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sábado, 28 de maio de 2016

FILMES QUE EU VI -10: PULP FICTION - TEMPO DE VIOLÊNCIA

Ok, ok!, já falei de outro filme de Tarantino nessa série. Ok, ok!, Tarantino tem uma filmografia de gosto "duvidoso". Ok, ok!, os filmes de Tarantino são politicamente incorretos... Mas vou falar de Pulp Fiction, cara! Você não está entendendo, Pulp Fiction é o filme, velho! E é muito difícil falar de Pulp Fiction de forma imparcial. 

Um filme rico em seu elenco, diálogo, trilha sonora, fotografia, enquadramento sob a direção de um dos maiores nomes da atualidade. É complicado falar sobre seu filme preferido, do seu diretor preferido, mas sentimentos à parte vamos falar sobre o segundo filho do Tarantino.

Essa é uma resenha difícil de fazer, talvez a mais difícil que já me propus a escrever. Não que o filme em questão não seja bom o suficiente para eu rasgar elogios em incontáveis linhas, não mesmo, pois no caso de "Pulp Fiction" é exatamente o contrário, o filme é magnifico. Mas manja aquele momento em que depois de você assistir um dos seus melhores filmes da sua vida, você não tem palavras para descrevê-lo? Melhor... Palavras surgem, mas surgem de forma desconexa o suficiente para você não produzir uma crítica concisa o suficiente para recomendá-lo a um amigo. Ai assim, se é obrigado a ser extremamente sincero, e enrolar o seu leitor por um parágrafo inteiro como fiz agora.

Então, sobre o filme...


Referências a cultura pop, violência, ironia, diálogos surpreendentes... "Pulp Fiction" mudou a história do cinema e se tornou um dos melhores filmes de todos os tempos. Reviveu artistas como John Travolta e Uma Thurman, mas mais que isso transformou Quentin Tarantino num ícone a ser seguido, assim como os diretores da qual ele é fã, como Brian de Palma, Alfred Hitchcock, Martin Scorsese e tantos outros.

"Pulp Fiction" narra três histórias diferentes e entrelaçadas, sobre dois assassinos profissionais que são Jules (Samuel L. Jackson) e Vincent Vega (John Travolta), um gângster que os chefia Marsellus Wallace (Ving Rhames) sua esposa Uma Thurman (Mia Wallace), um pugilista pago por esse mesmo gângster para perder suas lutas Butch (Bruce Willis), e um prólogo de um casal assaltando um restaurante Pumpkin (Tim Roth) e Honey Bunny (Amanda Plummer) na Los Angeles dos anos 90. O tempo É de violência.

Carregado de diálogos e monólogos e cheio de cenas de ironia e senso de humor que transportam o espectador para uma conversa quase que cara-a-cara com Tarantino através dos seus atores. A propósito, além de "Pulp Fiction" ser carregado de referências a cultura pop como todo filme de Tarantino, ele também é cheio de referências a outros filmes dele próprio. Claro que isso pode ser apenas um delírio conspiratório, mas é uma tarefa divertidíssima os procurar e notar. 

Por exemplo o modo que Jules e Vincent Vega se vestem, o nome Vega, a maleta que eles carregam durante todo o filme e a cara do Pumpkin quando vê seu conteúdo no final, a espada que Butch usa, o livro que ele lê toda vez que entra no banheiro... Assistam "Cães de Aluguel", "Pulp Fiction", "Modesty Blaise" e "Kill Bill" que você entenderá do que estou falando.

Sob a regência de Tarantino


Tradicionalmente não contando as histórias de forma cronológica e tendo o talento quase que único de prender o espectador em frente a tela, Tarantino nos surpreende de forma genial ao longo do filme contando como essas histórias se entrelaçam. É como um chef que está separando seus ingredientes para preparar seu prato principal. Tarantino dividindo seu filme em capítulos (sua marca registrada), e contando várias histórias de um "tempo de violência", é um escritor redigindo seu melhor best-seller. Desafiador, corajoso e genial.

Pulp Fiction trouxe à década de 90 uma visão absolutamente diferente do que estavam acostumados, sendo o segundo filme (intitulando Tarantino como diretor). que conquistou admiradores até hoje com seu poder de persuadir o espectador, dando o privilégio da imaginação, mas Pulp Fiction superou as expectativas e se tornou um ícone pop do cinema.

