Muitos pensam erroneamente que Maomé uma divindade, mas, na verdade, ele é o profeta e a figura mais importante do islamismo. Nascido em Meca no ano 570 como Mohammad, passou a maior parte da vida como mercador analfabeto, mas, aos 40 anos, teria recebido suas primeiras revelações do arcanjo Gabriel. O fenômeno se repetiu por 23 anos e deu origem ao Corão, livro sagrado dos islâmicos. Vamos conhecê-lo melhor agora.
O nascimento
Maomé era o filho de pais nascidos em Meca. Consta que seus nomes eram Abdallah (Servo de Alá) e Aminah (A Segura, ou A Protegida). A mãe pertencia aos Banu Zuhrah, e o pai era filho de Abd al-Muttalib, do clã chamado Banu Hashim. É certo que o pai do futuro Profeta morreu antes de o filho nascer, segundo dizem, quando visitava Yathrib, mais tarde conhecida como Medina.
A mãe não sobreviveu por muito tempo ao marido, e seu túmulo, como afirmam alguns, encontra-se em Abwa, um lugar a meio caminho entre Meca e Medina, onde, cerca de cinquenta anos depois, seus ossos corriam o risco de ser exumados.
Maomé, cujo nome completo era (tente ler) Abu al-Qasim Muhammad ibn 'Abd Allah ibn 'Abd al-Muttalib ibn Hashim, foi fundador da religião e civilização islâmica. Nascido em 571 d.C., na cidade de Meca, localizada na Península Arábica, Maomé pertencia à tribo dos coraixitas, especificamente ao clã dos hachemitas, também conhecido pelo nome Banu Hashim, como explica o orientalista David Samuel Margoliouth, em sua obra "Maomé e a ascensão do Islã".
Suas origens,crença e doutrina
Maomé pregou a devoção a um deus único (Alá), lutou contra o infanticídio e defendeu a divisão de terras dos ricos com os pobres, contrariando a classe dominante de Meca. Foi perseguido e mudou-se para Medina, onde estruturou uma poderosa tropa. Retornou dois anos depois e ascendeu como líder político. Naquele tempo, a sociedade árabe era dividida em tribos e clãs, e pode-se dizer que Maomé proporcionou uma unidade nacional por meio da religião, ajudando a posicionar a nação árabe como pioneira cultural e científica 200 anos depois.
Como ficou órfão muito cedo, Maomé passou a ser criado por seu tio Abu Talib (também do clã Banu Hashim), de quem recebeu educação formal e aprendeu o ofício de comerciar especiarias nas caravanas de camelos transaarianas. Foi como chefe de caravana que, em 595, Maomé conheceu uma rica viúva, também hachemita, chamada Khadijha, passando a trabalhar para ela. Após demonstrar grande destreza na administração dos negócios de Khadijha, Maomé e a viúva, em comum acordo, casaram-se. Esse casamento transformou substancialmente a vida do então comerciante, que não tinha grande fortuna até o momento.
Allah e os hanifs
Nasce o Islã
O fato é que, ao mesmo tempo em que começava a nova vida com Khadijha, Maomé também passou a viver as primeiras manifestações religiosas que definiriam a religião muçulmana. É importante ressaltar que, antes mesmo de o islamismo firmar-se como religião, em Meca e em outras regiões da Arábia, havia uma confluência de credos, tanto pagãos, politeístas, quanto judaicos e cristãos. Além do monoteísmo judaico e cristão, havia também um terceiro grupo, o dos hanifs, nascido em meio à miscelânea pagã dos grupos tipicamente árabes. Como bem destaca o historiador Daniel-Rops, em sua obra "A Igreja dos Tempos Bárbaros".
Na época de Maomé, vinham surgindo tendências novas no interior desse politeísmo tradicional: a influência das colônias judaicas e dos cristãos heréticos do mundo arameu, ao norte, e da Etiópia, ao sul, chamava os melhores espíritos para uma religião mais elevada. As divindades particulares continuavam a ser honradas, mas uma delas começava a predominar sobre as outras: Alá, reconhecido como "maior" – Allah akbar. Além disso, encontravam-se já alguns monoteístas – nem judeus nem cristãos – chamados hanifs.
