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quinta-feira, 23 de julho de 2015

QUAL SERÁ A COR DE DEUS?

Nos últimos meses tristes episódios de racismo foram destaque no Brasil reforçando que apesar de toda a "evolução" em diversos segmentos da sociedade a discriminação racial ainda uma ferida exposta e putrefata por aqui. Como a Igreja Cristã se posiciona diante dessa mazela? Não se posiciona. É mais um dos tantos assuntos que são jogados embaixo dos tapetes eclesiásticos.  Se hoje abordarmos algumas pessoas nas igrejas evangélicas do Brasil perguntando: – Você se considera racista? Dificilmente encontraremos alguém admitindo seu preconceito racial, pois acima de tudo, acredita-se que Deus é amor e que não faz acepção de pessoas. E isto de fato em princípio está correto, mas será que este pensamento acompanha uma prática?

Contexto histórico

  • Escravocratas e abolicionistas

O protestantismo histórico no Brasil é composto pelas primeiras igrejas (denominações) que chegaram aqui através dos missionários estrangeiros: Congregacionais, Batistas, Presbiterianos, Metodistas, Luteranas, Wesleyanas e Anglicanas. Essas igrejas chegaram no Brasil no período da escravidão e tiveram entre seus lideres: defensores da escravidão, omissos, e abolicionistas. Os defensores da escravidão em sua maioria eram os missionários que vieram do sul dos Estados Unidos, ainda com ressentimentos da derrota da guerra da Secessão contra o Norte dos Estados Unidos pela libertação dos escravos, esses missionários sulistas tinham a escravidão como instituída por Deus, baseado em fatos teológicos que o povo negro eram da descendência de Cam filho de Noé, amaldiçoado para ser escravos dos escravos (ou Cão, mais detalhes em tópico abaixo).

Os protestantes omissos defendiam a posição da grande maioria dos históricos a respeito da escravidão negra, também defendia a sua posição teologicamente, afirmando que a Igreja não devia interferir no Estado, ou seja na política. Defendiam que seu compromisso era com o “espiritual”, que deveriam tão somente se preocupar com a pregação do evangelho, e que a Igreja deve se sujeitar a toda autoridade constituída, baseado na carta de Paulo aos Romanos capitulo 13. Já os abolicionistas estiveram presentes em quase todas as denominações históricas, e eram em sua maioria missionários do norte dos Estados Unidos, europeus, e alguns convertidos brasileiros; Mas infelizmente eram em número muito menor do que os citados acima.

  • Pentecostais

As igrejas Pentecostais são as denominações que chegaram no Brasil com o movimento missionário Norte Americano da rua Azusa (mais detalhes no artigo (http://circuitogeral2015.blogspot.com.br/2015/06/azusa-o-resultado-da-uncao-coletiva.html), após as igrejas históricas, e foram também trazidas por missionários estrangeiros no início do século XX. Possuem como característica o batismo com o Espírito Santo, a cura de enfermidades no nome de Jesus, expulsão de demônios, e os milagres. Os cultos são animados com muitos cânticos e são festivos. As principais igrejas Pentecostais são: Assembléia de Deus, o Brasil Para Cristo, Congregação Cristã do Brasil, Evangelho Quadrangular, Igreja Unida.

Atualmente são nas igrejas Pentecostais, onde está grande parte dos negros evangélicos. Com a chegada de tais denominações importadas, os negros Pentecostais encontraram nelas, tudo aquilo que eles precisavam para vencer do preconceito racial e melhorar sua auto-estima. Pois estes negros pentecostais agora eram considerados crentes, não praticavam mais as religiões-afro e por isso eram aceitos pelos brancos como irmãos, os quais diziam que eles eram negros diferentes dos outros. E diziam ainda que eram negros de alma branca.

Quando o movimento Pentecostal chegou no Brasil (assim como os evangélicos Históricos) juntamente com o Evangelho, os missionários trouxeram também a cultura ocidental euro-norte-americana, com seus valores e costumes, fazendo com que estes valores culturais fossem vistos e aceitos no Brasil como divinos modelos para todos os povos e as outras culturas locais não eram consideradas de Deus, sendo atribuídas ao diabo, tal como se observa hoje a respeito da cultura afro-indígena no Brasil. É isto uma violência cultural em nome do “evangelho”, tão grande quanto a que fizeram os padres católicos e jesuítas, quando também chegaram em terras brasileiras.

