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quarta-feira, 10 de agosto de 2016

SOBRE A SELEÇÃO BRASILEIRA NOS JOGOS OLÍMPICOS

Não estou acompanhando os Jogos Olímpicos Rio 2016. Confesso que não tenho saco e meu espírito esportivo não é tão, digamos, aguçado. Aliás, acho que o fato dessa Olimpíada estar sendo realizada aqui no Brasil - mesmo com todas as cores, com todo o brilho, com todo o glamour (Estão dizendo por aí que Gisele Bütchen arrasou na passarela!) e com todo o dinheiro gasto (Ou "investido", conforme preferem dizer alguns; mas investido em que mesmo?), em absolutamente nada irá mudar o tom cinza da realidade brasileira. Inclusive, a Olimpíada meio que abafou a turbulência no cenário político, os escândalos, o impeachment... Panem et circenses:

'Pão é circo, é circo é povo. Pão na bolsa, Circo na copa.  
Até quando suportar uma sociedade alimentada de ilusões, de um pão milagroso que promete alimentar, mas, que não faz além de preencher o vazio de dúvidas, que não nutre e não faz crescer. 
O circo de ideias socialistas, maculadas e sorrateiras. O que deveria ser o pão da vida é o pão da discórdia, onde as fatias são divididas em frações igualmente desumanas. 
Como ser público de um circo de mentiras? 
O picadeiro esta cheio, porém vazio com a passividade de uma nação, que busca no pão e no circo uma maneira civilizada de enganar a fome , a tristeza e a ânsia de respostas contundentes e claras. 
Vivemos uma falta de nutrição, estamos anêmicos de conhecimento, de saúde, de educação e de justiça. E nossos padeiros vendem quase a preço de ouro à clientela inteira. 
Chega de promoções, de escamo e de brincar de Robin Hood. Até quando vamos permitir isso? E começar a consultar o Procon inconsciente individual. 
Pão e circo para o povo. Pão é circo, é circo e povo.

[Baseado em 'Dê Pão e Circo ao Povo'  frase dita por Cezar, Imperador de Roma. Depois de construir o Coliseu, local onde promovia o ESPETÁCULO (CIRCO), que se apresentava na forma da arena onde homens e animais se digladiavam até a morte de um dos competidores, enquanto era distribuído PÃO ao povo que ali assistia o evento.]"

Bom, mas mesmo não estando perdendo o meu tempo acompanhando os Jogos Olímpicos (Para mim é perda de tempo, dá licença?), não sendo torcedor (não torço nem em dia de jogo da Seleção Brasileira na Copa), não sendo lá um grande entendedor do assunto, tem algo que eu preciso dizer (afinal, meu blog é o meu espaço democrático, onde me reservo o direito de repercutir o que eu quiser).

Difícil explicar como um time formado por jogadores da elite dos clubes brasileiros, mais um futuro candidato a melhor jogador do mundo, não consiga marcar um gol sequer em seleções inexpressivas no cenário mundial, como África do Sul e Iraque (por enquanto...). A seleção olímpica de futebol masculino faz um papelão até aqui nos Jogos do Rio. O desempenho da equipe de Rogério Micale nas duas partidas de Brasília foi sofrível e, agora, com a mudança da delegação a Salvador, somente uma vitória sobre a Dinamarca colocará o time no caminho do ouro olímpico. Caso contrário, viveremos mais um fracasso em Olimpíada.

Encastelada em um hotel cinco estrelas — como todas as seleções brasileiras de futebol masculino —, a atual viveu em uma bolha no Distrito Federal. Longe do Rio de Janeiro, onde pulsa o espírito olímpico, os jogadores de futebol do Brasil se mostram totalmente desconectados dos Jogos. Não cruzaram com Wu, Phelps, Del Potro, ou qualquer atleta anônimo que tenha passado pela vila olímpica.


Agora assista aí de camarote...


Em Ceilândia, uma das cinco empobrecidas cidades-satélite de Brasília, mais de 400 torcedores sonhavam ver seus ídolos e foram impedidos de assistir ao treino, na véspera da partida contra o Iraque. Os gritos de "abre, abre, abre..." foram ignorados. E os portões do acanhado Estádio Abadião se mantiveram cerrados, sendo abertos apenas para que o ônibus com os atletas deixasse a cidade para voltar ao Hotel Windsor, o QG da equipe, em Brasília. Mas cerca de 15 amigos de jogadores tiveram acesso à arquibancada e puderam tietar os "parças" — assim como o cantor(?) Wesley Safadão (:-p Argh!), que posou para fotos com boa parte do time, no Windsor, na manhã de domingo, horas antes de o Brasil tropeçar no Iraque.

