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sábado, 21 de maio de 2016

DEUS DE ALIANÇA(S)

*É bom saber: O arco colorido que vemos após chuvas tem vários nomes – que mudam de acordo com as diversas traduções da Bíblia. Se "arco-íris" remete à mitologia pagã grega, há outras palavras que passam bem longe desse sentido. "Arco da Aliança" nos leva diretamente a Gênesis, em que Deus, após o Dilúvio, faz aparecer a forma colorida no céu para celebrar a aliança entre Ele e o homem, de que o protegeria se houvesse submissão humilde e verdadeira, quando a Arca de Noé finalmente repousou em terra seca após tanto tempo. "Arco do Céu" e "Arco Celeste" também aparecem em traduções bíblicas. O latim, com influência grega, herdou a palavra "iris" (iridis), remetendo à entidade mensageira dos deuses, como nome do arco celeste. Por este motivo, talvez, os movimentos LGBTSs usurparam o "arco-iris" como seu símbolo.


Deus é um Deus de alianças. Através da Bíblia, através da sua história de relacionamento com o homem, Deus fez sete alianças: 1ª. Edênica (no Éden - Gênesis 2:15-17), 2ª. Adâmica (com Adão, após a queda - Gn 3:20, 21), 3ª. Noéica (ou Noaica, com Noé - Gn 9:11, 14), 4ª. Abraâmica (com Abraão - Gn 12:1-3), 5ª. Mosaica (com Moisés - Êxodo 19:3-6), 6ª. Davídica (com Davi - 2 Samuel 7:1-29) e a 7ª. A Nova (que também foi a última e eterna, através de Jesus - Mateus 26:26-29). Para conhecer os planos de Deus, precisamos conhecer e entender os contextos de todas as suas alianças.

Aliança é um compromisso firmado entre duas pessoas. Mas antes de estabelecer um compromisso, é preciso conhecer um ao outro. Um exemplo clássico disso é o casamento. O casamento é um compromisso firme entre duas pessoas que vão compartilhar o resto das suas vidas juntos. Mas é perigoso se comprometer antes de se conhecerem. Logo, para uma aliança com Deus, é fundamental dois princípios: 1) ser conhecido por Ele (que chamo de "o escândalo de particularidade", que significa que a maneira como Deus age é um escândalo para o homem natural, quando Ele faz tudo através de relacionamentos pessoais) e, 2) conhecê-lO, que está relacionado ao anterior e pode ser entendido assim: "Quando Deus está para fazer algo importante, Ele começa a procurar alguém com quem Ele possa andar e conversar". Estes dois princípios podem ser resumidos em uma única palavra: relacionamento.

Entendendo a aliança


Entendemos, então, que comunhão com Deus é andar, conversar com Ele (relacionamento), e que esta comunhão é o alicerce da aliança que Deus faz com o homem.

Aliança é um acordo (ou pacto) solene entre duas ou mais pessoas para fazer ou não algo específico. Quando duas pessoas querem fazer algo juntas de uma forma mais permanente, estabelecem um contrato com certas condições e requisitos (cláusulas), a fim de poderem continuar andando juntas.

Uma aliança na Bíblia é simplesmente o conjunto de condições pelas quais Deus promete andar com seu povo. A Bíblia é uma história de alianças. Deus é um Deus de amor, e Ele tem desejo de "se casar" (linguagem metafórica). Ele é uma Pessoa com personalidade e desejos definidos. Ele é dinâmico, cheio de sentimentos e emoções. Ele não quer ficar sozinho e por isto criou o homem. Seu propósito e comunhão, ter uma casa, uma família e para isto "precisa se casar".

Mas Deus não quer fazer aliança com quem Ele não conhece. Primeiro precisa haver comunhão, pois se não gostamos de andar e conversar com Deus, como podemo entrar em aliança com Ele?

A história do plano de Deus do início ao fim é uma história de comunhão, aliança e casamento. Deus não só quer ter comunhão de vem quando, visitar ou passear conosco, Ele quer andar e habitar com o seu povo numa morada permanente. Todas as alianças que Deus já fez com o homem podem ser vistas como passos para chegar a este alvo final que é o casamento, união e comunhão permanente entre Deus e o homem.

A própria formação da Bíblia mostra a centralidade da aliança no plano de Deus. Ela consiste do Velho Testamento (ou Velha Aliança) - que é representada pela lei de Moisés e enfatiza a obrigação do homem em obedecer a fim de manter comunhão com Deus. Se ele obedecesse, Deus cumpriria sua parte em abençoar, em ter comunhão e em dar vida eterna para ele. Se ele desobedecesse, Deus o castigaria e ele seria eternamente rejeitado - e do Novo Testamento (ou Nova Aliança) - que é a vinda de Deus em carne para abolir, fazendo-se cumpri nEle próprio, as condições do lado do homem. 

