Todo mundo quer vencer na vida. Porém, há os que querem ter uma vida abençoada, sem o mínimo de colaboração. Querem sempre o caminho mais fácil. Uma das coisas mais feias que uma pessoa – independente de sua confissão religiosa ou de seu nível social - pode ter é preguiça! E sabe o que acontece com a pessoa preguiçosa? Ela começa a criticar todas as outras pessoas. Ela desconta a sua preguiça e frustração nas outras pessoas. O tempo passa, tarefas ficam por fazer e são justificadas pela famosa frase: “amanhã, segunda-feira, mês que vem, início do ano... eu faço!” [= Procrastinação que significa o adiamento de uma ação. A grosso modo poderíamos dizer que seria aquela mania de deixar tudo para depois. Adiamos o máximo possível algo que poderíamos ter começado antes.]. E a preguiça não está associada apenas ao trabalho. A pessoa preguiçosa é “doente social” (apesar de não haver implicações clínicas que definam a preguiça como uma doença). Sabe por quê? Porque ela tem preguiça até de ir ao médico, de fazer exames... E com algumas exceções, ela também não cuida da aparência e ainda fala mal de quem cuida. As vinte e quatro horas do dia não são suficientes para uma pessoa preguiçosa, pois ela depende de muitas outras pessoas para fazer as coisas. "Fazer qualquer atividade? Hum... só depois do programa da TV". Tudo, tudo é um fardo para a pessoa preguiçosa!
Lentidão, inércia, letargia
Outro fator que impede a pessoa de ter uma vida abençoada é a lentidão. A pessoa lenta demora muito tempo para tomar uma decisão e para terminar o que começou. Isso quando não desiste no meio do caminho. A primeira lei de Newton diz que um objeto em movimento tende a permanecer em movimento, e um objeto parado tende a permanecer parado. Essa lei também se aplica a pessoas. Enquanto algumas pessoas são naturalmente motivadas para completar projetos, outras pessoas são apáticas, precisando de motivação para combater até mesmo a inércia! Preguiça, um estilo de vida para alguns, é uma tentação para todos. A Bíblia, no entanto, é clara que, porque o Senhor, que é um Deus que trabalha, foi quem ordenou trabalho para o homem, preguiça é um pecado. “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos, e sê sábio” (Provérbios 6:6).
Tecnologia, uma “vitamina” para o preguiçoso
Os benefícios tecnológicos são uma aliado para os sábios e uma verdadeira desgraça para os preguiçosos. - O mundo moderno e toda a sua parafernália tecnológica levam o ser humano a se tornar cada vez mais preguiçoso. Todas essas maravilhosas invenções, que foram feitas para dar maior comodidade ao ser humano, quase sempre dispõem de controle remoto, como acontece por exemplo com um aparelho de TV, não precisando a criatura mover-se para mudar de canal. O controle remoto é, assim, um estímulo à preguiça. E o que dizer do advento dos dispositivos móveis? Atualmente, o único órgão do corpo de muitos humanos que se movem freneticamente são os dedos. Os neurônios foram internados em uma clínica para deficientes.
Quando a preguiça se instala em uma pessoa, o zelo desaparece. A pessoa se torna negligente até consigo mesma. Não liga para as coisas mais simples, como, por exemplo, cuidar de sua aparência, tornando-se desmazelada. Ela não se importa com a disciplina, não cuida direito de sua higiene, levanta-se tarde e falta ou chega atrasada aos seus compromissos. Todos esses são sintomas de falta de respeito. Esta falta de cuidado pode levar a criatura ao extremo de tornar-se dependente de outras pessoas, às quais procura para pedir-lhes apoio ou, até mesmo, se encostar.
A má vontade, uma das características do preguiçoso, é uma força negativa muito grande que acomete grande número de criaturas. Muitas vezes, um indivíduo, não querendo resolver um problema, passa-o para outro. Então, deixa de realizar grandes coisas por causa da má vontade, pois a pessoa cria justificativas para não fazer o que deve ser feito. Por isso, devemos desenvolver, dentro de nós, a vontade consciente, que nos permitirá exercer sempre a nossa vontade para o bem.
