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sexta-feira, 9 de setembro de 2016

A AGONIA DO FACEBOOK

Quem aqui ainda se lembra do Orkut? Se você não o conheceu, vou te falar o que foi. Vamos relembrar. Há 14 anos, os brasileiros entraram de cabeça na onda das redes sociais e adotaram o Orkut como parte da sua rotina e como forma de interagir com os amigos e familiares. Engolida pelo Facebook, a rede social do Google foi descontinuada em 30 de setembro de 2014. 

Inicialmente, os internautas precisavam de um convite de um amigo usuário do Orkut para entrar na rede social. Mas não demorou muito tempo para o site se tornar mais popular e disponibilizar o cadastro para qualquer internauta.

Assim como as redes sociais da atualidade, cada usuário cadastrado no Orkut possuía um perfil com informações básicas e outras secundárias que chegavam a ser curiosas como: religião, humor, fumante ou não fumante, orientação sexual, cor dos olhos e cabelos. Além dos livros, músicas, programas de TV e filmes preferidos.

Cada usuário também tinha sua lista de amigos, mas havia um limite: 1.000 pessoas. Era possível classificar os contatos como: desconhecido, conhecido, amigo, bom amigo e melhor amigo. Além disso, os orkuteiros podiam criar grupos personalizados para classificar seus amigos com o objetivo de melhorar a organização da lista.

Quem viu meu perfil?


Em abril de 2006, o Orkut pegou muitos usuários de surpresa logo pela manhã com a nova ferramenta que permitia saber quem visualizou o seu perfil. O recurso listava os últimos cinco membros que visitaram o perfil e mostrava o número de vezes que o haviam feito. A ferramenta "Visitantes recentes" podia ser desabilitada, mas nas primeiras horas a rede social dedurou muitos curiosos.

As comunidades que eram umas das grandes atrações do site ganharam um recurso que garantia auxílio ao criador da comunidade chamado Mediador, em outubro de 2006. Os usuários que tinham essa função podiam remover tópicos, mensagens e eventos que julgavam inadequados. Entretanto, não tinham permissão alterar a foto, descrição e as comunidades relacionadas.

O sucesso da rede social induziu cada vez mais as criações de novas ferramentas. Em 2007 ainda no auge, o Orkut adicionou o mecanismo que permitia ao usuário adicionar vídeos do YouTube, o recurso de envio de recados por SMS, criação de enquetes, busca interna de tópicos nas comunidades e muito mais.

Da Califórnia para o Brasil


Em 2008, a sede do site de relacionamento foi transferida da Califórnia para o Brasil. Os brasileiros passaram a dividir a responsabilidade do controle mundial do Orkut com os indianos. Isso ocorreu devido ao grande número de usuários no país, na época eram 40 milhões, e na Índia. Mas, a palavra final sobre qualquer mudança era do Google Brasil.
Neste ano também foi é implantada uma ferramenta que sugeria novos amigos (amigos de amigos) na página inicial.

Em 2009, a rede social recebeu uma nova versão com um layout totalmente reformulado e até ganhou o nome de Novo Orkut. As novidades estavam no feed de posts inexistente até o momento e a união dos scraps, mais atualizações do perfil e adição de amigos na página inicial.

Só depois de sete anos de sua criação, em 2011, o Orkut ganhou um novo logo. Junto a ele, veio uma leve mudança no visual. De acordo com o blog oficial da rede social, a equipe do Google disse na época que "melhorando o site para nossos usuários e uma das ideias foi criar um novo logotipo que refletisse a atual cara do Orkut. O novo logotipo é mais encorpado, ousado e maduro".

O Orkut acompanhou também o avanço da tecnologia dos smartphones e lançou seu aplicativo para os dispositivos móveis iOS e Android. 

A morte do Orkut


Com o surgimento de outras redes sociais, como o Facebook e o Twitter, o Orkut viu a sua audiência cair em 2011. Já em 2012, o site perdeu o lugar no topo do ranking para o site de por Mark Zuckerberg no Brasil, o que já havia acontecido em outros países. De acordo com dados da comScore, o Facebook alcançou a marca de 36,1 milhões usuários superando os 34,4 milhões do Orkut.

Em 2013, a rede social do Google caiu vertiginosamente perdendo 95,6% o número de acessos fixos no Brasil e foi superado até pelo Ask.fm. Em janeiro, o Orkut completou 10 anos e em setembro de 2014 a rede social disse adeus.