Desta forma acaba-se a lacuna entre Deus e o homem, pois agora as condições são todas do lado de Deus. Deus veio em carne para poder habitar entre nós, de acordo com seu objetivo eterno, sendo Ele quem promulgou as bases para as alianças, só Ele, portanto, poderia, legalmente alterá-las e foi justamente o que Ele fez única e exclusivamente em benefício ao homem. Só precisamos, portanto, crer e aceitar o que Ele prometeu. Até a fé vem de Deus (Efésios 2:8; Filipenses 2:13). Se Deus efetua tanto o querer como o realizar, não sobrou nada para fazermos. Não há lugar para jactância humana, só para louvar a Deus pela sua obra. É uma aliança incondicional com Deus. 

Por que, então, sete alianças?


Na verdade, Deus fez sete alianças com o homem através da Bíblia. O período de história conhecido como velha aliança englobou seis alianças, sendo que a nova aliança é a sétima e última. São sete alianças porque sete é o número de perfeição. Na simbologia numérica bíblica (absolutamente nada a ver com a numerologia surpersticiosa do ocultismo), três é o número de Deus (Pai, Filho e Espírito Santo) e quatro é o número da criação (norte, sul, leste, oeste; quatro estações do ano). Sete, portanto seria Deus unido com a criação, formando um todo completo e perfeito (Gênesis 7:2-4; Apocalipse 1:20). Neste sentido as sete alianças representam uma só aliança. Cada aliança representaria uma parte do todo, assim como cada cor é uma parte do arco-íris e da luz completa. Mas, afinal, qual o motivo de Deus ter feito as sete alianças?

As sete crises


Para entendermos o motivo pelo qual Deus fez sete alianças, devemos ver as sete crises que causaram as alianças. Qualquer relacionamento de amor envolve crises, e a história de Deus e o homem não constitui uma exceção. À medida que o plano de Deus se desenvolvia, e Ele procurava andar com o homem e o atrair para si, haviam crises que terminavam uma aliança e criavam a necessidade de fazer um novo ajustamento, uma nova mudança no relacionamento (é o que conhecemos por misericórdia). Daí surgia uma outra aliança e dava-se mais um passo para atingir o alvo de Deus. Vejamos quais foram essas crises:
  • 1. A crise da desolação - Gn 1:1, 2 (comparar com Jeremias 4:23-27 e Isaías 45:18 - Is 14:12-14; Ez 28:12-19), do meio desta situação surgiu a primeira aliança, a Edênica.
  • 2. A crise da queda do homem - Gn 3:22, 24. Depois desta crise, Deus fez a aliança Adâmica.
  • 3. A crise do dilúvio - Gn 6:5, 6, quando o homem se corrompeu tanto que Deus se arrependeu de o ter feito. Veio a crise do dilúvio e Deus fez uma aliança com Nóe.
  • 4. A crise da torre de Babel - Gn 11:1-9, quando o homem revelou onde o quão alto sua arrogância o levaria. Nesta crise Deus espalhou o homem e confundiu as línguas. E depois veio outra aliança, a Abraâmica.
  • 5. A crise do Egito - Êx 1:9-14, quando parecia que as promessas feitas a Abraão nunca se realizariam, Deus fez a aliança com Moisés no monte Moriáh.
  • 6. A crise de anarquia e rebeldia - Juízes 21:25. Para solucionar esta crise Deus fez a aliança com Davi.
  • 7. A crise de idolatria e cativeiro. Mesmo depois da aliança com Davi e o estabelecimento do governo de Deus, o povo abandonou o Senhor e serviu a ídolos. Então o povo foi levado para o cativeiro, fora da sua terra de herança. Depois desta crise Deus preparou o caminho para o Nova Aliança por meio de Jesus. Esta é aliança é uma aliança eterna, pois não depende do homem para cumpri-la. Não haverá mais crises e não haverá outras alianças depois desta! Aleluia!

Conclusão


As crises são uma parte inevitável no relacionamento. A maior crise no nosso relacionamento com Deus é o pecado e esta crise foi resolvida de uma vez por todas com o sacrifício vicário de Jesus Cristo na cruz do calvário e sua vitória sobre a morte através de sua ressurreição (1 Coríntios 15). Deus não nos salvou para nos livrar do inferno, mas para conhecermos a Ele. Aliança é central no plano de Deus. Se não entendermos isto, perderemos por completo o objetivo de Deus em toda a Bíblia e em todo seu relacionamento com Deus. O importante, portanto, é chegar ao alvo final que é uma aliança eterna e permanente com Deus, onde não haverá mais crises nem mudanças, só comunhão e união perfeitas para sempre!

Música: "Deus de Aliança" - Ministério Toque no Altar, faixa do CD homônimo. Não sou muito fã desse grupo, mas essa é uma de suas canções (composição de Davi Sacer e Luiz Arcanjo) que eu salvo, por ter compreensão bíblica e teológica.

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