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quarta-feira, 28 de março de 2018

VOCÊ TEM SENSO CRÍTICO?

Atualmente, com advento da internet e, mais especificamente, das redes/mídias, temos sido bombardeados com uma série quase incontrolável de informações. Esta realidade é paradoxal, tem seu lado bom e ruim. Bom pelo fato de termos acesso irrestrito a todo tipo de informação, literalmente, ao toque dos dedos. Ruim porque nem sempre a qualidade, a fonte e a veracidade dessa informação é confiável. Haja vista o fenômeno das "fake news", os boatos e notícias falsas que circulam diariamente pela internet e são compartilhadas por milhares de pessoas. Nesse contexto delicado e em muitos casos até mesmo perigoso, tem algo que é de fundamental importância para o equilíbrio do tipo de informação que adquirimos: o Senso Crítico.

O que é Senso Crítico


Senso Crítico é a análise que possui comprometimento com a verdade visando compreender melhor as questões do Eu, do Outro e da Sociedade como um todo. Ou ainda, poderíamos dizer ainda que Senso Crítico seja a "faculdade de apreciar e julgar com ponderação e inteligência". Ao contrário do Senso Comum, que se baseia em nossas experiências e tradições que formam um saber "prático" aplicado em nosso dia a dia.

A Crítica, por alguns, é muito mal vista, sendo encarada como algo negativo, que vem destruir a sociedade, ao invés de aprimorá-la. Em muitos momentos da história a crítica foi sufocada de todas as formas. Para nos remetermos a isso não precisamos ir muitos anos atrás, temos no Brasil um exemplo claro disso que foi a época da Ditadura Militar, onde se buscava dar cabo de quem tivesse um pensamento Crítico. Talvez venha daí o ranço de considerar a crítica algo ruim.

A importância do Senso Crítico na sociedade atual


Na sociedade atual, somos bombardeados por informações a todo instante pelos meios da comunicação, e muitas dessas informações que nos chegam não nos permitem um tempo de reflexão para processá-las.

Este aspecto está muito presente na televisão e na web (a rede mundial de computadores) que nós a fim de decodificarmos as imagens e sons enviados, não temos tempo hábil para o confronto de idéias, para analisar outros pontos de vista sobre o mesmo problema, favorecendo muito pouco o desenvolvimento do Senso Crítico. Sem dúvida atualmente a televisão e a internet são as ferramentas mais poderosas para criar e manipular os chamados "exércitos de manobras", a grande massa da população. Justamente por apresentarem uma suposta realidade pronta, que não precisa ser digerida, mas apenas absorvida.

Duvidar, Criticar e Determinar (ou Decidir)... Sempre!



O aclamado e cultuado palestrante Dr. Augusto Cury (psiquiatra, psicoterapeuta, cientista e escritor, com livros publicados em 40 países) apresenta em um de seus best sellers, o livro "Seja líder de si mesmo", uma técnica bastante positiva para superação dos conflitos existenciais.

Ocorre que todos (uns mais outros menos) vivemos angústias e conflitos interiores, debatemo-nos em dúvidas, incertezas, indecisões e normalmente perdemos-nos em aparências ilusórias que alimentamos sob pretextos vários. Igualmente deixamos-nos dominar por pensamentos e posturas equivocadas de outras pessoas, esquecendo-nos de que todos guardamos o tesouro das possibilidades dentro de nós mesmos. Por outro lado, permitimo-nos escravizar por medos, neuroses, melindres, ressentimentos, mágoas e tudo o mais que o leitor já conhece do comportamento e das tendências humanas.

Pois sugere o Dr. Cury que usamos a técnica do DCD, que significa Duvidar, Criticar, Determinar. Sim, DUVIDAR das ideias dramáticas que muitas vezes alimentamos; DUVIDAR das circunstâncias, pensamentos e fatos que nos deixem deprimidos, tristes, magoados, ansiosos; DUVIDAR de sentimentos de inferioridade, de complexos que nos atormentam a vida.