Facebook agonizando


Pois é. No mundo da tecnologia virtual o tempo é mais implacável que o real. Um estudo feito pela University College London - ainda em 2014 - em oito países já tirou uma conclusão preocupante para o Facebook. A pesquisa, cuja duração foi de 15 meses, reforçava a ideia de que os adolescentes tinham começado a sair do Facebook com a chegada dos pais à rede social, uma vez que jovens ingleses teriam alegado que o Facebook estava "basicamente morto e enterrado".

O estudioso responsável pela pesquisa no Reino Unido, Daniel Miller, observou em seu relatório que os jovens de 16 a 18 anos usavam o Instagram e o Snapchat (que na época nem tinham chegado ao Brasil) no período escolar, e que havia uma evasão de jovens da rede por conta do uso intensivo do Facebook por parte dos pais.

Em seu blog, Miller disse ouviu dos adolescentes que "o Facebook não está apenas em queda, mas sim basicamente morto e enterrado". 
"Eles sentem até vergonha se estarem associados à rede. Onde um dia os pais temiam a entrada dos filhos, hoje as crianças alegam que suas famílias pedem para que fiquem no Facebook e postem sobre suas vidas".
Segundo o professor, os adolescentes britânicos vinham substituindo o Facebook por quatro aplicativos: Twitter, Instagram, Snapchat e WhatsApp. Os entrevistados disseram ao pesquisador que nenhum dos apps é melhor que o Facebook em termos de integração, mas defendiam que o WhatsApp é mais prático para mandar mensagens, por exemplo. De acordo com o site inglês Telegraph, lá nos longevos 2014 o aplicativo já havia ultrapassado o Facebook em mensagens via celular no Reino Unido.

A cura logo vem


Mais recentemente, realizada nos países Brasil, Chile, China, Índia, Itália, Trinidad e Tobago, Turquia e Reino Unido, uma outra pesquisa sobre a percepção dos jovens em relação à maior rede social do mundo foi dividida em nove etapas, de acordo com o Departamento de Antropologia da universidade em seu site.

Se você vê o Facebook como uma praga em dinâmica social, você pode não estar muito errado. Pesquisadores da Universidade de Princeton afirmam que a popularidade da rede social se espalhou como uma doença contagiosa – mas, conforme vamos nos tornando imunes, ela vai morrendo.

Ao comparar a ascenção do Facebook com curvas de crescimento de epidemias, os cientistas alegam que – assim como a peste bubônica – o Facebook gradualmente vai perder a força. Eles vão além e dizem que a rede social perderá 80% dos seus usuários nos próximos três anos.

Ideias, como doenças, se espalham contagiosamente entre pessoas até que finalmente morrem, e foram descritos com sucesso como modelos epidemiológicos… Ideias são espalhadas através de contato comunicativo entre diferentes pessoas que compartilham ideias entre si. Manifestantes de ideia perdem interesse na ideia e não mais manifestam as ideias, o que pode ser considerado um ganho de "imunidade" em relação à ideia.

John Cannarella e Joshua Spechler, ambos de Princeton, modelaram redes sociais usando equações comumente usadas para mapear a propagação e recuperação de epidemias. Em seguida, testaram os dados recolhidos a partir do MySpace para checar se eles modelaram precisamente quando começou a bombar e a queda, e então aplicaram ao Facebook. Assim, chegaram à previsão da queda da quantidade de usuários em 80% até 2017.

Conclusão


Mas é claro, não está claro se as equações usadas para modelos de epidemia vão prever com precisão o declínio do Facebook – existem muitos outros fatores para definir o possível sucesso ou fracasso do site que uma equação nem sempre consegue prever. Mas com o chefe financeiro do Facebook David Ebersman admitindo recentemente que o site "de fato viu um declínio nos usuários diários, especialmente entre adolescentes" nos último meses, nunca sabemos o que vem pela frente.

Sobre o Brasil, o estudo destaca o aumento do poder aquisitivo da população, que tem influência positiva sobre o aumento do percentual de internautas. Sobre o jovens, o perfil se define basicamente pelo uso de redes sociais e jogos on line. 

Enfim, não precisa ser nenhum pesquisador para se chegar à conclusão que o Facebook já está perdendo a graça e que não demora muito ele terá o mesmo fatídico fim do seu precursor, o finado Orkut. Você duvida?

[Fonte: Data Mundo]

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