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sábado, 10 de março de 2018

E CONHECEREIS A VERDADE... "QUEM" OU "O QUE" MATOU UZÁ?

Há algum tempo estava "ruminando" esse artigo. Desde de uma polêmica conversa entre um grupo de irmãos sobre o porque (ou "os porques") da morte de Uzá, o servo de Davi que foi fulminado por ter tocada na Arca da Aliança. Aliás, essa é daquelas passagens bíblicas que sempre geram polêmicas. 

Imbróglios teológicos à parte...


De um lado tem aqueles que pregam o "Deus exterminador", que mata sem pestanejar. Do outro tem aqueles que pregam o "Deus passivo", aquele que é capaz de tolerar, de aceitar tudo em nome do amor. Mas em nenhum dos grupos há uma preocupação em estudar, fazer uma análise do contexto para entender o verdadeiro ensinamento que o Senhor quer nos deixar com o registro desse episódio. Ambos se prendem apenas ao que os seus olhos lhes mostram, mas não se preocupam em "enxergar", entender a mensagem com os "olhos de Deus".

Afinal, terá sido Deus injusto com o pobre moço, que nada mais fez do que tentar proteger, impedindo que a Arca da Aliança - o símbolo da presença do Altíssimo - fosse ao chão, por causa de uma negligência do rei Davi? Entendamos essa história desde o início.


Quem era Uzá


Uzá (do hebraico Uzzah que em português significa "Deus é a minha força"), filho de Abinadabe, em cuja casa os homens de Quiriate-Jearim colocaram a arca, quando a trouxeram da terra dos filisteus (1 Samuel 7:1). Ele e o seu irmão Aio dirigiram o carro onde a arca tinha sido colocada, quando Davi procurou trazê-la para Jerusalém.

Analisando o contexto


Era um dia de grande alegria em Israel. 
"Davi e todo o Israel alegravam-se perante Deus, com todo o seu empenho; em cânticos, com harpas, com alaúdes, com tamboris, com címbalos e com trombetas" (1 Crônicas 13:8). 
Depois de mais de 40 anos de desprezo, a arca de Deus estava voltando para ficar novamente no meio do povo de Israel (1 Cr 13:1-3; 1 Sm 4:1-11). O cenário externo, o ritual, tudo estava perfeito. Mas, no pique da celebração e festim, os bois que puxavam a arca em seu carro novo tropeçaram. Para evitar que a santa arca caísse no chão, Uzá estendeu a mão e a segurou. Com isso, ele morreu, castigado pela ira do Senhor. O dia de alegria tornou-se em dia de grande tristeza e luto.

O que aconteceu de errado para que se acendesse a ira do Senhor contra este "bom homem" que simplesmente tentava proteger a santidade da arca de Deus?

Primeiro - Um Começo Errado


A busca da arca era, na verdade, a busca da presença de Deus (1 Cr 13:6; Êxodo 25:17-22). Isto é a coisa certa a se fazer. Mas, será que existe uma maneira certa de buscar a presença de Deus? Será que existe um jeito certo de louvá-lo?

Vamos analisar como Davi começou errado na sua busca da presença do Senhor:

  • 1. Davi chamou primeiramente as pessoas importantes de Israel.
"Consultou Davi os capitães de mil, e os de cem, e todos os príncipes" (1 Cr 13:1). 
As pessoas "importantes" – os ricos, os políticos, e outros de alguma influência entre o povo – frequentemente são as menos interessadas em fazer a vontade do Senhor, pois acham que já têm tudo de que precisam sem o Senhor. Por exemplo, um jovem rico perguntou a Jesus o que era necessário para ele ser salvo. Quando Jesus mandou que ele tomasse uma decisão entre segui-lO ou seguir a riqueza, o jovem decidiu ficar com sua posição e seu dinheiro (Lucas 18:18-23). Devemos consultar primeiramente o Senhor – não há ninguém mais importante do que ele. Não quero e nem posso generalizar, pois certamente há muitas pessoas importantes que são sinceras e fieis em seu relacionamento com Deus, mas, essas, infelizmente, são a exceção à regra.

  • 2. Davi queria saber a opinião da congregação do povo.
Disse Davi, 
"Se bem vos parece..." 
e depois, 
"Se vem isso do Senhor... tornemos a trazer para nós a arca do nosso Deus; porque nos dias de Saul não nos valemos dela" (13:2-3). 
Davi colocou a opinião do povo acima da opinião do Senhor. Na verdade, se a coisa "vem do Senhor", já não é preciso mais saber "se bem vos parece". Uma vez que o Senhor falou sobre a coisa, é a opinião dEle que devemos seguir.

