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quarta-feira, 30 de outubro de 2019

ESPECIAL - EPIDEMIA DE SÍFILIS ASSUSTA PROFISSIONAIS DA SAÚDE

Embora não tenha havido a divulgação necessária, mesmo sendo algo de interesse e relacionado à saúde pública, em detrimento ao assustador número de pessoas infectadas, o terceiro sábado de outubro de cada ano passou a ser o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita - você sabia disso?

A data foi aprovada no Plenário do Senado em março de 2017 pela PLC 146/2015. O texto prevê que profissionais e gestores de saúde sejam incentivados a participar de campanhas de esclarecimento à população sobre a importância da prevenção, do diagnóstico e do tratamento da sífilis na gestante durante o pré-natal e da sífilis, em ambos os sexos, como doença sexualmente transmissível. 

Dados importantes sobre a doença

Faixa etária


No Brasil, a população mais afetada pela sífilis são as mulheres, principalmente as negras e jovens, na faixa etária de 20 a 29 anos.

Somente esse grupo representa 14,4% de todos os casos de sífilis adquirida e em gestantes notificados. Na comparação por sexo, as mulheres de 20 a 29 anos alcançam 26,2% do total de casos notificados, enquanto os homens nessa mesma faixa etária representam apenas 13,6%.

Como a doença é caracterizada


A sífilis é definida como uma doença sexualmente transmissível (DST), infecto-contagiosa, possui formas características de infecção, caracterizada em três fases: primária, secundária e terciária, sendo a congênita por sintomatologia mais específica.  

Constata-se que a população estudada no processo epidemiológico é composta de pacientes adultos e recém-nascidos. De acordo com estudos, a população adulta apresenta o mesmo perfil quanto à faixa etária (20-29 anos) e local de moradia.

Quanto ao grau de escolaridade, 43,0% das mulheres concluíram o fundamental e os homens (62,5%) concluíram o ensino médio.  Ainda de acordo com os estudos, entre os pacientes, é possível determinar que as pacientes do sexo feminino obtiveram maior predominância. A sífilis congênita se mostra presente, evidenciando os casos de sífilis transmitida de mães para filhos. Os estudos mostram ainda que os diagnósticos laboratoriais demonstram sua importância para obtenção do perfil sorológico da população.

O avanço descontrolado da sífilis na população brasileira


Desde 2010, quando a sífilis entrou na lista das doenças de notificação compulsória, foram notificados quase 228 mil novos casos; só entre 2014 e 2015 houve um aumento de 32% nos casos entre adultos – e mais de 20% em mulheres grávidas.

A maior parte dos casos está na região Sudeste (56%), a mais urbanizada e desenvolvida do país. Só para ter uma ideia do desastre, em 2015 tivemos 6,5 casos de bebês infectados a cada mil nascidos vivos; o valor é 13 vezes maior do que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera aceitável. Nesse mesmo ano, o número total de casos notificados de sífilis adquirida no Brasil foi de 65.878. No mesmo período, a taxa de detecção foi de 42,7 casos por 100 mil habitantes, sendo a maioria em homens, 136.835 (60,1%).

Dados do Boletim Epidemiológico de Sífilis – 2018, publicado em novembro pelo Ministério da Saúde, apontam aumento no número de casos de sífilis no Brasil em todos os cenários da infecção.

Em comparação ao ano de 2016, observou-se aumento de 28,5% na taxa de detecção em gestantes, 16,4% na incidência de sífilis congênita e 31,8% na incidência de sífilis adquirida.

Segundo o Boletim, a taxa de detecção da sífilis adquirida no Brasil passou de 44,1/100 mil habitantes em 2016 para 58,1 casos para cada 100 mil habitantes em 2017.

A sífilis adquirida, agravo de notificação compulsória desde 2010, teve sua taxa de detecção aumentada de 2 casos por 100 mil habitantes em 2010 para 58,1 casos por 100 mil habitantes em 2017.

Entre gestantes, cresceu de 10,8 casos por 1 mil nascidos vivos em 2016 para 17,2 casos a cada 1 mil nascidos vivos em 2017. Já a sífilis congênita passou de 21.183 casos em 2016, para 24.666 em 2017.

O número de óbitos por sífilis congênita foi de 206 casos em 2017, maior que em relação a 2016, quando foram registrados 195 casos.

Quais as causas e a forma de infecção da sífilis?


A sífilis é uma DST - Doença Sexualmente Transmissível e maneira de combatê-la é a prática de sexo seguro,  com o uso de preservativos. Causada pela bactéria treponema pallidum, a doença mostra evolução que alterna períodos de atividade com características clínicas, imunológicas e histopatológicas distintas (sífilis primária, secundária e terciária) e períodos de latência (sífilis latente), essa última dividindo-se em recente quando diagnosticada em até um ano da evolução, e tardia quando após 1 ano.