A partir daí, CRITICAR tais pensamentos, posturas e comportamentos. Com um detalhe: em nós mesmos, não nos outros; CRITICAR pensamentos negativos, ideia perturbadora, angústias, medos e inseguranças que surjam interiormente. 

E, por fim, DETERMINAR ser feliz, equilibrado, sereno, harmonioso consigo mesmo, tranquilo; conquistar o que mais ama e ser líder de si mesmo, ao invés de deixar-se conduzir. DETERMINAR reações e comportamentos altruístas, ideias e posturas positivas que lhe tragam alegria, bem estar e equilíbrio emocional.

A partir do momento em que o homem nasce até o momento em que morre, ele absorve uma série de conceitos da sociedade que o ensinam a guiar-se pela mesma. Estes conceitos, de uma forma geral, consistem em idéias que ao longo do tempo vão formando o caráter da pessoa, influindo em todas as suas decisões, lhe dizendo o que sonhar, o que respeitar, o que repudiar, o que vestir ou o que dizer.

Nos primeiros anos de vida, a criança absorve cegamente a tudo o que lhe ensinam, os gestos, o idioma e os valores básicos da sociedade. Este aprendizado ocorre sem a menor objeção a qualquer ideia ou definição proposta pelos seus pais ou responsáveis pela sua educação. Desta maneira, tudo o que lhe for ensinado, assume o valor de verdade absoluta.

Conforme a criança começa a ampliar o seu convívio com outras pessoas, esta passa a assimilar novos conceitos e cabe a ela, pela primeira vez, confrontar seus antigos conceitos com os novos e decidir qual deles adotar para si mesmo. Ocorre, porém, que por muitas vezes, é imposto a criança um conceito, sem uma explicação lógica do motivo pelo qual não adotar um outro. A medida em que a criança aceita passivamente a imposição destes conceitos, ela deixa de desenvolver o seu Senso Crítico sobre o que é certo ou errado.

O modo pelo qual as ideias são assimiladas pelo ser humano é muito explorado pela sociedade, sendo que uma pessoa sem senso crítico tende a aceitar todo tipo de imposição sem reação a mesma. O modo como as ideias se incorporam são muito diversificadas e muitas vezes são tão sutis, que passam desapercebidas. 

Pais com uma formação rígida privam o filho de criticar seus atos. Os pais não se veem na obrigação de em nenhum momento explicar seus atos ou suas ideias. O filho alem de aceitar essas idéias, torna-se incapaz de defende-las uma vez que faltam argumentos lógicos para isso. Isto continua ocorrendo a partir do momento em que o filho estuda numa escola de padrões rígidos. O aluno já não sente a necessidade de que o professor lhe explique o fundamento das teorias que aprende, pois a escola apresenta o conhecimento como algo absoluto e verdadeiro, dificultando novamente o desenvolvimento do Senso Crítico do aluno.

A imposição de ideias X o Senso Crítico


Um lugar em que a imposição de ideias é muito clara são as forças armadas, lugar onde a crítica de um superior é punida severamente porque a organização militar tem como filosofia a negação do senso crítico.

Na religião é comum o fato de um membro de uma igreja não concordar com alguns de seus princípios e isso ser considerado pecado. No trabalho, empresas com uma hierarquia rígida possuem uma estrutura onde um subordinado não deve jamais criticar o seu superior.

Como eu disse no início do texto, hoje a crítica é vista como algo nocivo a sociedade, e não como um meio de se tentar aprimorar constantemente a mesma. Desta forma, torna-se claro, a ideia de que existem alguns setores na sociedade que tentam inibir o senso crítico das pessoas, de maneira a limitar o nú­mero de pessoas que critiquem seus dogmas e suas ações.

Infelizmente, para se formar uma opinião consistente sobre um determinado assunto é necessário muito mais do que liberdade de expressão. Em primeiro lugar é necessária a coleta de opiniões diversas sobre o assunto em questão, o que não costuma ser algo muito simples uma vez que isto exige o contato com diferentes grupos de opinião. 