Zzzzz!...
Deitado eternamente em berço esplêndido; essa é a postura do preguiçoso. - Igualmente preocupante é vermos criaturas dorminhocas. Outras trocam a noite pelo dia e só vão levantar-se após o meio-dia. Estão sempre sonolentas e com vontade de dormir, não importam outros compromissos. Podemos encarar essas sonolências como uma forma de doença, que está associada à preguiça ou mesmo ao cansaço físico e mental.
À preguiça podem ser atribuídas certas reações ou impulsos físicos instintivos, tais como o de bocejar ou de espreguiçar com maior frequência que o natural. Esses impulsos e as ações deles decorrentes muitas vezes não são percebidos pela própria criatura, mas o são pelos seus amigos. A criatura precisa policiar-se, vigiando suas atitudes instintivas e mecânicas, a cada momento, para poder modificá-las. São frutos da indolência e até mesmo do estado de ociosidade, porém, tratando-se de maus hábitos, devemos procurar corrigi-los.
Há criaturas que não se esforçam para se adaptarem às circunstâncias da vida, como se fossem inaptos. Isto é, também, uma forma de preguiça. Tais pessoas têm dificuldades de se adaptar às mais diversas situações, como por exemplo a um grupo social ou a um novo emprego. Esse defeito decorre da falta de integração da criatura e está aliado à sua própria falta de vontade ou à indolência. É claro que vemos nessas pessoas uma resistência muito grande de adaptação às outras pessoas e também às circunstâncias do seu cotidiano.
Muitas pessoas alegam incapacidade para realizar determinado trabalho. Muitas vezes isto é uma forma camuflada de preguiça. O que leva tais pessoas a pensarem que são incapazes de realizar o trabalho que lhes são solicitados? Se tais criaturas aceitassem ou forçassem em si mesmas uma vontade mais positiva, não se sentiriam incapazes. É apenas um problema que pode ser resolvido adotando-se uma atitude positiva contra o derrotismo.
Um dos maiores problemas da preguiça deve ser atribuído às criaturas que resistem em levantar cedo ou de chegar pontualmente a algum compromisso. Algumas situações têm a ver com o orgulho que leva uma pessoa a se sentir superior a outras, chegando atrasada aos encontros, sem se importar com o esforço que a outra pessoa faz para chegar pontualmente. Sabemos também que um atraso imprevisível requer tolerância e compreensão. Vale notar, contudo, que o impontual gosta de aparecer, ser o centro das atenções.
Vamos ouvir a Bíblia?
Quantas vezes se pregou contra o pecado da preguiça na sua igreja? - Deus é trabalhador: “Meu Pai trabalha até agora [indicativo de constância, permanência], e eu também” (João 5:17). Ora! Qual era o trabalho de Jesus? Bem, na infância, Jesus foi carpinteiro, e com Sua família ía sempre à igreja aos Sábados (Luc. 4:16). Porém, quando assumiu o Ministério que anunciaram os profetas, Seu trabalho foi puramente espiritual (Mt 8: 2-4; 14-17; Mc 1: 29-32, 40-44; Lc 4: 38-41; 6: 6-8; 5: 12-14)... Para a salvação dos pecadores, não há hora, nem dia, mês ou ano de parar de trabalhar, porque este trabalho é permitido e lícito a tempo e fora de tempo. A Seara (ou seja, a obra de Deus) é grande e precisa de muitos trabalhadores (Lc 10:2).
A Bíblia tem muito a dizer sobre a preguiça. O livro de Provérbios é cheio de sabedoria e advertências contra a preguiça. Ele diz que o preguiçoso odeia trabalho: “O desejo do preguiçoso o mata, porque as suas mãos recusam trabalhar” (21:25); ele adora dormir: “Como a porta gira nos seus gonzos, assim o preguiçoso na sua cama” (26:14); ele dá desculpas: “Diz o preguiçoso: Um leão está no caminho; um leão está nas ruas” (26:13); ele desperdiça tempo e energia: “O que é negligente na sua obra é também irmão do desperdiçador” (18:9); ele acredita que é sábio, mas é um tolo: “Mais sábio é o preguiçoso a seus próprios olhos do que sete homens que respondem bem” (26:16).
