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quarta-feira, 19 de abril de 2017

TR1RTEEN R3ASONS WHY NOT WATCHING: O PERIGO DA GLAMOURIZAÇÃO DO SUICÍDIO

  • ["TR1RTEEN R3ASONS WHY NOT WATCHING" - Td. "Treze razões porque não assistir", personalizado em alusão à série citada.]
Lançada no fim de março, a série 13 reasons why, da Netflix, conquistou popularidade rapidamente e ensejou uma infinidade de análises e comentários sobre o principal (e delicado) conteúdo abordado na trama: o suicídio de uma adolescente.

A produção da cantora Selena Gomez inspirada homônimo no livro de Jay Asher - expandido e transposto para as telas pelas mãos do premiado dramaturgo Brian Yorkey - narra as razões pelas quais uma colegial diz ter sido levada a tirar a própria vida. Gravadas em fitas cassetes e enviadas postumamente, as mensagens responsabilizam os colegas de convívio pelo desfecho trágico.

A polêmica em torno da série se dá devido ao fato de que o enredo da série poderia incitar adolescentes e jovens - principais seguidores vorazes dessas séries - a uma "cultura do suicídio" e até mesmo uma glamourização do auto extermínio. Mas não é de hoje que o suicídio tem sido um fato recorrente nas mais diversas camadas sociais e tema sobre o qual se debruçam especialistas e acadêmicos em psicologia e psiquiatria.

Um estudo da Universidade de Zurique apontou o desemprego como a causa de um em cada cinco suicídios no mundo. O estudo analisou dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a mortalidade em 63 países entre os anos de 2000 e 2001. Descobriu-se que aproximadamente 45 mil suicídios estavam relacionados ao desemprego.

Outros dados da OMS confirmaram que o número de suicídios vem crescendo mundialmente. O suicídio já se encontra entre as dez principais causas de morte no mundo e, entre os jovens, desponta entre as três causas principais. Será então que vivemos todos numa sociedade suicida?


Capitalismo selvagem e suicida


O capitalismo não inventou o suicídio, mas é visível o enorme potencial que possui para lançar os indivíduos à beira do abismo.

Não é difícil entender o porquê. Afinal, todos nós que vivemos do nosso trabalho estamos cotidianamente submetidos à exploração, às opressões de gênero, raça, etnia e sexualidade. Vivendo em condições de enorme desigualdade, "para a glória e bem-aventurança dos nossos patrões", somos presas fáceis da depressão, do desespero e da descrença.

Para piorar esse quadro, o momento que o país atravessa não é dos melhores. O conservadorismo cresce vertiginosamente e produz aberrações como as “viúvas da ditadura”, vestidas de verde e amarelo nas principais avenidas do país. Na mesma onda, os neofascistas saem do armário, junto com monarquistas reivindicando a volta do Império, do fraque e da cartola.

No momento em que assistimos à sangria das políticas públicas, à retirada de direitos trabalhistas e à escalada do conservadorismo, não é de admirar que o suicídio apareça como solução para tanta gente.

No entanto, em momentos difíceis como esse, precisamos resistir. Porque se é verdade que a sociedade capitalista é uma sociedade suicida, é porque ela produz os seus coveiros. Nós, que somos a maioria, precisamos resistir justamente para que estejamos de pé no dia em que essa forma desumana de vida der seu último suspiro, e para lançarmos sobre ela a derradeira pá de cal.


Análise geral


A palavra suicídio (etimologicamente sui = si mesmo; -caedes = ação de matar) foi utilizada pela primeira vez pelo cientista botânico René Desfontaines (1750-1833), em 1737 e significa morte intencional auto-inflingida, isto é, quando a pessoa, por desejo de escapar de uma situação de sofrimento intenso, decide tirar sua própria vida.

De acordo com dados atuais da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 3.000 pessoas por dia cometem suicídio no mundo, o que significa que a cada 30 segundos uma pessoa se mata. Estima-se que para cada pessoa que consegue se suicidar, 20 ou mais tentam sem sucesso e que a maioria dos mais de 1,1 milhão de suicídios a cada ano poderia ser prevista e evitada.

O suicídio é atualmente uma das três principais causas de morte entre os jovens e adultos de 15 a 34 anos, embora a maioria dos casos aconteça entre pessoas de mais de 60 anos. Ainda conforme informações da OMS, a média de suicídios aumentou 60% nos últimos 50 anos, em particular nos países em desenvolvimento. Cada suicídio ou tentativa provoca uma devastação emocional entre parentes e amigos, causando um impacto que pode perdurar por muitos anos.