  • Renovados

Outros movimentos também aconteceram com a chegada do Pentecostalismo no Brasil, pois alguns membros e pastores de denominações históricas começaram a receber o batismo com o Espírito Santo e crer na cura de enfermidades no nome de Jesus, expulsão de demônios, e nos milagres tal como era pregado pelos pentecostais. Isso deu origem a chamada Renovação Carismática (1966), que foi um dos movimentos que mais provocou divisões entre as denominações evangélicas brasileiras, e as igrejas históricas que passaram por este movimento de renovação, vieram a ser identificadas como igrejas Renovadas. Estas são igrejas que procuram manter a ortodoxia com as mesmas bases doutrinárias das igrejas históricas (mesmo as racistas), contudo com a doutrina pentecostal agregada.

  • Neopentecostais

As igrejas Neopentecostais sugiram no Brasil a partir dos anos 70 e suas principais denominações são: Igreja Universal do Reino de Deus, Internacional da Graça de Deus, Renascer em Cristo, Sara Nossa Terra e uma grande quantidade de outras denominações e pequenas comunidades. O que diferencia os Neopentecostais dos Pentecostais, Históricos e Renovados, além da data do seu surgimento, são alguns aspectos teológicos e doutrinários, que essas igrejas trouxeram para o cenário evangélico brasileiro, como: tolerância quanto aos usos e costumes, introdução da dança nos cultos, diversidade de ritmos nas músicas e ênfase na prosperidade como sinal da benção divina.

Contudo algumas características mais marcantes nessas igrejas são as doutrinas importadas tais como: A teologia da prosperidade, A Batalha Espiritual e a crença em maldições hereditárias. Assim como também trouxeram outras experiências espirituais tais como: Dente de Ouro, Cair Pelo Poder do Espírito e receber unção de animais (benção de Toronto). E como existe uma forte ligação dos Neopentecostais com os Pentecostais, Históricos e Renovados, observa-se que essas doutrinas já são comuns em muitas delas também.

Formas de racismo no ceio da Igreja Contemporânea

Porém o que é mais alarmante em tudo que foi dito acima, e que precisa ser nosso objeto de nossa reflexão, é a demonização sistemática de tudo aquilo que não é da cultura ocidental euro-norte-americana. Sem perceberem, os grupos evangélicos citados acima, estão trazendo velhos conceitos racistas, grandemente enraizados na cultura do sul dos Estados Unidos, que no passado usavam a Bíblia para justificar a escravidão, e a inferioridade do povo negro. Atualmente este racismo sutilmente se manifesta através da crença em maldições hereditárias e da batalha espiritual e novamente essa velha tendência chega em nossas igrejas. Vamos entender uma por uma delas.

  • Maldição hereditária

Na crença em maldições hereditárias a cultura africana é considerada maldita, e para que este crente que tem ligações com ela, se veja livre de suas maldições dos antepassados (apenas crer em Jesus não é suficiente), é necessário que ele ainda faça renúncias verbais e unções com óleo sagrado pelo corpo, para se desvincular de todo envolvimento (direto ou indireto) com a cultura negra que é neste contexto considerada demoníaca; E qualquer relação futura que ele venha ter com esta cultura, isso poderá ainda trazer de volta as maldições, para isso é aconselhável que este novo crente, se afaste totalmente da cultura demoníaca (cultura negra), para enfim adotar como padrão os valores euro-norte-americano de ser-evangélico, como se estes valores culturais fossem de alguma forma mais puros, santos e superiores.

  • Batalha Espiritual

Na Batalha Espiritual o caso parece ser mais sério ainda para o negro, pois se olharmos cuidadosamente nos livros que tratam do assunto (principalmente dos E.U.A traduzido para o português. Ver o livro de ficção: Este Mundo Tenebroso, de Frank E. Peretti – Editora Vida) veremos que os exércitos de Deus são todos brancos e loiros e o exército do diabo são todos pretos e negros. Os demônios expulsos em sessões de libertação destas igrejas, em grande parte são identificados como sendo do panteão das religiões afro, denotando assim uma implacável demonização desta cultura por parte dos crentes, que por herança histórica, passaram a ver todas as culturas que não são euro-norte-americana, como sendo obra do demônio.

Também os anjos, quando vistos em ditas experiências espirituais destes crentes brasileiros, estes seres espirituais são sempre brancos, loiros e de olhos azuis (padrão euro-norte-americano), e quando estas visões raramente fogem do comum, nota-se que o anjo avistado é ruivo. Contudo questiona-se até que ponto estas experiências espirituais são de fato verdadeiras. Por que anjos brancos são bons e anjos negros são identificados como demônios entre os crentes? Será que estas experiências não são projeções de consciências obliteradas e acostumadas com o padrão euro-norte-americano, o qual nos foi imposto historicamente? Dentro deste mesmo contexto, "seres" personificados em pessoas negras são sempre representantes do mal. Contudo o fato é que estes são conteúdos muito sérios, e que vão penetrando no inconsciente das pessoas, influenciando comportamentos racistas velados, e também trazendo conseqüências sérias para a saúde da Igreja Evangélica Brasileira.

