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terça-feira, 11 de abril de 2017

E AGORA, JOSÉ?

No Brasil, pipocam os desdobramentos da Operação Lavajato. A cada dia somos "surpreendidos" por uma nova lista de delatados, o que faz crescer ainda mais o já grosso caldo do propinoduto que quebrou o Brasil e nos colocou em um ranking vergonhoso de resseção. E o que falar da grassante onda de violência que atinge cidadãos de toda raça, credo e classe social? E o desemprego?

Mas nenhum desses assuntos geraram tanto alvoroço nas mídias sociais do que o caso do assédio sexual praticado pelo galã global – que sempre foi ovacionado pelos papéis de garanhão na teledramaturgia, vamos à uma pequena lista:

  • Em Tieta (1989/90, ao lado) ele era Osnar, um homem de figura rústica e caipira, que tinha a sedução escorrendo pelos poros, além de uma alusão aos seus "dotes íntimos", o personagem "pegou" várias personagens.

  • Em Laços de Família (2000, abaixo) ele era Pedro, o garanhão da trama, que pegava a ninfeta vivida por Débora Secco, a coroa, vivida por Vera Fischer – que eram irmãs na trama –, tinha ainda a personagem da Helena Ranaldi e, de quebra, uma ex-esposa sempre presente, vivida por Eliete Cigarini.

  • Em Presença de Anita (2001, esquerda) ele era Nando, que foi "seduzido" pela ninfeta belzebu interpretada pela atriz Mel Lisboa ao mesmo tempo em que era casado pela personagem de Helena Ranaldi.







  • Em Mulheres Apaixonadas (2003, direita) ele era César, um médico que fazia algo mais do que tratar de seus – no caso de suas – pacientes. As "vítimas" da vez eram as personagens de Carolina Kasting, Camila Pitanga e Cristiane Torloni, todas ao mesmo tempo.
Bom, acho que já o suficiente para saber o tipo de papel com o qual o senhor José Mayer consolidou sua carreira na Globo, né?

Por trás das câmeras


Essa história do José Mayer é muito elucidativa. Vocês sabem: ator da Globo assediou figurinista, figurinista denunciou e a casa caiu. E agora, José? Globo emitiu nota, atrizes protestaram, carnaval em Salvador, garanhão pediu desculpas por meio de carta pública. 

José Mayer é aquele sujeito que mulher nenhuma consideraria galã se não fosse ator da Globo. Virou ator, um retoque aqui, outro, luz, câmera, ação: ficou bonito. Nos bastidores, quis conhecer biblicamente a figurinista. A figurinista, que não é religiosa, não quis conhecer biblicamente o tipo.

Há quem garanta, os seus amiguinhos, que é o jeitão dele mesmo, que não se trata de assédio de verdade (Não?), ele brinca com todo mundo. Não sei, não quero ter Mayer no meu cangote para tirar a prova. Mas o engraçado disso tudo, para além dos arreganhos justiceiros a que já estamos acostumados, é que José Mayer, que tem mulher e filha, disse que sim, errou, que 
"...tristemente, sou sim fruto de uma geração que aprendeu, erradamente, que atitudes machistas, invasivas e abusivas podem ser disfarçadas de brincadeiras ou piadas. Não podem. Não são" (palavras do próprio, grifo meu). 
Vejam só como o tiro ideológico sai pela culatra da realidade. Progressistas e militantes adoram esse argumento: "sou criminoso porque fui levado a isso". Parafraseando o ilustre jornalista Carlos Viana, esse discurso mentiroso nos enganou por muito tempo. Agora, um "machão esperto", fez sua versão e usou esse engodo ideológico  a seu favor: 
"sou fruto de uma sociedade machista".
Não, José Mayer, você não é fruto. Não é vítima. Você é um senhor já avançado em anos e sabe muito bem o que se pode ou não se pode fazer com as meninas. E, ao não aceitarmos a justificativa dele, não podemos aceitar as justificativas deles: progressistas e militantes. O homem é livre para fazer maldades: homicídio, tráfico de drogas, sequestro, assalto e, que coisa, até mesmo assédio sexual.

Ideologia, eu quero uma pra viver


Na prática, com esse discurso cínico, Mayer quer socializar sua culpa, colocando ela também na sociedade, que serve de pau para toda obra. A coletividade abstrata sempre surge como co-responsável dos canalhas individuais.