  • 3. Davi se agradou com a opinião do povo.
"...Toda a congregação concordou..." 
"...isso pareceu justo aos olhos de todo o povo..." (13:4). 
Quando o povo deu seu apoio, Davi não queria saber mais "se vem isso do Senhor". Infelizmente, quando veem que algo agrada "toda a congregação" ou "todo o povo", muitos líderes esquecem do que agrada ao Senhor! Muitas igrejas de hoje erram da mesma maneira, fazendo de tudo para agradar a congregação, mas nada fazendo para agradar ao Senhor. 

Em todos estes casos, Davi errou porque ele começou buscando pessoas em vez de buscar o Senhor. Devemos começar sempre com o Senhor. Deus procura pessoas que o adorarem 
"...em espírito [na essência, "de dentro..."] e em verdade [na atitude, "...pra fora"] (João 4:23-24). 
Deus revelou esta verdade na sua palavra, a fim de santificar e unir os seus adoradores (Jo 17:17-21). Então, para buscar o Senhor devemos consultar a palavra dEle, ouvir a opinião dEle, e fazer o que lhE é agradável.

Segundo - Duas Decisões Erradas


"Puseram a arca de Deus num carro novo e a levaram da casa de Abinadabe; e Uzá e Aiô guiavam o carro" (1 Cr 13:7). 
O zelo de Davi e do povo não faltava. Fizeram todas as preparações para que a arca fosse trazida à Jerusalém em toda a sua glória. A liturgia daquela cerimônia estava perfeita. Mas, no seu ânimo de "glorificar o Senhor", esqueceram da própria vontade dEle! Pois, Deus havia dado instruções explícitas sobre como se devia carregar a sua arca: 
"Farás também varais de madeira de acácia e os cobrirás de ouro; meterás os varais nas argolas aos lados da arca, para se levar por meio deles a arca. Os varais ficarão nas argolas e não se tirarão dela" (Êxodo 25:13-15, grifo meu). 
Era a vontade de Deus que a maneira certa de carregar a arca fosse pelos varais. Quando decidiram colocar a arca num carro novo, desprezaram o mandamento do Senhor.
"Quando chegaram à eira de Quidom, estendeu Uzá a mão à arca para a segurar, porque os bois tropeçaram" (1 Cr 13:9). 
A arca de Deus era uma das coisas sagradas que pertenciam ao santuário do tabernáculo. O Senhor proibiu fortemente que alguém além dos consagrados sacerdotes a tocasse ou até olhasse para ela: 
"Havendo, pois, Arão e os seus filhos... acabado de cobrir o santuário e todos os móveis dele, então, os filhos de Coate virão para levá-lo; mas, nas coisas santas, não tocarão, para que não morram... Arão e seus filhos entrarão e lhes designarão a cada um o seu serviço e a sua carga. Porém, os coatitas não entrarão, nem por um instante, para ver as coisas santas, para que não morram" (Números 4:15-20, grifos meus). 
Porém, quando os bois tropeçaram, Uzá viu a arca, com toda a sua glória e santidade, caindo para o chão onde seria profanada! Então, a reação natural dele era de estender a mão e segurá-la para proteger a santidade dela. Mas quando ele decidiu tocar na arca, Uzá desprezou o mandamento de Deus.

Estes homens tomaram decisões sem pensar na vontade do Senhor. Davi estava preocupado mais com a aprovação do povo do que com a vontade de Deus. A reação de Uzá mostra que ele estava preocupado mais com a arca (um objeto) do que com a vontade de Deus (um ser divino). 

Quem busca a Deus tem que estar preparado para tomar decisões baseadas na palavra dEle, as quais muitas vezes não vão agradar aos outros (Gálatas 1:10-12). Quem busca a Deus tem que cultivar pelo estudo da sua palavra uma mente renovada, a qual vai agir de acordo com os desejos do Senhor em vez de reagir de acordo com as circunstâncias do momento (Romanos 12:1-2).

