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terça-feira, 21 de maio de 2019

AS REDES SOCIAIS E OS DANOS DO "EFEITO MANADA"


Nas redes sociais, muitas coisas se tornam populares simplesmente pelo fato de serem populares e não por terem alguma qualidade ou relevância relacionada a sua popularidade, e isso se da muito pelo fato do "efeito manada" que ocorre nas redes sociais. Mas o que é "efeito manada"?

Efeito manada é o termo utilizado para descrever situações em que um grupo de indivíduos reage de maneira semelhante, mesmo que de forma irracional, apenas por causa da pressão exercida pelo grupo.

O que caracteriza o fenômeno do "efeito manada"? 


As multidões estão sujeitas ao que se chama de "efeito manada" (comparando a comportamentos de outros mamíferos, tal como um estouro de boiada...): em situações de pânico ou comoção, tendem a reagir em ímpeto, num mesmo sentido, sem autocrítica ou raciocínio de parte de cada indivíduo, perdendo o senso, arrasando tudo. Acontece em exemplos como o teatro lotado diante do alarme de incêndio, as torcidas em estádios, um coletivo impactado por algum crime chocante e casos semelhantes. 

A novidade neste tema é o papel das chamadas redes sociais. Com capacidade de impactar instantaneamente e provocar a eclosão de emoções descontroladas, elas são campos pródigos para o referido estouro da boiada e o produzem quase que diariamente diante de situações e assuntos os mais diversos. 

Um exemplo recente foi o caso de uma cabeleireira carioca de 51 anos que há 25 pedia o divórcio ao ex-marido que se recusava em concedê-lo, mesmo já tendo constituído outra família. Bastou uma postagem em uma rede social contando sua história e pronto: a mulher se transformou em celebridade instantânea após ter recebido números impressionantes de curtidas, visualizações e compartilhamentos. 

Outro caso recente é a absurda e um tanto quanto inútil polêmica acerca da versão da música "Shallow" — da cantora Lady Gaga, interpretada em dueto com o ator Bradley Cooper, vencedora do Oscar de Melhor Canção Original, como trilha sonora do filme "Nasce Uma Estrela" (2018) —, feita pela cantora Paula Fernandes e interpretada em dueto com Luan Santana. A música que ganhou o título de "Juntos", tornou-se um "fenômeno" de discussões nas redes sociais, por causa de uma frase no finalzinho, onde a cantora brasileira diz: 
"...Juntos e shallow now..."
Bastou isso para levantar a polêmica sobre a controversa associação dos dois títulos e a tal música, ruim em seu todo, se tornou um hit — sendo um dos assuntos nos trending topics do Twitter — mesmo antes de ser oficialmente lançada. 

A síndrome do "papagaio de pirata" 


Quem navega pelas várias possibilidades de relações e intercâmbios comunitários na internet encontra a toda hora reações coletivas exacerbadas, sem reflexão, apenas indo na onda e causando estragos. Em situações mais graves aconteceram aberrações, que nem o linchamento de pessoa que se pareceria com a descrição disseminada de suposta autora de crimes horrendos. 

A rede social é um ambiente muito propício para se desenvolver o "efeito manada", devido ao fluxo enorme de conteúdo que circula nelas, velocidade de reação das pessoas e a influência que as redes sociais tem nas vidas da maioria nos dias de hoje. Em um artigo escrito por Renato Guimarães ao site huffpostbrasil.com, ele fala de forma aprofundada em como ocorre o "efeito manada" nas redes sociais. 
"Um grupo de cientistas americanos e israelenses publicaram na revista Science um estudo intitulado Social Influence Bias: A Randomized Experiment no qual demonstram que um produto ou serviço tem muito mais chances de serem curtidos/aprovados quando o primeiro comentário sobre ele é positivo. Ou seja, uma opinião inicial positiva faz toda a diferença sobre as que se seguem. Em contrapartida, as opiniões negativas não teriam o mesmo efeito."
Renato comenta em seu texto, o caso da rede social Reddit, que implementou algum tempo atrás a funcionalidade dos moderadores do site esconderem as avaliações feitas pelos visitantes a determinado post por algum tempo, para que as avaliações anteriores não influenciassem as avaliações seguintes. 