Os criminosos juvenis matam dentistas porque a sociedade os oprimiu. Os tarados apalpam vaginas alheias porque a sociedade é machista e patriarcal. Os corruptos afanam dinheiro público porque a sociedade é corrupta. A sociedade virou um recipiente de culpas para toda sorte de criminosos e vagabundos.
Para minha surpresa, apareceram na mídia comentários repulsivos dando conta de que seria "normal", produto da interação "espontânea" entre os sexos, adotar certas expansões gestuais – o que, no caso específico, aparentemente envolve tocar as partes íntimas de uma mulher sem o seu consentimento. Uma dica, "amiguinho": cresça (independente da idade) e aprenda a diferença entre ser contra o politicamente correto e ser um inconveniente boçal.

Tiro no pé


O ator errou duplamente. A primeira quando, a julgar pela sua confissão, efetivamente cometeu o desatino. A segunda ao querer responsabilizar a "cultura" e a "sociedade", a "geração machista" a que pertence por uma vergonha que é só sua. Geração machista é a pqp, seu covarde! Assuma a responsabilidade pelos seus erros em vez de querer jogar confete para plateia feminista.

Não sou da geração de José Mayer (sou alguns bons anos mais jovem). Fica o registro. Aliás, sou de geração nenhuma. Indivíduo responsável exclusivamente pelas próprias desgraças.

Ao culpar a "sociedade machista" Zé Mayer se esconde no refúgio criado pela própria esquerda. A desculpa dele é tão esfarrapada e mentirosa quanto a do pivete que bota fogo em um dentista durante um roubo ou daquele que atira em sua vítima porque ela "reagiu". Ou ainda por daqueles infelizes que sequestram uma dona de casa trabalhadora no estacionamento de um shopping e a matam brutalmente para roubar o carro dela e pagar de gostoso na comunidade. Foi duplamente canalha.

Geração Mayer ou geração Globo?


Na geração Zé Mayer, os homens cumprimentam as mulheres pegando em suas partes íntimas. Na geração nutella trans-globo, os homens cumprimentam outros homens pegando em suas partes íntimas. Na geração plimplim, doutores confinados em reality show, enfiam o dedo da cara de meninas manipuladas. Pedófilos dão o ar da graça como figuras exóticas –  "barba azul".

Leva a mal não, mas a minha geração é a mais legal: o bom e velho beijo no rosto e sorriso na cara pras gatas; e o cumprimento de mão, com tapa nas costas, pros irmãos.

O assédio machista, a cantada fora de hora, o tom vulgar de um flerte e a piadinha infame sobre mulheres são alguns dos problemas ocultos e diluídos nas relações diárias de trabalho. O fato é que não se cria uma civilização presumindo que o homem é bom, demasiadamente bom e a cultura machista que corrompe. Rousseau estava completamente errado. Quando conservadores – os sérios e, nesse caso, os caricatos – falam em direito de defesa, a esquerda torce o nariz. 

No entanto, quer condição mais importante do que ensinar mulheres a se defenderem de machistas tarados? Não há. A relação homem e mulher na história sempre foi problemática justamente pela ameaça contra as mulheres. A "rua", o "trabalho" e a "guerra" eram ambientes hostis e sujos. A casa, pelo contrário, o lugar sagrado e supostamente protegido. Isso é passado. Hoje todos coexistem em espaços não mais diferenciados. 

Conclusão


Mudou-se os espaços e a coexistência, mas não mudaram as ameaças. O humano permanece. Alguma coisa de correta há no politicamente correto. Chamar atenção para a hostilidade machista dos homens, talvez. O problema é que o politicamente correto parece que descobriu ontem que o homem é um ser canalha e miserável. Eu não desrespeito as mulheres porque me sinto pressionado pelo politicamente correto, não desrespeito porque acho coisa de gente troglodita, gente bárbara, porca e nojenta. É com banho de civilização (bom senso) que se construirá o respeito necessário para a coexistência pacífica e não com textão no Facebook exorcizando os demônios da cultura. Vergonha na cara, já!

A Deus toda a glória.
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Um comentário:

  1. A globo é muito hipócrita ao se pronunciar repudiando tal atitude! É só assistir às suas novelas, Mini séries, programas e etc... não só concorda com tal comportamento como o promove.

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