Provérbios também nos diz que há um fim certo para o preguiçoso: O preguiçoso se torna um servo (ou devedor): “A mão dos diligentes dominará, mas os negligentes serão tributários” (12:24); seu futuro será descoberto: “O preguiçoso não lavrará por causa do inverno, pelo que mendigará na sega, mas nada receberá” (20:4); ele nada alcança: “A alma do preguiçoso deseja, e coisa nenhuma alcança, mas a alma dos diligentes se farta”(13:4).
A Bíblia ainda conta a história de Rute, uma mulher batalhadora. Se ela tivesse deixado a preguiça tomar conta da sua vida ela não teria ido a lugar algum. Rute ficou viúva muito nova. Ela saiu de sua terra juntamente com sua sogra e, já instalada em outro lugar, casou-se com um israelita abraçando o estilo de vida do marido. Para isso, ela também abandonou os deuses de sua terra.
Antes desses acontecimentos, Rute trabalhou duramente, queria vencer na vida. Aliás, precisava vencer na vida, pois tinha que sustentar a si mesma e a sua sogra também. A notícia sobre o seu desempenho espalhou-se até que o seu patrão quis conhecê-la. É bom lembrar que quando surgem alguns rumores da nossa reputação, uns nos admiram, porém outros nos criticam. Por isso, não se deve dar ouvidos às fofocas. É preciso seguir em frente, sem desistir.
Conclusão
Gideão e Eliseu foram chamados enquanto trabalhavam (Jz 6:11-14; 1Rs 19:19-21) os discípulos foram chamados enquanto trabalhavam (Mt 4:18-21), será diferente conosco? - Não deve haver espaço para preguiça na vida de um Cristão. Um Cristão é ensinado que “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8-9). Um crente, no entanto, pode se tornar ocioso se acreditar que Deus não espera fruto de uma vida transformada. “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2:10). Os Cristãos mostram sua fé através de suas obras. “Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tiago 2:18,26). A preguiça viola o propósito de Deus- as boas obras. O Senhor, no entanto, capacita os Cristãos a combater a tendência da carne de ser preguiçoso ao nos dar uma nova natureza (2 Coríntios 5:17).
Na nossa nova natureza, somos motivados a ter diligência e produtividade por amor ao nosso Salvador que nos redimiu. Nossa velha tendência à indolecência – e a todos os outros pecados – foi substituída por um desejo de viver vidas que agradam a Deus: “Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade” (Efésios 4:28). Deus nos deu a responsabilidade de providenciar para a nossa família através do nosso trabalho: “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel” (1 Timóteo 5:8); e para os da família de Deus: “Sim, vós mesmos sabeis que para o que me era necessário a mim, e aos que estão comigo, estas mãos me serviram. Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (Atos 20:34-35).
Como Cristãos, sabemos que nossos esforços serão recompensados pelo Senhor se formos perseverantes e diligentes: “E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gálatas 6:9-10); “E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens, Sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis” (Colossenses 3:23-24); “Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra, e do trabalho do amor que para com o seu nome mostrastes, enquanto servistes aos santos; e ainda servis” (Hebreus 6:10).
Os Cristãos devem trabalhar com a força do Senhor para evangelizar e discipular. O Apóstolo Paulo é o nosso exemplo: “A quem anunciamos, admoestando a todo o homem, e ensinando a todo o homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo o homem perfeito em Jesus Cristo; E para isto também trabalho, combatendo segundo a sua eficácia, que opera em mim poderosamente” (Colossenses 1:28-29). Até mesmo no Céu, continuaremos a trabalhar e a servir a Deus, mesmo quando não estivermos mais afetados pela maldição (Apocalipse 22:3). Livres de todas as doenças, tristeza e pecado – até mesmo preguiça- os santos vão glorificar ao Senhor para sempre. “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (1 Coríntios 15:58).
Enfim, vimos que a preguiça NÃO É DE DEUS, se não é dEle...
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