A Lição de Autoridade


"Então, a ira do Senhor se acendeu contra Uzá e o feriu, por ter estendido a mão à arca; e morreu ali perante Deus. Desgostou-se Davi, porque o Senhor irrompera contra Uzá... Temeu Davi a Deus, naquele dia, e disse: 'Como trarei a mim a arca de Deus?'" (1 Crônicas 13:10-12). 
O jovem rei estava arrasado. Deus havia tomado a vida de um dos seus servos, e a arca do Senhor ainda jazia no caminho para Jerusalém, sem ter como avançá-la. Se é tão duro buscar a presença de Deus, quem jamais conseguirá? Na morte de Uzá, Davi aprendeu uma forte lição sobre autoridade.

Autoridade é o poder de mandar. Por causa do eterno poder e sabedoria de Deus, a palavra dEle é autoridade suprema. O motivo de Davi em buscar a arca era nobre, mas ele violou a autoridade de Deus quando ele mudou a maneira de carregá-la. Davi achou que sua maneira de carregar a arca era tão boa quanto usar os varais. Porém, nem todo o seu poder em Israel como o rei escolhido de Deus concedeu a Davi o direito de mudar a lei do Senhor. 

Este pecado de Davi criou a situação que levou até a morte do seu servo Uzá. A autoridade de Deus se baseia naquilo que Ele nos revela na sua palavra. Ele vai julgar o mundo de acordo com a palavra revelada (Jo 12:48). Note que não estava escrito na lei que eles não poderiam carregar a arca num carro novo. Isto nem tampouco precisava estar escrito, porque quando Deus revelou a maneira certa de carregá-la, ele já deixou fora todas as outras possibilidades. 

A autoridade de Deus funciona desta maneira: 
"As coisas encobertas pertencem ao Senhor...porém as reveladas nos pertencem... para que cumpramos todas as palavras desta lei" (Deuteronômio 29:29). 
Quem quer agir de acordo com a autoridade de Deus tem que saber o que Deus revelou, e não o que ele não revelou! A palavra revelada de Deus nos habilita para fazermos "toda boa obra" com a autoridade dEle (2 Timóteo 3:16,17).

Aplicações Para os Dias Atuais


Hoje em dia, muitas pessoas com ainda menos poder do que Deus concedeu a Davi guardam e ensinam suas próprias maneiras e doutrinas como se fossem iguais às do Senhor. Negando e às vezes contrariando a própria palavra de Deus, muitos líderes religiosos seguem a sua própria autoridade, mudando a lei de Deus para seu próprio benefício, e enganando um povo simples que não tem a prática de buscar a vontade e a autoridade do Senhor nas Escrituras. Mas o erro de Davi e Uzá nos ajuda a ver algumas aplicações práticas:
  • 1. Líderes erram:
Até líderes bons que realmente desejam fazer a vontade do Senhor são capazes de errar. Davi era um homem 
"...segundo o coração de Deus" (Atos 13:22). 
Todos confiavam na grande visão dele para trazer de volta a arca do Senhor. Mas ele deixou de confirmar na palavra de Deus o que estava fazendo, e seu erro levou até a morte de Uzá. Sabendo que líderes erram ou até enganam, devemos sempre confiar no Senhor e na palavra dele em vez de nas pessoas e nas suas interpretações (1 Jo 4:1).
  • 2. O que parece certo nem sempre é:
Toda a congregação se alegrava e dançava ao lado da arca no carro novo. Mas Uzá morreu por causa da falta de respeito pela palavra do Senhor. Ou ninguém sabia (porque não estudavam a palavra) ou ninguém ousava dizer que era errado levar a arca daquela maneira. 

Muitos hoje procuram uma igreja onde se sentem bem, onde tudo parece ser paz e alegria no Senhor. Mas se a palavra de Deus não está sendo ensinada e obedecida e ninguém tem a coragem de cobrar os líderes por isso, a situação só vai acabar em tristeza e almas mortas.
  • 3. Devemos respeitar a autoridade de Deus:
Davi e Uzá conheceram a palavra de Deus, mas deixavam de segui-la à risco. Assim, num momento de pânico, Uzá reagiu errado e morreu. Muitos seguem a palavra de Deus somente nas coisas "convenientes", e não terão a resposta firme no momento crítico. Mas quem realmente respeita a autoridade de Deus entenderá as palavras do salmista: 
"Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti" (Salmo 119:11; Colossenses 3:16,17).
Jesus Cristo tem toda autoridade hoje. Ele mesmo disse, 
"Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado" (Mateus 28:18-20, grifo meu). 
Os servos de Deus em Cristo devem "guardar todas as coisas" que ele ensinou. A autoridade de Cristo foi nos revelada no evangelho, pelos profetas e apóstolos dele (Efésios 3:3-5). Por causa da sua autoridade, a palavra de Cristo é o poder de Deus para salvação (Rm 1:16,17). Se quisermos buscar a presença de Deus para obtermos a salvação, havemos de buscá-lO somente de acordo com a sua palavra. 

