Continuando o meu combate contra a avalanche de Fake News que invadem as redes/mídias sociais, trago mais um artigo para alertar você sobre o risco que é a recepção (receptor é todo aquele que recebe uma informação) e o compartilhamento de notícias falsas pela internet. Inclusive, há um Projeto de Lei tramitando no Congresso Nacional, que visa criminalizar não só quem cria e/ou posta essas notícias, mas também quem as compartilha.
O que é Fake News
Fake News são notícias falsas, mas que aparentam ser verdadeiras. É curioso ver Fake News sendo tratada como novidade, algo "nascido e criado" nas redes/mídias sociais. Isso é bobagem. Fake News nada mais é que uma mentira propagada como verdade, algo que foi visto várias vezes na história. Convivemos com o Fake News desde sempre, de formas diversas.
A mais comum, entretanto, deveria ser aquela cujo os autores consideravam inocentes, afinal não tinham o objetivo de prejudicar ninguém, que se dava ao se alterar ligeiramente uma história para adaptá-la a uma ideologia ou a uma necessidade estratégica.
Jogar a culpa da propagação das Fake News no Facebook, Google ou qualquer outra rede é bobagem. Eles são o meio, não o motivo. Sim, investindo milhões em inteligência artificial e desenvolvendo algoritmos mais precisos eles podem reduzir o impacto das Fake News, identificando mais rapidamente esse tipo de conteúdo, banindo suas origens e penalizando aqueles que tem o hábito de ampliar seu alcance.
Mas, veja só, isso não é um tipo de censura? E não estaríamos retirando a responsabilidade de quem cria esse tipo de conteúdo e colocando nos veículos?
Mas, veja só, isso não é um tipo de censura? E não estaríamos retirando a responsabilidade de quem cria esse tipo de conteúdo e colocando nos veículos?
"Ah, mas se os veículos faturam com a audiência e o alcance desse tipo de merda eles que se virem pra resolver".
Justo, mas não muito.
Não é uma piada, uma obra de ficção ou uma peça lúdica, mas sim uma mentira revestida de artifícios que lhe conferem aparência de verdade.
O fato é que Fake News não é uma novidade na sociedade - o termo "pomposo", pode até ser -, mas a escala em que pode ser produzida e difundida é que a eleva em nova categoria, poluindo e colocando em xeque todas as demais notícias, afinal, como descobrir a falsidade de uma notícia?
No geral não é tão fácil descobrir uma notícia falsa, pois há a criação de um novo "mercado" com as empresas que produzem e disseminam Fake News (há até robôs criados especificamente para este fim) constituindo verdadeiras indústrias que "caçam" cliques a qualquer custo, se utilizando de todos os recursos disponíveis para envolver inúmeras pessoas que sequer sabem que estão sendo utilizadas como peça chave dessa difusão.
Duvidar, Criticar, Determinar
Em recente artigo que escrevi sobre a importância do Senso Crítico, explico a importância da técnica do DCD, criada pelo conferencista motivacional Augusto Cury, em seu livro "Seja Um Líder de Si Mesmo". Essa técnica é fundamental no caso em que estamos tratando. Infelizmente é muito comum o uso das primeiras vítimas como uma espécie de elo para compor uma corrente difusora das Fake News. Assim, aquelas pessoas que de boa-fé acreditaram estar em contato com uma verdadeira notícia, passam – ainda que sem perceber – a colaborar com a disseminação e difusão dessas notícias falsas.
Mas não é impossível detectá-las e combatê-las, há técnicas e cuidados que colaboram para mudar este cenário, sendo a educação digital uma ferramenta para fortalecer ainda mais a liberdade de expressão e o uso democrático da internet.
As novas tecnologias e os recursos da informática mudaram a relação que desenvolvemos com a informação e com a busca do conhecimento.
Desde que a internet foi criada a moderação de seu conteúdo sempre foi assunto polêmico, os limites de uma opinião pessoal sem compromisso com a verdade já norteou inúmeras ações nas varas cível e criminal, hoje a maior parte, para não afirmar que são todos, os políticos possuem assessores de imprensa especializados em minimizar ou esconder o impacto de suas ações polêmicas e potencializar ou viralizar suas ações mais populares, lamentavelmente o mundo dos negócios hoje segue o caminho da política e se utiliza de especialistas em formação de marcas na internet, sites especializados em reclamações com muito pouca ou quase nenhuma responsabilidade com o que neles é postada são utilizados por pessoas que jamais foram clientes ou se quer algum dia tiveram qualquer aproximação a fim de realizar uma relação de consumo com seu reclamado mas que fazem do seu direito de criticar uma verdade para formar a opinião de terceiros, o direito de opinião, a liberdade de expressão, para estes sites estão sempre acima de seu direito a honra, logo, se alguém postar que você faz ou fez alguma prática abusiva ou até mesmo criminosa por exemplo, o site nada irá fazer até que você solicite a retirada, e mesmo assim ainda corre grande risco de não haver a retirada, caso estes achem (pois se colocam como juízes) que não há nada demais nas imputações realizadas.