Com as vaias recebidas no Mané Garrincha, depois do segundo 0 a 0 em sequência, o capitão da seleção olímpica, "sir" Neymar Jr., foi um resumo desse universo paralelo: se omitiu de explicações. A sua atitude pós-jogo, passando olimpicamente pela zona mista, com enormes fones de ouvido verdes, fingindo não pertencer àquele plano, repercutiu mal até mesmo nos bastidores da CBF. O técnico Rogério Micale chegou a pedir desculpas pela atitude do camisa 10 — aquele que deveria ser o porta voz do time.

Conforme diz a imprensa esportiva, à partir de agora, até o técnico da Seleção Brasileira, Tite, deverá atuar de alguma forma junto ao grupo para tentar evitar um novo nocaute no futebol brasileiro: Barrar um 7 a 1 olímpico. Ainda que o treinador esteja em missão por Estados Unidos e Inglaterra, onde observa possíveis convocados, que estão em pré-temporada com os seus clubes, o seu auxiliar, Cléber Xavier, acompanha Micale em Brasília — e permanecerá com a delegação na Bahia.

Me cale!


Ainda que assuma a responsabilidade sobre o espólio olímpico de Dunga — que seria o treinador nos Jogos do Rio, caso não tivesse sucumbido à Copa América —, Micale não parece ter ascendência sobre os jogadores. Em especial, com relação a Neymar, acostumado a estrelas no Barcelona.

— Eu sou o menos conhecido dessa seleção — enfatizou Rogério Micale, em entrevista concedida para jornalistas de diversas línguas, na véspera da estreia brasileira nos Jogos. — Queria pedir desculpas aos torcedores brasileiros e, em especial, à torcida de Brasília, por esses resultados ruins — disse o fragilizado treinador, cheio de boas intenções e que tentou devolver ao futebol brasileiro um jogo mais ofensivo, com três atacantes.

E sobre Neymar começa a recair uma enorme dúvida: ele tem condições de ser protagonista ou precisa de um mentor em campo. Ninguém duvida de seu virtuosismo e habilidade, porém, nos clubes, Neymar nunca foi o pilar desses times. No Santos, foi apadrinhado por Robinho ainda em alta). Ao chegar a Barcelona, encontrou um exército de craques a seu lado. De Messi e Inisesta, passando por Xavi a Suárez. No Mané Garrincha, o 10 precisou ouvir das arquibancadas:

Se o tempo de preparação aos Jogos foi curto (menos de 20 dias), mostrando um time sem conjunto, tudo indica que a seleção também tenha um time mentalmente imaturo e despreparado. A ponto de o treinador do Iraque, Abdulghani Alghazali, sentir isso em meio à beira do campo.

— Senti, sim. Especialmente depois dos 10 minutos, quando conseguimos encaixar alguns ataques — reconheceu Alghazali.

Vendido ao Manchester City por R$ 121 milhões, Gabriel Jesus foi questionado sobre se o seu baixo rendimento em Brasília teve a ver com a recente transferência. Contrariado com a pergunta, ele respondeu:

— Por que você só me pergunta esse tipo de coisa negativa?

Mas em Salvador, terra de Rogério Micale, a seleção fará um jogo pela sobrevivência. Tradicional reduto de festas para o time da CBF, um apoio incondicional é esperado na Fonte Nova.

Sem Thiago Maia, suspenso, Walace ou Rodrigo Dourado entrará na equipe. Micale poderá promover ainda uma segunda mudança, colocando Luan no lugar de um Gabriel, Barbosa ou Jesus. Além disso, em uma medida extrema para os padrões do treinador da seleção olímpica, ele mexeria no sistema de jogo, escalando um quarto jogador no meio-campo e deixando apenas dois atacantes no time.

Se no estádio e pela TV o torcedor sonha com a medalha de ouro, nos bastidores da seleção olímpica um sentimento começa a se transformar em preocupação: o da indiferença.

Conclusão

Me desculpem alguma informação desencontrada, mas caso o sonho do ouro olímpico chegue ao fim na Fonte Nova, tudo indica que haverá pouco ou nenhum abalo entre os jogadores. 

No dia seguinte, Neymar, Rafinha, Marquinhos e Felipe Anderson voltarão para a Europa, Renato Augusto, para a China, e os demais, para o Brasileirão. Estão escudados por anos e anos de insucessos olímpicos. 

Afinal, se jogadores maiores do que os atuais, como Falcão, Careca, Aldair, Romário, Alex e os Ronaldos, Nazário e Gaúcho, não ganharam a desejada medalha, por que eles teriam essa obrigação? Para o futebol brasileiro, porém, um novo fracasso em casa será a aparição de mais um fantasma, que fará companhia para o de 50 e para o de 2014. E no mais, só restará chorar na cama, que é lugar quente.

[Fonte: Várias publicações na Internet]

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