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quinta-feira, 5 de maio de 2016

DISCOS QUE EU OUVI 7: PINK FLOYD - "THE WALL"

Pink Floyd foi uma lendária banda britânica de rock progressivo que fez muito sucesso na década de 70, quando este estilo musical viveu seu apogeu e conseguiu emplacar alguma notoriedade (mas não muita, convenhamos) também nos anos 80. Eu nunca fui fã do Pink Floyd e o que mais da banda eu gostei é o que o seu líder Roger Waters menos gosta, a música "Another Brick In The Wall, Part II", o maior hit da banda que a popularizou (acho que é por isso que Waters não gosta da música, pois popularização não era bem a proposta do Pink Floyd). 

Todos os discos do PF foram conceituais, mas teve um que devido aos "mistérios" sobre sua criação, me levou a adquiri-lo e a ouvi-lo algumas vezes mais por curiosidade do que por qualquer outra coisa. Refiro-me ao álbum "The Wall". Confesso que não foi fácil ouvir o disco, talvez, justamente pelo fato de eu não curtir o som da banda. Mas o hit "Another Brick..." estava lá em suas duas versões, bem mais extensa do que a que eu ouvia nas rádios (nas rádios a que fez sucesso foi a "Another Brick..., Part II"). E eu sempre voltava na faixa. Mas, porque o álbum gerou tanto comentário, o que fez com que se tornasse o de mais sucesso na carreira da banda? 

The Wall (O Muro) 


Lançado em novembro e dezembro de 1979, dependendo do país, o álbum completou 36 anos recentemente. O trabalho, tão controverso quanto bem sucedido, mostrou que o quarteto britânico poderia igualar o sucesso comercial de "The Dark Side of the Moon" (1973) – embora o último apareça nas listas de álbuns mais vendidos da história como o maior sucesso do PF, calcula-se que "The Wall" tenha vendido 23 milhões de cópias só nos Estados Unidos, onde superou "The Dark..." e se tornou o terceiro disco mais vendido no país em todos os tempos. 

O álbum conceitual narra a vida de Pink, um astro da música marcado por traumas ocorridos durante a infância como a perda do pai, a super-proteção materna e a opressão sofrida na escola. Paranoico, abusando de drogas, com o casamento em crise e cansado do estrelato, ele se torna recluso e passa a construir um muro imaginário ao redor de si, se isolando do resto do mundo e mergulhando cada vez mais na sua própria mente, alienado de tudo que passa a seu redor. 

A combinação de todas essas características – uso de drogas, loucura, alienação e opressão – faz com que o conceito do disco seja visto normalmente como uma combinação das experiências de Roger Waters, o líder e Syd Barrett, um dos fundadores do PF, afastado da banda devido ao uso de drogas e que já havia sido homenageado em "Wish You Were Here" (1975). 

"The Wall", do PF, é um dos álbuns mais criativos da história do rock. Desde o lançamento do álbum de estúdio em 1979, da tour entre 1980 e 1981 e o filme subsequente, "The Wall" tornou-se sinônimo de (se não a exata definição do termo) "álbum conceitual".

Através da audição, que é "explosiva" em disco, aterradoramente complexa no palco e, visualmente explosiva na tela, "The Wall" investiga a vida do protagonista ficcional, Pink Floyd, a partir dos seus dias de infância na Inglaterra pós segunda guerra mundial até o seu autoimposto isolamento como renomado astro do rock, conduzindo a um clímax que é tanto catártico quanto destrutivo.

O final surpreendente


Pink se torna um ditador fascista e transforma suas apresentações em comícios, nos quais persegue tipos que lhe desagradam, sendo por fim levado a julgamento por sua própria mente e obrigado a destruir o muro que lhe isola do resto do mundo – contribuiu ainda mais para tornar a obra em um clássico da cultura pop, que gerou posteriormente um filme e uma peça da Broadway, além de um show simbólico em Berlim pouco depois da queda do muro em 1990 e diversas versões/regravações para músicas do álbum, em especial ela, "Another Brick in the Wall, Part II", como eu já disse anteriormente, maior sucesso comercial do disco e que se tornou o pesadelo de Waters. 

Conclusão 


Relançado sete vezes nos mais diferentes tipos e formatos desde 1980, "The Wall" se tornou um dos maiores clássicos da história do rock. O caráter atemporal da obra faz com o disco relembrado e analisado constantemente. E não parece ser difícil entender o porquê. O álbum tocou em assuntos pertinentes ainda hoje. Violência, opressão e isolamento, males da vida contemporânea. 

Pink simboliza o ser humano posicionado entre as pressões da sociedade e as suas próprias vontades. Diante de um dilema existencial, sua primeira opção é alienar-se para depois "derrubar o muro" que o isola do resto do mundo, buscando o equilíbrio necessário para se livrar das neuroses que o atrapalham. A roupagem de astro do rock é apenas um disfarce para encobrir um ser humano comum, em constante conflito. Se em algum momento você se identificou com Pink, ótimo. Sinal de que você é um ser humano que precisa urgentemente de um encontro real com Único capaz de derrubar os muros formados pelos dilemas existenciais: Jesus Cristo.

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