O que o famoso astro de filmes clássicos do cinema, como "Popeye" (1980), "Bom-Dia, Vietnã" (1987), "Sociedade dos Poetas Mortos" (1989) e "Gênio Indomável" (1997), Robin Willians (✩1951/✟2014), o baixista da famosa banda de rock nacional, Charlie Brown Jr., Champignon (nome artístico de Luiz Carlos Leão Duarte Junior - ✩1978/✟2013) e o humorista do grupo Hermes & Renato, Fausto Fantin (✩1978/✟2014) têm em comum? O triste e macabro fato de todos eles serem famosos e terem cometido suicídio.
Tendo como principal objetivo alertar a população sobre a importância da prevenção ao suicídio, a campanha "Setembro Amarelo", que no Brasil tem o CVV (Centro de Valorização da Vida) como uma das entidades divulgadoras, tem ganhado força nas redes sociais e alcançando sua proposta de quebrar o tabu e falar sobre a realidade do suicídio no Brasil.
Hoje, de acordo com dados nacionais, são 32 brasileiros mortos por dia, taxa superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer. O movimento ocorre desde 2014, em todo o mundo, no mês de setembro, tendo atenção especial ao dia 10, que é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.
Diante da notoriedade que a campanha ganhou, neste ano, pessoas que já sofreram perdas na família, motivadas pelo suicídio, destacam que a campanha é de extrema importância no sentido de alertar sobre o risco que, muitas das vezes, passa despercebido. O ambientalista Sandro Honório, de 43 anos, ressalta que a campanha tem seu apoio, justamente, por ele acreditar que os casos de suicídio devem se tornar públicos para que sejam vistos com a atenção que merecem. Em 2014, ele perdeu o filho de 15 anos. O garoto se enforcou no terraço do prédio onde moravam.
– Toda campanha e divulgação sobre o assunto é muito válido porque assim tornamos público esse problema e damos energia para famílias com crianças, adolescentes e adultos com depressão, uma doença silenciosa que mata sem dó. É preciso que as pessoas que tenham alguma pessoa com depressão saibam observar e agir para ajudar a evitar que o pior aconteça. É preciso mostrar que viver é a melhor opção –
comentou Honório, em entrevista ao programa Diálogo Brasil, exibido pela TV Brasil.
Segundo ele, sempre que tem informações sobre algum caso de tentativa de suicídio ou de pessoas em fase de depressão, voluntariamente, procura ajudar e levar uma palavra de apoio.
– Procuro conversar e dizer o quanto é importante se ter amor a própria vida – disse o ambientalista ao destacar, no entanto, que a ajuda de um profissional da área de saúde é fundamental para as pessoas que sofrem desse tipo de problema.
A bancária Janaína Santos Martins, de 37 anos, perdeu um irmão há cinco, vítima de suicídio. De acordo com ela, na época o rapaz tinha 30 anos e apresentou sintomas de depressão após ter sido demitido da empresa em que ele sempre sonhou trabalhar. Se na época, segundo ela, sua família tivesse se atentado à gravidade da situação de perda, que o irmão não soube administrar, o apoio e o incentivo a buscar ajuda profissional poderia ter feito toda a diferença na vida do rapaz.
– Infelizmente é duro admitir isso, mas nós não demos importância ao fato de que aquela perda do emprego foi o que provocou a doença no meu irmão e o levou à morte. Apesar de me remeter a perda dele e todo o sofrimento que tivemos, eu estou divulgando e estou muito feliz com essa campanha nas redes sociais, porque sei que a informação sobre o suicídio e suas causas vai poder ajudar muitas famílias. É um assunto que, assim como o câncer, deve-se quebrar o tabu e ser discutido e divulgado suas formas de prevenção –
disse a bancária ao programa.
Importância da prevenção
Hoje, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, nove em cada dez casos de suicídio poderiam ser prevenidos. E é com base nisso que o psicólogo Eduardo Miranda acredita que a campanha "Setembro Amarelo" tem grande importância no sentido de divulgar a necessidade da pessoa com depressão buscar ajuda e atenção de quem está a sua volta.