É uma pena, mas a maior parte das reclamações, críticas que são veiculadas na internet são criadas para formar a opinião de um terceiro, é fato que uma crítica dada por alguém que você nunca viu na vida mesmo assim acaba montando o conceito sobre a empresa, produto ou serviço que você está pretendo adquirir, e é neste caminho que seguem estes "especialistas" do assunto, aproveitando da fragilidade de um mercado sem moderação, pouco legislado e sem qualquer compromisso com a verdade.
Como surgem as Fake News?
As Fake News surgem com os mais diversos objetivos. Alguns produtores de conteúdo perceberam o óbvio, é muito mais fácil gerar audiência para seu site/blog quando o leitor encontra um conteúdo quer reforça aquilo que ele acredita ou defende, mesmo que isso seja mentira.
As pessoas não querem a verdade, elas querem estar certas e encontrar um conteúdo que diga que ela está certa é ótimo para enviar para os amigos como uma forma de "eu te disse, eu te disse". Modificar uma notícia ou fato, adicionando ou retirando algo que funcione para reforçar sua narrativa, performa bem, principalmente por se tratar de uma "quase verdade".
Uma Fake News pode surgir como vídeo, áudio, texto ou imagem, ser propagada na imprensa tradicional ou no ambiente digital, não importa, mas há um princípio básico para que um conteúdo seja considerado uma Fake News: ele tenta se vender como verdade, como fato.
No mundo jurídico não foi diferente
Acostumada com os tratados, enciclopédias e dicionários, que nasciam após anos de pesquisa, a comunidade jurídica ainda precisa se adaptar a uma nova realidade, transformada pela tecnologia. Da mesma forma, a presunção, quase absoluta, das verdades trazidas por aqueles textos em formatos clássicos, comuns em uma realidade, hoje, já substituída, foi, inadvertidamente, transferida para as pesquisas nos meios digitais, em especial, a internet.
As pesquisas na rede mundial de computadores, em razão da acelerada produção que lhe é própria, por vezes, carecem de fundamentação e veracidade, sendo replicadas inúmeras vezes, transformando mentiras em verdades, prejudicando a profusão da informação e do conhecimento.
Joseph Goebbels, Ministro da propaganda da Alemanha Nazista declarou certa vez que
"Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade".
Em alguns casos, personifica-se. É o caso de Carlos Bandeirense Mirandópolis.
Em 2010, foi criada uma página na "Wikipedia" - que merecidamente recebe o subtítulo de "A Enciclopédia Livre", o que, portanto, a caracteriza como uma fonte absolutamente nada confiável - contando a biografia do catedrático da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, que teria sido perseguido pela ditadura militar e exilado em Paris. Mirandópolis, ainda, foi amigo de Chico Buarque, inspirando o "Samba de Orly" e, declaradamente, atuado no movimento das "Diretas Já".
Referidas informações foram utilizadas para fundamentar a decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que visava a inconstitucionalidade da lei estadual que proibia o uso de máscaras em manifestações. O catedrático também foi citado em trabalho acadêmico e em outras páginas da internet, inclusive à página destinada ao registro do movimento das "Diretas Já"...
- Ocorre que, Mirandópolis não existe e nunca existiu!
O perfil falso foi criado por dois advogados paulistas, com a finalidade de "criar uma peça" em um estagiário. E pasmem... Tratando-se de uma plataforma colaborativa, a página da "Wikipedia" recebeu, posteriormente à falsa criação do perfil, a foto de Carlos Bandeirense Mirandópolis.
Nem tudo está perdido
É claro que também existe muita coisa boa na internet, apesar de ser um território quase sem lei, ainda há alguns locais onde podemos confiar, depoimentos em vídeo por exemplo onde um cliente coloca o rosto para dizer que contratou um produto ou serviço e que nele pode-se ou não confiar é algo que certamente causa mais valor pois ninguém faz um vídeo fake dando seu nome e colocando seu rosto associado a mera difamação sem compromisso com a verdade, precisamos ser atentos e cada vez mais responsáveis em nossas escolhas, mas jamais aceitarmos a condição de "Maria vai com as outras" deixando nossa opinião ser formada pela de terceiros.
Conclusão
Fica a lição: Cuidado com as fontes de pesquisa! Reforço aqui a importância de sempre verificar a fonte das informações recebidas, principalmente, quando o assunto em questão trata-se de algo relacionado à saúde.
- Escrevi mais sobre o assunto ➫ aqui.
[Fonte: Portal Mackenzie, por professores e doutores Diogo Rais, Felipe Chiarello de Souza Pinto e Michelle Asato Junqueira (Direito), Terra, Revista Trendr]
"Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade" (2 Coríntios 13:8).A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
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