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sexta-feira, 22 de julho de 2016

"OPERAÇÃO HASHTAG", ZELO OU PROMOÇÃO?

Hashtag é um composto de palavras-chave, ou de uma única palavra, que é precedido pelo símbolo cerquilha (#). Tags significam etiquetas e referem-se a palavras relevantes, que associadas ao símbolo # se tornam hashtags que são amplamente utilizadas nas redes sociais, em especial no Twitter, onde a adesão delas as tornaram tão populares. 

Esse tipo de marcação, utilizada nas redes sociais e em outros meios, serve para associar uma informação a um tópico ou discussão. Geralmente essas hashtags tornam-se links indexáveis pelos mecanismos de busca. Isso permite que os demais usuários possam clicar nelas ou procurá-las e visualizarem todas as informações, imagens, vídeos etc relacionados a elas. 

Por conta da grande utilização e incorporação ao vocabulário cotidiano das pessoas, o termo hashtag foi adicionado ao dicionário da língua inglesa Oxford em junho de 2014. É importante considerar que o símbolo # não se chama hashtag, como muitas pessoas costumam nomear erroneamente.

"Operação Hashtag", caça a supostos terroristas


Os últimos ataque terroristas na França - em 07 de janeiro de 2015, contra o jornal Chalie Hebdo; 13 de novembro de 2015, na casa de shows Bataclã, 14 de julho de 2016, em Nice - e nos Estados Unidos - 12 de junho, na boate gay, em Orlando - chocaram o mundo, escancaram a vulnerabilidade de países potencialmente seguros e acentuaram ainda mais o quão extremistas são os grupos radicais ligados ao Estado Islâmico (El). E com a proximidade dos Jogos da XXXI Olimpíada (Rio 2016), a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação de caça a suspeitos de envolvimento com terrorismo.

Repercussão internacional


As emissoras de rádio, TV e os jornais norte-americanos estão dando grande destaque à notícia de que a PF do Brasil prendeu ontem (22) um grupo suspeito de planejar um ataque terrorista durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que começam em duas semanas.

Em manchete na página da internet, o Wall Street Journal informou que "polícia do Brasil prende dez suspeitos de planejar ataque e dois estão sendo procurados."

Com destaque em sua página na internet, a agência de notícias Reuters disse que "o grupo é suspeito de pertencer ao Estado Islâmico e que seus integrantes são todos cidadãos brasileiros", que fizeram contato pela internet e trocaram por WhatsApp e Telegram. A Reuters divulgou uma declaração do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, de que o grupo estava " planejando adquirir armas para cometer crimes no Brasil e até no exterior".

De acordo com o Los Angeles Times, o grupo descoberto estava montando uma "trama ligada ao Estado Islâmico. Já a rede de televisão CBS informou que as autoridades brasileiras afirmaram que as 12 pessoas pessoas suspeitas de planejar ataques terroristas queriam usar "armas e táticas de guerrilhas".

Citando declarações do ministro Alexandre de Moraes, o The Washington Post publicou que apenas quatro dos suspeitos se conheciam pessoalmente, embora tenham declarado lealdade ao Estado Islâmico e discutido a prática de tiro e artes marciais, conforme esclareceu o ministro da Justiça. Segundo o jornal, Moraes afirmou que um dos suspeitos iniciou as negociações poremail para comprar um rifle de assalto AK-47 na internet.

O jornal norte-americano informou ainda que armas pequenas são facilmente encontradas no Paraguai, país que tem fronteira com o Brasil. A publicação acrescentou que Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tem se preocupado com a facilidade com que um terrorista, do estilo "lobo solitário", ou seja, pessoa sem vínculo com organizações internacionais, pode comprar armas no Paraguai e levá-las para o Brasil.

Para o jornal, o tráfego entre as cidades fronteiriças Ciudad del Este (Paraguai) e Foz de Iguaçu (Brasil), funciona muitas vezes sem fiscalização. Acrescentou que, com frequência, os veículos não são sequer parados, o que contribui para o aumento do contrabando de armas.