O contexto do filme não-linear nos faz mergulhar em histórias diferentes ao mesmo tempo, lembro-me que a primeira vez que assisti ao longa não entendi o propósito do casal que assalta a lanchonete no início, muito menos o de Butch - então, lá fui eu para uma segunda sessão de cinema -, mas conforme a história vai caminhando e nos conduzindo cada vez mais profundamente, nós vamos conhecendo um pouco mais dos personagens - feito impossível em uma sessão -, criando afeição por eles e entendo seu propósito. Sem contar a maneira incrível que tudo se encaixa no final do filme.

Que Tarantino é um gênio do cinema todos sabemos, talvez você não goste dele nem de Pulp Fiction, mas você provavelmente reconhece o valor desse filme para o mundo cinematográfico. O casting do filme é incrível, contando com Uma Thurman, John Travolta, Samuel L. Jackson, Bruce Willis, Christopher Walker e o próprio Quentin Tarantino. Cada um desenvolveu seu papel de forma icônica, trazendo características que compuseram personagens que permanecem até hoje.

As lendas de Pulp Fiction


Desde 94 até os dias de hoje, muitos rumores surgiram sobre a história do filme e alguns objetos que não tinham um explicação completa, como a mala que Vincent Vega (John Travolta) e Jules (Samuel l. Jackson) vão buscar no apartamento dos meninos já no início do filme, quando Vincent abre a maleta uma luz brilha sobre ele. Mas nós nunca vimos o que continha nela. O próprio Tarantino quis deixar isso para o espectador, alguns dizem que são os diamantes em Reservoir Dogs, outros dizem que são drogas, o fato é que nunca saberemos com certeza.


São tantas histórias que permeiam os filmes de Tarantino que foi criada um espécie de conspiração, em que todos os filmes dele são na verdade um só roteiro, e as partes divididas viraram filmes separados (quer diversão, vai assistir a saga de Crepúsculo, meu filho). Sinceramente eu não acho impossível, nessa história tem muita coisa que se explicaria e eu não duvido que ele faria algo do tipo. Porém, são só especulações.

A trilha sonora


A trilha sonora do filme é tão incrível quanto o roteiro e as demais linguagens da produção. Cumpre seu papel em cada segundo, elas conduzem as cenas e nós somos conduzidos cada vez mais através delas, a escolha perfeita de "You never can tell" – Chuck Berry para a dança de Mia Wallace e Vincent Vega no concurso de Twist, ou a "Girl You’ll Be a Woman Soon" – Urge Overkill enquanto Mia espera Vincent sair do banheiro, tempo suficiente para quase causar uma tragédia, literalmente. Ou até mesmo a incrível "Misirlou" – Dick Dale enquanto a Honey Bunny (Amanda Plummer) e o Pumpkin (Tim Roth) assaltam a lanchonete logo no início do filme. Cada música traz uma sensação diferente em cada cena, tudo friamente calculado.

Conclusão


Cada frame desse ícone traz um turbilhão de histórias por traz, não é a toa que foi super premiado (veja abaixo) e é lembrado até hoje. Tarantino se supera a cada ano, cada filme dele é absolutamente diferente, mas ao mesmo tempo traz a sua personalidade. Pulp Fiction é um marco no cinema moderno, serve como inspiração e é merecido. Saca aquilo que contei no início de: "as ideias surgirem a mente, mas de forma desconexa o suficiente para não produzir uma resenha"? Bom, no final até me surpreendi e consegui esse objetivo. Mas tal qual como Tarantino faz em seus filmes, nos contando histórias em capítulos de forma não cronológica; ele enrolou minha mente e torci para sair algo no meio da euforia. Não contei o filme, porém como ele faz em seus filmes, redigi a resenha como se fosse uma conversa cara-a-cara contigo, o recomendando e o elogiando a todo o tempo. #FicaAdica!

Cartaz original de divulgação do filme
Pulp Fiction ganhou a Palma de Ouro, o prêmio máximo do Festival de Cannes. No Oscar, o filme venceu na categoria de Melhor Roteiro Original, tendo sido indicado também aos prêmios de Melhor Filme, Diretor, Ator (John Travolta), Ator Coadjuvante (Samuel L. Jackson), Atriz Coadjuvante (Uma Thurman), Fotografia e Edição. No Globo de Ouro, ele ganhou o prêmio de Melhor Roteiro, tendo recebido indicações nas categorias de Melhor Filme - Drama, Diretor, Melhor Ator - Drama (John Travolta), Melhor Ator Coadjuvante (Samuel L. Jackson) e Melhor Atriz - Drama (Uma Thurman).

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