Os pais de Maomé e muitos membros do clã hachemita adoravam Allah, mas foi Maomé que, nos primeiros anos do século VII, começou a sistematizar a crença propriamente islâmica. A tradição muçulmana relata que Maomé começou a ter progressivas revelações dadas por deus (Alá) por meio do Anjo Gabriel. Essas revelações teriam dado a Maomé a autoridade de ser o Profeta de Alá, isto é, aquele que teria a missão de corrigir as distorções que judeus e cristãos teriam feito das revelações passadas, e a responsabilidade de retirar as tribos árabes politeístas da "era da ignorância" e convertê-las ao Islã.
Conclusão
Ele criou uma nação fundamentada em direitos trabalhistas, juros baixos e livre concorrência de mercado. Tinha uma esposa que ganhava mais do que ele e emancipou as mulheres quando assumiu o poder. Conheça a face realmente oculta do criador do islamismo.
A maior dor de cabeça dos árabes que controlavam Meca, a cidade sagrada, era um certo Muhammad ibn Abdallah – Maomé, em português. O plano era acabar com ele de uma vez. Aquele "poeta insano", como eles diziam, tinha virado uma ameaça. Ele vinha angariando partidários fervorosos. Agora era questão de tempo até que o poeta, que se dizia profeta, assumisse o poder na cidade.
"Maomé deve morrer" era a ordem. Mas não era simples matar um político em ascendência. Para evitar que a culpa recaísse sobre um assassino específico, e dificultar retaliações, eles bolaram um crime perfeito: cada um dos líderes da cidade deveria designar "um soldado forte e bem-nascido" de seu clã. O grupo invadiria a casa de Maomé no meio da madrugada, e cada um desferiria sua própria punhalada. Todos matariam o profeta, diluindo a culpa entre os membros do consórcio de assassinos.
Não deu certo, claro, se não este texto não estaria sendo escrito. E não só porque se trata de um artigo sobre a vida dele. Mas porque, sem a religião que ele criou, o mundo seria um lugar bem diferente. E, por mais incrível que possa parecer, bem pior. Por outro lado, é óbvio: o que motivou este texto foi a violência dos extremistas islâmicos, uma minoria estridente que comete crimes em nome de sua religião, sem saber que outro grande delito que está perpetrando é contra o próprio islamismo e, mais ainda, contra a imagem de Maomé, um homem que trabalhou pela civilização, não pela barbárie.
Abu Bakr assumiu a liderança do Islã aos 58 anos, tornando-se o primeiro Califa ("sucessor", em árabe). O jovem Ali, que ainda tinha 30, era o favorito de uma parte dos seguidores. E ainda é. A sucessão criou uma dissidência pró-Ali hoje conhecida como "xiita", que forma uma minoria de 10% dentro do Islã. Os descendentes dos que apoiaram Abu Bakr são a maioria "sunita", que segue a suna, a "tradição", iniciada naquela época.
Os sucessores do Profeta não pararam em Meca. Continuaram a expansão da Ummah e, 50 anos depois da morte de Maomé, seus domínios estendiam-se até o Irã. Mais 50 anos e o norte de África e um pedaço da Índia já era deles. Outros 50, e eles já dominavam a Espanha – uma terra tão distante que, quando era meio-dia nessa ponta ocidental do império, o Sol já estava se pondo nos domínios mais orientais.
Mas esse não foi só um dos maiores impérios do mundo. Foi um dos mais criativos também: enquanto a Europa se afundava na escuridão da Idade Média, o Islã construiu sua própria "Europa" alguns graus de latitude mais abaixo. Um continente unificado por uma nova religião, e que deixou como maior legado a ciência: boa parte da matemática que conhecemos hoje veio de gênios que nasceram sob a religião de Maomé. Uma religião humanitária, que, ao propor uma sociedade menos desigual e mais aberta ao diálogo, encarnou muito do que a humanidade tem de melhor. Essa é a verdadeira história de Maomé e que meia dúzia de psicopatas em seus extremismos sádicos não acabem com esse legado.
[Fonte: História do Mundo; MARGOLIOUTH, David Samuel. Maomé e a ascensão do Islã. Trad. Sérgio Lamarão. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.p. 53; DANIEL-ROPS. A Igreja dos Tempos Bárbaros. Trad. Emérico da Gama. Quadrante: São Paulo, 1991. p. 331; Superinteressante]
Ao Único Deus, toda glória.
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