Probabilidades


Através da observação dos casos de suicídios, pode-se constatar que há certos fatores que estão relacionados a uma maior ou menor probabilidade de cometer o suicídio. Por exemplo, as mulheres tentam o suicídio 4 vezes mais que os homens, mas os homens o cometem (isto é, morrem devido a tentativa) 3 vezes mais do que as mulheres. Isso se explica pelo fato de os homens utilizarem métodos mais agressivos e potencialmente letais nas tentativas, tais como armas de fogo ou enforcamento, ao passo que as mulheres tentam suicídio com métodos menos agressivos e assim com maior chance de serem ineficazes, como tomar remédios ou venenos.

Doenças físicas, tais como câncer, epilepsia e AIDS ou doenças mentais, como alcoolismo, drogadição, depressão e esquizofrenia, são fatores relacionados a taxas mais altas de suicídio. Além disso, uma pessoa que já tentou cometer o suicídio anteriormente tem maior risco de cometê-lo.

A idade também está relacionada às taxas de suicídio, sendo que a maioria dos suicídios ocorre na faixa dos 15 aos 44 anos. Doenças físicas, tais como câncer, epilepsia e AIDS ou doenças mentais, como alcoolismo, drogadição, depressão e esquizofrenia, são fatores relacionados a taxas mais altas de suicídio. Além disso, uma pessoa que já tentou cometer o suicídio anteriormente tem maior risco de cometê-lo.

Motivos


As pessoas podem tentar ou cometer suicídio por diversos motivos:
  • numa tentativa de se livrarem de uma situação de extrema aflição, para a qual acham que não há solução; 
  • por estarem num estado psicótico, isto é, fora da realidade; 
  • por se acharem perseguidas, sem alternativa de fuga;
  • por se acharem deprimidas, achando que a vida não vale a pena;
  • por terem uma doença física incurável e se acharem desesperançados com sua situação;
  • por serem portadores de um transtorno de personalidade e atentarem contra a vida num impulso de raiva ou para chamar a atenção. 


Análise psíquica: Freud explica?


Muito antes de conceituar a noção da pulsão de morte e de teorizar o narcisismo, o luto e a melancolia, Sigismund Freud (★1856-✟1939) se interessou pela questão do suicídio, abordada com frequência na Sociedade Psicológica das Quartas-Feiras. Por iniciativa do psicólogo Alfred Adler (★1870-✟1937), foi organizada em 1910 uma reunião dedicada ao suicídio de crianças e adolescentes. 

Em seguida, Freud retornaria a esse tema, numa tentativa de relacionar as formas de suicídios e a diferença sexual. A escolha de uma forma de suicídio revelaria um simbolismo sexual mais primitivo; o homem se mata com um revólver, ou seja, joga com seu pênis, ou então se enforca, isto é, se transforma em algo que pende em todo o seu comprimento. A mulher, segundo ele, conhece três formas de se suicidar: saltar de uma janela, se atirar na água ou se envenenar. Pular da janela significaria dar à luz, atirar-se na água significa trazer ao mundo e se envenenar significa a gravidez.

Assim, mesmo ao morrer, a mulher cumpriria sua função sexual na concepção freudiana. Freud também atribuiu certos suicídios de crianças ao medo de incesto.

Em seu artigo Luto e melancolia (1917), Freud apresentou o suicídio como uma forma de autopunição, um desejo de morte dirigido a outrem, que se vira contra o próprio sujeito. Nesse caso, o suicídio seria o ato de matar a si mesmo para não matar o outro. Assim, ele confirmou as três tendências suicidas definidas pela psicopatologia: desejo de morrer, desejo de ser morto, desejo de matar. O suicídio seria consequência não de uma neurose ou psicose, mas de uma melancolia ou um distúrbio narcísico grave: não um ato de loucura, mas a atualização da pulsão de morte através de uma passagem ao ato.


Treze razões para não assistir à série da Netflix


O tom de culpabilização coletiva e a abordagem crua - com direito a cenas explícitas de estupro e do próprio ato do suicídio - despertaram reflexão sobre a forma de tocar no assunto em uma produção audiovisual. Enquanto houve quem ressaltasse a tentativa benéfica de promover uma conscientização sobre a influência de bullying, assédio, machismo, violência e omissão na decisão de se matar, surgiram ponderações em torno do impacto nocivo provocado pelo tratamento dispensado ao tema central pelo seriado. 

As críticas negativas veem na "glamourização" do suicídio e na utilização do autoextermínio como instrumento de vingança fatores de propensão ao chamado efeito Werther - termo científico pelo qual a publicidade de um caso notável serve de estímulo a novas ocorrências. Pessoas fragilizadas psicologicamente seriam mais inclinadas a vivenciar de forma negativa a forma como o suicídio é representado em "13 reasons why" (13 razões porque).