Davi aprendeu a lição dura, e mais tarde levou a arca à Jerusalém sobre os ombros dos levitas, como a palavra do Senhor ordenou (1 Cr 15:1-15, 25-28). A morte de Uzá testifica que há uma maneira certa de buscar e de louvar a Deus. Vamos buscar e servir a Deus de acordo com a palavra dele, para que não morramos, mas pela obediência obtenhamos vida eterna (Jo 5:24). 

Mas, enfim...

Por que Uzá morreu 


Mas gostaria de lhes fazer uma pergunta. Por acaso você já se achou pensando que Deus foi demasiadamente duro com Uzá? Pois eu sim! E então eu perguntei ao Senhor o porquê da morte de Uzá. Sabe o que aprendi que Uzá não morreu por irreverência como está aparentemente escrito no acima (1 Cr 13:10) seja irreverência ou imprudência, como está em nossas Bíblias. Mas então o que teria matado a Uzá.

Alguns teólogos afirmam que a arca do Senhor teria ficado fora de seu lugar por cerca de setenta anos. Agora veja. Entendo que quando a arca chegou à casa de Abinadabe, Uzá e Aiô eram crianças e seu pai não se preocupou em orientá-los quanto a importância de se ter em casa a arca do Senhor. 

Ao passar dos tempos a arca do Senhor se tornou mais um móvel dentro da casa e assim as crianças foram crescendo sem dar a devida importância àquilo que merecia muita importância, não à arca, o objeto em sim, mas o que ela representava, a presença de Deus. Aquelas crianças se acostumaram com a arca do Senhor, e para elas era algo comum em sua casa. 

Eles também passaram a não dar valor ao significado simbólico da arca do Senhor. Eles banalizaram a importância da presença da arca do Senhor. Eles foram imprudentes, ou seja, deixaram de tomar os devidos cuidados com a arca do Senhor, e quem sabem até tocavam nela todo o momento enquanto brincavam dentro de casa. Eles foram irreverentes, ou seja, deixaram de ter respeito com as coisas sagradas, no contexto a arca do Senhor.

O que matou Uzá foi algo chamado religiosidade. Foi isso que realmente matou aquele homem, religiosidade, pois só religiosidade pode causar:
  • Comodismo;
  • Banalização;
  • Imprudência;
  • Irreverência.
O povo de hoje está se tornando religioso, e não mais se importa com as coisas fora do lugar, pois se irreverência matasse, muitos morreriam hoje dentro das igrejas, e bem no meio dos cultos, hoje se conversa no meio do culto, crianças pintam e bordam durante o culto, se atende celular no meio do culto, namorados trocam carícias na hora do culto, se levanta para ir ao banheiro ou beber água de segundo a segundo no meio do culto. E assim nossas igrejas seriam uma perfeita funerária aos domingos.
  • Não! Definitivamente irreverência, por mais inconveniente que seja (e realmente é) não mata, mas religiosidade mata.

Conclusão


A Shekinah de Deus, não pode ser levada em uma carroça, e muito menos levada por animais, Deus não tem prazer em ver um povo ignorante. Aprenda uma coisa, os levitas simbolizam os filhos de Deus, que são pecadores, mas tinham o sangue do cordeiro para purificá-los, representa aqueles que não têm herança na terra, mas tem a presença de Deus, representa os humilhados que serão exaltados, representa a elite da terra, a noiva do Cordeiro, pois eu sempre digo, e aprendo outra coisa, o Cordeiro Santo não vem buscar uma igreja (sistema religioso), e sim a Sua Igreja (Sua "Noiva"). 

Como trarei a mim a Shekinah de Deus? Faça essa pergunta a você todos os dias e não se acostume com as coisas fora do lugar. Não deixe que a religiosidade venha contaminá-lo.

Hoje muitos líderes estão na condição de Uzá, agindo como filisteus, fazendo as coisas como os filisteus. Eles não se importam com nada, desde que estejam em destaque, não pregam a verdade desde que os membros dizimem e ofertem nos cultos. Tomemos, pois, cuidado para não sucumbirmos na "síndrome de Uzá".

A Deus toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://circuitogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
E nem 1% religioso.

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