das cinco principais categorias do Oscar de 1991 (Melhor Atriz: Foster, Melhor Ator: Hopkins, Melhor Roteiro Adaptado: Tally, Melhor Filme e Melhor Diretor: Demme), a terceira e última película da história do cinema a conquistar o feito, depois de Aconteceu Naquela Noite, de 1934 e dirigido por Frank Capra, e Um Estranho no Ninho, de 1976, realizado por Miloš Forman.

A Mariposa da Morte, escolhida para referenciar a transformação do assassino Buffalo Bill em mulher durante o longa, é conhecida pela representação de uma caveira em seu dorso. O que assusta não apenas nós homens, mas também seus predadores naturais. O pôster principal do filme nos mostra uma caveira ainda mais evidente baseada na obra de Salvador Dalí junto com o fotógrafo Philippe Halsman. A pintura do mestre do surrealismo levou o nome de "Em Voluptas Mors", ou Voluptuous Morte e retrata sete mulheres estáticas que montam a imagem de uma caveira.


Vale lembrar que, na literatura, temos uma sequência um pouco diferente do lançamento no cinema: Dragão Vermelho (1981), O Silêncio dos Inocentes (1988), Hannibal (1999) e Hannibal – A Origem do mal (2006). Nas telas, a sequencia foi: O Silêncio dos Inocentes (1991), Hannibal (2001), Dragão Vermelho (2002), Hannibal – A Origem do mal (2007).

Porém, todavia, entretanto, o que muitos desconhecem, é que em 1986 um diretor chamado Michael Mann, produziu Manhunter ou Caçador de Assassinos, que também foi baseado na obra de Thomas Harris, mas tem um roteiro um pouco diferente:

Afastado do FBI por conta de um colapso nervoso, o agente Will Graham (William Petersen) é convocado novamente para auxiliar na captura de um perigoso serial killer que tem aterrorizado a cidade. Com especial habilidade em desvendar mentes criminosas, ele precisará contar também com as dicas do último homem que prendeu, responsável por provocar sua crise: o Dr. Hannibal Lecktor (Brian Cox).

Conclusão


Por fim, fica aqui a minha singela indicação deste filme que é um ícone do cinema, sem dúvida nenhuma. E caso você ainda não tenha assistido, já aviso que é um filme nada óbvio e que provavelmente te fará sentir vontade rever outras vezes na tentativa de entender "aquela sequência" de cenas.

A Deus, o Pai, toda glória.
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       E nem 1% religioso.

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