Deve-se estar atento aos pacientes que apresentam lesões maculopapulares cutâneas (roséolas sifilíticas), lesões em mucosa oral tanto em palato duro quanto mole (placas mucosas), linfonodomegalias (conhecidas porpulamente por "inguas"), febre sem foco definido e artralgias, para a hipótese diagnóstica de sífilis.

O grande desafio hoje é diagnosticar os pacientes com a fase latente da doença o qual encontra-se infectado pela sífilis, porém com ausência de sintomas. A bactéria está presente, mas o diagnóstico só pode ser feito com testes sorológicos.
Placa mucosa (Arquivo pessoal)
Amigdalite (Arquivo pessoal)
Roséolas Sifilíticas (Arquivo pessoal)

Conclusão


De acordo com a OMS, a sífilis atinge mais de 12 milhões de pessoas em todo o mundo e sua eliminação continua a desafiar globalmente os sistemas de saúde.

No Brasil, em 2017, o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou 2,8 milhões de dólares com procedimentos de médio e alto custo relacionados a infecções sexualmente transmissíveis (IST), incluindo internações, dos quais um número significativo estava diretamente relacionado à sífilis e à sífilis congênita.

Entre os motivos para o aumento de casos está a falta de informação sobre a doença, que se não for tratada com antecedência, pode causar danos cerebrais irreversíveis e levar até a morte.

O tratamento da sífilis é feito por uso de penicilina e o teste para diagnóstico da doença é distribuído gratuitamente na rede pública.

O tempo e dose do tratamento depende da fase em que se encontra a doença.

Tratamento


Sífilis primária e secundária
  • Penicilina benzatina 2.400.000 IM (1.200.000 em cada nádega) dose única;
  • Alérgicos à Penicilina: Doxiciclina 100 mg VO 12/12 h por 14 dias.

Sífilis latente recente (< 1 ano de infecção)
  • Penicilina Benzatina 2.400.000 IM ( 1.200.000 em cada nádega) dose única;
  • Alérgicos à Penicilina: Doxiciclina 100 mg VO 12/12 h por 28 dias.

Sífilis latente tardia ou de duração desconhecida
  • Penicilina Benzatina 2.400.000 IM (1.200.000 em cada nádega) por semana, por 3 semanas. Obs.: Se qualquer dose atrasar mais que 2 dias , deve-se reiniciar o tratamento na primeira dose;
  • Alérgicos à Penicilina: Doxiciclina 100 mg VO 12/12 h 28 dias.

Sífilis terciária
  • Realizar punção lombar para excluir neurossífilis;
  • Penicilina Benzatina 2.400.000 IM (1.200.000 em cada nádega) por semana, por 3 semanas.

Neurossífilis ou sífilis ocular
  • Penicilina Cristalina 3 – 4.000.000 IV 6/6 h por 10 a 14 dias;
  • Alternativas: Ceftriaxone 2 g IV 24 h por 10 a 14 dias.

Pacientes HIV positivo
  • Primária , secundária e latente recente: mesmas doses de pacientes HIV negativos;
  • Sífilis latente tardia ou de duração desconhecida requer punção lombar para excluir neurossífilis. Se excluída, tratar como em pacientes HIV negativo.

Gestantes
  • Sífilis primária, secundária e latente recente;
  • Penicilina benzatina 2.400.000 IM (1.200.000 em cada nádega) dose única;
  • Alérgicas a Penicilina: desensibilização;
  • Se dessensibilização não for possível: Eritromicina 500 mg 6/6 h por dia ou Ceftriaxone 1 g IM 1 vez por dia por 10 a 14 dias ou Azitromicina 2g VO dose única.

Sífilis latente tardia ou de duração desconhecida
  • Penicilina benzatina 2.400.000 IM (1.200.000 em cada nádega) por semana, por 3 semanas.

Você, que é um cristão consciente e livre praticante de seus princípios morais, pode pensar que isso, por si só te torna imune, blindado, contra esse tipo de problema. Mas, esse tipo de pensamento, além de simplista e equivocado, pode te expor aos perigos de uma eminente contaminação, portanto, informação, prevenção e prudência, nunca são demais a ninguém. Fica a dica!
"Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e símplices como as pombas" (Mateus 10:16).
[Fonte: Portal PebMed, por Dr. Bruno Fonseca - Médico do serviço de Doenças Infecto Parasitárias - HEC; Revista Brasileira de Análises Clínicas; ONU Brasil]

A Deus, toda glória.
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E nem 1% religioso.

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