Poucas pessoas têm contato com mais de um meio de comunicação ao mesmo tempo e ainda com opiniões divergentes. As pessoas também tendem a conviver sempre em grupos de opiniões semelhantes, o que torna mais difícil o contato com ideias novas. Alem disso, a rotina de trabalho em que boa parte da população está submetida restringe a oportunidade conhecer novas pessoas continuamente. Por fim, as pessoas têm uma resistência natural a coisas novas e principalmente a ideias novas. Muitas assumem que tudo o que elas consideram certo, estará sempre certo, não havendo a necessidade de se ouvir novas opiniões.

O próximo passo para se formar uma opinião, seria confrontar as diversas ideias e concluir algo a respeito. Para que isto ocorra é preciso analisar racionalmente cada uma das opiniões, sem tomar nenhuma delas como uma verdade absoluta. É preciso verificar a validade de todos argumentos pró e contra, e depois medir a importância de cada um deles.

A partir do momento em que as pessoas se informam cada vez mais através da televisão e da internet, torna-se difícil o confronto de ideias, uma vez que durante um noticiário na TV, todos os sentidos da pessoa estão ocupados apenas em decodificar as informações transmitidas. A TV não permite que você pare para raciocinar sobre cada tema apresentado pela mesma.

Não é possível debater o tema com outra pessoa e prestar atenção à TV ao mesmo tempo! Cada vez menos a literatura é utilizada como meio pelo qual se adquire o conhecimento. A tendência mundial é utilizar recursos de "multimídia" para se obter o conhecimento. As pessoas dedicam cada vez menos tempo na busca do conhecimento e é neste momento em que a TV ou a internet aparenta ser o melhor meio de se ab­sorver uma grande gama de informações em pouco tempo. Caso as pessoas não parem posteriormente para refletir sobre as ideias absorvidas, elas correm o risco de aceitar estas ideias como verdades absolutas, elas correm o risco de escutar, mas não ouvir!

Conclusão


Após se formar uma opinião, é importante checar se a conclusão obtida através do confronto de ideias não fere em momento algum outro conceito que se tinha como correto anteriormente. Omitindo-se esta passagem, corre-se o risco de se criar um pensamento contraditório, incoerente.

Quando uma nova conclusão se contradiz com uma anterior, é necessário que se confronte estas duas conclusões. É neste momento em que o ser humano é obrigado a se rever e colocar em cheque as suas opiniões. É neste momento em que o ser humano tem a oportunidade de mudar, de evoluir. É neste momento em que o ser humano deveria se considerar um animal racional!

O Senso Crítico é, portanto, para mudarmos esta realidade onde poucos governam defendendo seus próprios interesses e muitos apenas assistem com um ar de permissividade e conformação. Enquanto não assumirmos uma posição crítica na sociedade a democracia continuará garantindo apenas a desigualdade, como é nos dias atuais. Enquanto um voto valer um saco de cimento, por exemplo, nada será mudado. Enquanto os governos gastarem mais com propaganda do que educação, continuaremos vivendo nesta sociedade de contrastes e descaso. E não podemos esperar que a mudança parta deles, é de interesse deles que não aja crítica, que não aja oposição. Uma população desinformada é mais fácil de ser controlada e manipulada.

E está aí a importância do Senso Crítico, do confronto de ideias e argumentos. Do exercício de uma sociedade civil consciente de seus direitos e deveres. Adotando uma postura mais questionadora, crítica e ativa. Nesta condição sim, o homem pode denominar-se um ser racional.

A importância do Senso Crítico não está em enxergarmos os defeitos dos outros, mas, em ficarmos de olhos abertos diante do mundo em que vivemos. O Senso Crítico nos livra dos pensamentos e das atitudes infantis. Ele nos livra, ainda, das ilusões.

O Senso Crítico nos leva a nos dirigir a cada pessoa de maneira respeitosa. Ele nos orienta a usar a nossa inteligência para conhecermos a sociedade em que estamos, e, consequentemente, para não fazermos afirmações precipitadas.

Ele é uma luz que nos faz pensar com equilíbrio, falar com sensatez e viver de maneira decente.

[Fonte: Web Artigos]

A Deus toda glória. 
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E nem 1% religioso.

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