Psiquiatra, professor-doutor do Departamento de Psicologia Médica e psiquiatra da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Luís Fernando Tófoli elaborou 13 parágrafos para alertar sobre a série. O texto elenca fatores de risco, condena a abordagem do programa sob a luz da academia e faz advertência a pessoas em situação de vulnerabilidade.

Veja a lista elaborada pelo professor:
13 Parágrafos de Alerta sobre 13 reasons why para pais, educadores e profissionais de saúde
Luís Fernando Tófoli 
1. A alardeada série da Netflix, '13 Reasons Why', baseada em um livro homônimo de Jay Asher (publicado no Brasil como 'Os 13 Porquês'), aborda uma série de questões sérias: bullying no ensino médio, machismo, LGBTfobia, abuso sexual e, de uma forma geral, a difícil missão de adolescer. 
A série, porém, é focada em uma questão central, pivô de toda a história: o suicídio de uma jovem de 17 anos, Hanna Baker, que faz 13 gravações em fitas cassetes, apontando o dedo as pessoas que a desapontaram em seu calvário na High School de uma pequena cidade americana. 
2. Eu me vi na obrigação de assistir a todo o seriado para poder trazer algumas informações para pais e profissionais de saúde e educação. Não vou me estender na qualidade artística, até porque não é minha função aqui, eu penso. No entanto, afianço que apesar da tensão que prende a assistência até a resolução do mistério, os episódios são longos e cansativos demais. 
A sensação final é de ser chantageado a aguentar a narrativa arrastada só para poder saber por qual razão o protagonista e bom-moço Clay Jensen foi incluído nas fitas de Hannah. 
3. A razão principal pela qual eu escrevo estes parágrafos é para focar na questão crucial de uma peça de ficção construída sobre um suicídio adolescente. O suicídio está entre as principais causas de morte na adolescência, competindo com acidentes causados por veículos e, no caso de países como o Brasil, violência armada. Como um agente de formação no campo da Psiquiatria e da Saúde Mental, me vejo na obrigação de fazer alguns comentários – e, porque não, alguns alertas – sobre esta série. 
4. Há sinais preocupantes de que as taxas de suicídios de jovens estão crescendo no mundo e no Brasil. O país, aliás, está na contramão das estatísticas no mundo: também os índices gerais estão subindo – e já o estavam antes da crise econômica – ao invés de cair. 
Há várias hipóteses sobre o que pode estar levando isso a acontecer, mas acho que o mais importante é frisar que nunca tivemos uma campanha nacional responsável de prevenção do suicídio – apesar do reconhecidamente importante papel do voluntariado do CVV-Centro de Valorização da Vida – e de haver documentação sobre formas de se fazer essa política pública de maneira eficiente. 
5. Meu ponto principal neste texto não é estragar a série ou dar spoiler, e sim de que pais, educadores e adolescentes estejam cientes de que o programa tem o potencial de causar danos a pessoas que estão emocionalmente fragilizadas e que poderão, sim, ser influenciadas negativamente. 
Não é absurdo inclusive considerar que, para algumas pessoas, a série possa induzir ao suicídio. Portanto, pessoas em situações de risco deveriam ser desencorajadas a assistir a série [grifo acrescentado]. 
Não estou sozinho nisso, já há pelo menos um crítico no Brasil, o Pablo Villaça, que explicitamente está recomendando que não se assista ao seriado (https://goo.gl/Z2Op17). 
6. O principal erro da série é, de longe, mostrar o suicídio de Hannah. A cena, que acontece no episódio final, é absolutamente desnecessária na narrativa e claramente contrária ao que apregoam os manuais que discutem prevenção de suicídio e mídia. 
Chega a ser absurdo que os autores da série ignorem completamente o que indicam explicitamente as recomendações da Sociedade Americana para Prevenção do Suicídio, que foram publicadas após a morte do ator Robin Williams [★1951-✟2014] (https://goo.gl/vAQkg6) e cheguem à cara de pau de tocar (não neste episódio) a música 'Hey, Hey', de Neil Young, que foi citada na carta suicida do músico Kurt Cobain (https://goo.gl/droI3I).
7. É verdade que as recomendações são em geral destinadas à imprensa, mas chega a ser absurdo que os realizadores de uma produção sobre o tema não tenham se informado sobre os impactos do que é conhecido como 'efeito Werther' – cujo nome vem de uma obra de arte e não de uma ação de imprensa. 
O efeito é baseado no suposto impacto de Os Sofrimentos do Jovem Werther, livro do século XVIII que alçou Goethe à fama (https://goo.gl/2h4N8U). 
8. Embora o aumento de suicídios na Alemanha atribuídos ao livro jamais possa ser objetivamente medido, há já um consenso entre suicidologistas de que o fenômeno sofre contágio pela mídia e de que há maneiras pelas quais ele não deva ser retratado. 