– De maneira geral, o 'Setembro Amarelo' veio alertar a todos, não somente quem está sofrendo de depressão ou outros distúrbios. Hoje ainda existe a cultura de que a depressão é uma doença de quem não tem nada para fazer, que pode se resolver ocupando o tempo com tarefas domésticas, por exemplo. É preciso romper com isso porque a depressão é uma doença na qual a pessoa, quando começa a pensar no suicídio, na verdade está pensando em cessar uma dor, com a qual ela não consegue mais conviver –
destacou Miranda.
Segundo o psicólogo, muitas das vezes as famílias não dão a atenção devida, a quem sofre de depressão e isso não ocorre por falta de interesse, mas sim por falta de conhecimento. Para ele, a campanha é importante no sentido de alertar e conscientizar a população e estabelecer parâmetros sobre os sintomas da doença, muitas das vezes desconhecidos.
– Ainda é comum ouvir as pessoas afirmando que quem avisa sobre o suicídio não tem coragem de se matar ou que só está querendo chamar atenção quando, na verdade, isso é um indicador, um traço de que a pessoa pode, realmente, cometer um suicídio. É importante se atentar a esses tipos de comportamento –
explicou Miranda.
Conforme destaca ao psicólogo, a campanha tem fomentado a discussão, gerado conversas, destaques na mídia e, com isso, estimulado as pessoas a pesquisarem sobre o tema. Isso, segundo ele, é essencial para quem vive em uma sociedade que, o tempo todo, estimula as pessoas a se darem bem e estarem felizes.
– Infelizmente não temos controle sobre a vida e ela pode nos levar por outros caminhos que, as vezes, não é o que a gente considera como felicidade. E aí, essa infelicidade pode nos envolver de forma que se transforme em uma depressão. É preciso muito cuidado e atenção –
finalizou Miranda.
Os fatos
Conforme informa a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos suicídios poderiam ser evitados. No Brasil, órgãos e entidades públicas engajam-se em divulgar as formas de prevenção.
O suicídio está ligado a uma profunda depressão emocional, e a qualidade do ambiente de trabalho pode mesmo ser um fator desencadeador de muitas doenças, esclarece Fátima Fleury, assistente social da Divisão de Promoção à Saúde (DIPS) do Ministério da Justiça e Cidadania.
– A pessoa tem que apresentar vários sintomas para que a depressão seja uma doença, e o estresse provocado por situações no trabalho é um deles –
diz Fátima.
Além de situações estressantes, fatores como alcoolismo, ansiedade e síndrome do pânico podem ser determinantes para um quadro depressivo.
A prevenção se dá pelo aconselhamento profissional, um dos primeiros passos para o tratamento da depressão e, consequentemente, para se evitar o suicídio.
Conscientização
No Brasil, a campanha Setembro Amarelo é uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Entre as estratégias para conscientização do público em geral, há a iluminação de monumentos como o Congresso Nacional e a ponte Juscelino Kubitschek em Brasília e o Cristo Redentor na cidade do Rio de Janeiro.
Conclusão
Mais importante do que as discussões de cunho religioso sobre querer saber "pra onde foi a alma" de quem cometeu suicídio (para o Céu ou para o Inferno?), o mais importante é saber que esse problema, infelizmente, tem assolado muitas famílias Brasil afora. E mais, não são poucas as pessoas com tendências suicidas (especialmente as depressivas), inclusive muitas delas estão nas fileiras das igrejas. Esse é um tema que deve ser encarado com seriedade e além de uma ajuda espiritual, requer, muitas vezes, uma intervenção psiquiátrica.
Para você, que por ventura esteja sendo rondado pelo desejo de suicídio, seja ministrado pela letra desse cântico e procure ajuda. Apesar de tudo, sua vida é muita importante e, sim, vale a pena vivê-la. Você é muito importante para Deus!
[Fonte: TV Brasil]
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