As redes sociais e a corte da [in]justiça cega 



As ferramentas já disponíveis e outras sendo geradas nos permitirão construir no futuro sociedades organizadas na forma de democracia direta, reproduzindo com nova dimensão a "ágora" dos gregos: os cidadãos diretamente decidirem as questões legislativas e de gestão coletiva, manifestando diariamente suas opinião e vontade por meio de mecanismos de rede social. Os problemas técnicos para isto acontecer já se prenunciam solucionáveis. 

Resta a questão de fundo e que apaixona qualquer debate a respeito: como prevenir para que as reações coletivas temperamentais e exacerbadas, os ditos "efeitos de manadas", não contaminem e comprometam o processo transformando o que seria um formidável mundo novo numa tragédia?! 

Nas redes sociais é onde as pessoas costumam hoje em dia expressar suas opiniões sobre o que está acontecendo no mundo, e com isso temos os famosos "textões", que são textos enormes falando sobre determinado assunto expressando algum tipo de opinião, e isso provoca o efeito manada em diversos leitores, dependendo da influência que o autor do texto tenha em seu meio, ele acaba influenciando de maneira irracional as pessoas que leram a concordarem e passarem a disseminar a mesma opinião para outras pessoas. 

Algo que pudemos observar a pouco tempo foram também as enormes discussões que ocorreram nas redes sociais sobre política, as eleições de 2018 para presidente do Brasil, geraram um enorme engajamento de diversas pessoas para defender os pontos de vista sobre os candidatos, e com isso uma grande parte das pessoas foram afetadas pelo "efeito manada", escolhendo os candidatos pela influência irracional que sofreram nas redes sociais. Como mostra também Renato em seu artigo. 
"A revista americana Nature publicou em setembro de 2012 uma pesquisa chamada A 61-million-person experiment in social influence and political mobilization que usou o Facebook para mostrar como mensagens de estímulo ao voto poderiam realmente influenciar eleitores conectados na rede a comparecem aos postos de votação (o voto não é obrigatório nos estados Unidos)" 
A democracia direta tão sonhada pode sucumbir à perda de capacidade de discernimento das multidões exaltadas e desacorçoadas. Sem redes sociais, foi assim no passado em momentos nos quais a vontade coletiva viciada pela circunstância da emoção foi utilizada para decisões equivocadas. 

Tem até o exemplo bíblico do "julgamento" de Jesus no qual Pilatos pergunta à multidão a quem deveria libertar. Mas, passa certamente por plebiscitos realizados em momentos de forte ilusão coletiva para legitimar os mais cruéis regimes ditatoriais e medidas autoritárias. 

Por isso, também, ruas e multidões não devem ser tribunais penais e, quando julgaram, cometeram os mais graves equívocos e causaram tragédias. O devido processo legal filtra e previne para que a emoção coletiva não julgue. 

Cuidado: cada clique pode ser um fake 


Algo que vem se tornando comum também são as "fake news", e como elas tem o poder de influenciar as pessoas, aumentando esse efeito manada, fazendo as pessoas acreditarem em noticias falsas para mudar cenários de eleições politicas por exemplo. 

O fato de estarmos vivendo em um mundo onde a informação e as noticias são disseminadas de maneira muito rápida nas redes sociais, faz com que as "fake news", sejam muito difíceis de serem verificadas a veracidade de seus conteúdos, e devido ao "efeito manada", o alcance que essas notícias tem, acaba sendo enorme, influenciando diversas pessoas de maneira errada. 

Conclusão 


O "efeito manada" é algo muito difícil de ser combatido, vai de cada pessoa avaliar o conteúdo que está vendo e não se deixar influenciar pela pressão que as redes sociais tem nas vidas das pessoas, além de antes de compartilhar algo em Facebook, Twitter, etc, é sempre bom verificar a veracidade da noticia e não compartilhar somente pelo fato de várias pessoas estarem compartilhando. 

Construir uma "democracia direta" no futuro necessita que o gênio humano conceba mecanismos que sejam vacinas contra os comportamentos de manada e garantam a capacidade de discernir e pensar de cada indivíduo para então decidir coletivamente. 

Ao Deus, toda glória. 
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E nem 1% religião

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