Triste realidade


Não adianta fechar os olhos. O racismo existe e está presente em toda a sociedade, inclusive no meio cristão. Como a Igreja Evangélica de hoje pode abordar e combater tamanho mal? Confundidos com ladrões, comparados a macacos, insultados simplesmente pela cor da pele. Mesmo em pleno século XXI, não são raros os casos de racismo no mundo, que vão desde uma piada contada numa roda de amigos até registros de injustiças, crimes e mortes. São inúmeras as ocorrências de discriminação e constrangimento no dia a dia, que normalmente acontecem em lojas, restaurantes, empresas e agências de seleção de pessoal. E muitas vezes a agressão não é só verbal ou psicológica, é física também e pode acabar em morte.

  • Estatísticas

No Brasil, a possibilidade de um adolescente negro ser vítima de homicídio é 3,7 vezes maior do que a de um branco, segundo uma levantamento divulgado em 2013 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). No estudo, o Espírito Santo aparece como o segundo estado, numa lista de 10, que oferece mais perigo para o jovem negro, perdendo só para Alagoas. E, por incrível que pareça, há casos de racismo até mesmo dentro da Igreja Evangélica e não falta testemunhos de episódios vergonhosos ocorridos no meio evangélico, onde a discriminação continua a existir. Dentro da igreja, muitas coisas passam a grosso modo, mascaradas... Para conviver com um negro, tudo bem. Mas para fazer parte da família, como um casamento dentro da juventude da igreja, racismo ainda existe. Comentários do tipo: ‘Ele é branquinho, mas ela é moreninha...’ Não consigo entender isso no Brasil e muito menos na Igreja do Senhor”.

  • Combatido na Bíblia

A Bíblia é clara no combate à discriminação de qualquer espécie. Em Tiago 2:1, há o alerta: “Meus irmãos, como crentes em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo, não façam diferença entre as pessoas, tratando-as com parcialidade”. No texto de Atos dos Apóstolos, a Igreja de Antioquia – uma comunidade de fé majoritariamente helenista –, nos dá uma bela lição sobre a igualdade racial e o empoderamento das etnias na comunidade nascente (Atos 13). O Pentecostes posto em prática, diferentemente da Igreja de Jerusalém, liderada por hebreus (Atos 15). Podemos destacar dois escritos de Paulo, o apóstolo das etnias. Ele escreveu uma linda Carta a Filemon, Áfia e Arquipo em que nela propõe a superação da lógica escravista. Ainda, na Carta aos Gálatas (Gálatas 3:24-29), Paulo chega a ir mais adiante ao romper com a estrutura hierárquica greco-romana, e de qualquer outra sociedade, que fundamenta o seu descaso pelo outro por motivações racial (judeu ou grego), social (escravo ou livre) e de gênero (homem ou mulher).

  • Maldição eterna?

São os negros descendentes de Cão, filho amaldiçoado pelo pai Noé? De modo nenhum. Nunca!!! Sei que algumas correntes do cristianismo acreditam nisso, embora hoje não falem abertamente por se tratar de discriminação racial, mas um exame mais acurado dos textos bíblicos revela não existir qualquer discriminação de cor promovida ou aceita por Deus. Mesmo nos tempos bíblicos a ideia de escravidão baseada na cor da pele era algo desconhecido e que só veio a ser adotado muitos séculos mais tarde inicialmente pelo islamismo e depois pelos povos ocidentais.

Há várias teorias sobre a origem das diferentes raças e cores dos seres humanos. Uma das mais conhecidas é a que define os três filhos de Noé, Sem, Cão e Jafé, como a origem dos povos semitas (árabes, israelitas de pele morena), negros e brancos, respectivamente. O problema com essa interpretação é que foi ela serviu de pretexto para a escravidão dos tempos coloniais, pelo fato de acharem que Cão, o filho amaldiçoado por Noé, fosse negro ou que seu filho Canaã fosse ancestral dos povos negros. Vamos ver o trecho:

Gênesis 9:18-27: "E os filhos de Noé, que da arca saíram, foram Sem, Cão e Jafé; e Cão é o pai de Canaã. Estes três foram os filhos de Noé; e destes se povoou toda a terra. E começou Noé a ser lavrador da terra, e plantou uma vinha. E bebeu do vinho, e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda. E viu Cão, o pai de Canaã, a nudez do seu pai, e fê-lo saber a ambos seus irmãos no lado de fora. Então tomaram Sem e Jafé uma capa, e puseram-na sobre ambos os seus ombros, e indo virados para trás, cobriram a nudez do seu pai, e os seus rostos estavam virados, de maneira que não viram a nudez do seu pai. E despertou Noé do seu vinho, e soube o que seu filho menor lhe fizera. E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos. E disse: Bendito seja o SENHOR Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo".