Os holofotes, por favor


Mas, verdade seja dita, o ilustre ex-secretário de Segurança em São Paulo não foi capaz de combater o tráfico e conter o abuso da própria polícia que administrava, mas agora afirma ter prendido suspeitos de planejar ataques terroristas durante os Jogos Olímpicos. Para muitos, a ação da PF tem apenas um objetivo: conter manifestações e militarizar ainda mais as comunidades do Rio.

Os críticos afirmam que não é de hoje que o atual ministro da Justiça busca os holofotes para se auto-promover politicamente. Segundo eles, ele já abusou de sua autoridade enquanto secretário de Segurança Pública em São Paulo, desrespeitando a Constituição Federal e perseguindo manifestantes. 

Os críticos afirmam ainda que ele já aceitou e colaborou com a intervenção da Polícia Militar nas investigações da Polícia Civil sobre a chacina de agosto do ano passado, que teve envolvimento direto de policiais militares. Ele não foi capaz de desarticular o crime organizado em São Paulo, pelo contrário, já advogou para organizações criminosas antes de ocupar a secretaria no governo Geraldo Alckmin (PSDB).

Os fatos


A ação da Polícia Federal, de nome Hashtag, atuou de forma "sigilosa" em pelo menos 10 estados, baseadas na recém criada lei antiterrorismo, aprovada com apoio da presidente afastada Dilma Rousseff, em março deste ano. Porém, não existia nenhuma prova concreta de planejamento de ato terrorista pelos detidos. A ação da PF utilizou como base comentários em redes sociais e mensagens de texto para supostos "atos preparatórios" para atentados terroristas. Nada articulado, nenhum local específico, nenhum plano de segurança. Absolutamente nada.

Durante coletiva nesta quarta-feira (21), o ministro disse:
"Várias mensagens mostram a degradação dessas pessoas, comemorando o atentado em Orlando e em Nice, comentando o atentado anterior que ocorreu na França, postando e circulando entre eles as execuções que foram realizadas pelo Estado Islâmico"
Porém, nenhuma informação concreta sobre qual local os possíveis terroristas planejavam atacar foi relatada. Isso porque simplesmente não havia nada devidamente planejado. Eram apenas comentários em apologia ao terrorismo praticado pelo Estado Islâmico.

Segundo mais informações dadas pelo ministro, o próprio governo assume que tratava-se de uma "célula amadora". Na realidade, nem isso podemos afirmar que seja. Moraes admite que o grupo não tinha "nenhum preparo", e a maioria nunca utilizou armas de fogo.

Não por acaso, o juiz Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara da Justiça Federal do Paraná, pediu a prisão temporária dos detidos por apenas 30 dias, com a possibilidade de serem prorrogadas por mais um mês. Não vai precisar.

Muitos acreditam que trata-se apenas de um verdadeiro espetáculo de auto-promoção do ministro até a finalização dos Jogos, que tem como objetivo algo ainda pior: a perseguição contra sindicados e manifestantes que tentarem exercer seu direito constitucional de manifestação no Rio de Janeiro durante as Olimpíadas.

Conclusão


A verdade é que não existe nenhuma base concreta, absolutamente nada que mostre passo a passo como os 10 presos pretendiam atacar locais durante os jogos no Rio de Janeiro. Desta forma, o governo ganha uma justificativa para proibir manifestações no mês de agosto na cidade, além de militarizar ainda mais as comunidades periféricas do Rio de Janeiro, como é o caso da Favela da Maré.

Seria tal ação apenas uma jogada política onde, com uma mão, o governo interino Michel Temmer, vende a imagem de segurança e de entretenimento com a realização dos Jogos. e com a outra, utiliza de um velho mecanismo chamado "medo" para controlar a população e justificar atos violentos do Estado contra a sociedade civil (uma vez que com esse tipo de articulação o PSDB conseguiu comandar São Paulo por mais de duas décadas. Utilizando o medo com a classe média, e a imagem de segurança e entretenimento com medidas insuficientes e temporárias?

Seria uma ação legítima uma vez que o Brasil poderia sim ser um possível alvo de ataque terrorista por parte do El, uma vez que os radicais extremistas islâmicos já mostraram o quão insanos são?

Fiquemos com a Palavra de Deus:
"Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela." - Salmos 127:1
[Fonte: Agência Brasil]

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