Uma delas, e na qual a série fracassa desgraçadamente, é em não romantizar ou embelezar um suicídio. Evitar a divulgação de cartas suicidas é outro ponto – e é desnecessário dizer que a série toda é uma enorme carta suicida, que embora ficcional, é ouvida pela voz da protagonista, a narradora póstuma da história. 
9. Outro problema sério da história, especialmente para os sobreviventes (esse é o termo utilizado para os parentes e entes queridos de quem se suicida), é a ideia da culpabilização do suicídio. Grande parte da tensão da série gira em torno de quem é a 'culpa' pelo suicídio de Hannah: ela, seus amigos, a escola (que é processada pelos pais da menina), a sociedade. 
Os especialistas entendem que a busca por culpados é dolorosa e improdutiva. O suicídio é, na sua imensa maioria das vezes, um ato complexo, desesperado e ambíguo, e achar que ele possa ter responsabilidade atribuível é equivaler sua narrativa à de um crime. Embora isso seja compreensível em uma peça de ficção, isso é muito deletério na discussão do tema no mundo real, onde ele de fato os suicídios acontecem. 
10. Dois fatos chamam a atenção ainda, como erros essenciais da produção. Um é não tocar a questão do adoecimento mental, uma vez que a maioria das pessoas que se suicidam apresentam transtornos mentais. O suicídio de Hannah é discutido – como sói frequentemente aos americanos, um povo obcecado pela pretensa liberdade de escolha – como uma 'opção', esquecendo que na grande maioria das vezes a pessoa está aprisionada por um cenário falseado de opções causado pelo seu estado mental. 
O outro fato é a impressão passada pela narrativa – em especial no último episódio – de que buscar por ajuda é inefetivo, quando isso pode ser a diferença, literalmente, entre a vida e a morte. 
11. Ainda sobre pedir ajuda, a divulgação da série pretende vender a ideia de conscientização – contando, no Brasil, inclusive com o apoio do CVV. Durante todos os 13 episódios que assisti no Netflix, no entanto, não há qualquer sinal, indicação ou legenda que aponte a hotline do CVV no Brasil (141) ou o seu site (http://www.cvv.org.br) para pessoas que necessitem de apoio e estejam assistindo a história. 
Após o fim da trama há um extra, meio documentário, meio making of que fala sobre prevenção de suicídio, mas seria necessário, no mínimo, divulgar meios de socorro no início e no fim de cada episódio. 
12. Nunca é demais lembrar que indagar uma pessoa sobre seu risco de suicídio não aumenta a chance dele acontecer e pode ser a atitude salvadora em diversos casos. Isso é particularmente importante para profissionais de saúde e de educação, que têm muito medo de fazer essa pergunta. 
Na maioria das vezes, para um potencial suicida, essa pode ser a oportunidade de compartilhar seu desespero e abrir a chance para uma ajuda efetiva. 
13. Concluindo, a premissa de '13 Reasons Why' é excelente: discutir a crueldade cotidiana dos jovens (que me parece ser a mesma crueldade dos humanos, embora em uma fase particularmente frágil da vida) e como ela pode nos afetar de forma devastadora, em alguns casos. 
No entanto, infelizmente, por negligência ou por pura arrogância, a série acaba fazendo provavelmente um desserviço maior do que sua beneficência. A oportunidade perdida de se discutir suicídio de uma forma cuidadosa se perdeu em meio ao hype, infelizmente. 
Parágrafo adicional motivado por alguns comentários (considerem como a 14ª gravação, rs): 14. Gostaria de frisar que não defendo de maneira alguma a censura ou a proibição da série, e muito menos que se evite o debate das questões seríssimas do bullying, da violência de gênero e do estupro. A questão é de, sem querer ofender quem amou a série, refletirmos juntos se alguns cuidados poderiam ser tomados para evitar o prejuízo a pessoas fragilizadas. 
Elas são a minoria da população, mas o impacto já foi medido e mais de um estudo sobre o efeito Werther. A pergunta aqui é: será que o meu entretenimento vale a vida de alguém? Será que ao recusar ao olhar os vacilos da produção da série eu não estarei contribuindo de alguma forma para o suicídio de alguma Hannah da vida real? Grato a todo mundo pelo interesse.

Conclusão


Para não estender mais o artigo, o interessante é ver que essas treze razões para não assistir à tal série foi dada por um especialista conceituadíssimo e não por um "pastor ignorante, que vê demônio em tudo". Fica a autoridade da Bíblia para resumir toda essa história:
"O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela" (1 Samuel 2:6 ).
A Deus toda glória.


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