Mas a Palavra de Deus não diz qual era a cor da pele dos filhos de Noé, portanto é pura especulação acreditar que a divisão das cores características das raças tenha se originado nesse episódio da Bíblia. O mais simples e honesto é admitir que diferentes povos originários desses primeiros habitantes do mundo pós-diluviano tenham se isolado em diferentes regiões e, como conseqüência desse isolamento, tenham realçado certas características e debilitado outras.

É muito fácil perceber isso quando vemos que todas as raças de cães vêm basicamente de um mesmo cão selvagem mais parecido com o lobo. Através do isolamento e do cruzamento seletivo foram conseguidas diferentes raças com características marcantes. Por exemplo, se você separar de uma ninhada apenas os cães com uma determinada cor e for cruzando esses e sempre selecionando cães com as mesmas características, no final você chegará a uma raça na qual todos os descendentes são praticamente iguais. Isso é feito com animais, peixe, insetos, vegetais, qualquer coisa viva. O mesmo pode ter acontecido com os seres humanos. Com os estudos atuais de genética muitos cientistas já admitem que não existe mais de uma raça, a humana. O mais importante é perceber que, na Bíblia, Deus não faz distinção de pessoas pela cor da pele. Ele obviamente escolheu um determinado povo em Abraão, depois escolheu novamente as doze tribos e vez ou outra destacava este ou aquele povo, esta ou aquela nacionalidade, mas não encontro distinções baseadas na cor da pele. 

Curiosamente, o primeiro gentio (não judeu) a se converter depois da formação da igreja em Atos foi um etíope, provavelmente negro, que era eunuco (castrado), ou seja, alguém que jamais poderia ser admitido no Templo de Jerusalém, não por ser negro, mas por ser gentio e castrado. Provavelmente as primeiras igrejas na África surgiram através do ministério desse eunuco, que era alguém proeminente na corte de uma rainha africana

Conclusão


Sabe-se que Deus é Universal, assim com a Sua Graça e Salvação, a qual não pertence a nenhuma etnia exclusiva, portanto Ele nunca foi exclusividade de Israel, assim como não é europeu, norte americano, negro, latino, asiático etc.. Deus não tem propósito em assumir uma preferência étnica ao se revelar aos homens, logo não faz sentido que Seus anjos se manifestem assumindo traços de determinadas etnias (loiro, ruivo etc..). A igreja evangélica brasileira, semelhantemente a igreja de Laodicéia (Ap 3:14), pensa que está rica, mas não sabe que é uma desgraçada, pobre, cega e nua. Embora pense que está caminhando bem e prosperando em seus caminhos, não sabe que é miseravelmente racista e que está reproduzindo um pensamento retrógrado racista, sendo também incapaz de ver a enorme contradição entre o que confessa e o que pratica. Tais práticas racistas veladas precisam ser combatidas abertamente pelos crentes no Senhor, pois tais estruturas de pensamentos, os quais colocam veladamente o branco como algo bom e superior e o negro como algo mal e inferior, isto é demasiadamente repugnante e jamais deve ser aceito por um homem ou mulher de bem nesta nação.

É muito triste observar que determinados folclores como o alemão com suas músicas e ritmos, são aceitos sem nenhuma resistência nestas igrejas do Brasil; Ao passo que o folclore da cultura afro e suas músicas e ritmos são estes demonizados, e tudo atribuído às obras do diabo. Porque aceitamos um folclore e rejeitamos outro? A resposta é que isto é o puro racismo velado quanto à cultura negra, excluindo tudo que não é da cultura euro-norte-americana. Sendo lamentável observar, que ainda ensinam as crianças evangélicas, que o preto significa pecado, e que o branco significa santidade. Pare e pense: Quem foi que instituiu estes símbolos desta forma? Será que nós brasileiros, cuja maioria é afro-descendentes, podemos concordar com esta forma de pensamento que influencia comportamentos racistas? Precisa-se mudar urgentemente estes paradigmas, assumindo uma nova identidade evangélica brasileira, dando um novo significado aos seus símbolos. Pois até quando a igreja brasileira será esta cópia mal feita da igreja evangélica euro-norte-americana?

Neste presente artigo tomou-se como base a cultura negra para tecer esta reflexão, mas sabe-se também que esta atual forma de pensamento racista euro-norte-americana, que lamentavelmente está presente no Brasil, exclui também a cultura dos indígenas, latinos, povos do oriente médio e asiáticos. Portanto é muito sério este racismo velado que acontece sutilmente na cristandade do séc. XXI, pois a prática da igreja deve acompanhar sua confissão de fé, a qual deve pensar duas vezes nos impactos locais, antes de importar novas práticas cristãs.

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